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terça-feira, junho 20, 2006

nate´s 










Sete Palmos de Terra. Deu ontem, na :2.

segunda-feira, junho 19, 2006

Scenes From a Mall 

Scenes from a Mall (1991). Poucos gostaram deste filme de Paul Mazursky, vi no Hollywood no passado sábado, pela primeira vez, e adorei. O conceito é original e curioso, passado na integra num centro comercial. Está bem feito, com uma história cativante e actores que encaixam na perfeição, o neurótico e especialista em jogos psicológicos, Woody Allen e Bette Midler. Assistimos à comemoração do 16.º aniversário do casal Fifer. Mas o marido vai confessar à mulher que teve um caso... as situações divertidas e inversões de história são constantes.
Ficha IMDb
Fotos

Critica NY Times


sábado, junho 17, 2006

Mean Machine - Vinnie Jones 



O nome Vinnie Jones não é familiar para todos. O próprio nome: Vinnie, não inspira grande confiança, faz lembrar alguma personagem feita por Danny DeVito. No entanto, foi um futebolista inglês de relativo sucesso na Grã Bretanha, tendo actuado em clubes que não eram, na altura, de topo: Wimbledon, Leeds United, Sheffield United, Chelsea and Queens Park Rangers (agora o Chelsea está bem diferente). Representou a selecção galesa, por ter avós do País de Gales. No futebol notabilizou-se por ser um jogador duro, do estilo Petit com mistura de, por exemplo, Gravesen, já que tem um imponente porte físico com 1m88. Por irónico que pareça, destacou-se dos demais futebolistas através de uma foto em que agarra os testículos de Paul Gascoigne que se celebrizou. Depois disso fez um video televisivo, que foi condenado pela Federação inglesa, em que mostrava como ser um jogador "duro", em que mostrou apetência e à vontade para estar à frente das câmaras [Soccer's Hard Men (1992)]. No futebol detém um recorde que lhe assenta que nem uma luva, foi o jogador, até ao momento, a ver mais depressa um cartão amarelo num jogo de futebol profissional, logo aos 3 segundos!



Apesar desta sua faceta de duro, na sua vida conseguia ser ambivalente, entre o afável e pouco dado a loucuras de noitadas - é casado desde 1994 com a mesma mulher e tem dois filhos - e o provocador de brigas. Está proibido de viajar em aviões da Virgin Atlantic depois de ter causado uma briga num voo para Tóquio.

Agora poderão-me perguntar, com legitimidade: O QUE É QUE TUDO ISTO TEM QUE VER COM O CINEMA?

A resposta: TUDO!

É que Vinnie Jones tornou-se num actor de cinema convincente, com méritos e muito requisitado. Sim, nos Estados Unidos é frequente desportistas e humoristas tornarem-se estrelas de cinema (nem sempre com grandes méritos, especialmente nos desportistas), mas na Europa, nomeadamente nos dominíos do futebol é algo único e curioso, especialmente quando foi um jogador que nunca foi, nem de perto nem de longe, de topo. Jones começou a entrar no cinema em 1998, quando tinha 33 anos e ainda estava no futebol (como jogador e, brevemente, como treinador), em Lock, Stock and Two Smoking Barrels (1998), de Guy Ritchie (um thriller inglês divertido).

Desde dessa altura, tem tido muito que fazer e conta já com 27 filmes e várias inúmeras participações em séries televisivas, incluindo o mais recente projecto do brilhante Ricky Gervais, "Extras", e programas televisivos. Pode-se dizer que Guy Ritchie deu-lhe a projecção no cinema para triunfar, primeiro, porque deu-lhe um primeiro papel num filme com alguma importância em 1998, depois, porque após ter participado no blockbuster Gone in Sixty Seconds (2000), Richie voltou a apostar nele em Snatch. (2000) - um papel bem indicado ao seu estilo (foi Bullet Tooth Tony). Logo a seguir esteve ao lado de várias estrelas em Swordfish (2001) e no mesmo ano, protagonizou o seu primeiro filme relacionado com futebol, Mean Machine (2001).

Foi com Mean Machine (2001), que vi a noite passada na SIC, que me lembrei de o comentar aqui.

