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sábado, abril 30, 2005

Eu, Peter Sellers 


A vida e a morte de Peter Sellers
A vida para o actor britânico Peter Sellers consistiu em encarnar várias personagens distintas mesmo no seu quotidiano. Geoffrey Rush traz ao grande ecrã o homem mimado, perturbado e genial na arte de interpretar que foi Peter Sellers.

João Tomé

«Já houve um ‘eu’ mas eu mandei-o retirar cirurgicamente». O actor britânico Peter Sellers, que se tornou célebre pela série de filme da Pantera Cor-de-rosa, foi um autêntico camaleão ao interpretar várias vezes num mesmo filme personagens muito distintas e intensas.
Eu, Peter Sellers é mais um biópico – parece estar na moda nos últimos tempos – sobre a vida e a morte deste actor que se envolvia de tal modo nas personagens que as trazia para a sua vida.
O actor Geoffrey Rush está irreconhecível e consegue transmitir num desempenho audaz e emotivo a genialidade de Sellers nos filmes e a infantilidade e carácter quase esquizofrénico na sua vida quotidiana. O filme começa com os primórdios da carreira de Sellers, quando fazia um programa cómico de rádio na BBC.
O ambiente é escuro e áspero e já aí Sellers encarnava personagens mesmo na sua vida. A partir daí somos transportados pelo realizador Stephen Hopkins para dentro dos filmes que Sellers fez e da sua vida – não há separações e nunca sabemos estamos dentro dos seus filmes ou da sua vida. Sellers era tão convencido quanto mimado e via na mãe o seu porto de abrigo. O pai mostra-se arrependido da educação mimada do filho, já a mãe ensina ao filho a ser arrogante e adora apaparicá-lo. Existem depois reminiscências à sua infância que nos mostram de onde veio muitas das características infantis de Sellers.
Muitas mulheres queixam-se da infantilidade dos amigos/maridos/namorados. Isso é porque não conheceram Peter Sellers. Ele brincava constantemente com a mulher e o filho. Até demais. Fazia birras quando não tinha o que queria. Numa das cenas quando o filho lhe risca inocentemente o carro, Sellers destrói de forma vingativa um dos brinquedos preferidos do filho.
Quando começa a tornar-se conhecido e “faz” de Inspector Jacques Clouseau no célebre A Pantera Cor-de-Rosa, entramos numa segunda parte do filme preenchida pelo glamour de Hollywood e a obsessão de Sellers por mulheres bonitas. Tem uma paixão por Sophia Loren acreditando, sem razões para isso, que ela o ama, e conversa sobre o assunto à mulher como se nada fosse. Como não consegue o que acreditava conseguir com Sophia Lauren, tem uma relação sexual com uma sósia.
Acaba por deixar a esposa de forma abrupta – depois de uns jogos teatrais com ela – e envolve-se depois com uma modela sueca chamada Britt Eklund, com quem se casa. A linda Charlize Theron é quem faz de Eklund, que dá beleza, mas um desempenho fraco ao filme – com uma pronúncia pouco convincente.

Ao longo destas relações entre um homem feio e mulheres bonitas, Sellers vai participando em filmes de Blake Edwards (interpretado pelo convincente John Lithgow), com quem tem uma relação de amor e ódio, de Stanley Kubrick (o clássico Dr. Strangelove). Sellers termina a vida, e termina o filme, a odiar o filme A Pantera Cor-de-Rosa e a realizar um desejo de sete anos. Colocar no cinema uma adaptação do livro Being There – onde "faz" de um jardineiro particular, papel que lhe valeu uma nomeação para o Oscar. Sellers (que morreu nos anos 80) gostava de dizer que não tinha personalidade e que utilizava a das suas personagens na sua vida e é isso que o filme nos mostra numa viagem pela sua vida.

De: Stephen Hopkins
Com: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, John Lithgow
Origem: GB/EUA, 2004
Duração: 126 minutos
www.petersellersthemovie.com


Outras Estreias 


Adivinha Quem?
De: Kevin Rodney Sullivan
Com: Bernie Mac, Ashton Kutcher Hal Williams
Origem: EUA, 2005.
Duração: 106 minutos
www.sonypictures.com/movies/guesswho/

Ashton Kutscher protagoniza esta comédia que retrata uma situação comum em filmes mas com circunstâncias anormais. Á semelhança do filme Um Sogro do Pior, Adivinha Quem? retrata um jovem que vai conhecer os seus futuros sogros. Menos cómico do que o filme com Ben Stiller, aqui o casal é composto por um jovem branco, Simon, que vai conhecer os pais da sua namorada negra. O sogro interpretado por Bernie Mac não poderia ser mais insuportável e implica com o facto de Simon ser branco. Criam-se várias situações muito divertidas entre o desajeitado Simon e o sogro grande, bruto e negro. Os gags do filme reflectem na maior parte das vezes as diferenças culturais americanas entre negros e brancos.

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O Fardo do Amor
De: Roger Michell
Com: Daniel Craig, Rhys Ifans, Samantha Morton
Origem: Reino Unido, 2004
Duração: 101 minutos

Este thriller dramático adaptado do livro com o mesmo nome de Ian McEwan conta a história de um casal cuja vida é dramaticamente alterada depois de um acidente de balão. Daniel Craig é Joe, um especialista em ciência cuja visão do mundo é radicalmente abalada depois de uma tentativa de salvamento num acidente de um balão que vitimou outro homem. Ele começa a ficar obcecado sobre o que poderia ter feito de diferente. Rhys Ifans (que apareceu num papel cómico em Nothing Hill) é Jed, que também participou na tentativa de salvamento e desenvolve uma paixão homossexual por Joe. Temos amor, destino, medo e paixão num filme onde Samantha Morton é a mulher de Joe vê a sua relação com o marido abalada depois do acidente.


