segunda-feira, janeiro 30, 2006
Adeus Sundance
Elisabeth Shue tira uma fotografia ao marido, o realizador Davis Guggenheim, no Festival Sundance, que terminou ontem.
Go Match!
«Match Point» vence prémio Goya de melhor filme europeu
O filme «Match Point», de Woody Allen, obteve hoje o prémio Goya para melhor película europeia, ultrapassando «O Fiel Jardineiro» de Fernando Meireles e «Os Coristas» de Christophe Barratier.
Os prémios Goya, que este ano celebram 20 anos, são os mais importantes do cinema espanhol.
O prémio foi recebido pela irmã de Woody Allen, Letty Aronson, que no seu discurso de agradecimento disse ser um honra para o cineasta ganhar um prémio que o reconhece como «cineasta europeu».
Adiantou ainda que, para o seu irmão, Espanha é a sua «segunda casa».
Rodada em Londres, a primeira película de Woody Allen filmada fora de Manhattan e o seu primeiro drama, «Match Point» explora o papel do azar nas relações humanas.
O protagonista, um jovem treinador de ténis, resume a ideia por detrás do filme: «Num jogo, a bola bate no cimo da rede; durante um quarto de segundo, pode cair para um lado ou para o outro. Com um pouco de sorte cai para o lado que te convém e ganhas o jogo. Mas também pode cair do teu lado, e então perdes». O filme, em exibição nas salas portuguesas, mostra ainda a metamorfose de um homem de origens modestas seduzido pelo luxo e o poder. -- in Lusa
Brokeback com tudo a favor!
Ang Lee foi distinguido este domingo com o prémio de melhor realizador do ano pelo sindicato de cineastas de Hollywood (Directors Guild of America) pelo filme «Brokeback Mountain» (O Segredo de Brokeback Mountain).
Ang Lee, de 51 anos e nascido em Taiwan, já havia sido premiado há duas semanas com um Globo de Ouro, atribuído pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, pela sua aclamada história de amor entre cowboys homossexuais. A película, que relata a relação homossexual de dois cowboys na América dos anos 60 e 70, foi vencedora em duas das principais categorias, melhor filme e melhor realizador, arrebantando ainda o prémio para melhor canção original («This love will never grow old», do argentino Gustavo Santaolalla).
in DD
domingo, janeiro 29, 2006
Nobody Wants Your Film
Ora aqui está um DOCUMENTÁRIO com um tema original.
Plot Outline: Nobody Wants Your Film is a film about the making of an independent feature that nobody wants, at least that's what producer/financier Alan Smithee thinks. Nobody Wants Your Film gives a look into what it's like to be on an independent film set and the business dealings that affect the final outcome of that effort. (view trailer)
nobodywantsyourfilm.com
Independent Film » Nobody Wants Your Film
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Nobody Wants Your Film Notes from a struggling filmmaker
A struggling filmmaker tries a new marketing approach to show his work.
Manderlay
Aí está o trailer da sequela de Dogville, Manderlay que já estreou nos Estados Unidos. Parece apetecível. A protagonista é linda Bryce Dallas Howard (filha de Ron Howard), que já protagonizou o fantástico, The Village (2004).
Apple - Trailers - Manderlay
Críticas:
"Set in Alabama in 1933, the movie lays out an excoriating examination of the legacy of slavery in the United States." -- Stephen Holden, NEW YORK TIMES
"Those eager to lap up what the Dogmatic one has to say will readily do so."-- Todd McCarthy, VARIETY
"[von Trier's] most streamlined and subversive provocation to date... Be wary of any critic who attacks the filmmaker instead of addressing the film itself."-- Aaron Hillis, PREMIERE MAGAZINE
www.manderlaythefilm.com
Manderlay (2005)
www.rottentomatoes.com/m/manderlay/
Descobertas de Sundance
Come Early Morning é um dos filmes em destaque no Festival de Sundance - que termina hoje -, realizado e escrito por Joey Lauren Adams. Esperemos que seja um dos independentes a ser comprado por uma distribuidora. Ashley Judd é a protagonista, assim como Jeffrey Donovan. Como actriz secundária, Laura Prepon (na foto de cima) - da série That 70's Show.
Plot Outline: A 30-something southern woman searches for love, despite the burdens she carries with her.
www.comeearlymorningthefilm.com
Deja Vu
Val Kilmer e Denzel Washington juntos em thriller futurista
Val Kilmer e Denzel Washington vão contracenar pela primeira vez em «Deja Vu», um thriller futurista realizado por Tony Scott. O realizador de «Top Gun» vai dirigir a história sobre uma dupla de agentes do FBI que viaja no tempo para impedir um ataque terrorista contra um ferry. As filmagens deverão iniciar-se já em Fevereiro, em New Orleans, nos EUA.
Realizador: Tony Scott
Screenwriter: Terry Rossio, Bill Marsilli
Com: Denzel Washington, Val Kilmer, Jim Caviezel, Adam Goldberg, Paula Patton
Género: Drama
Plot Summary: The drama stars Denzel Washington as an FBI agent who, upon discovering that a woman he loves was among the victims of a ferry terrorist attack, travels back in time.
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Kilmer's "Deja Vu" Does "Matter"
Val Kilmer will star back to back in the Tony Scott-directed "Deja Vu," and then opposite Meryl Streep in "Dark Matter" reports Variety.First up is the Disney drama "Deja Vu" in which Kilmer and Denzel Washington play FBI agents who get the opportunity to step back in time to stop a terrorist from blowing up a ferry. Feature will shoot early next month in New Orleans, Jim Caviezel and Paula Patton also star.Kilmer follows that by joining Streep in "Dark Matter," a fact-based pic directed by Chen Shi-Zheng. Drama is about a Chinese university student who reacts violently when his chances for a Nobel Prize are dashed by school politics. Liu Ye plays the student.
Sundance
Dois filmes sobre emigração e os choques culturais foram distinguidos como melhor filme de ficção e melhor documentário na 22ª edição do festival de cinema independente de Sundance, nos Estados Unidos, que terminou sábado à noite.
"Quinceanera", de Wash Westmoreland e Richard Glatzer - que conta a história de Magdalena, uma jovem de origem latina de 15 anos que vive num gueto de Los Angeles - e o documentário "God Grew Tired of Us", de Christopher Quinn sobre os refugiados sudaneses que escaparam à guerra civil conquistaram unanimemente o público e a crítica.
Nesta edição do festival estavam em competição cerca de 120 filmes e documentários de 32 países, entre eles a longa-metragem "O Herói", de Zézé Gambôa, produzida entre Portugal, França e Angola.
"Este ano tivemos muitos filmes retratando com sensibilidade os problemas complexos da assimilação cultural", resumiu Geoffrey Gilmore, director do festival criado em 1981 por Robert Redford.
AFP, PUBLICO.PT
Flash de volta!