O QUE TEM VINNIE?
Para já, dada a sua expressão carismática e dura, e a sua estatura elevada, é perfeito para papéis de durão, "bully" ou outros dentro do género. Mas safa-se muito bem apenas como protagonista carismático, como acontece em Mean Machine, um filme bem curioso e que já foi alvo de remake pelos norte-americanos o ano passado, em The Longest Yard (2005) - dedicado ao futebol americano e protagonizado pelos divertidos Adam Sandler e Chris Rock. O que é mais curioso é que Mean Machine (2001), para mim, é bem melhor do que The Longest Yard (2005), embora tenha um elenco quase todo desconhecido. Parece-me que Vinnie tem muito para dar e, em poucos anos, tem feito imensos filmes... E, se já participou em vários filmes com impacto, como se pode constatar aqui, e é exemplo, recentemente, Garfield: A Tail of Two Kitties (2006) (voice) e X-Men: The Last Stand (2006), o futuro reserva-se interessante. Nos filmes norte-americanos tem aparecido como secundário e mero durão, nos britânicos é várias vezes protagonista, como acontecerá em The Riddle (2007).
Os outros projectos são 7-10 Split (2006); The Filthy War (2007) [onde se aproveita o seu aspecto do leste europeu]; Carry on London (2007) .


FRASES:
"I've always felt that people put me down, and I'd fight back. I played football 15 years, and nobody gave me any credit, and they never will do."

"[The critics] say that about every film - that it will be my last one. My next one, in Australia, will be my 30th"

quinta-feira, junho 15, 2006

oração da película 



God is in the rain
Evey, in V Por Vingança



Hard Candy 


O poder de uma adolescente
Hard Candy. Do Festival de Sundance para o mundo este é um thriller com um conceito inovador e chocante que conta com uma grande interpretação da jovem Ellen Page. Entre um encontro na Internet e a vida real, um homem e uma adolescente vão iniciar uma relação improvável.

João Tomé - não vi este filme, ainda

Uma troca de palavras e ideias num canal de conversação na Internet. Um desejo de tornar a amizade virtual em amizade real, com um encontro. Este é um processo comum na maior parte dos países onde a Internet “invadiu” os modos de vida dos jovens.

Hard Candy pega nessa ideia e transforma-a num thriller poderoso, ao contar a história de Harley (Ellen Page), uma encantadora e inteligente adolescente de 14 anos, que marca um encontro no café com o seu amigo dos chats (salas de conversação online). Só que Jeff (Patrick Wilson) tem 30 anos… Mesmo assim, é um elegante, perspicaz e insinuante fotógrafo de moda. Mas tudo muda quando a jovem Hayley sugere que fossem para o apartamento dele. Entre carinhos e misturas de vodka, que Hayley começa a fazer, iniciam uma sessão de fotos até que Jeff adormece e acorda amarrado e imóvel. É aí que começa o plano de Hayley, que quer de Jeff revele os seus pecados, num jogo arriscado.

Sundance de sucesso
Hard Candy, filme de baixo orçamento, esteve no Festival de Sundance no inicio de 2005 e a reacção que criou foi de tal forma forte que a distribuidora Lions Gate comprou os direitos de distribuição para todo o mundo, num caso de sucesso do festival de Robert Redford.

O principal ingrediente é o conceito de uma adolescente “dominar” um adulto. A originalidade do tema e o nível dramático e surpreendente que existe aqui trouxe sucesso à aposta que estreia hoje em Portugal. O filme “bebe” inspiração de um caso japonês em que algumas adolescentes atraíram um homem mais velho na Internet para o poder agredir assim como outros filmes de vingança de mulheres, como Kill Bill ou Mrs. 45, de Abel Ferrara. O elenco também é interessante.
Enquanto a protagonista Ellen Page, 19 anos, entrou no último X-Men: O Confronto Final, Patrick Wilson foi protagonista no filme Fantasma da Ópera. Também entra Sandra Oh, que participou no premiado Sideways.

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Realização: David Slade
Com: Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh, Jennifer Holmes
Site oficial: Hard Candy
Género: Thriller
Distribuição: Castello Lopes
Classificação: M/16
EUA, 2005
103 min
Estreia em Portugal: 8 de Junho



Murderball 

Os triunfos mentais da competição
Murderball - Espírito de Combate. O mundo da competição desportiva vai para além daqueles que têm todas as capacidades físicas. Este é um documentário (que foi nomeado nos Oscares deste ano) intenso e com suspense, que reflecte a rivalidade dura entre duas equipas de râguebi de quadriplégicos, Estados Unidos e Canadá.
Na sua própria versão do desporto de full-contact, eles atiram-se de frente uns contra os outros, em cadeiras de rodas feitas à sua medida, como se fossem gladiadores. E não, não têm capacete.
Dos ginásios do interior da América à arena olímpica de Atenas, na Grécia, "MURDERBALL – Espírito de Combate" conta-nos a história de um grupo de atletas de classe mundial como nenhum outro que já se viu na tela. Além de mostrar como dão cabo dos seus adversários, o filme dá cabo também de todo e qualquer estereótipo sobre “paralíticos” e “aleijadinhos”.