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A Educação de Paul
De: Kevin Bacon
Com: Kyra Sedgwick, Kevin Bacon, Sandra Bullock, Matt Dillon, Oliver Platt, Marisa Tomei
Origem: EUA, 2005
Duração: 82 minutos

Kevin Bacon realiza e participa num filme com uma história simples e que poderá não agradar a todos. Esta é a história de Emily Stoll (Kyra Sedgwick – esposa de Bacon), uma mulher brilhante, bonita e independente que nunca quis um marido ou uma casa. Emily apenas queria um filho especial. Depois de várias tentativas em encontros casuais, Emily não conseguia engravidar. Quando já tinha perdido a esperança engravida e dá à luz o seu filho Paul. A personagem Emily tem traumas de infância motivados essencialmente pela paixão excessiva que os pais tinham um pelo outro (Marisa Tomei e Kevin Bacon). Ela protege o filho de qualquer contacto exterior para ele não ser corrumpido. Mas à medida que vai crescendo Paul quer conviver com outras crianças e Emily tem medo de perder o amor da sua vida, que considera ser melhor que as outras crianças. O elenco fantástico também composto por Sandra Bullock, Matt Dillon e Marisa Tomei é enganador visto que aparecem em papéis pouco habituais num filme um pouco segmentado. No final a lição a tirar parece ser: os filhos não são o que os pais querem que eles sejam.

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xXx2 - Estado Radical
De
: Lee Tamahori
Com: Ice Cube, Willem Dafoe, Samuel L. Jackson, Scott Speedman
Origem: EUA, 2005
Duração: 101 minutos
www.sonypictures.com/movies/triplex2/

Um bom elenco e grandes doses de acção ao mais alto nível são os ingredientes da sequela de XXX. Os rumores de uma mudança política e de que o presidente é considerado um alvo a abater por uma facção radical de dissidentes do Governo norte-americano provocam o caos no Capitólio. Os heróis desta aventura são Augustus Gibbons (Samuel L. Jackson), que está em fuga e o soldado condecorado das Operações Especiais, Darius Stone (Ice Cube). Gibbons vai recrutar Stone para enfrentar os rebeldes, liderados pela personagem de Willem Dafoe, que pretendem fazer o primeiro golpe de estado da história dos Estados Unidos.

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DVD

Crimes em Wonderland

As interpretações convincentes de Val Kilmer e Kate Bosworth dão maior valor a esta história baseada em factos verídicos. O filme retrata-nos eventos que nos conduzem aos crimes de Wonderland em Los Angeles, em Julho de 1981. Sabe-se que 4 pessoas foram assassinadas nos seus apartamentos na Avenida de Wonderland, aparentemente devido a represálias pelo roubo a um ilustre magnata de um clube nocturno de L.A. Não se sabe qual a relação de Holmes, famoso actor pornográfico, nestes crimes, mas o facto é que as suas impressões digitais foram encontradas no local do crime.

De: James Cox
Com: Val Kilmer, Kate Bosworth, Lisa Kudrow
Extras: Comentários do realizador e Val Kilmer; documentário.

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TAMBÉM ESTREIAM

- A Semente de Chucky

- Kamchatka

- Cantando Por Detrás das Cortinas

parabéns Kirsten 



Kirten Dunst faz anos hoje, dia 30 de Abril. Parabéns Kirsten. O estranho é que depois de tantos filmes importantes e reconhecidos Kirsten Dunst nasceu em 1982, ou seja, fez agora 23 anos... no cinema é cada vez mais assim. Ricos, famosos e com papéis de relevo em cada vez menos tempo.

Aqui ficam os últimos filmes da Kirsten pelo imDb:

Spider-Man 3 (2007) (pre-production) .... Mary Jane Watson
Marie-Antoinette (2006) (filming) .... Marie-Antoinette
Elizabethtown (2005) (post-production) .... Claire Colburn

Wimbledon (2004) .... Lizzie Bradbury... aka Plus belle victoire, La (France)
Spider-Man 2 (2004) .... Mary Jane Watson... aka Spider-Man 2: The IMAX Experience (USA: IMAX version)
Spider-Man 2 (2004/II) (VG) (voice) .... Mary Jane Watson
Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004) .... Mary
Mona Lisa Smile (2003) .... Betty Warren
Kaena: La prophétie (2003) (voice: English version) .... Kaena... aka Kaena: The Prophecy (USA)
Levity (2003) .... Sofia Mellinger
The Death and Life of Nancy Eaton (2003) (TV)
Spider-Man (2002) .... Mary Jane Watson
The Cat's Meow (2001) .... Marion Davies
Crazy/Beautiful (2001) .... Nicole Oakley
Get Over It (2001) .... Kelly Woods/Helena... aka Get Over It! (USA: promotional title)
Deeply (2000) .... Silly... aka Deeply (Germany) ... aka Sur fond d'océan (Canada: French title)
Bring It On (2000) .... Torrance Shipman
Luckytown (2000) .... Lidda Doyles
The Crow: Salvation (2000) .... Erin Randall... aka The Crow III - Tödliche Erlösung (Germany: DVD title)
All Forgotten (2000) .... Zinaida... aka Lover's Prayer (USA)
Savage Garden: Superstars and Cannonballs: Live and on Tour in Australia (2000) (V) (uncredited) .... Girl on Subway ("I Knew I Loved You")
Dick (1999) .... Betsy Jobs... aka Dick, les coulisses de la présidence (France)
Drop Dead Gorgeous (1999/I) .... Amber Atkins... aka Gnadenlos schön (Germany)
The Virgin Suicides (1999) .... Lux Lisbon... aka Sofia Coppola's the Virgin Suicides (USA: complete title)

(...)

Reparem agora nos filmes famosos em que participou quando era criança:
Jumanji (1995) .... Judy Shepherd
Little Women (1994) .... Younger Amy March
Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles (1994) .... Claudia... aka Interview with the Vampire (USA: short title)
(...)
The Bonfire of the Vanities (1990) .... Campbell McCoy

Impressionante, de facto.


image

Fantasporto aposta em campanha mediática em Cannes 



O Fantasporto vai voltar «em força» ao Festival Internacional de Cinema de Cannes que arranca a 11 de Maio, com uma grande campanha mediática, disse à Lusa o presidente daquele festival de cinema portuense, Mário Dorminsky.
«A campanha foi planeada de forma a maximizar o efeito junto dos meios de comunicação social mais importantes no meio cinematográfico e será das mais fortes em Cannes, relativamente a quaisquer outros festivais ou empresas produtoras ou distribuidoras de todo o mundo», disse.
Dorminsky referiu que o Fantasporto vai este ano pela primeira vez instalar-se com stand próprio no Espaço Riviera do Mercado Internacional do Filme, para tentar chegar a todos os agentes cinematográficos, sejam eles produtores, distribuidores, realizadores ou actores.

