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quarta-feira, junho 27, 2007

Adivinha 



O que é a Soraia Chaves, o Joaquim de Almeida, o Ivo Canelas, o António Pedro Vasconcelos, o José Eduardo Moniz (sim, o da TVI), o Tino Navarro e o Tiago R. Santos (meu ex-professor e argumentista) fazem na mesma sala?


Apresentam o novo filme de António Pedro de Vasconcelos, Call Girl. Começou a ser rodado a 20 de Junho e chega às salas a 29 de Novembro.

Ser ou não ser um lobbista 


Nick Naylor: Michael Jordan plays ball. Charles Manson kills people. I talk. Everyone has a talent.







Kid #3: My Mommy says smoking kills.

Nick Naylor: Oh, is your Mommy a doctor?

Kid #3: No.

Nick Naylor: A scientific researcher of some kind?

Kid #3: No.

Nick Naylor: Well then she's hardly a credible expert, is she?



---



Nick Naylor: My job requires a certain... moral flexibility.



---



Nick Naylor: That's the beauty of argument, if you argue correctly, you're never wrong.








do curioso filme Thank You For Smoking (2005)

terça-feira, junho 26, 2007

O que dizem de nós lá fora 

Na Variety:
'Shrek' tops overseas box office
"Shrek the Third" grabbed the most green overseas with a solid $48.6 million at 5,737 playdates in 45 markets, dominating a healthy frame at the international box office that is keeping foreign biz well ahead of last year’s record-setting pace.
(...)
French patrons were much more interested in maintaining support for "Shrek the Third" in its second frame, with biz sliding only 20% to $7.5 million, pushing that market’s cume to $21.5 million. Paramount pic was most monstrous at launches in Germany, with $8.2 million at 834, in line with "Shrek 2," and in Spain, with $6.7 million at 757, 4% ahead of "Ice Age 2." And the ogre set a pair of animated opening records in Belgium with $2.4 million at 125, 16% higher than "Ice Age 2," and in Portugal, with $1.1 million at 67."

domingo, junho 24, 2007

Val goes to town 



Tagline: If You're Looking For The Truth, You've Come To The Wrong Place.


Segundo belo filme da noite: The Salton Sea (2002)

John McClane na era do terrorismo virtual 



John McClane is back



"Yippee Ki Yay Mother Fucker"




Die Hard 4.0
Live Free or Die Hard (2007)

É um filme de acção pura e dura, que surpreende pela positiva até porque não se estava à espera de grande coisa. Die Hard é das sagas mais fantásticas e com intensidade continua do cinema contemporâneo. Promete acção e dá acção, mesmo que existam exageros, o enredo compensa e mantém o filme sempre à tona. Tiros e porrada não faltam, mas McClane sempre que vê em situações de vida ou morte, faz tudo, mas tudo mesmo, para salvar a sua pele e o dia - está na sua natureza. É o herói ao estilo de Schwarzenegger e Stallone, do final dos anos 80, que está de volta. O trabalho dos duplos é extraordinário e, para benefício do filme existem poucos efeitos especiais com a nova tecnologia CGI.
Um pouco menos explosões e menos tiros eu agradeceria, mas assim também não está mal. É duro, é Die Hard!

Justin Long é uma bela contribuição para este filme (faz uma excelente dupla com Willis), tal como a participação curiosa e que ajuda o enredo de Kevin Smith, o Silent Bob e autor de Clerks. O mau da fita, Timothy Olyphant, acaba por "crescer" em nós ao longo do filme. Já o argumento do ainda pouco experiente Mark Bomback, está compacto e parece manter-se fiel aos outros filmes, dando uma renovação no tema que gira agora em torno dos hackers e da sociedade cibernética, em que os maus da fita estão longe de ser os terroristas muçulmanos - e ainda bem. Essencialmente, mantém-se fiel ao espírito de John McClane, agora num mundo em que a Internet comanda um país. Bruce Willis volta a ser, literalmente, McClane e continua em forma! Sempre no limite, sempre a jogar com a sorte e com a muita vontade em sobreviver, um papel que tão bem incorpora - na verdade, Willis continua a ser alma deste filme e da saga.
Doze anos depois Die Hard: With a Vengeance (1995), McClane volta a estar no local errado à hora errada, ou será no local certo à hora certa? Uma coisa é certa, que é difícil eliminá-lo, disso não há dúvidas, que o digam Hans Gruber (Alan Rickman), Col. Stuart (William Sadler) ou Simon Gruber (Jeremy Irons).