O protagonista é um luso-americano sedento por vingar-se dos Estados Unidos. Fala-se de família, vingança, honra, sexo (sim, os tetraplégicos também têm sexo... de formas inventivas) e como o jogo de râguebi, disputado a um ritmo impressionante é um alimento para serem mais fortes. Aprende-se a ficar de pé, mesmo quando o corpo foi vergado.

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Class: 4/5
Realização: Henry-Alex Rubin e Dana Adam Shapiro
Site Oficial: Murderball
Género: Documentário
Distribuição: Vitória Filme
Classificação: M/12
EUA, 2005
85 min
Estreia em Portugal: 8 de Junho

Sete filmes, sete vidas 

Sete mundos de crianças
Crianças Invisíveis. Sete curtas-metragens de cineastas com prestígio, trazem outras tantas histórias sobre crianças que vivem à margem das outras em locais diferentes do mundo, no dia da Criança. Entre o drama e a esperança é uma ideia tocante e brilhante.

João Tomé - in Destak (esta é uma versão aumentada)

Crianças sozinhas, que vivem com aquilo que a sociedade à sua volta lhes deu, neste caso, azares, problemas e independência, é este o assunto das sete curtas-metragens realizadas por sete cineastas. Entre o drama das injustiças e desesperos e a esperança, há momentos duros mas outros que fazem sorrir. Com armas ou bonecas na mão, a roubar ou a enganar, crianças são crianças, embora algumas tenham de crescer depressa demais e nem sempre nos melhores meios.
A ideia, que partiu da produtora italiana Chiara Tilesi, é brilhante, ainda mais enquadrada no Dia Mundial da Criança, que se comemora hoje. Os cineastas foram convidados a dar a sua perspectiva pessoal, e dos respectivos países sobre crianças invisíveis, aquelas cujas vidas passam ao lado de adultos e meios de comunicação em geral. Com o leque de realizadores de locais do planeta tão distintos, o resultado é tão rico de diversidade quanto emocionante e atractivo.

Os 7 mundos


(Tanza é o segundo a contar da esquerda)
Tanza
Somos convidados, primeiro, a viajar a África para ver a história de Tanza, que dá o nome à curta de Mehdi Charef (da Algéria). O jovem negro de 12 anos que viu a família morrer está num grupo de jovens lutadores pela liberdade que, empunhando armas, vivem numa indiferença com a morte.



Blue Gypsy
O bósnio Emir Kusturica traz-nos, da sua terra natal, Blue Gypsy, onde um jovem cigano que vive num animado centro de detenção juvenil tem sentimentos ambíguos na hora da libertação com medo de um pai violento e que o obriga a roubar.



Jesus Children of America

é o filme de Spike Lee, sobre uma adolescente mestiça de Brooklyn que descobre ser filha seropositiva de um casal de toxicodependentes – a prova de que as crianças podem ser cruéis umas para as outras.



Bilú e João
A realizadora brasileira Katia Lund mostra Bilú e João, os nomes de duas crianças empreendedoras a viver numa favela que tentam ganhar algum dinheiro reunindo metais e o cartão para vender num depósito.


Jonathan
O famoso inglês Ridley Scott juntou-se à filha Jordan para falar de Jonathan, um repórter fotográfico cuja necessidade escapar ao tormento das guerras o levam a regressar à infância.



Ciro
Stefano Venerusso é um italiano que trabalhou com Mel Gibson em A Paixão de Cristo e Scorcese em Gangues de Nova Iorque e traz Ciro, sobre um jovem a viver entre o crime (roubo) e as brincadeiras próprias da idade nos bairros pobres de Nápoles.