«Este espaço servirá igualmente para dar a conhecer a cidade do Porto, de onde é oriundo o Fantas, pois haverá cartazes do Porto e promoção sobre a cidade a acompanhar toda a campanha«, frisou.
Referiu ainda que várias áreas da Croisette (zona de Cannes onde se realiza o festival) vão receber mupis/cartazes do Fantas+06, além da distribuição de 20 mil flyers e de 20 mil postais de promoção à próxima edição do Fantasporto.

O »Fantas« mantém também a publicidade no Guia do Festival de Cannes e no Pocket Guide, com o objectivo de atingir todos os meios de produção/distribuição de cinema.
O Guia é um meio de consulta anual de todos os meios cinematográficos, enquanto o Pocket Guide constitui o elemento de consulta diário de todos os participantes no Festival e no Mercado do Filme de Cannes.

A campanha inclui ainda publicidade no sítio www.filmfestivals.com da Internet, que disponibiliza toda a informação sobre os festivais de cinema de todo o Mundo.
Mário Dorminsky salientou que esta campanha inclui os logótipos do patrocinador principal do Fantasporto (Super Bock), e das entidades que apoiam o evento, nomeadamente o Ministério da Cultura, o ICAM, Adeturn (empresa promotora do turismo no Norte de Portugal) e Câmara Municipal do Porto.

A 26ª edição do Fantasporto, Festival Internacional de Cinema do Porto realiza-se entre 20 de Fevereiro e 5 de Março de 2006.
Além das tradicionais secções oficiais do festival - Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores e Orient Express, há já várias retrospectivas no programa, a principal das quais é dedicada ao cinema chinês.

Outras retrospectivas já certas para 2006 têm como temas o cinema de Bombaim (Índia), especial incidência nos musicais da década de 60/70 (Bollywood), uma homenagem ao cineasta e produtor francês Luc Besson e a sua Europa Corporation e uma mostra dedicada ao cinema expressionista alemão (desde Fritz Lang a Murnau).
Mário Dorminsky acrescentou ainda que está em negociação uma mostra dedicada ao cinema australiano dos últimos cinco anos.

sexta-feira, abril 29, 2005

Marvel em cinema 



Marvel vai produzir filmes baseados nas suas personagens
A editora de livros de banda de desenhada Marvel anunciou esta quinta-feira que vai começar a assegurar a produção dos filmes baseados nas suas personagens de comics. A distribuição das películas ficará assegurada pela Paramount Pictures.
Nesse sentido, a empresa assinou um acordo de finaciamento com a Merrill Lynch Commercial Finance Corporation, para sete anos, de 525 milhões de dólares – 407 milhões de euros – que permitirá à Marvel produzir as películas e beneficar do merchandising associado.
Quanto à Paramount, propriedade da Viacom Incoprporated, vai receber um pagamento pela distribuição de cada filme, e manterá os direitos internacionais da distribuição. O acordo assinado entre as duas empresas prevê que a Marvel poderá distribuir um máximo de 10 filmes nos próximos oito anos, incluindo os primeiro títulos de «Capitão América» e de «Nick Fury».
A primeira estreia deverá acontecer em 2008, com um orçamento de produção entre 45 e 180 milhões de dólares – entre 35 e 144 milhões de euros. A Paramount não vai contribuir para os custos de produção, apesar de colaborar na promoção.

quinta-feira, abril 28, 2005

Tom e Katie, o minorca e a modelo 



Este Tom das Cruzes tem predilecção por mulheres mais altas do que ele. Primeiro foi a Nicole Kidman, a Penelope Cruz foi a excepção, mas Katie Holmes tem 1m80!! E ele 1m69!! Eheh. Ou serão as altas que lhe acham piada? Uhmmm.

> Tom Cruise has a new girlfriend — actress Katie Holmes. Cruise, 42, and Holmes, 26, have been dating a few weeks, Cruise's publicist and sister, Lee Anne DeVette, said Wednesday.
The pair were photographed this week together in Rome, where Cruise on Friday will receive a lifetime achievement award at the Italian equivalent of the Academy Awards, the David di Donatello Awards.
Holmes' public relations firm — Baker Winokur Ryder — confirmed the two were dating.
Both actors have had high-profile relationships.
Cruise's first two marriages, to actresses Mimi Rogers and Nicole Kidman, ended in divorce. He was dating actress Penelope Cruz until the pair split last year.
Holmes and actor Chris Klein recently called off their engagement after dating five years.
Cruise in his nearly 25-year career has starred in such films as "Rain Man," "Jerry Maguire" and the upcoming Steven Spielberg remake of "War of the Worlds."
Holmes is best known for starring in the TV show "Dawson's Creek," and the movies "Wonder Boys" and "Pieces of April." She will co-star with Christian Bale in this summer's "Batman Begins." (AP)


quarta-feira, abril 27, 2005

O que é ser crítico de cinema? 


Último filme visto (hoje de manhã), A Love Song for Bobby Long: soberbo.

A crítica.
Pode ser muitas coisas. Depende do meio de comunicação social para o qual se escreve ou trabalha. Depende também do tipo de comunicação social, rádio, televisão, imprensa, revista... Existem muitas variantes.

Vejo o crítico de duas formas. A primeira é quando ainda não se viu um filme e lê-se a critica. A segunda é quando já se viu o filme e então lemos a crítica. São duas formas distintas de encarar a critica e eu, para ser sincero prefiro a segunda. É que a maior parte dos filmes são mundos a ser descobertos. E eu gosto de descobrir os meus mundos de forma virgem, para não só ser surpreendido como saborear cada um dos pormenores pela primeira vez. Aliás, não é por acaso que gosto de experimentar filmes um pouco ao acaso, e algumas vezes sou surpreendido pela positiva.