Flash Gordon (2006)
sábado, janeiro 28, 2006
Elijah
Quem é Elijah Wood?
O actor que hoje faz 25 anos começou no cinema bem pequeno. Tenho a mesma idade que ele, sempre o vi com muito interesse, e achei um bom actor, mesmo enquanto criança, ele e eu. Com 25 anos já participou em tantos bons filmes. É simples e despojado da sua própria condição de celebridade.
Não me esqueço do seu papel, ainda com 12 anos, de Huckleberry Finn (The Adventures of Huck Finn, 1993), - inesquecível para quem cresceu a ver os desenhos animados.
Como criança revelava já personalidade. Aliás, sempre pensei que poderia ser um actor como Leo Di Caprio se tornou, ou Ethan Hawke, mas a verdade é que a pouca altura e a cara de "bebé" que ostenta impediram esse tipo de papéis. Tornou-se conhecido por todo o mundo recentemente como Frodo no Senhor dos Anéis, mas recordo com mais prazer cinematográfico o curioso Try Seventeen (2002). Em Sin City (2005) tem também um papel curiso, um assassino em série improvável e impiedoso. Em Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004) tem um papel simples de adolescente. Penso que ainda tem muito para dar, dentro do estereotipo que o seu aspecto físico o limita. Mesmo assim já mostrou ser versátil, inclusivé com o recentemente estreado em Portugal Hooligans (2005/I). Estou curioso para ver Everything Is Illuminated (2005).
O que faz Elijah neste momento?
Terá acabado de filmar o projecto de Emilio Estevez (filho de Martin Sheen), Bobby. Um filme sobre o irmão de John Kennedy, Bobby Kennedy, e o seu assassinato a 6 de Junho de 1968. Estevez é realizador, escritor e actor neste filme. Bobby conta ainda com Anthony Hopkins, Demi Moore e Sharon Stone.
Ficha IMDb
Ver aqui fotos do actor.
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Mini-biografia IMDb:
Elijah Jordan Wood was born on January 28, 1981 in Cedar Rapids, Iowa to Warren and Debbie Wood. He has an old brother Zack and a younger sister Hannah. Elijah owns two dogs: Rascal and Levonne. At an early age, Elijah showed a knack for entertaining and wowing audiences, and his mother decided to take him to Los Angeles for an Annual International Modeling and Talent Association Convention.
He quickly landed himself a job in the fabulous world of acting. Soon he began popping up in commercials and then in small parts on television, but he got his first major part appearing in Avalon (1990) in 1990. Elijah's acting career shot off from there, appearing in films such as Paradise (1991), Radio Flyer (1992), and Forever Young (1992) with Mel Gibson. After The Good Son (1993) with Macaulay Culkin, Elijah appeared in North (1994). Although North was deemed a flop at the box office, Elijah was praised as the only good thing to come out of that movie. In 1996, Elijah starred in a movie remake of the old TV show Flipper (1996), and immediately regained his old strength. He appeared in countless movies after that, and increased his power on the silver screen.
Many critics wondered if his childlike ability to capture an audience was wearing thin, like many child actors, but Elijah has proved that it has only made him stronger. Deep Impact (1998) and The Faculty (1998) were produced after that, and with immense support. In 1999 Elijah was in three movies that never made it into wide release: The Bumblebee Flies Anyway (1999) (released on satellite TV), Black and White (1999) (released on home video), and Chain of Fools (2000). Elijah next went to work on what has been called the biggest project ever to hit the movies, The Lord of the Rings Trilogy, based on the books by J.R.R. Tolkien.
Pirataria. Porque não?
Seven admit copying Star Wars DVD
Seven Star Wars fans have admitted copying Revenge of the Sith a week before its cinema release. They admitted piracy charges after copying and passing a DVD copy of the movie among them last May.
The six US men and one woman also pleaded guilty to criminal conduct in allowing an eighth person to obtain the film and upload it onto the internet. They each face a maximum penalty of a $100,000 (£56,000) fine and one year in jail when sentenced on 12 April.
Copyright law
Prosecutors said 28-year-old Albert Valente took a copy of George Lucas's final Star Wars movie from a post-production facility in Los Angeles last May.
It was then passed to Jessie Lumada, 28, Ramon Valdez, 30, Michael Fousse, 42, Dwight Wayne Sityar, 27, Stephani Gima, 25, and Joel De Sagun Dimaano, 33. All seven are from Los Angeles County. Mr Dimaano then passed a copy to work colleague Marc Hoaglin, 28, from Huntington Beach, who last month admitted putting a copy on the internet.
Revenge of the Sith took $848.5m (£474.6m) at the global box office.
mais in BBC
Amadeus
AMADEUS
O filme passa neste momento na RTP1. Amadeus é sobre Mozart. Wolfgang Amadeus Mozart. É um filme que recordo com saudade, já que o vi ainda no ciclo, deveria ter 10 ou 11 anos. Fiquei espantado com o filme, maravilhado mesmo. A personagem de Mozart era deliciosamente divertida, cativante, interessante e motivadora. A personagem narradora, é estranhamente intensa e mórbida, ciumenta. O filme marcou-me e nunca esqueci aquele dia em que o vi na escola. O RISO de Mozart, no filme, era inconfundível. Glorioso, como a sua música. Passam-se depois os momentos difíceis e também com esses se aprendeu.
O filme de 1984 de Milos Forman teve ainda o papel de me dar um prazer imenso de ouvir Mozart. Recordo-me da minha procura pela música de Mozart, numa altura em que ainda não havia a facilidade dos mp3's. Quando finalmente consegui ouvir, lembro-me de sentir a melodia junto à janela com vista para o pinhal... com 11 anos.
Realizador: Milos Forman
Com: Elizabeth Berridge, F. Murray Abraham, Jeffrey Jones, Tom Hulce
Duração: 128 minutes
sexta-feira, janeiro 27, 2006
palavras & significados
Ora aí está uma frase que a minha mente repete vezes sem conta, e que ouvi algures há algum tempo. Estou constantemente a a arranjar significados diferentes para esta mesma frase.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Visões
A actriz Laura Prepon (a namorada do Eric na série apetitosa, That 70's Show) à chegada ao Festival de Cinema Independente Sundance.
Ver aqui a galeria de fotos.
Burton e Depp em Sweeney Todd
The Reel World - By Keely Kristen
It’s great to be back with your up-to-date word on what’s going on in the reel world. Oscar nominations are right around the corner, as are a truckload of highly anticipated new films.
First up in the news is the nail-biting rumor that critically acclaimed director Tim Burton is once again teaming up with best-selling actor Johnny Depp to bring to live a movie version of “Sweeney Todd.” (este era também o nome de uma banda canadiana do final dos anos 70, a que pertenceu o conhecido Bryan Adams, quando tinha apenas 18 anos).