DIE HARD 4 - Castello Lopes Multimédia
Live Free or Die Hard (2007)

ACT 26-06-2007: A Variety já tem a crítica para este filme aqui
It’s the Luddite versus the techies in “Live Free or Die Hard,” and guess who wins. Back for a fourth round after a decade on the sequel sidelines, Bruce Willis enthusiastically resurrects resourceful working-class cop John McClane as the unlikely opponent of computer creeps bent on bringing down a digital-dependent nation. Tone careens madly from serious peril to action camp and everything in between, but the sheer quantity of often outrageous stunts should help overcome franchise mustiness to entertain general auds and rack up solid returns here and abroad.

Movie Review NY Times - Pick Your Poison: Fists or Fireballs
Rotten Tomates




FABULOSO é este video do You Tube que é patrocinado pela própria produtora do filme Die Hard, a 20th Century Fox, depois de ter pedido ao You Tube para censurar um video com imagens antigas de Die Hard. Como acharam piada, decidiram até pagar para o grupo Guyz Nite voltar a colocar o video e incluir imagens do último Die Hard.
A história é contada ao pormenor pelo NY Times: A Spurned Parody of ‘Die Hard’ Returns to YouTube, Approved

Jovens, aborrecidas e sem limites 

[havoc6.jpg]



Allison: Inside the circle and out, we live very sheltered lives... So we dress gangsta, we talk shit, so what? It's our thing. See basically, the thing to remember is that none of it really matters, we're just teenagers and we're bored.





Havoc é um filme sobre jovens ricos aborrecidos com o seu estilo de vida, com a sua cultura, que querem sentir aquilo que consideram ser a "realidade" aproximando-se das culturas afro-americanas (posteriormente latinas), como se fosse parte de si. Demonstram quase uma dupla ou tripla personalidade e desejam andar por locais sob risco.

Duas amigas (Anne Hathaway e Bijou Phillips), que se cansam dos jovens namorados com a mania da negritude - música, formas de falar e vestir, que partilhavam -, e preferem arriscar com latinos traficantes de droga num dos bairros perigosos de LA. Uma viagem bizarra de duas riquinhas de Beverly Hills (Palisades) que procuram o seu "eu" por locais onde nada tenha a ver com o seu mundo... aquilo que chamam a realidade. O filme tem intensidade emocional e cultural, com alguns laivos de semelhança com Traffic, e aborda não só o problema de identidade e a forma a agir com ele da forma mais arriscada, mas também "cheiros" a devaneios, drogas e sensações de lesbianismo.

O argumento é de Stephen Gaghan (oscarizado pelo fabuloso Traffic (2000) e nomeado por Syriana (2005)) e tem força e intensidade, embora no todo não faça um grande pedaço de cinema. Gaghan recusou ser o realizador de The Da Vinci Code... não é para todos.

Durante todo o filme, existe um jovem que filma um documentário com estas personagens jovens e que mantém um gangue muito particular - que ajuda a história.

As interpretações são convincentes e até surpreendentes, nomeadamente pela protagonista: a "bonitinha" Anne Hathaway. Já tinha surpreendido com Brokeback Mountain (2005) e arrisca mais a nível de exposição corporal e emocional neste Havoc (2005), tal como Bijou Phillips. Freddy Rodríguez também teve um papel surpreendente, mais latino e agressivo que o habitual. Já se notava nesta altura a diferença entre músculos, necessária para o filme Lady in the Water (2006).