Ser crítico, para mim, é parar um pouco e reflectir sobre o que foi visto. Daí a escrita ser o meio priviligiado da escrita. "Parar" é mesmo parar. Fazer uma pausa depois do que vimos e recordar o melhor e pior, bem como alguns pormenores - apesar de nas críticas que se fazem não haver "espaço" de caracteres para grandes pormenores (no meu caso ainda menos espaço, infelizmente). Como é sempre uma observação pessoal, somos guiamos o nosso espirito pelas memórias do que ficou, da história, das personagens e actores. O bom de uma crítica para quem já viu o filme é que permite-nos concordar ou discordar e, além disso, permite recordar pormenores saborosos que adorámos mas que já nem recordávamos (e vice versa relativamente a pormenores que detestámos) e verificar outros pormenores que nem tinhamos notado.

Quando alguns cineastas falam nos críticos - referindo-se áqueles mais ferozes - como realizadores falhados, eu tenho de dizer: concordo em parte. Falo por mim, eu gosto de escrever sobre filmes, e a verdade é que também gostava de participar activamente como já cheguei a fazer em breves experiências de faculdade (em curtas-metragens). A verdade é que a maior parte dos criticos são de facto realizadores frustrados. Mas também é verdade que as opiniões não passam disso mesmo e acabam por ser importantes como meio de recordar, ou eternizar um filme.

Os departamentos de marketing da indústria cinematográfica muitas vezes são exageradas e apenas buscam o comércio. Enquanto as criticas buscam as paixões, os ódios, os comentários...


terça-feira, abril 26, 2005

Star Wars em série 



Saga "Guerra das Estrelas" será adaptada para televisão
A saga cinematográfica "Guerra das Estrelas" vai ser adaptada para televisão, com a criação de duas séries de ficção, uma delas de animação, revelou hoje o realizador George Lucas numa convenção nos Estados Unidos.

De acordo com o cineasta e mentor da série de ficção científica, uma das séries será feita em animação em 3D (três dimensões), a partir de pequenos episódios de três minutos que têm estado a ser exibidos no canal Cartoon Network.
Num encontro sobre a "Guerra das Estrelas" hoje em Indianopolis, Lucas explicou que a outra série será interpretada por actores e integrará personagens dos seis filmes que integram a saga.

As histórias desta segunda série terão um guião semelhante à série televisiva "As Crónicas de Indiana Jones", feita a partir dos filmes do aventureiro arqueólogo.
O anúncio de George Lucas surge numa altura em que se prepara a estreia cinematográfica do quarto e último episódio da "Guerra das Estrelas", intitulado "A Vingança dos Sith", que chega a Portugal em Maio.

O primeiro filme da "Guerra das Estrelas", com o título homónimo, estreou em 1977 e abriu caminho a uma trilogia que incluía "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O regresso de Jedi" (1983).
Estes três filmes são, na verdade, os últimos episódios da série, já que o realizador George Lucas decidiu contar a história que antecedeu o enredo da "Guerra das Estrelas" em mais três longas-metragens.

Em 1999 saiu "A Ameaça Fantasma", ao qual se seguiu o "Ataque dos Clones" (2002).
"A Vingança dos Sith" completa, assim, os seis filmes que, segundo George Lucas, se debruça sobre a vida de Darth Vader, o mais temido dos vilões do cinema, desde a infância até a morte.
O filme terá uma antestreia europeia no início de Maio, no Festival Internacional de Cinema de Cannes, em França. --- in Lusa

segunda-feira, abril 25, 2005

A Queda - Hitler e o Fim do Terceiro Reich 


Emoção e desespero de um líder moribundo
Os últimos doze dias da vida do ditador mais mortífero da história contemporânea da humanidade são retratados de uma forma emocional notável de um ponto de vista histórico e cinematográfico.

João Tomé

20 de Abril de 1889. Fez ontem 116 anos que nasceu Adolf Hitler na Áustria. A história deste filme é passada exactamente 56 anos depois, em 20 de Abril de 1945, quando Hitler se refugia num bunker situado sob a Chancelaria, em Berlim. Na superfície a artilharia russa bombardeia constantemente uma cidade cada vez mais em ruínas e que assiste sem grande reacção ao fim de uma era. Nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro estamos na presença de algo pouco comum na história do cinema, um filme alemão sobre Hitler. Talvez pela proximidade linguística ao líder do nazismo o filme ganha mais em veracidade e convence. O actor Bruno Ganz foi o responsável por ‘dar alma’ a Adolf Hitler e ao longo dos 156 minutos que dura o filme sentimos que estamos na presença do próprio Hitler. Somos guiados com precisão e muita emoção pelos últimos 12 dias de vida do ditador, quando este se refugia num bunker e faz os últimos preparativos para a derrota inevitável. Com ele está a sua companheira de sempre Eva Braun, o célebre Ministro da Propaganda Josef Goebbels e a respectiva esposa, Magda. O ambiente é muito tenso e o desfecho conhecido em todos os livros de história. Mas é a forma desesperada como o outrora imperador do nazismo vê o seu império cair que cativa. A emoção e intensidade dramática são notáveis neste filme baseado nas memórias da secretária de Hitler, (Traudl Junge) e na pesquisa do historiador Joaquim Fest – autor de um best-seller sobre o ditador.

De: Oliver Hirschbiegel
Com: Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara
Origem: Alemanha, 2004
Duração: 156 minutos
www.downfallthefilm.com

domingo, abril 24, 2005

código da vinci mais perto 



Ian McKellen na versão cinematográfica de «O Código Da Vinci»
O actor britânico Ian McKellen (Gandalf em «O Senhor dos Anéis») assinou contrato para participar na versão cinematográfica do best-seller de Dan Brown , «O Código Da Vinci». O intérprete aparece ao lado de Tom Hanks e Audrey Tatou, há muito confirmados para os papéis principais de Robert Langdon e Sophie Neveu.
Também Alfred Molina - «Homem Aranha 2», «Frida», «Chocolate» - entrará no projecto, com direcção de Ron Howard.
De acordo com a revista Variety, McKellen vai interpretar Sir Teabing, cabendo a Molina o papel do Bispo Arigarosa. Persistem ainda rumores quanto à participação de Christopher Eccleston - «Elizabeth», «Os Outros» - no filme, que deverá ser lançado em Maio de 2006. --- in DD


Ron Howard, o realizador. Jean Reno, o polícia Bezu Fache.