Song Song & Little Cat
Por fim, o chinês John Woo (Missão Impossível II) mostra a história de Song Song & Little Cat, um laço peculiar e tocante que se cria entre uma órfã sem dinheiro e uma criança da mesma idade rica mas perturbada. Talvez o melhor dos sete, surpreendente mesmo. A forma como aborda crianças com situações tão distintas mas, afinal, tão perto uma da outra, e como se desenvolve e culmina é extraordinário.

A viagem termina por aqui mas facilmente fica na cabeça de todos os que o viram. Infelizmente estreia, para já, apenas no UCI, em Lisboa, já que a distribuidora Vitória Filmes apenas quis fazer uma cópia.

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Class: 4/5
Realização: Mehdu Charef, Emir Kusturica, Spike Lee, Katia Lund, Jordan e Ridley Scott, Stefano Veneruso e John Woo
Site oficial: All The Invisible Children

Género: Drama
Distribuição: Vitória Filme
Classificação: M/12
França/Itália, 2005
116 min
Estreia em Portugal: 1 de Junho 2006


X-Men: The Last Stand 


O fim do princípio
X-Men: O Confronto Final. Depois do sucesso da sequela, aí está a prequela da banda desenhada mítica dos X-men, com mortes, novos mutantes, mais poderes fantásticos e uma porta bem aberta. Apesar de alguns exageros, esta é uma aventura intensa, espectacular e com vários desfechos.

Se, por um lado, no terceiro X-Men não assistimos propriamente ao confronto final, já que se faz questão de deixar a porta para novas aventuras, algo que era esperado, as mortes de mutantes importantes na história constituem, aparentemente, desfechos.
Que mutantes morrem e em que circunstâncias? Isso convém descobrir mesmo no filme. Nos dois anteriores foi o realizador Brian Singer que tomou rédeas à transposição da BD para o ecrã e, diga-se, com sucesso, especialmente em X2. Agora, Singer optou por realizar o Regresso de Super-Homem – uma das estreias mais esperadas do ano –, ficando Brett Ratner (Dragão Vermelho) a realizar o filme.
Talvez por isso, peca pelo exagero criado nos poderes de alguns mutantes, a intriga impregnada de acontecimentos e na falta de peso emocional nas personagens. No entanto, o filme, com muita acção, efeitos especiais (com pontes a serem levantadas), entretém. A acção começa 20 anos antes da altura acompanhada, quando Xavier e Magneto eram companheiros e conheceram Jean, a Fénix – um dos X-Men que irá tornar-se instável com os seus poderes e fulcral na história.


Agora, uma “cura” para eliminar os poderes dos mutantes ameaça mudar o rumo da história. Magneto junta vários mutantes para combater o governo e eliminar quem não é dotado, enquanto Xavier recomenda tolerância.
Sobre os novos mutantes (vários) interessa destacar o Anjo. Sobre os antigos, a diminuição da presença, infelizmente, de Mystique e a preponderância de Storm (Hale Berry) nos X-Men, ao lado de Wolverine (Jackman).
O aumento de poder de Storm advém de dois factos, o primeiro é um evento na história (a ver), o outro é Halle Berry ter exigido que a sua personagem tivesse maior protagonismo para voltar a participar (algo que também parece não ter ajudado o filme...).

O filme aborda questões actuais como, se será legítimo utilizar um antídoto para tornar “normal” quem é diferente. Outra das questões mais pertinentes irá estar em Jean (Fénix), já que os seus poderes imensos tornam-se também em maldição. Existe aí uma actualidade pertinente e humana, já que talentosos ou dotados podem também sofrer com os seus dons, como, por exemplo, as crianças sobredotadas ou vedetas imediatas e sem intensão.

De resto, nota-se um amontoar de ideias grande. Mas, num filme que se propõe entreter, este, resulta, embora de forma superficial. Em várias sequências nota-se ainda a influência de Matrix e o estilo de Wolverine, que terá em breve um filme só para si, faz lembrar o Terminator – primeiro duro, depois meigo.

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Class: 3/5
Realização: Brett Ratner
Com: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Ian McKellen, Halle Berry, Famke Janssen, Anna Paquin, Rebecca Romijn, Kelsey Grammer, Vinnie Jones
Site oficial em português: X-Men: The Last Stand
Género: Acção/Ficção Científica/Thriller
Distribuição: Castello Lopes
Classificação: M/12
EUA, 2006
104 min.
Estreia em Portugal: 25 de Maio.