Palavras chave: Female Nudity / Latino / Drugs / Product Placement / Documentary Filmmaking



Hector: [to Allison] I know everything about you. Yeah, I can see right through you. Everything to you is a fucking game. You ain't real. There's nothing real about you. Your talk ain't real, Your walk ain't real, the way you dress ain't real. You don't even copy it from the real thing, you fucking get it from the TV.






Por falar em Anne Hathaway, será a Agente 99, em Get Smart (previsto para 2008), a versão cinematográfica da fabulosa série sobre o espião Maxwell Smart (que será Steve Carell). O filme está em rodagem.

sábado, junho 23, 2007

willis said it 

"I don't think my opinion means jack shit, because I'm an actor. Why do actors think their opinions mean more because you act? You just caught a break as an actor. There are hundreds - thousands - of actors who are just as good as I am, and probably better. Have you heard anything useful come out of an actor's mouth lately? Although I liked George Clooney's documentary on Darfur."

Bruce Willis


Este senhor teve no filme Sexto Sentido o seu vencimento mais elevado, ou não tivesse uma participação nos lucros do filme. Uma boa aposta de Willis.


Salary
Hart's War (2002) $22,500,000
Unbreakable (2000) $20,000,000
The Kid (2000) $20,000,000
The Sixth Sense (1999) $100,000,000 (salary, gross and video participations)
Die Hard: With a Vengeance (1995) $15,000,000
Pulp Fiction (1994) $800,000
The Bonfire of the Vanities (1990) $3,000,000
Die Hard 2 (1990) $7,500,000
Look Who's Talking (1989) $10,000,000
Die Hard (1988) $5,000,000

willis hair 

"Hair loss is God's way of telling me I'm human."

Bruce Willis

Argumentistas 

VARIETY'S VPLUS FEATURES - 10 SCREENWRITERS TO WATCH - JUNE 22, 2007

See all 10 Screenwriters to Watch

Michael Bacall
Dana Fox
Kelly Fremon
Evan Goldberg and Seth Rogen
Jessica Goldberg
Jason Dean Hall
Christopher Landon
Peter Straughan
Danny Strong
Joshua Zetumer

terça-feira, junho 19, 2007

Quantum Leap 

As séries televisivas, o cinema, são experiências pessoais, como tal esta série, Quantum Leap (1989-1993), para mim, significava uma pérola nos inícios de tardes, depois da escola. Passava a seguir ao Jornal da Tarde a meio dos anos 90, pelas 14h30, e faz parte da memória (a boa) de adolescência da pessoa que escreve neste blog que, por acaso, ou não, sou eu.




Com o curioso Scott Bakula como Dr. Sam Beckett e o inconveniente e divertido Dean Stockwell como Admiral Al Calavicci. Fiquei agora a saber que a série ganhou dois Golden Globes. Só o nome já é promissor:



Quantum Leap




domingo, junho 17, 2007

Primeiros passos do Cinema em Portugal 


CINEMA EM PORTUGAL

Foi em 1896, no dia 18 de Junho, que se terá realizado (julga-se) a primeira exibição cinematográfica em Portugal, no extinto Coliseu da Rua da Palma, em Lisboa.


O Cinema Mudo Português Os Pioneiros e as Produtoras

quarta-feira, junho 13, 2007

Entrevista a Robert Remley 

Secção: Pessoas interessantes

"É importante que as estrelas sejam protegidas dos seus fãs"

Robert Remley. O vice-presidente da produtora da saga dos Senhores dos Anéis, New Line Cinema, esteve em Portugal para mostrar as primeiras imagens do filme em que John Travolta faz de mulher (Hairspray) e mais uma trilogia fantástica, A Bússola Dourada. Explicou também o seu papel na poderosa indústria do cinema.

por João Tomé
(versão integral da entrevista que saiu no jornal Destak a 4 de Junho)