Os protagonistas: Tom Hanks (Robert Langdon), Audrey Tatou (Sophie Neveu).

sábado, abril 23, 2005

começa a época dos blockbusters 



Kingdom of Heaven. Último filme de Ridley Scott estreia a 6 de Maio
O último filme de Ridley Scott, «O rei dos céus», tem estreia mundial anunciada para o dia 6 de Maio. A película conta com figuras de peso do mundo da sétima arte, tais como Liam Neeson, Orlando Bloom e Edward Norton. O filme retrata Jerusalém das cruzadas.

A rodagem do filme iniciou-se com a revolução que tomou Huesca, quando Orlando Bloom e Liam Neeson chegam e instalam-se no meio do castelo medieval de Loarre, a Terra Santa das Cruzadas. As gravações passaram também por Ávila, Segóvia, Córdoba, Sevilha e por diversos enclaves de Marrocos.
«O Reino dos Céus» narra uma época em que Jerusalém, controlada pelos cristãos, vive uma paz débil. As ambições dos cavaleiros templários, apoiados pelo clero, punham em risco a convivência entre as três religiões monoteístas.

Para o realizador do «Gladiador», a história que narra as aventuras dos «cristãos bondosos» contra os «cruéis sarracenos» não passa de uma visão romântica daquilo que verdadeiramente ocorreu. Ridley e o seu guionista, William Monahan, tiveram desde o princípio a preocupação de retratar uma realidade «mais selvagem».

A escolha dos actores foi um processo relativamente fácil, visto Ridley saber à partida com quem queria trabalhar. Assim, Orlando Bloom foi a primeira escolha para desempenhar o papel do protagonista, o cavaleiro Balian. Em relação a Jeremy Irons e a Edward Norton, nem sequer foi necessário convencer: ambos se ofereceram para participar no filme.

Edward Norton interpreta o rei cristão que padece de lepra e, como tal, o rosto do actor não chega a aparecer no filme, sendo coberto por uma máscara de prata. A eleição da actriz francesa Eva Green para o papel de princesa Sybilla, que se apaixona pelo protagonista, foi uma aposta do realizador, na escolha de uma presença poderosa para interpretar o único papel feminino do filme. A rodagem do filme iniciou-se com a revolução que tomou Huesca, quando Orlando Bloom e Liam Neeson chegam e instalam-se no meio do castelo medieval de Loarre, a Terra Santa das Cruzadas. As gravações passaram também por Ávila, Segóvia, Córdoba, Sevilha e por diversos enclaves de Marrocos.

«O Reino dos Céus» narra uma época em que Jerusalém, controlada pelos cristãos, vive uma paz débil. As ambições dos cavaleiros templários, apoiados pelo clero, punham em risco a convivência entre as três religiões monoteístas.

Para o realizador do «Gladiador», a história que narra as aventuras dos «cristãos bondosos» contra os «cruéis sarracenos» não passa de uma visão romântica daquilo que verdadeiramente ocorreu. Ridley e o seu guionista, William Monahan, tiveram desde o princípio a preocupação de retratar uma realidade «mais selvagem».

A escolha dos actores foi um processo relativamente fácil, visto Ridley saber à partida com quem queria trabalhar. Assim, Orlando Bloom foi a primeira escolha para desempenhar o papel do protagonista, o cavaleiro Balian. Em relação a Jeremy Irons e a Edward Norton, nem sequer foi necessário convencer: ambos se ofereceram para participar no filme.

Edward Norton interpreta o rei cristão que padece de lepra e, como tal, o rosto do actor não chega a aparecer no filme, sendo coberto por uma máscara de prata. A eleição da actriz francesa Eva Green para o papel de princesa Sybilla, que se apaixona pelo protagonista, foi uma aposta do realizador, na escolha de uma presença poderosa para interpretar o único papel feminino do filme.
in DD

ver trailer

sexta-feira, abril 22, 2005

Sahara 


Por aventuras já navegadas
Para quem gosta de acção pura e dura e não se importa com alguns clichés exagerados num filme com traços de Indiana Jones. A química entre Penélope a McConaughey deixa a desejar, ao contrário do que acontece entre McConaughey e Zahn. classificação: 3.0

João Tomé

Muita aventura e boa disposição rodeada de um panorama africano preocupante onde os ditadores corruptos e gananciosos, oprimem e provocam miséria entre o seu povo. Estes são os traços gerais de um filme que tem sido comparado à saga de Indiana Jones.

O espírito de aventura e busca constante por relíquias no meio de uma África tão bela quanto martirizada pelo poder são algumas semelhanças com a saga Indiana Jones. Outra é Dirk Pitt, a personagem principal de Sahara – interpretado por um Mathew McConaughey em boa forma física – que é mais um herói do grande ecrã apenas semelhante por, tal como Indy, procurar peças históricas no meio de muitos perigos.
Mas Dirk está mais perto do caçador de tesouros quase caricatural, com os seus modos do Texas (tal como o próprio McConaughey) e a sua maneira convencida como investe na personagem de Penelope Cruz.
Ficam-se por aí as semelhanças nesta adaptação das aventuras africanas de Clive Cussler que peca pela previsibilidade da história e demasiados clichés - não tenta ser uma obra de arte é mais feito para divertir de uma forma descontraída (talvez demais).

A história começa de uma forma bem actual. Uma médica do Organização Mundial de Saúde chamada Eva Rojas (Penélope Cruz) está numa missão à Nigéria, onde investiga com um colega uma doença misteriosa. Logo no início é salva pelo explorador e aventureiro Dirk Pitt. Pitt anda sempre em conjunto com o seu companheiro de sempre Al Giordino (Steve Zahn), uma dupla muito descontraída que diverte e dá a principal alma ao filme.

Os interesses de aventureiros e médicos vão-se cruzar quando os primeiros procuram o chamado Navio da Morte, naufragado durante a Guerra Civil Americana e que trazia a bordo uma carga secreta, os segundos procuram no Mali a origem da misteriosa doença que se poderá tornar num surto. Partem em conjunto para o país a viver uma guerra civil. Por lá vão conhecer de perto os malefícios de um ditador africano e de um empresário europeu que ganham dinheiro à custa de uma fábrica no meio do Sahara que recicla lixos nucleares.