Mystique tem um papel mais reduzido


Da Vinci Code 

Do livro para o ecrã
Código da Vinci. A história de Dan Brown vendeu mais de 40 milhões de livros pelo mundo, inspirou muitas mais pessoas, motivou protestos da Igreja Católica e, hoje, estreia-se mundialmente em filme. O enredo apresenta-se como um resumo do livro sem o mesmo valor que a obra, com interpretações suficientes de Tom Hanks e Audrey Tautou.

João Tomé - in Destak (versão aumentada da que saiu no jornal)

Seria sempre impossível para um filme sobre o livro Código Da Vinci igualar o impacto que o livro, de Dan Brown, teve por todo o mundo, mas a película de Ron Howard (realizador de Mentes Brilhantes) mostra-se pouco ambiciosa e, sem arriscar, faz uma espécie de resumo do livro.
Perde, assim, o valor sentimental das personagens que “respiram” pouco após cada novo desafio que ocorre e até o ambiente de mistério que envolvia o livro. A aura de mistério das páginas acabou por não passar com tanta intensidade para o ecrã. Em torno deste filme, que estreia hoje em Portugal e em vários países do planeta (nos Estados Unidos estreia só amanhã) gerou-se uma enorme expectativa pelo sucesso do livro e pelas críticas da igreja à história, que fala sobre uma história de Jesus bem diferente da que conhecemos.
Os produtores contribuíram para a expectativa ao envolver em segredo o filme que só teve visionamentos para jornalistas desde terça-feira à noite, altura em que teve a sua antestreia mundial em Cannes – algo invulgar.
A verdade é que os 2 mil críticos de cinema acolheram o filme com alguns assobios de num dos festivais de cinema mais importantes do mundo. Demasiado literal e com demasiados diálogos é uma das críticas apontadas e, de facto, é o que se verifica.


O Sangue Real
Poucos são aqueles que desconhecem os traços gerais do livro de Dan Brown… mas resumindo, acompanhamos a história do historiador norte-americano Robert Langdon (Tom Hanks) que numa noite em Paris passa de convidado a fugitivo pelo assassinato do curador do Louvre, Jacques Sauniere. Mas entre os símbolos que o curador deixou para ele e para a sua neta Sophie Neveu (Audrey Tautou) entra-se na descoberta de uma sociedade secreta de dois mil anos, o Priorado de Sião, que poderá abalar os pilares do cristianismo, daí um grupo da Opus Dei onde.

As histórias do livro são assim resumidas para o filme mas o essencial está lá todo, o que motiva os 149 minutos. Apesar de não ser brilhante, existem bons cenários e a dupla Hanks (que aparece com um “look” diferente que ajuda) e Tautou é convincente apesar de haver pouco tempo para as emoções das respectivas personagens.
A busca pelo Santo Graal, aliás, Sangue Real – da linhagem de Jesus Cristo continuada pela esposa Maria Madalena –, os símbolos, códigos (muito ligados a Da Vinci) acabam por preencher o filme sobre mistérios religiosos. Este Código dá assim a possibilidade de ver o que no livro poderia ser imaginado. O sucesso é garantido, o valor como filme e experiência nem tanto.

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Class: 2,5/5
DE: Ron Howard
COM: Tom Hanks; Audrey Tautou; Ian
McKellen; Alfred Molina; Paul Bettany
GÉNERO: Drama/Thriller
ORIGEM: EUA, 2006;
149 minutos
Estreia em Portugal: 18 de Maio


Algumas personagens
Robert Langdon
Personagem central na história, é ele que irá ajudar Sophie Neveu a perceber alguns dos códigos secretos que o grão-mestre do Priorado, Sauniere, deixou para ambos encontraram o Santo Graal. Tom Hanks, de cabelo para trás, e aspecto menos novo, poderia estar melhor, talvez se Ron Howard deixasse. Curiosa é a forma de o ver decifrar códigos.

Audrey Tautou
Interpretada pela “Amélie”, Audrey Tautou, apesar de não estar mal como Neveu, parece ser um pouco frágil de mais para a personagem. Ela é a criptóloga da polícia francesa, parte na aventura que o avô, por códigos, lhe propõe. ...

Leigh Teabing
O professor obcecado pelo Santo Graal é quem dá as maiores explicações sobre a vida de Jesus – que perturbarama Igreja. Falando a Neveu e ao conhecido Langdon, conhecemos oprincipal código de Da Vinci. Ian McKellen acaba por fazer bem a transição ... numa das personagens mais bem conseguidas do filme.