Esta entrevista foi realizada no dia 31 de Maio, quinta-feira, de manhã, após a mostragem à imprensa dos dois segmentos (12 e 17 minutos) dos filmes Hairspray e A Bússola Dourada, apostas da New Line. Não estava prevista qualquer entrevista e, dada a presença do vice-presidente de uma produtora tão importante norte-americana, foi aproveitada a oportunidade e feitas perguntas de forma espontânea. Robert Remley, apesar de responsável pelo marketing, e com claras tentativas de promover os seus filmes, revelou-se um homem acessível, simpático e, aparentemente sincero que conseguiu traçar um retrato do seu trabalho curioso.





O que faz um vice-presidente de marketing de uma produtora de cinema concretamente?
Eu funciono como interface entre a equipa de trabalho doméstico, e todas as equipas espalhadas pelo mundo. Por isso, lido com cerca de 50 países.

Ajuda a promover os filmes de forma a serem vistos por todo o mundo. Gosta de fazê-lo?
Gosto do meu trabalho, sem dúvida, porque posso interagir com pessoas muito diferentes. Fazemos filmes muito bons e é muito divertido leva-los a países e culturas diferentes e adaptar a forma como os promovemos e apresentamos ao público. Por isso, traz muitos desafios, é muito interessante e um ambiente de trabalho muito estimulante. Já trabalho na New Line há 10 anos.

Como foi a promoção do maior desafio da vossa produtora, a trilogia do Senhor dos Anéis?
Essa foi uma espécie de experiência de uma vida para muitos de nós, porque foi um filme tão magnânime, que aconteceu tão depressa. Embora deva dizer que A Bússola Dourada é também uma trilogia (baseada em literatura), e em certos aspectos tão grande quanto O Senhor dos Anéis, em termos da sua produção e das suas necessidades de marketing.

A Bússola Dourada será para um público um pouco mais novo do que O Senhor dos Anéis?
Talvez, um pouco. Mas o interessante sobre os livros do Phil Pullman (que são menos conhecidos que os de Tolkien), é que quando vamos a Inglaterra a uma livraria, encontramos alguns na secção infantil, mas também são encontrados na secção de adolescentes e adultos. Os livros cobrem uma grande variedade de audiência. Há muitos elementos mágicos e interessantes para crianças, como os demónios e os animais que mudam, e o urso. Mas o tema e a complexidade do filme é muito interessante para adultos, porque lida em questões de autoridade, de fé. Quais as responsabilidades que têm na vida. Por isso, acredito que os filmes sejam tão abrangentes quanto O Senhor dos Anéis.

As escolhas de Daniel Craig e Nicole Kidman ajudará a trazer mais adultos?
Sem dúvida, mas não acredito que foi essa a razão que os produtores os escolheram. Na New Line queríamos fazer este filme com nomes mais sonantes do que O Senhor dos Anéis, pela natureza da própria história. Ambos os actores parecem perfeitos para este filme e também tivemos sorte que ele se tenha tornado um sucesso tão grande com o 007 – que foi depois de começar a fazer o filme.

Sobre o musical Hairspray, John Travolta faz o papel de uma mulher muito volumosa que é mãe de uma filha que quer dança. Como surgiu a ideia de colocar Travolta neste papel diferente?
Existe uma tradição antiga que é a base deste filme. O filme original de John Waters, tinha esta personagem da mãe interpretada por um homem e esse era um filme muito subversivo, de alguma forma, com tons mais negros. Houve muitos comentários sobre sexualidade e sobre quem somos no mundo. Quando esse material passou a um musical na Broadway, o tom do filme transformou-se por completo. Era essencialmente sobre diversão, energia e música. Mas a tradição de ter aquele papel de mãe a ser interpretado por um homem continuou – na Broadway foi interpretado pelo vencedor de Tony’s Harvey Fierstein. Por isso, quando apostámos numa versão do musical em filme quisemos manter aquela personagem interpretada por um homem. E a verdade é que John Travolta foi logo a primeira escolha. Foi a única pessoa a quem criamos oferecer o papel e demorou muito, muito tempo a convencê-lo.