A descontracção com os dois amigos aventureiros que enfrentam todos os perigos na água e no deserto é tão divertida quanto caricatural. No final o herói, McConaughey, e a heroína Penélope beijam-se numa praia paradisíaca - mais cliché é impossível. Bem longe da saga de Indiana Jones este filme dispendioso e com muitos meios entretém, mas sabe a pouco. O romance fora do ecrã entre Penélope e McConaughey parece não resultar no filme, salva-se a dupla de aventureiros que se conhece instintivamente.

McConaughey foi produtor e protagonista depois de primeiro Hugh Jackman e se seguida, Tom Cruise terem mostrado interesse, mas a vontade de McConaughey em fazer passar ao cinema as aventuras de Clive Cussler falou mais alto.

De: Breck Eisner
Com: Matthew McConaughey, Steve Zahn, Penélope Cruz
Origem: EUA, 2005
Duração: 127 min
www.saharamovie.com






Routh, uma má escolha aparente 



Ora aí está o novo Superman. Brandon Routh está extremamente mal, pela imagem. Que desilusão, não só do actor em si, mas pelo fato... que coisa sem piada. Pela imagem parece bem melhor o Christopher Reeve ou mesmo os dois actores das duas séries do Superman.

This undated image made available Friday April 22, 2005 by Warner Bros. Pictures, shows 25 year-old American actor Brandon Routh in costume for his title role in 'Superman Returns.' The big-budget movie is scheduled for a June 2006 release. (AP Photo/ Warner Bros. Pictures)

quarta-feira, abril 20, 2005

A Intérprete 


Um thriller político do novo século
Repleto de actualidade e pertinência este é um filme sobre as Nações Unidas que junta dois dos melhores actores do cinema contemporâneo: Nicole Kidman e Sean Penn. O realizador Sydney Pollack mistura bons ingredientes em doses certas.

João Tomé - in Destak 14 Abril 2005

Não é todos os dias que surgem filmes sobre uma das organizações mais globais e importantes do planeta, as Nações Unidas. O realizador Sydney Pollack – que como é habitual participa também como actor numa personagem poderosa mas pouco presente (chefe dos Serviços Secretos) – presenteia-nos com uma história apaixonante que mistura política, corrupção e o mundo sob o ponto de vista das Nações Unidas.
Aliás, esta foi mesmo a primeira vez que a produção de um filme teve a possibilidade de filmar dentro do edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Um dos mais bem guardados edifícios do mundo e onde ao se entrar deixa-se de estar em território norte-americano e passa-se a ocupar território internacional, como explica um segurança a uma dupla de agentes dos Serviços Secretos. É neste contexto de globalidade, de pessoas que misturam várias culturas e conhecedores de várias línguas que nos surge este thriller político e intenso que é realizado com a inteligência e o rigor de Pollack – galardoado com um Óscar e grande amigo do falecido Stanley Kubrick. O realizador consegue misturar ingredientes bem saborosos. As estrelas Nicole Kidman e Sean Penn, uma história sobre intriga internacional com twists inesperados e uma tensão impressionante.
Ainda nos consegue mostrar um mundo pós-moderno ensombrado por tiranos regionais e o terrorismo global onde apenas dois papéis se destacam. Kidman volta a fazer um papel marcante ao interpretar uma tradutora aparentemente vulnerável chamada Sílvia Broome que encerra alguns mistérios. Sílvia ouve inadvertidamente uma ameaça de morte contra o ditador de um estado ficcional africano, chamado Matobo, que irá discursar dentro de semana na ONU. A ameaça falada num dialecto raro vai ser o motivo para o agente dos serviços secretos Tobin Keller (Sean Penn) investigar o caso. Por entre desconfianças e algumas ameaças Tobin acaba por primeiro duvidar de Sílvia, mas depois criar uma relação estranha de amizade onde ambos procuram motivos para confiar um no outro.
A dúvida está lá sempre: estará ela envolvida? Numa luta emocionante contra o tempo para prevenir a morte de um líder africano que já foi um herói e é hoje um tirano, o ritmo intenso mantém o espectador bem atento. Aliás, o filme procura de uma forma bem conseguida explorar a evolução de muitos dos líderes africanos que começam como salvadores com ideias inovadoras e na tentativa de afastarem outros tiranos, até ao momento em que eles próprios se tornam tiranos.
[SPOILERS] A personagem interpretada por Nicole Kidman é invulgar e muito poucas vezes abordada em filmes. Nasceu num país africano instável onde os brancos são vistos com algum desprezo. Conheceu o melhor de África na infância e experienciou o pior a partir da adolescência, quando os pais morreram vítimas de uma mina do actual ditador. Envolveu-se na guerrilha até ao momento em que abandona tudo e resolve tentar esquecer a raiva. É, portanto, uma personagem muito complexa que começa por aparentar ser bastante simples e frágil. Silvia Broome tem um inglês invulgar, com uma pronúncia que pretende indiciar as várias línguas e experiências da personagem. Tem dentro dela sentimentos confusos e, apesar de fascinante, poderia ter tido uma postura menos favorável (de forma a desconfiar-se mais dela) no desenrolar do filme.
Já Tobin Keller é um agente amargurado. Sean Penn volta a convencer neste papel apesar de aparecer sempre bem penteado demais... na amargura poderia haver algum desleixo de barba e cabelo (falhou aí talvez). A sua mulher tinha morrido dois meses antes e por trás de uma postura dura, inflexível e muito profissional acaba por esconder-se esta amargura e vazio na sua vida. Sente-se esse vazio numa parte em que chora ao ouvir a mensagem de voz deixada pela mulher antes do acidente mortal de viação. Mas na parte final do filme deixa um pouco as emoções por Silvia falarem mais alto do que o profissionalismo - essa parte parece-me de bastante realismo.
A relação entre os dois é algo confusa. Parecem pouco adequados um para o outro no início. Com o desenrolar do filme cria-se uma relação intima e muito próximo entre os dois. A linha entre a amizade de confidentes e o romance é ténue, mas até ao final mantém-se a amizade.
«A vingança é a forma preguiçosa da dor», diz algures Silvia e talvez seja essa uma das respostas que o filme pretende dar ao mostrar que o perdão também é a resposta - muito à imagem do conceito da própria organização das Nações Unidas. Aliás, Sidney Pollack chegou a reunir-se com Koffi Annan para trocar ideias, conseguindo também convencer o líder da instituição planetária a ceder (aos fins-de-semana) o espaço. A Intérprete acabam por ser 128 minutos de emoção, intriga, ameaças, perigo e surpresas com um elenco, história e realizador que valem a pena.