This would be an enormous challenge for both Burton and Depp, because the story is a musical – a verging-on-operatic musical at that – about a demon barber who slits the throats of his customers. A screenplay has been completed by Oscar-winner John Logan (“Gladiator”), and the production of “Todd” would be the sixth collaboration between Burton and Depp. As soon as I know more, you will know more.
O que é Sweeney Todd? Sweeney Todd was a barber who killed his clients for cash while his accompliceused their meat for her pies, from The Crime Library.
Oscar por perto
É já na madrugada de 31 de Janeiro para 1 de Fevereiro que se irão conhecer os nomeados para os Oscares! Os 52 ditos cujos têm estado expostos numa montra em Nova Iorque, a sugestão de um bom fã do clube mundialmente secreto, Fight Club, criado pelo mítico, Tyler Durden é:
"Go there and destroy the gold things!"
The Libertine
Excessos, escandâlos e Depp
O Libertino. Uma interpretação fantástica de Johnny Depp dá corpo e alma a um dos maiores rebeldes da história da literatura, John Wilmot.
Quem é Wilmot? «Ao contrário de Marquês de Sade, que foi um rebelde cuja memória sobreviveu com força até aos dias de hoje, Wilmot ficou no esquecimento, injustamente», afirmou recentemente Johnny Depp numa entrevista.
Este é mais um filme de época a estrear em Portugal, depois de Orgulho e Preconceito – alguns dos actores são os mesmos –, desta feita para dar a conhecer o inigualável Johnny Wilmot, que inspirou vários artistas ao longo de décadas. Um escritor/poeta alcoólico e devasso, nobre (foi o segundo Conde de Rochester) e desajustado da sociedade que tanto procurou chocar e com que tinha uma relação a amor/ódio. Wilmot viveu numa época conturbada para a monarquia inglesa, na Londres de 1660, e foi o escritor preferido do Rei Carlos II (John Malkovich).
John Malkovich foi o principal obreiro para que esta história conhece-se a luz do cinema, certificando-se que o nome de Wilmot voltava à ribalda. A actor produziu o filme e interpretou o Rei humilhado (com um nariz falso), que já tinha feito na peça de teatro respectiva, o resultado é intenso.
Assim como personalidades recentes como Jim Morrison, Wilmot quis ir aos limites de si e da sua sociedade, interessava-se pelos que o tentavam enganar, gostava de humilhar o Rei – existem poemas a gozar com o rei deliciosos! –, acima de tudo, explorar o inexplorado.
Durante a história o escritor envolve-se criativamente e sentimentalmente com Elizabeth Barry (Samantha Morton), uma actriz que se torna protegida e conhece o sucesso. Este é um biópico, por isso vemos o escritor a morrer ainda novo, de sifílis, numa despedida triunfal e ao mesmo tempo de desilusão para consigo mesmo – a conhecer no filme.
Depp emociona com esta personagem que irradia, sensualidade, mistério, eloquência, rebeldia e fúria – ou não tivesse sido ele o “menino rebelde” de Hollywood. O momento mais apetecível é mesmo o prólogo que Depp faz à história de Wilmot, olhando para o espectador, como que se o poeta estivesse a convidar o público, num monólogo, para entrar na sua vida/mente. «Vocês não irão gostar de mim», promete Wilmot no prólogo inicial, no final pergunta em tom irónico: «Gostaram de mim?» A resposta, que pode ser ambígua, cabe a cada um dos espectadores.
De: Laurence Dunmore
Com: Johnny Depp, John Malkovich, Samantha Morton
Género: Drama
Reino Unido, 2004
110 minutos
www.thelibertine-movie.com
Ficha IMDb
Samantha Morton é a actriz vaiada que Wilmot ajuda, perante a sua resistência. «Vais ser a melhor actriz de Londres», diz-lhe Wilmot - e ela foi mesmo...
Espírito de reportagem
Lavado em Lágrimas
Uma história original sobre pombos, relações humanas espontâneas, vidas sofridas e abusos dá um filme português com pormenores curiosos e muitos significados. Existem poucos filmes portugueses, nos últimos tempos, sem Rogério Samora ou Nicolau Breyner. O novo filme de Rosa Coutinho Cabral conta com Samora no papel de criminoso explorador de crianças, mas com estilo.
Os papéis principais cabem a João Cabral (João) e Rita Martins (Ana). João é um jornalista de televisão que trabalha por conta própria em reportagens sérias – num formato que poderia muito bem ser utilizado pelas televisões portuguesas. Quando começa uma nova reportagem sobre um velho que se dedica à criação de pombos num bairro miserável dos arredores de Lisboa, João conhece Ana, a sua neta adolescente, personagem misteriosa (não fala) e que começa a exercer sobre ele um fascínio irresistível. Com o desenrolar do filme o interesse do jornalista passa para Ana, que é órfã de mãe e conta com o irmão como único confidente. Entre jogos perigosos e uma amizade que parece impossível, João tenta livrar Ana de um destino que parece irreversível.
De: Rosa Coutinho Cabral; Com: Rita Martins, João Cabral, Canto e Castro, Rogério Samora;
Género: Drama;
Portugal, 2005;
106 minutos;
www.madragoafilmes.pt/lavadoemlagrimas
quarta-feira, janeiro 25, 2006
The Wendell Baker Story
Fui esta noite ver este filme pacato, simpático, pouco exuberante mas acima de tudo agradável.
Esta é uma daquelas histórias que é dificil de não gostar. Escrito, realizado e protagonizado pelo actor Luke Wilson, ele apresenta-nos a história de Wendell Baker, um homem de coração grande, sempre sorridente e optimista, descontraído e que toda a vida teve tendência para a ilegalidade. Luke junta aqui vários amigos, como Will Ferrel, o irmão Owen, o irmão Andrew (que co-realiza o filme) e Kris Kristofferson - este é, por isso e não só, um filme familiar. Luke - um actor que gosto bastante e apareceu recentemente em The Family Stone -, não escreveu esta história a pensar em prémios ou num Oscar, foi uma vontade de contar uma história tocante mas divertida. O elenco suporta, em muito, a história, na sua simplicidade.
Ser Wendell
Entre o amor da mulher que Wendell valoriza, mas à qual não faz a vontade, ele considera-se um empresário, providenciando aos seus amigos mexicanos, um serviço para as suas necessidades, tornarem-se cidadãos norte-americanos. Como? Fabricando com mestria cartas de condução falsas. Mas num golpe de azar ele é preso e perde a sua amada, a bela Doreen (Eva Mendes) – que se farta de esperar que Wendell mude. Mas como optimista que é não se deixa abater e quando consegue sair em liberdade condicional, vai trabalhar para um lar de idosos, na esperança de um dia dirigir o seu hotel. É lá que se torna amigo de alguns dos idosos e inimigo do maléfico chefe dos enfermeiros (interpretado pelo célebre irmão de Luke, Owen). Com o objectivo de ajudar idosos capturados pelo enfermeiro e recuperar a namorada às “garras” de um dono de uma mercearia aguerrido (Will Ferrell), Wendell promete divertir e conquistar o espectador. O resultado é para descobrir.