Porquê?
Ele demorou muito tempo para definir como poderia fazer aquele papel seu. E o que ele poderá contar é que o que ele queria mais fazer com a Edna era fazer dela uma mulher muito doce. Ele não queria que se ficasse com a ideia do filme que era um homem a interpretar o papel de uma mulher, porque não é sobre isso. É mais sobre aquela personagem. Ele quis que a Edna tivesse muitas curvas, para que ele fosse muito feminina, apesar de ser muito grande. E ele foi a escolha ideal, porque abraçou o papel de forma tão entusiástica e quando vemos o grande número de dança no final do filme, é extraordinário… vemos um pouco do John Travolta de Grease, apesar de ser tamanho do XXL.

Voltando à sua profissão, não trabalha com as estrelas durante a produção?
Aí não propriamente. Trabalho com as estrelas quando os levamos pelo mundo em promoção. Por exemplo, há duas semanas em Cannes, quando lançámos A Bússola Dourada, estivemos com o Daniel Craig, a Eva Green e a jovem Dakota. Infelizmente a Nicole Kidman está em gravações e não pode vir. Por isso interagimos com as estrelas para promover o filme, mas não trabalho com eles nas gravações.

As estrelas queixam-se, por vezes, das muitas entrevistas que têm que dar. O seu papel pode ser ingrato?
É o trabalho, tem que ser feito. Mas é tudo uma questão de como interagimos com as estrelas. A equipa internacional da New Line tenta ter muito cuidado para que as estrelas estão sempre confortáveis. E elas viajam muitas vezes connosco. É um lado diferente do negócio. Tudo tem que estar muito organizado, para que corra tudo bem.
É muito difícil ser estrela hoje em dia com tanta falta de privacidade, tantos paparazzis. É difícil estar-se sozinho. Quando vamos para ‘a estrada’ com as grandes estrelas, temos mesmo que cuidar delas, porque elas estão muito à mercê do seu público. Eu percebo que, embora seja difícil fazer isso, é importante que eles sejam, de alguma forma, protegidos dos seus fãs (risos)…

Nestes anos todos aconteceu algum episódio curioso nas promoções de filmes?
Houve muitas situações loucas durante os dias do Senhor dos Anéis. Lembro-me de estarmos na Noruega uma vez, e havia um pequeno palco para os actores onde alguém ficou ferido durante a antestreia. E, no dia seguinte, o Viggo Mortensen, um homem muito interessante, foi ao hospital visitar a pessoa ferida. E pensei que era bem incrível.
E coisas incríveis acontecem a toda a hora, faz parte do processo. Às vezes são os fãs que criam alguns problemas, outras vezes os jornalistas ou mesmo pessoas da produção.

Já teve algum problema com jornalistas que abusaram numa entrevista?
Na minha experiência, os jornalistas têm sido muito correctos. Há relatos de jornalistas que se portaram mal, mas no geral os jornalistas são muito corteses, curiosos. Estão a fazer o seu trabalho também. Acredito que gostam de falar com as estrelas, gostam de fazer parte do processo, é excitante. Vêem-se coisas cedo, conhece-se pessoas interessantes. Em geral acho que a imprensa são nossos amigos.

Alguns jornalistas referem que é mais fácil entrevistar as estrelas em ambientes mais pessoais, como as suas casas, do que nos encontros com a imprensa…
É um ambiente muito complicado, nos encontros com a imprensa. Muitas entrevistas seguidas, muitas pessoas. É um ambiente um bocado artificial. Se tivéssemos o luxo de poder levar os jornalistas às casas das estrelas, beberem um café com eles, de certeza que o mundo da publicidade seria muito diferente, mas a realidade de onde vivemos é o que faz que tenhamos de fazer as coisas assim.
Há tantos jornalistas, tantos países e tão pouco tempo que as estrelas têm, para participar na promoção e apresentação do filme.