De: Sydney Pollack
Com: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener
Origem: Reino Unido, 2005
Duração: 128 minutos
www.interpretermovie.com


Scooter citadina. Uma das situações mais engraçadas do filme é quando Silvia Broome sai de casa, pega na sua pequena e frágil Scooter Vespa e viaja pela caótica (a nível de trânsito) Nova Iorque). Sem ela saber um agente está a segui-la, mas depressa vê a vida andar para trás quando a esguia scooter passa pelos engarrafamentos e obstáculos com a maior facilidade... e ele, impotente, lá fica preso no trânsito. Esta é também uma vertente que pretende mostrar como poderá ser útil este meio de transporte simples numa grande cidade.

Vôo da Fénix 



De: John Moore
Com: Dennis Quaid, Giovanni Ribisi, Tyrese Gibson, Miranda Otto
Origem: EUA, 2004
Duração: 113 minutos
www.flightofthephoenix.com

Uma viagem de avião aparentemente normal torna-se numa tragédia impressionante quando uma tempestade de areia provoca a queda aparatosa da aeronave no meio do deserto de Gobi, na Mongólia. Este é um remake repleto de aventura e acção mas com contornos bem mais ‘suaves’ do filme original de Robert Aldrich de 1965 com o mesmo nome (que se passa no Sahara).
Trata-se de uma equipa de trabalhadores nas condutas de óleo, liderada pela personagem de Dennis Quaid que se vê numa situação de pura sobrevivência quando consegue escapar de um acidente no meio de deserto. Por entre desentendimentos, a falta de água, o excesso de calor e o isolamento completo eles vão organizar-se e elaboram um plano para reconstruir o avião. Com um conjunto de personagens muito diversificadas existe uma turbulência constante entre os passageiros que torna o enredo mais interessante.
Quando estão prestar a conseguir, depois de muito esforço, por o avião a funcionar são surpreendidos por uma tribo do deserto. Dennis Quaid é o ponto de partida e chegada de um filme passado num dos ambientes mais desfavoráveis, o deserto. Destaque ainda para a presença de Miranda Otto, uma mulher a dar outra tonalidade ao filme, ao contrário do que acontecia no filme original de 1965 (de resto, bem melhor do que este).

quarta-feira, abril 13, 2005

Duchovny realiza House of D 



Blog fantástico de David Duchovny (a não perder): http://lionsgatedirectors.com/duchovny/index_flash.html

Actor David Duchovny, who directed the new film 'House of D,' poses during an interview in Beverly Hills, April 6, 2005. The former star of 'The X-files' embarks on a new career path on April 8, when coming-of-age drama 'House of D' debuts, marking his first try at writing and directing a feature film. (Chris Pizzello/Reuters)

domingo, abril 10, 2005

Sahara por perto 



Penelope Cruz(L), Matthew McConaughey(C) and Steve Zahn star in the action-adventure film 'Sahara', opening nationwide on April 8, 2005. (Paramount Pictures/Reuters)

> LOS ANGELES (Reuters) - Penelope Cruz may have stayed away from Los Angeles early in her career because of the difficulty actresses can have finding roles that combine beauty and brains.
Or maybe, as she puts it, it was simply because dinner arrived at the wrong time.
Whatever the reason, the Spanish beauty is back in the United States with this weekend's debut of Hollywood action flick "Sahara," co-starring her current flame, Matthew McConaughey.
For fans who'd rather watch her brainy side, Cruz, who turns 31 this month, is showing that off in the Italian film, "Don't Move," playing in art house theaters.

DVD novo 


Antes do Anoitecer
De: Richard Linklater
Com: Ethan Hawke e Julie Delpy.
Extras: Documentário "Nas gravações de Antes do Anoitecer".

Nove anos depois de um encontro mágico e inspirador em Viena, Jesse e Celine encontram-se por acaso em Paris e passeiam juntos em 80 minutos de reminiscências, esperanças, desilusões e muito amor (do mais real que existe). Depois de Antes do Amanhecer, o trio de actores e realizador escreveu e encarnou esta história actual, sobre amores mágicos que dificilmente se esquecem.
J.T.

[PS: Engraçado como Ethan Hawke usa nos seus livros e na maior parte dos filmes que faz o nome de Jesse, ou Jack (Jake no caso de Assalto à 13.ª Esquadra), ou Jimmy. Jesse então é muito habitual.]


E assim é Portugal nos filmes 



Fascinante. No filme A Intérprete que estreia para a próxima semana em Portugal - e que posso garantir que é muito bom -, um dos funcionários das Nações Unidas, com o digno emprego de lavar chãos é... português. Desta vez fala mesmo a nossa língua e não uma mistura. Aliás, fala apenas português e por algumas vezes. Nicole Kidman finge perceber e tudo... ora não fosse a... intérprete.

Acabei de ver num filme algo infantil também um miúdo sobredotado que diz para a amiga que tem de ir para casa porque já passou a hora da cama. Ela pergunta: «Mas vais já dormir tão cedo». Ao que ele responde. «Claro que não, estou a aprender português».

Em o Fenómeno a personagem de John Travolta, que subitamente ganha novos 'poderes' também aprende português em minutos e fala, algo mal... mas fala.

Enfim, existem mais momentos destes no cinema. Inclusivé aquele em que Lúcia Moniz faz de empregada a dias para um inglês em França, no filme Love Actually.