Como principal curiosidade é o facto do filme não ter passado nos circuitos mais comerciais nos Estados Unidos, isto apesar do elenco forte. A olhar para o Festival Sundance, são cada vez mais os filmes independentes, bons, com actores conhecidos.
The Wendell Baker Story - Trailer
Ficha The Wendell Baker Story (2005)
Pixar dentro da Disney
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DISNEY CONFIRMS PIXAR ACQUISITION
Jobs joins Mouse board
Walt Disney Co., whose recent hand-drawn animated films have flopped at the box office, will pay $7.4 billion in stock to buy Steven Jobs's Pixar computer-animation film studio. Jobs will join Disney's board.
Disney, the second-largest U.S. media company, will pay $59.78 a share for Pixar, the companies said today in a statement. That's a 3.8 percent premium over Pixar's closing stock price of $57.57.
Full story at Variety.com
Antecipação Wolf Creek
No Festival de Cinema de Sundance (que está neste momento a decorrer no Utha, EUA), «Wolf Creek»- escrito e realizado pelo australiano Greg McLean – foi aclamado, pelo público e pela crítica, como um thriller ousado, hipnótico e visualmente original, com uma mistura intolerável de filme de terror.
O filme conta a história de três amigos que decidem visitar o espantoso Parque Nacional de "Wolf Creek", para verem a misteriosa cratera provocada por um meteoro. Quando quiseram regressar não conseguiram pôr o carro em andamento. Felizmente, ao cair da noite chega Nick, um homem local, com o seu enorme camião, oferecendo ajuda. Mas eles depressa comprovaram que Nick não tinha a mínima intenção de os levar dali para fora...
Baseado em factos reais ocorridos na Austrália entre 1989 e 1991 e nomeado em sete categorias dos Prémios do Cinema Australiano, «Wolf Creek» tem provocado ondas de choque nos festivais e países onde foi exibido.
Críticas:
The vogue for retro-horror, particularly the stripped-down shivers of 1970's slasher flicks, continues apace in this nasty little piece of work from Australia.
Manohla Dargis, New York Times
"[It's] scary cinema pushed to the brink of punishment. But there's no question that what it sets out to do, it does alarmingly well."
Dennis Harvey, VARIETY
"One of the most viciously nasty horror thrillers in recent memory. But the extreme grisliness is purely gratuitous"
Rich Cline, SHADOWS ON THE WALL
June e John
Walk the Line - Ring of Fire
Johnny Cash viveu e cantou no meio das maiores estrelas do rock durante alguns anos. Conviveu de perto com Elvis, Jerry Lee Lewis, entre outros. Foi uma estrela nos Estados Unidos ao nível dos nomes que mencionei. Foi um homem de mistérios, problemas sérios e algo pessimista, com letras nem sempre animadas. Para contrabalançar o seu espírito mais sombrio, com o qual a roupa preta condizia, apaixonou-se pela bela, positiva e animada June Carter. Desde o momento em que se juntaram até à morte, sempre viveram juntos com muito carinho um pelo outro. June morreu em 2003, assim como Johnny, que morreu quatro meses depois dela.
Desta história difícil mas também bonita nasce um filme para celebrar os dois e a sua música, chamado Walk the Line, mas bem podia-se chamar de Ring of Fire, como a canção feita por June. Já que esse era o principio do seu amor. Á primeira parece um filme fraco para uma audiência europeia, portuguesa. Especialmente porque é sobre um cantor popular norte-americano, muito country. No entanto, a história é forte o suficiente para dar um bom filme. Os actores extrapolam com mestria o papel, a música de Cash e Carter é cantada com uma pouco provável perfeição pelos actores, Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon. Como uma das curiosidades são as músicas constantes sobre prisão, que fizeram Cash, já depois do boom da sua carreira, ir gravar à prisão de Folsom um álbum ao vivo. Estes pormenores do próprio Cash dão força ao filme como um todo e tornam a experiência muito agradável.
Por isso e muito mais este é um filme que vale a pena, estreia a 16 de Fevereiro e é um dos favoritos para os Oscares, embora não seja o principal favorito. O MagaCINE recomenda.
Descrição: In 1955, a tough, skinny guitar-slinger who called himself J.R. Cash walked into the soon-to-be-famous Sun Studios in Memphis. It was a moment that would have an indelible effect on American culture. With his driving freight-train chords, steel-eyed intensity and a voice as deep and black as night, Cash sang blistering songs of heartache and survival that were gutsy, full of real life and unlike anything... See Full Description
Realizador: James Mangold
Produtores: Alan C. Blomquist, James Keach, Cathy Konrad
Argumentistas: Gill Dennis, James Mangold
Com: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Ginnifer Goodwin
Géneros: Drama, Musical/Performing Arts and Biopic
Duração: 2 hrs. 15 min.
Estreia: 16 de Fevereiro em Portugal (18 de Novembro nos EUA)
Ficha IMDb
Apple - Trailers - Walk the Line
Rotten Tomatoes
terça-feira, janeiro 24, 2006
Programa IBERMEDIA 2006
O Programa IBERMEDIA comunica aos interessados que o prazo de apresentação de projectos para candidatura a apoios decorre:
entre 2 de Janeiro a 20 de Fevereiro de 2006 nas seguintes áreas:
- Apoio à Co-Produção de filmes ibero-americanos.
- Apoio para a Distribuição e Promoção de filmes ibero-americanos.
- Apoio ao Desenvolvimento de projectos de cinema e televisão ibero-americanos.
- Apoio a Programas de Formação destinados aos profissionais da indústria audiovisual Ibero-americana.
Para tal, deverão cumprir os requisitos estabelecidos nas regras de candidaturas a Apoios do Fundo IBERMEDIA. A informação correspondente a cada área de apoio poderá ser obtida junto do:
ICAM – Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia
Rua S. Pedro de Alcântara 45 - 1º - 1269-138 Lisboa
Tel.: + 351 213 230 800 - Fax. : +351 213 431 952
www.icam.pt - mail@icam.pt;
ou no site do programa: www.programaibermedia.com
O IBERMEDIA faz notar aos interessados que a simples recepção dos formulários e dos documentos não implica a aceitação da validade do respectivo conteúdo. Mais se informa que não serão consideradas nem examinadas as candidaturas que não estejam de acordo com as condições exigidas.
Enviar os formulários e documentos para:
UNIDADE TÉCNICA IBERMEDIA
Calle Ferraz, 10, 1.º izqda.