Em Portugal não acontecem grandes antestreias, com estrelas e promoção internacional. O que poderia Portugal fazer, como país, para mudar isso?
Acho que é muito maior do que Portugal. E este não é o único país que não tem muitas visitas das estrelas. Parte do problema é que quando as estrelas fazem um filme, existe um ano de produção e só depois começam a promover o filme e nessa altura já estão a fazer outras coisas. É muito devido a isso que é muito complicado vir a países como Portugal, ou Holanda, ou a maior parte dos filmes. Há falta de tempo. Para A Bússula do Tempo, vamos fazer antestreia em Londres a 26 de Novembro. Temos o ‘talento’ por cinco dias. Fazem um junket para imprensa de todo o mundo, e não há sequer tempo para ir a mais lado nenhum, em Espanha, nem França, quanto mais Portugal. Têm que voltar logo para os Estados Unidos.

Não podemos fazer grande coisa então…
O problema não é tanto o que Portugal pode fazer (há sempre custos, que são muito caros, que podem ser pagos pelas entidades dos país – há jactos privados e pessoas que os acompanham sempre), mas o problema maior é que há tantos filmes que são feitos e tão pouco tempo, que temos de receber o espaço que há, à medida que ele vem. Há medida que são feitos mais filmes, temos menos tempo para os promover com as estrelas. Para a New Line é complicado levar as estrelas por duas semanas a promover o filme.

Portugal tem um mercado muito pequeno, isso também poderá influenciar…
Um festival importante criado em Portugal poderia trazer atenção mediática e estrelas?
Sem dúvida. As estrelas vêm a festivais muito porque querem ir. Nós normalmente ajudamo-las a irem aos festivais, mas existe uma lógica diferente o que ajuda. E nós apoiamos os festivais e sempre que podemos levamos lá o talento.








No cinema, as entrevistas por telefone são menos comuns do que, por exemplo, na música… isso pode mudar?
Estão-se tornar um pouco mais comuns nos tempos que correm. Ajuda muito porque não é preciso ter o talento num sitio especifico, eles podem estar em qualquer lado. O timing é muito mais fácil. Há actores muito mais à vontade com entrevistas por telefone do que outros. Cada um tem as suas próprias peculiaridades. Alguns não gostam de televisão, outros não gostam de mesas redondas… mas os telefonemas são formas mais viáveis de conseguir entrevistas directas (um a um), com imprensa de locais mais pequenos.

Porque é que anda em digressão a mostrar partes dos dois filme e promovê-lo?
A razão é que achámos muito importante mostrar estes 12 a 17 minutos de filmes aos distribuidores e à imprensa agora. Porque o filme estreia dentro de seis meses e há muito trabalho a fazer em termos de efeitos especiais. A nível de efeitos especiais A Bússola Dourada é enorme. Todo o segundo acto do filme foi filmado em Shepherton, contra ecrã verde. E, como o Chris White diz, primeiro tem de filmar os actores com todos os actores e, depois, com os efeitos especiais, que é como filmar um segundo filme. Mas provavelmente não teremos o filme terminado até muito próximo da data de lançamento, que foi o que aconteceu com o Senhor dos Anéis. E senti que A Bússola Dourada é um filme que precisava que falássemos às pessoas sobre o que é. Os livros não são tão conhecidos quanto os livros do Senhor dos Anéis. O filme é muito complicado, sobre os assuntos que trata e ter estas imagens e vir à Europa, achei que era uma oportunidade perfeita.

De onde vem e para onde vai?
Vou a 10 países em 12 dias. Portugal é o primeiro, porque estou tecnicamente em férias, aqui em Portugal. Isso termina amanhã, quando começo a ir todos os dias a um país diferentes. Estou a ir ao maior número de países que posso. Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Escandinávia, Bélgica, Holanda, Grécia… e mais tarde a Itália.

terça-feira, junho 12, 2007

"É uma menina, vamos ter uma pequena menina... Pai?" 

