domingo, abril 10, 2005
E assim é Portugal nos filmes
Fascinante. No filme A Intérprete que estreia para a próxima semana em Portugal - e que posso garantir que é muito bom -, um dos funcionários das Nações Unidas, com o digno emprego de lavar chãos é... português. Desta vez fala mesmo a nossa língua e não uma mistura. Aliás, fala apenas português e por algumas vezes. Nicole Kidman finge perceber e tudo... ora não fosse a... intérprete.
Acabei de ver num filme algo infantil também um miúdo sobredotado que diz para a amiga que tem de ir para casa porque já passou a hora da cama. Ela pergunta: «Mas vais já dormir tão cedo». Ao que ele responde. «Claro que não, estou a aprender português».
Em o Fenómeno a personagem de John Travolta, que subitamente ganha novos 'poderes' também aprende português em minutos e fala, algo mal... mas fala.
Enfim, existem mais momentos destes no cinema. Inclusivé aquele em que Lúcia Moniz faz de empregada a dias para um inglês em França, no filme Love Actually.
EXISTE um padrão em comum que gira em duas variantes. Ora, o português é visto pelo mundo dos filmes e muito provavelmente pelo mundo francês, inglês e norte-americano (para os que sabem o que é português de Portugal) como uma língua muito dificil, complicada e quem sabe remota, que, por isso mesmo, é um desafio apenas ao alcance de sobredotados, daí colocarem tantas vezes neste tipo de filmes. Além disso os portugueses em si são vistos como uma comunidade algo fechada, pacata, que é mão de obra para as tarefas mais simples e básicas. Aliás, não é por acaso que Joaquim de Almeida não faz de português nos filmes e séries norte-americanas em que participa. Senão teria de ser um empregado muito básico, penso que nem daria para ser motorista...
E assim é Portugal nos filmes norte-americanos, pelo menos aqueles que me recordo de momento.
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