EXISTE um padrão em comum que gira em duas variantes. Ora, o português é visto pelo mundo dos filmes e muito provavelmente pelo mundo francês, inglês e norte-americano (para os que sabem o que é português de Portugal) como uma língua muito dificil, complicada e quem sabe remota, que, por isso mesmo, é um desafio apenas ao alcance de sobredotados, daí colocarem tantas vezes neste tipo de filmes. Além disso os portugueses em si são vistos como uma comunidade algo fechada, pacata, que é mão de obra para as tarefas mais simples e básicas. Aliás, não é por acaso que Joaquim de Almeida não faz de português nos filmes e séries norte-americanas em que participa. Senão teria de ser um empregado muito básico, penso que nem daria para ser motorista...

E assim é Portugal nos filmes norte-americanos, pelo menos aqueles que me recordo de momento.

Assalto à 13.ª Esquadra 


União pela sobrevivência
Assalto à 13.ª Esquadra. Este remake do filme de John Carpenter tem no elenco o seu maior trunfo. A história é simples, intensa e emocionante e junta ingredientes de thriller claustrofóbico a uniões pouco prováveis.

João Tomé - in Destak 7 de Abril 2005

Muitas surpresas, suspense quanto baste e os chamados twists algo inesperados são os traços gerais de um filme intenso de acção que conta com um duo brilhante e, à partida, pouco provável: Ethan Hawke e Lawrence Fishburne. Assalto à 13.ª Esquadra é um remake de um filme de culto com o mesmo nome, de 1976, realizado por John Carpenter – que é aqui produtor e argumentista. Somos guiados por um thriller passado a alta velocidade que mantém a ferocidade do primeiro filme e junta algumas surpresas.
Ethan Hawke – que volta à acção depois de Taking Lives (2004) e do filme que lhe valeu uma nomeação para o Óscar, Dia de Treino (2001) – é Jake Roenick, um sargento que, depois de ser especialista em trabalhos de infiltração e à paisana policial, estabelece-se nos trabalhos de secretária, após ter assistido à morte de dois companheiros em acção – que o afectaram profundamente.
A acção principal decorre na passagem de ano, onde o sargento Jake está de serviço numa velha esquadra prestes a ser substituída. Com ele está um velho polícia à beira da reforma e uma secretária atiradiça. O mundo pacífico e de celebração num dia de tempestade de neve é interrompido quando recebem na esquadra, inesperadamente, um veículo de prisioneiros que alberga um conhecido assassino de polícias e barão das drogas chamado Marion Bishop – uma interpretação brilhante e convincente de Lawrence Fishburne. Mas o mafioso e cruel Bishop é motivo suficiente para criar problemas.
Um gang bem organizado e armado vai rodear a esquadra desprotegida e tentar entrar com todos os meios. Mas ao contrário do que todos julgam não será para salvar o barão da droga, mas para o aniquilar. Bishop tem provas que incriminariam um conjunto de dezenas de polícias corruptos onde se encontra Gabriel Byrne e, armados até aos dentes, eles não estão dispostos a abdicar da morte de Bishop.
Os acontecimentos inesperados, violentos e até pouco prováveis para a sociedade norte-americana acabam por parecer convincentes pelas excelentes interpretações, nomeadamente, pela química que existe entre Hawke e Fishburne. Ambas as personagens vêem-se obrigadas a unir esforços para que todos possam sair vivos da esquadra. A certeza é que nem todos vão sair sobreviver a uma aventura dura e violenta.
A violência é gráfica e um pouco brutal, pela força das armas, mas o realizador francês procurou dar um ar real que se justifica. Apesar de alguns vazios no argumento que deixam algo a desejar, este não deixa de ser um thriller inteligente e emocionante onde a união entre polícias e criminosos pela sua sobrevivência é levada os leva ao extremo.

De: Jean-François Richet
Com: Ethan Hawke, Laurence Fishburne, Maria Bello, Gabriel Byrne
Origem: EUA/França, 2005
109 minutos
www.ap13movie.com/home.php

O Amigo Oculto 


Jogos perigosos
De: John Polson
Com: Robert De Niro, Dakota Fanning, Elisabeth Shue.
Origem: EUA, 2005.
101 minutos
www.amigooculto.co.pt

O Amigo Oculto. Os amigos imaginários podem ser um dos encantos em muitas das infâncias. Mas em alguns casos podem também tornar-se em autênticos pesadelos. Bem diferente da relação entre Calvin e Hobbes, na famosa banda desenhada, Emily e os seus jogos com um amigo imaginário chamado Charlie tornam-se tudo menos simples, divertidos ou inocentes. «Aparece, aparece, aonde quer que estejas!» é uma frase muitas vezes utilizada quando se joga às escondidas e que neste filme é motivo para medo, muito medo. Charlie assume um carácter assustadoramente real. A jovem Emily Callaway – interpretada pela jovem esperança do cinema Dakota Fanning – vê-se envolvida nestes jogos de complicados e maléficos que nem o próprio pai viúvo, David (Robert De Niro), pode parar. Quem é ou o que é Charlie? David interroga-se. Como pode uma entidade “imaginária” ter essa espécie de influência na sua filha? Será mesmo Charlie imaginário.
J.T.

O Condenado 


Luta pela emenda
De: Nicole Kassell
Com: Kevin Bacon, Kyra Sedgwick, Eve, Benjamin Bratt.
Origem: EUA, 2004
87 minutos
www.thewoodsmanfilm.com

O Condenado. Um desempenho fantástico de Kevin Bacon volta a tocar num assunto na ordem do dia e polémico: a pedofilia. Depois de 12 anos na prisão por crimes sexuais com menores, Walter (Bacon) regressa a uma pequena cidade para morar num apartamento simples, mesmo em frente de uma escola primária. Consegue um emprego numa serralharia e mantém-se muito calado e discreto. Mantendo uma postura muito calma e serena, Walter encontra de forma inesperada conforto em Vickie. Uma mulher despachada e com um discurso muito frontal que promete não o julgar pelos seus antecedentes. Mas Walter não consegue escapar ao seu passado com facilidade. É olhado com desdém pelo seu cunhado e vive num medo permanente de ser descoberto no trabalho. E é ainda perseguido por um polícia local suspeito. Depois de se tornar amigo de uma jovem rapariga, Walter tem também de lidar com a possibilidade terrível de ter acordado os seus demónios adormecidos. A interpretação de Kevin Bacon faz-nos facilmente ter alguma pena desta personagem, ou poderia-se dizer: simpatia pelo diabo.

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