Silas
A força de acção do bispo Aringarosa (interpretado por Alfred Molina) é albino, tal como no livro, e flagela-se como sacrifício por Jesus. Paul Bettany encarna bem a personagem, assustando, por vezes. É ele que, em nome da Opus Dei, perseguirá o Priorado e o Graal.

terça-feira, junho 13, 2006

M:I:3 


Hunt volta à caça
Missão: Impossível 3. Acção e intensidade no limite é o que se pode esperar do regresso da saga de Missão Impossível. Tom Cruise volta em forma ao lado de um realizador prometedor, J.J. Abrams, e de um elenco curioso: Keri Russell; Philip Seymour Hoffman; Laurence Fishburne e Jonathan Rhys Meyers.

por João Tomé - in Destak (versão alterada)

Em Missão Impossível, tudo se passa numa luta contra o tempo, ou não fosse esse um dos lemas da série original de 1966. Seis anos depois do segundo filme da saga que Tom Cruise levou ao ecrã – quer como produtor quer como protagonista – as críticas norte-americanas, ao contrário do que se esperava, tem sido favoráveis ao filme que é uma das promessas de sucesso das distribuidoras. Apesar de ter um enredo enriquecido com algumas tentativas de surpresas e o lado mais humano de Hunt - já que, aqui, surge com uma vida familiar à espera de resolução -, nem sempre a surpresa é o melhor lado. Resulta para o que se propõe, um filme com uma grande energia, um Tom Cruise a 200 à hora e algum amor pelo meio. Fica a vontade que o vilão, o já conhecido de Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman (que recebeu um Oscar este ano por Capote), tenha maior tempo de antena e protagonismo. Quando aparece Hoffman assusta, felizmente. Outro dos momentos bem conseguidos do filme é a forma como o mundo de Ethan Hunt desaba, nomeadamente como a sua agência de vira contra si...

A principal novidade é o realizador, J. J. Abrams, que se estreia agora no cinema e é o criador das famosas séries televisivas Perdidos, Alias e ainda Felicity. Abrams traz maior intensidade dramática à acção do franchise de milhões de dólares. Foi convidado por Cruise que, apesar de não ver televisão, viu DVD da séria Alias e quis Abrams. Quando Tom quer, Tom tem... às vezes. O ingrediente principal, claro, é mesmo o único Tom Cruise, que regressa numa forma impressionante como o agente Ethan Hunt.

Agora, Hunt está retirado das missões perigosas, mas é chamado à acção para eliminar um negociante de armas sádico e perigoso (Philip Seymour Hoffman), enquanto tenta manter a sua identidade secreta para proteger a sua namorada (a bela Michelle Monaghan, que deslumbrou em Kiss Kiss Bang Bang). Numa luta para combater o mau da fita e salvar a namorada, Hunt volta a juntar a sua equipa, que conta agora com três novos elementos: Zhen (Maggie Q), Lindsey (Keri Russell – da série Felicity) e Declan (Jonathan Rhys Meyers – protagonista de Match Point). Fica a sensação de energia e de que Philip Seymour Hoffman, Keri Russel e Jonathan Rhys Meyers poderiam ser melhor aproveitados (papéis mais interventivos e menos Tom Cruise)... quem sabe.

Crítica da Variety
Ficha IMDb

Class: 3/5
Realização: J.J. Abrams
Com: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Ving Rhames, Laurence Fishburne, Billy Crudup, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys-Meyers
Site Oficial: Mission: Impossible III
Género: Acção
Distribuição: Lusomundo
Classificação: M/12
EUA, 2006
126 min

Estreia em Portugal: 4 de Maio 2006


segunda-feira, junho 12, 2006

The New World 


Um mundo novo de amor
Novo Mundo. Nem só de feitos decisivos e grandiosos vivem os filmes sobre a descoberta no novo mundo (América). Aliás, os primeiros colonos sofreram e transmitiram doenças aos índios, vivendo-se combates mas também amores entre os dois povos, durante a imposição europeia na América.
O realizador e argumentista Terrence Malick (autor de A Barreira Invisível), faz poucos filmes, mas existe sempre grande expectativa quando quer contar uma história, pelo modo subtil e estético que incute no seu cinema. Aqui, ilustra com encanto e cor a história do Capitão John Smith (interpretado pelo “duro” Colin Farrell) e a sua paixão por uma adolescente da tribo índia Powhatan, de nome Pocahontas (os mais jovens farão a reminiscência imediata para a animação, mas trata-se de uma figura muito retratada).