28008 Madrid
ESPANHA
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Perceber Sundance
Festival Sundance "mais independente do que nunca"
Foi há 25 anos que Robert Redford fundou o Sundance Institute, com a missão de dar visibilidade ao cinema americano independente, ou, dito de outro modo, para "encorajar artistas individuais a contarem as suas histórias à sua maneira".
Num ano em que produções independentes, com orçamentos abaixo dos 30 milhões de dólares, como Brokeback Mountain, Capote ou Good Night, and Good Luck, estão a dominar a época de prémios do cinema americano, o voluntarismo de Redford salda-se num êxito estrondoso: o chamado "cinema independente" nunca terá sido tão comercializável, ao ponto de até os grandes estúdios apostarem em subsidiárias especializadas em produções indie; e o número de candidaturas ao Festival de Cinema de Sundance atingiu este ano um novo pico - 3148 longas-metragens, mais meio milhar do que em 2005.
As vozes cínicas - ou realistas - dirão que, algures pelo caminho, o verdadeiro espírito independente se perdeu e que o termo indie é hoje, sobretudo, uma marca atribuída a filmes que nem sempre conseguem disfarçar os sinais de uma rotina.
Talvez por isso, Geoffrey Gilmore, o director do Festival de Cinema de Sundance, define a edição deste ano, que começou ontem à noite em Park City, no Utah, como "mais independente do que nunca". E a verdade é que o festival, que vai na 22ª edição, continua a apostar na descoberta: nas secções competitivas de ficção e documentário são raros os nomes de realizadores conhecidos. Entre esses raros conta-se o espanhol Fernando Leon de Aranoa, realizador de Segundas ao Sol (2002), que concorre com Princesas na competição de longas-metragens de ficção de cinemas do mundo (Sundance tem, desde o ano passado, secções competitivas dedicadas ao world cinema). Ou o britânico Julien Temple, um veterano dos videoclips tornado realizador de documentários musicais, que está na competição de documentários do mundo, com Glastonbury, sobre um dos mais importantes festivais de música pop do Reino Unido.
Noutras secções (não-competitivas), destaque para Art School Confidential, nova cumplicidade entre Terry Zwigoff e Daniel Clowes (a dupla de Ghost World), ou o filme-concerto que Jonathan Demme fez sobre Neil Young, Heart of Gold, ou ainda o documentário Leonard Cohen: I"m Your Man, de Lian Lunson, metade concerto, metade biopic sobre o cantor-compositor-poeta canadiano.
in Publico
domingo, janeiro 22, 2006
Cinemateca
Exposição inédita revela espólio de máquinas filmar pequeno formato
Uma exposição inédita do espólio completo de máquinas de filmar de pequeno formato da Cinemateca Portuguesa, incluindo um exemplar de 1899, pode ser visitada pelo público até Março deste ano no espaço da instituição. De acordo com uma fonte da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, em Lisboa, a entidade decidiu revelar ao público, pela primeira vez, este espólio por ter considerado que detinha "um conjunto de peças representativo, com algumas delas já restauradas".
Intitulada "Histórias em Pequeno Formato", a exposição integra 78 máquinas de filmar acompanhadas por alguns acessórios, nomeadamente lentes, tripés, projectores e filmes, abrangendo o período de 1899 até 1985. Estas máquinas foram criadas para serem usadas com películas de formato reduzido, inferiores a 35 mm, padrão usado normalmente pela indústria e pelos profissionais.
De acordo com a mesma fonte, a Cinemateca Portuguesa foi adquirindo diversas máquinas e recebeu também várias doações e depósitos por parte de realizadores ou suas famílias.
O espólio tem estado guardado na instituição em condições especiais de temperatura e de humidade e pela primeira vez é exposto publicamente na sua totalidade. Criadas pelos fabricantes a pensar na utilização pelos amadores, estes pequenos formatos eram mais baratos, portáteis e mais fáceis de utilizar, tendo, por isso, representado um importante papel na história do cinema ao contribuir para a democratização do seu acesso.
Depois do surgimento das máquinas de pequeno formato, os filmes entraram nas salas de estar das famílias e os realizadores "amadores" multiplicaram-se. Mas, além dos "filmes de família", este formato foi usado de forma mais experimental e criativa por realizadores que se associaram a nível nacional e internacional, criando filmes que foram premiados em festivais internacionais.
Contudo, apesar do seu enorme sucesso durante boa parte do século XX, a grande diversidade de soluções técnicas que foi surgindo no mercado ditou o seu desaparecimento rápido, sobretudo com a generalização do vídeo. A exposição "Histórias em Pequeno Formato" está patente ao público, com entrada livre, das 12:30 às 00:30, no Espaço 39 Degraus da Cinemateca Portuguesa até 17 de Março. in Lusa
Filmes de telemóvel
A mostra de vídeo "+ Olhares", organizada pelo Chapitô nos dias 27 e 28, tem este ano como tema os "Desequilíbrios(s" e apresenta pela primeira vez filmes feitos com as câmaras dos telemóveis.
A quarta edição desta mostra promovida anualmente pelo Chapitô vai exibir filmes, a maioria em estreia absoluta, do Iraque, Costa Rica, Brasil, Estados Unidos, França, Suiça, Espanha e Portugal. O "+ Olhares" consiste numa mostra anual de objectos fílmicos criada pelo Chapitô com o objectivo de promover e dignificar o audiovisual como expressão de arte.
Apresentando obras filmadas em Super 8 ou em 16 milímetros, a edição deste ano do "+ Olhares", coordenada pelo realizador Ivo M.Ferreira, inclui uma nova secção, dedicada ao "pocket vídeo". As imagens captadas por câmaras de telemóveis de última geração e de máquinas fotográficas digitais, "já considerados a nova tendência", constituem também novos filmes a integrar esta mostra. Teresa Ricou, directora do Chapitô, sublinhou que "é um programa bastante alargado, com o tema dos desequilíbrios, que podem ser sociais, financeiros, tecnológicos", durante a apresentação da iniciativa.
mais in Lusa
sexta-feira, janeiro 20, 2006
To Be Scarlett
Querem mais fotos dos Globos? Ok. Aqui estão, mas eu só coloco esta.
Sundance Fest
Match review
Á margem deste comentário, que contraria um pouco o que disse (emobra tenha visto em tantos meios o "crime" que parece já indiferente)...
Aproveitem o grande filme de Woody Allen!
momento fabricado
Lucy Nicholson/Reuters
Harrison Ford com Avik Gilboa e Diana Ossana na 63.ª edição dos Globos de Ouro.
In Johnny We Trust
Mario Anzuoni/Reuters
Johnny Depp e a sua magrissíma noiva francesa Vanessa Paradis.
Vi recentemente o filme O Libertino. Johnny Depp tem um papel fantástico e o filme é muito bom!
Contrastes
No mesmo barco. Viggo Mortensen (centro), posa junto aos realizadores David Cronenberg [History a Violence] e Peter Jackson [Lord of the Rings].