Numa viagem britânica para encontrar novos tesouros na América, a tripulação de Smith estabelece colónia na Virgínia. Durante uma expedição de um grupo da colónia para encontrar alimentos, Smith é o único sobrevivente após um ataque dos índios, mas fica seu prisioneiro durante alguns meses. De prisioneiro a curiso daquele novo modo de vida vai um pequeno passo. De curioso à atracção e paixão pela jovem e bela Pocahontas (Q’orianka Kilcher) outro pequeno passo, perigoso.
Após um regresso à miséria de doenças e desentendimentos do quartel britânico (cada vez menos povoado), desencadeia-se uma série de peripécias que nos fazem reflectir sobre o amor entre pessoas com culturas distintas e também no poder que tinha, na altura, o desejo de descoberta dos homens. O desejo e ir mais além e ficar na história - não é por acaso de que até se fala nas descobertas que os portugueses estavam a desenvolver na altura.
O amor entre os dois vai trazê-la para o mundo ocidental onde se dão vários desencontros com Smith e entra em cena John Rolfe (Christian Bale). Desde a ambição por novas descobertas, de Smith, à emoção por ter traído a sua tribo, de Pocahontas, a imaginação e cuidado estético de Mallick é surpreendente e brilhante, apesar de necessitar de um certo estado de espirito para assimilar a experiência. A uma história de amor tocante e dramática junta-se também uma relevância histórica curiosa.

Ficha IMDb

Class: 3,5/4
Realização: Terrence Malick
Com: Colin Farrel, Christopher Plummer, Christian Bale, Q’orianka Kilcher
Site Oficial: The New World
Género: Aventura/Drama/Histórico
Distribuição: Lusomundo
Classificação: M/12
EUA, 2005
135 min.
Estreia em Portugal: 4 de Maio 2006



segunda-feira, junho 05, 2006

Lipstick on Your Collar 



Uma das minhas séries (mini-série, na verdade) preferidas durante a adolescência. Felizmente passou na RTP1. Lipstick on Your Collar (de 1993; ver na Wikipedia; XP; NY Times). Com Ewan McGregor. Era imaginativa e inteligente. Com pormenores e fantasias que me fascinavam profundamente. A fazer lembrar, em parte, as fantasias de Ally McBeal. Apesar das fotos serem a preto e branco, a série era a cores, e bem colorida, aliás. A história e argumento é de Dennis Potter (que morreu em 1994, um ano após a série estrear).

FRASE DE DENNIS POTTER: "The trouble with words is that you never know whose mouths they have been in."

MARCA DE POTTER: Musicals where the actors lip-sync to classic songs

ENTREVISTA A EWAN:
How did you get started?
I played music all through school and I kind of performed that way. Then I left school at 16 and worked in Perth Repertory Theatre, which was quite nearby where I lived. And I worked there for about six or seven months, as part of the stage crew. From there I did a one year theatre acting course in Fife, and then three years of drama school in London. I left halfway through my third year to start Lipstick On Your Collar, which was the first thing I ever did.
in BBC

Sinopse:
From one of the most creative, daring, and provocative British writers, "Lipstick on Your Collar" was the last work by television writer, playwright, and screenwriter Dennis Potter, to be produced during his life. He died of cancer in June of 1994. Part musical, part romantic comedy, part male fantasy, the story revolves around Private Francis Francis who has just been assigned to the British War Office, as an Army Intelligence clerk, in 1956.
Private Francis begins an amorous fantasy life with blonde bombshell Sylvia Berry, who's already married... and their secret meeting leads to a shocking tragedy. Meanwhile, the War Office buzzes with rumors of a Suez Canal invasion, but the daydreaming soldiers Francis and Hopper are preoccupied with their visions of singing, dancing and beautiful women. As the British Army marches forward, a dramatic twist of fate gives the lovelorn clerks a pleasant surprise.

Tempo total: 6 horas


quinta-feira, junho 01, 2006

belíssima 

Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

Estas fotos são do fim-de-semana, mas servem para dizer que Monica Belucci continua em boa forma física. Aqui, em Cannes, com o actor/realizador Tim Roth.

Cinema nas salas portuguesas 

O segundo da esquerda é Tanza.