O Beijo
Kissed by a rose? A modelo Heidi Klum e o marido, o cantor britânico Seal, nos Globos de Ouro.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Fiel
Oscar, Oscar
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Globos Country
Walk the Line foi o outro vencedor
Brokeback Mountain favorito aos Oscars
Globos de Ouro. O country norte-americano, geográfico e musical, foi o grande vencedor, ontem de madrugada, nos prémios do cinema e televisão mais importantes antes dos Oscars. Brokeback Mountain venceu o melhor filme em drama e o biópico sobre Johnny Cash, Walk the Line, o melhor filme musical.
João Tomé
Brokeback Mountain é o grande favorito nos Oscars, que se realizam em Los Angeles, a 5 de Março. O romance sobre dois cowboys homossexuais, com estreia marcada para dia 9 de Fevereiro em Portugal, acabou por ser considerado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, nos Globos de Ouro de ontem de madrugada, o melhor drama do ano. O taiwandês Ang Lee, foi ainda distinguido como o melhor realizador pelo mesmo filme. A 63.ª edição dos prémios considerados uma antevisão dos Oscars – cujos nomeados são conhecidos no final do mês –, deram ainda a vitória ao biópico sobre a vida do cantor country Johnny Cash, Walk the Line – estreia dia 12 de Fevereiro em Portugal –, para melhor filme musical ou comédia. Nos desempenhos a transformação de Joaquim Phoenix em Johnny Cash valeu-lhe o prémio de melhor actor – é ele quem canta no próprio filme –, e a interpretação de mulher de Cash deu à bela Reese Witherspoon a distinção de melhor actriz. Foi uma noite country, a que se viveu em Los Angeles, já que ambos os filmes exaltam essa cultura norte-americana, um pela música, o outro pelo local. Surpreendente foi a proximidade entre televisão e cinema que se verificou ontem. Na categoria de melhor actriz em filme dramático o prémio foi para Felicity Huffman (da série Donas de Casa Desesperadas), que desempenha o papel de uma transsexual em «Transamerica», enquanto Philip Seymour Hoffman foi o vencedor na categoria de melhor actor por encarnar o escritor Truman Capote. George Clooney foi o melhor actor secundário por Syriana – estreia cá a 23 de Fevereiro – e Rachel Weisz a melhor actriz secundário pelo polémico O Fiel Jardineiro.
Lost em alta
Na parte referente à televisão, a série Lost (Perdidos) foi a vencedora na categoria de drama, enquanto Desperate Housewives (Donas de Casa Desesperadas) conseguiu o Globo de Ouro para melhor série de comédia ou musical. Geena Davis viu recompensado o seu trabalho como presidente dos Estados Unidos, ganhando o Globo de Ouro para melhor actriz numa série dramática em «Commander in chief». Curioso foi o jovem protagonista de Match Point, de Woody Allen, Jonathan Rhys-Meyers, que foi o melhor actor pela mini-série Elvis, enquanto da lenda do cinema, Paul Newman, venceu na categoria de melhor actor secundário num produto para televisão, por Empire.
Principais vencedores
Cinema:
Melhor filme: «Brokeback Mountain» (O segredo de Brokeback Mountain)
Melhor realizador: Ang Lee, «Brokeback Mountain»
Actriz, drama: Felicity Huffman, «Transamerica»
Actor, drama: Philip Seymour Hoffman, «Capote»
Actriz, comédia ou musical: Reese Witherspoon, «Walk the line»
Actor, comédia ou musical: Joaquin Phoenix, «Walk the line»
Actriz secundária: Rachel Weisz, «The Constant Gardener» (O Fiel Jardin eiro)
Actor secundário: George Clooney, «Syriana»
Melhor filme, comédia ou musical: «Walk the Line»
Melhor filme estrangeiro: «Paradise now», Hany Abu-Assad, Palestina
Melhor argumento: «Brokeback Mountain» (O segredo de Brokeback Mountain), Larry McMurtry, Diana Ossana
Canção original: «A love that will never grow old», de Gustavo Santaola lla («Brokeback Mountain»)
Banda sonora: «Memories of a Geisha», John Williams
Televisão:
Actriz, drama: Geena Davis, «Commander in Chief»
Actor, drama: Hugh Laurie, «House»
Actriz, comédia ou filme musical: Mary-Louise Parker, «Weeds»
Actor, comédia ou filme musical: Steve Carell, «The Office»
Actriz, mini-série ou filme: S. Epatha Merkerson, «Lackawanna Blues»
Actor, mini-série ou filme: Jonathan Rhys Meyers, «Elvis»
Actriz secundária, série, mini-série ou filme: Sandra Oh, «Grey´s Anato mny»
Actor secundário, série, mini-série ou filme: Paul Newman, «Empire fall s».
Série: «Desperate Housewives» (Donas de Casa desesperadas)
Série, drama: «Lost» (Perdidos)
Mini-série ou filme: «Empire falls»
Prémio de carreira Cecil B. DeMille: Anthony Hopkins.
Woody em Londres
Essência emocional humana
Match Point. Paixão, tentação, obsessão. Estes são os principais ingredientes do novo filme de Woody Allen, o seu primeiro em Inglaterra. O melhor filme do realizador, nos últimos 10 anos, conta com a sensual Scarlett e o dedicado Jonathan Rhys-Meyers.
João Tomé
Doce, compreensivo, ambicioso, familiar, sensual, tentador, brutal e até selvagem. Estes elementos tão díspares, dão “alma” ao novo filme de Woody Allen, numa intriga completa em emoções, desde as mais civilizadas e burguesas, às mais selvagens numa realização brilhante, capaz de cativar a todos os instante. A história poderosa é alimentada por interpretações apaixonantes e em permanente construção. Á entrada entramos num filme sobre a ambição, ascensão social e incerteza de um jovem inglês de origens humildes. Mas a personagem de Jonathan Rhys Meyers – actor britânico distinguindo esta semana com um Globo de Ouro pela mini-série Elvis –, Chris Wilton, à medida que vai subindo na vida, vai também modificando a sua forma de pensar e agir. Chris é a personagem mais complexa e em constante evolução na história. Ao contrário do que estamos habituados nos filmes de Allen, onde Manhattan costuma predominar, aqui respira-se um ambiente tipicamente britânico, de uma Londres actual e do seu lado mais burguês. O elenco é, aliás, praticamente todo inglês.
Scarlett, a outra
Chris envolve-se com uma jovem rapariga de famílias muito ricas e importantes, Chloe (Emily Mortimer) e, apesar de não sentir a mesma paixão que ela sente por ele, acaba por ser seduzido pelos prazeres que ela e o respectivo pai lhe vão proporcionando. O jovem tenista que, antes, não fazia ideia do que queria ser, vê-se assim com a vida “feita” e repleta de luxos, tudo graças à namorada rica (e, mais tarde, mulher). Mas no meio desta ambição surge a sensual Nola Rice (Scarlett Johansson), que é namorada do irmão de Chloe. Éela o ponto de viragem da história e da vida de Chris. O resto é para ser saboreado na sala de cinema, já que ao cunho satírico de Woody Allen surge também uma espécie de suspense e fenómeno surpresa (delicioso), capaz de surpreender o espectador. Trata-se de um filme sobre a condição humana, e em como a ambição, primeiro, e a tentação e instinto selvagem (para manter a riqueza), depois, podem moldar um homem comum, em constante crescimento. Acompanhados com uma banda sonora repleta de ópera, música predilecta do protagonista, somos convidados a assistir a uma autêntica ária de moralidade e culpa, ou falta dela. Scarlett Johansson tem uma interpretação intensa e muito sensual, constituindo a cereja no topo do bolo de Woody Allen.
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De: Woody Allen
Com: Scarlett Johansson, Jonathan Rhys-Meyers, Emily Mortimer, Matthew Goode
Género: Drama/Romance
Reino Unido, 2005
124 minutos
www.matchpoint.dreamworks.com
Ficha IMDb
Ver aqui post deste blog sobre o filme.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Rome
Como nos sentiriamos se os norte-americanos fizessem agora uma série sobre D. Afonso Henriques, ou coisa que o valha, em inglês? Orgulhosos? Chatiados?
Enfim.
lembranças
João Lopes, numa citação que reencontrei hoje
domingo, janeiro 15, 2006
be bad
Sessão da meia-noite
Infelizmente nem sempre são filmes bons, já que na minha cidade de fim-de-semana, de duas em duas semanas, Caldas da Rainha, apenas existem duas salas com pouca escolha. Recordo ter visto assim, há uns meses, o fantástico, Senhor da Guerra. Achei estranho ter encontrado na mesma sessão, o ex-ministro da Presidência, Morais Sarmento, que estava nas Caldas, não percebi bem porquê (ainda para mais num dos piores cinemas do país, os Delta). Enfim. Ontem, sábado, foi a vez de ver o mau, muito mau, The Fog. Uma tentativa de remake do filme de John Carpenter, de 1980, mas que falha em muitos sentidos.
Óbito
A actriz norte-americana Shelley Winters, 85 anos, vencedora de dois Óscares, morreu hoje em Los Angeles, Califórnia, vítima de um ataque cardíaco, anunciou o seu agente.
Nascida em East St.Louis, Illinois, em 1920, participou em mais de uma centena de filmes, o último dos quais em 1999. Em Outubro de 2005 foi hospitalizada com problemas de coração.
Ganhou Óscares para a Melhor Actriz Secundária pelos papéis em «O Diário de Ann Frank» (1959) e «A Patch of Blue» (1965). Winters esteve sobretudo ligada a escândalos de Hollywood devido aos vários livros que escreveu contando segredos da indústria cinematográfica.
Entre as polémicas revelações está a de ter sido amante do actor britânico Sean Connery, antes de este se converter em «Agente 007». Também teve um caso com o actor britânico Lawrence Olivier e foi amiga e companheira de quarto de Marilyn Monroe.
Casada e divorciada três vezes, esteve unida a Paul Meyer, depois ao actor italiano Vittorio Gassman, de quem teve uma filha, e finalmente ao actor Tony Franciosa. in Lusa
sábado, janeiro 14, 2006
ler o cinema
Ler o Cinema português em seis episódios, na Videoteca de Lisboa
A Videoteca Municipal de Lisboa vai ocupar o primeiro semestre do ano com uma extensa visita guiada ao cinema português, que começa já hoje, às 21h30, com a exibição de O Passado e o Presente, de Manoel de Oliveira.
Retomando o ciclo Ler Cinema, lançado há dois anos, a Videoteca propõe seis semanas de dedicação intensiva ao último quarto de século da cinematografia nacional, a partir da série O Nosso Caso, de Saguenail e Regina Guimarães. Cada semana começa e acaba com a exibição de um dos seis episódios em que a dupla de cineastas questiona o que há de português no cinema português: uma exibição que deverá servir de pretexto a conversas paralelas sobre o tema, numa lógica de cruzamento das leituras dos espectadores.
A Génese, primeiro episódio da série, lança a semana inaugural desta edição do Ler Cinema - uma semana integralmente dedicada à obra de Manoel de Oliveira, que estará, aliás, presente no dia 21 para uma discussão sobre a primeira parte do ciclo. São 15 os filmes do realizador para ver até sexta-feira, de Le Soulier de Satin a Vale Abrãao.
mais in Publico
Jarhead
Loucura na quase guerra
Máquina Zero. Quem esteve na Tempestade do Deserto, nunca sairá dela. Esta é uma das conclusões do novo filme do realizador luso descendente Sam Mendes, mas a virtude está mais na tensão no deserto de uma guerra que não chega. Bem-vindo à Nojeira.
Por João Tomé
Vamos alguma vez matar alguém? É a questão que um dos jovens marines coloca aos companheiros Jarhead – termo de origem inicialmente depreciativa com que os marines se definem e nome original da película – já para o final do filme e essa é a génese da história de guerra, onde não há guerra. O novo filme de Sam Mendes é inspirado num livro best seller do marine Anthony Swofford, em que relata a experiência «inesquecível» e desorientada que teve durante a primeira Guerra do Golfo, na operação Tempestade no Deserto. A perspectiva que o Sam Mendes parece incutir é a história menos retratada de uma guerra que foi transmitida em directo para o mundo - o José Rodrigues dos Santos deve-se lembrar bem desses momentos. Apesar de o filme mostrar mesmo situações em que os soldados são filmados pelos media, seja para enviarem mensagens para a família, namoradas, esposas e amigos, seja para retratarem o seu dia-a-dia, a mensagem parece ser clara: nem tudo o que os soldados diziam às televisões era o que sentiam (havia pressões superiores para não demonstrarem descontentamentos, tensões e angústias). Para lá das câmaras de televisão e até da verdadeira guerra, viveram-se momentos intensos e pré-guerra, uma tensão intensa de muito nada.
A história real, o filme difícil
Embora seja um filme que se passa numa guerra, as situações retratadas são estranhas e diferentes do habitual, fazendo desta história mais sobre tensão, desespero e experiências de limite e loucura. O actor promissor Jake Gillenhal – que tem sido dos mais requisitados dos últimos tempos – dá corpo e mente a Swoff que passa de um marine ocupado com a namorada, o futuro e o emprego de militar, para uma máquina à espera de uma oportunidade para matar.
Com o começo da invasão do Kuwait pelo Iraque, Swoff é dos primeiros a partir para a Arábia Saudita depois de uma formação específica intensa, em que se tornou num atirador exímio e viu ainda um dos seus colegas morrer num exercício com munições reais.