Hoje (quarta-feira) tive uma verdadeira aventura por causa do filme Crianças Invisíveis. Este é uma conjugação interessante de sete curtas-metragens com ingredientes que considero verosímeis para poder estar em várias salas portuguesas. A estreia nacional acontece hoje, dia 1 de Junho, dia Mundial da Criança, o que faz com que muito apropriada a estreia do filmes neste dia. Depois, ainda existe um forte interesse de organizações como a Oikos, a Pobreza Zero, entre outras, neste filme, daí terem feito iniciativas em torno dele e tudo. Além disso, as notícias de amanhã, ou hoje, porque já é dia 1, irão falar na pobreza das crianças portugueses (Portugal é dos países europeus com crianças mais pobres houve um aumento de 26% de 2001 para 2003). As sete curtas, onde se incluem nomes de realizadores bem conhecidos, como Emir Kusturica, Spike Lee, Ridley Scott e John Woo. Só há um senão, aquele que me criou muitos problemas hoje,

SÓ ESTREIA NUMA SALA EM TODO O PAÍS!!!

Ora, porquê?
Isso foi o que eu tentei saber durante o dia de hoje, embora a resposta já andasse pela minha cabeça, mas queria ouvir da própria boca dos seus responsáveis. O filme, comprado pela ECOFILMES, é distribuido pela Vitória Filmes. No entanto, comecei por ligar para a Lusomundo. Falei com uma senhora bem prestável e simpática que me explicou, por alto, como tudo isto funciona. Perguntei, porque um filme como este, que até tem muito a ver com o Dia da Criança, não estreava em nenhuma das salas da Lusomundo. Ela prontificou-se a explicar que não sabia bem mas ,nestas situações, costuma ser por uma questão de estratégia da distribuidora, que aposta apenas numa sala para poupar dinheiro ao comprar só uma cópia da bobine. Explicou-me também porque esta semana filmes como, O Rafeiro e Ela é... Ele! são aqueles que contam com mais salas em todo o país. E porque filmes como, Stoned, Anos Loucos (que nem estreia no Porto) e Escolha Mortal, têm poucas salas. Tal como um filme inglês passado em Portugal durante do Europeu de futebol, Euro 2004 - Amor e Futebol, também não estreia sequer no Porto.

A resposta é óbvia e já a esperava: são filmes de qualidade (referindo-se também ao Crianças Invisíveis) ou de produtoras independentes que são vistos por uma elite e pouco pelas massas. Claro que um possível sucesso não é posto de parte. "Se um filme desse tipo, nas poucas salas em que estiver, for muito visto, há a possibilidade de passar para mais salas, mas é raro", disse. Percebido.

Liguei depois para a Vitória Filmes, que me confirmou que comprou só uma cópia do filme Crianças Invisíveis porque era caro comprar mais cópias para um filme [o que permitiria estrear no Porto ao mesmo tempo, por exemplo] para o qual não tinham muitas expectativas. E será que, se for muito visto, poderão haver mais cópias? "Só se for mesmo um sucesso tremendo, o que é dificil por haver só uma sala e, não nos parece."

Esclarecido? Talvez. Satisfeito? Longe disso.
Porque é que me indigno com isto? Essencialmente porque gosto de cinema. E, se cada vez mais posso ver um DVD ou um DIVx de um bom filme, não deixo de saborear ir ao cinema. E gosto de saber que os outros podem passar por essa mesma experiência que eu, no cinema. Não me considero elitista no cinema, mas esta semana, todos os filmes que ia destacar, nem sequer estreavam no Porto, e em Lisboa eram aqueles que tinham menos salas. Enfim. Uma coisa é clara: cada vez mais as distribuidoras portuguesas arriscam menos nos filmes, não se importando de colocar só comédias românticas em várias salas na mesma semana. Começa a haver menos variedade e isso é mau. Porque, se as pessoas que gostam mais de cinema e se informam mais, são capazes de ir ao UCI só para ver o Crianças Invisíveis, muitos outros que olham, por exemplo, para os cartazes das salas da Lusomundo, nunca encontrarão esse e outros filmes. Pelo que pude perceber, a culpa não é propriamente das salas da Lusomundo, nem mesmo de outras salas. Será mais pela pouca ambição e espirito de desafio das distribuidoras e também do público. Mesmo assim, acredito que fazem o público mais estúpido do que aquilo que é, verdadeiramente...


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