A comandá-los está o implacável Sargento Sykes, interpretado pelo oscarizado Jamie Foxx. O início do filme faz lembrar a brutalidade militar vista em filmes como Oficial e Cavalheiro (1982). Aliás, a personagem de Jamie Foxx faz lembrar em muito, pelo menos na parte inicial do filme, o sargento negro Sgt. Emil Foley. Mas o ambiente circundante e no seio dos soldados muda radicalmente quando se entra no deserto agreste da Arábia Saudita. Nos primeiros meses os soldados vão fazendo exercícios intensos com inimigos, minas e armas imaginárias.
Depois começam a dar largas às suas explosões hormonais (com a masturbação no TOPO da lista), vão perdendo namoradas, que deixam de esperar por eles, e perdem também a sanidade mental, num ambiente de muito “nada” onde tudo é vivido com grande intensidade. O próprio Swoff entra em momentos de loucura com a falta de acção que os circunda, começa a desesperar por acção e a criar acção negativa à força, o que resulta em momentos de alteração psicológica que o leva a ameaçar de morte colegas por motivo nenhum aparente. Trata-se aqui de um herói (protagonista) que não herói, mas com quem acaba-se por simpatizar facilmente no inicio, com menor facilidade no meio e novamente com relativa facilidade no fim. Por isso mesmo não cumpre as regras de blockbusters, e ainda bem, mas mesmo assim não se trata de um filme de excepção, mas sim de um filme bem pertinente que resulta para o que se propôs, com uma realização muito competente e interpretações adequadas.
Ao lado de Swoff está quase sempre Troy, que deseja mais do que tudo ser Marine – interpretado pelo namorado da irmã de Gyllenhal, Peter Sarsgaard -, ao contrário de Swoff, que se envolve em ser Jarhead, mas deseja bem mais estar longe de tudo aquilo aliás as duas personagens variam entre a amizade e a tensão hostil um com o outro, a ilustrar os momentos de falta de lucidez que se viveram. Existe uma dicotomia entre os soldados clara, aqueles que querem mais do que tudo ser Jarheads, sentem-se alguém no meio da união, da despersonalização e código do "core", e os outros que desejam cumprir a tarefa e seguir com as suas vidas... em ambos os casos, no cenário de guerra no meio do deserto só se pensa em "Hurrah!!". Outra personagem característica dos meios de guerra ou militares é o Tenente-coronel Kazinski, interpretado pelo carismático Chris Cooper. É uma personagem típica na medida em que usa frequentemente piadas sexuais - o mais usual nestes meios - para incentivar os soldados, nomeadamente na hora de "foder Saddam". Acaba por aparecer pouco, mas é outra personagem imprescindível que resulta.
Os melhores momentos do filme acabam por ser os momentos peculiares de stress, fadiga e impaciência vividos pelos jovens marines, em particular por Swoff. De guerra apenas se vivem quatros dias, mas de pouca acção e nenhuma luta com o “inimigo”. O verdadeiro inimigo aqui parecem ser as mentes dos jovens soldados e de quem as “educou”.
Filmes que inspiram soldados
Importante são também as constantes recordações e inspirações dos jovens soldados nos filmes norte-americanos de guerra. Apocalipse Now, O Caçador acabam por marcar presença assim como, por exemplo, uma célebre música dos The Doors, que se celebrizou na guerra do Vietnam - neste caso os jovens parecem querer distanciar-se da memória do Vietnam, querendo incutir um pouco a cultura musical mais recente do hip hop. Aliás a banda sonora é um dos pontos fortes deste filme, existe mesmo uma batida que também faz parte do trailer do filmes, que é tão intensa quanto a tensão que os jovens soldados sentiam.
Pior é, sem dúvida, o tédio que eles vivem, que acaba por passar um pouco para o espectador e esse é o ponto mais negativo de um filme com interpretações fortes e uma mensagem ambígua.
CLASSIFICAÇÃO: 3/5
De: Sam Mendes
Com: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Peter Sarsgaard, Chris Cooper
Género: Acção/Guerra/Comédia/Drama
Distribuição: Lusomundo
EUA, 2005
123 minutos
Jarhead
Ficha IMDb
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CRÍTICAS POLÍTICAS
O filme acabou por ser criticado nos Estados Unidos por procurar distanciar-se de uma mensagem política, distanciando-se também da Guerra no Iraque actual, mas isso não parece um ponto a desfavor, mas sim uma opção válida relacionada também com o livro original do soldado Anthony Swofford.
MOMENTO
Um dos momentos mais fortes - excluindo aqui aqueles de loucura do nada - é quando os marines entram em quase-guerra, depois de três meses à espera no deserto. Quando pensam que vão finalmente ter a acção por que já desesperam, primeiro encontram vários carros dizimados pelos próprios iraquianos, com corpos carborizados, numa imagem impressionante que afecta Swoff, demonstrando claramente que, apesar de serem treinados para ser máquinas de guerra, nunca tinham estado em verdadeiro estado de guerra, morte brutal. De realçar é também o momento que se segue, da chuva de petróleo, depois dos iraquianos terem incendiado os poços do Kuwait. Aí surge um cavalo que esteve prestes a ser dizimado por um dos marines sedento por sangue, Swoff evita o que parecia inevitável - é aí o momento em que se verifica as diferenças reais entre os homens que compõem os marines, antes parecem todos muito iguais uns aos outros.
APOCALIPSE DO GOLFO
O nome é sugestivo e propositado, Jarhead faz lembrar em certos aspectos, especialmente naqueles ligados à insanidade momentânea, Apocalipse Now, mas é apenas na perspectiva do que os soldados vivem consigo próprios, as instabilidades emocionais por que passam, é como um pequeno apocalipse se verificasse ali, no meio de tanto nada, mas ao mesmo tempo tanto pensamento e pressão. Uma das ideias fundamentais deste filme é que, apesar de não terem experienciado a guerra em si mesma, aqueles soldados nunca mais vão sair daquele deserto, há uma parte deles que se mantém ali, alerta - é exactamente o que diz a personagem de Swoff no final do filme e é essa a conclusão óbvia.
Críticas:
"The best war movies -- and this one, despite its being overlong and repetitive, is among them -- hold that men fight (or in this case, are ready to fight) not for causes, but to survive and to help their comrades do the same."
Richard Schickel, TIME MAGAZINE - POSITIVA
"Jarhead is a movie that walks up to some of the most urgent and painful issues of our present circumstance, clears its throat loudly and says nothing."
A.O. Scott, NEW YORK TIMES - NEGATIVA
This is the new kind of war, where you don't see the enemy until you stumble across his charred body. This is Jarhead. It's not epic. It's really sort of a cat-and-mouse game.
Steve Head, IGN.com - POSITIVA