Há pequenos momentos em filmes que tocam mais do que outros. Uma simples parte de diálogo, com poucas palavras, pode ter um impacto no espectador impressionante.


No caso concreto do filme The Last Kiss, o subplot sobre os pais da namorada do protagonista (que é Zach Braff), que está grávida, é de uma intensidade digna de registo. Assistimos à história de duas pessoas de meia-idade acomodadas ao seu estilo de vida monótono. Até que a mulher (Blythe Danner) começa a acusar a monotonia e da indiferença do marido (Tom Wilkinson). Quer que ele note nela, tenha encanto por ela, reaja perante ela. Ele é um psicólogo que vive com esta mulher há décadas e que está muito acomodado à sua vida, com poucas emoções.
A mulher embirra com o marido, tenta provocá-lo, sem grande reacção dele. Decide ir ver um amante (Harold Ramis) que teve há vários anos e por quem não quis abandonar o marido (que não sabe de nada). Só que ele, apesar de se notar que ainda tem sentimentos por ela, está casado com uma mulher muito mais nova e com um filho... ela desiste logo de seguir aquele impulso e vai, desvairada, ao consultório do marido.
Entra à bruta no escritório enquanto ele dá uma consulta a uma paciente e diz-lhe com todas as letras: "Fodi outro homem, meti-te os cornos!".
Ele sai do escritório com ela, com a paciente ainda perplexa. E pergunta-lhe o que é que se passa.
Ao que ela responde que ele não reage, não é uma pessoa de carne e osso e ela precisa de alguém humano... e que vai viver com o amante... e sai.


Neste desmoronar de uma vida construida ao longo de décadas, a filha do casal liga para o pai (depois da mãe lhe contar tudo) a perguntar o que se passa. Ele explica que a mãe está perturbada. A filha quer ir ter com a família, o pai diz que não, que ela tem a gravidez para cuidar. Ela quer ir na mesma.

Quando já estão para desligar... a filha diz:
"Papá...
- Sim.
- É uma menina, vamos ter uma pequena menina... Pai?"
O homem começa a chorar ao telefone, sem emitir nenhum som para a filha não perceber e diz...
- "Estou tão feliz."


Este, sim, é um momento incrível de uma emoção construída ao longo de cenas sobre a vida... num belo filme, claro está.

The Last Kiss 


Um dos filmes que unem uma espécie de comédia ao drama e ao romance é O Último Beijo, que estreou este ano em Portugal e é um remake do filme italiano L'ultimo Bacio, tem Zach Braff como protagonista e foi escrito pelo premiado Paul Haggis (pelos vistos teve uma mãozinha de Braff, autor do excelente Garden State). Actualmente, o argumento em que estou a trabalhar tem três inspirações, O Que as Mulheres Querem, Crueldade Intolerável e O Último Beijo.




The Last Kiss - Zach Braff interview
ZACH Braff talks about contributing to the script of his latest movie, The Last Kiss, the future of medical drama Scrubs and his hopes and ambitions as a filmmaker…

domingo, junho 10, 2007

O Poder das Palavras 


"Sticks and stones can break your bones but words cause permanent damage!" Barry Champlain








Pode-se ser mau e bom, sensível e brutal. Essas são características todas reunidas numa personagem fascinante, interpretada por um homem impressionante e que estão num filme elaborado por um homem com muito para dizer e que sabe como dizê-lo. Talk Radio são 110 minutos de intensidade dramática com uma dimensão intelectual, pessoal e política que acho que nunca vi em imagens em movimento. Recordo-me de ter visto, este filme de 1988, há vários anos atrás, era capaz de ter 15 ou 16 anos. Fiquei muito impressionado com a história e aqueles minutos de vida... e de morte... comoveram-me, entristeceram-me, enraiveceram-me e entusiasmaram-me.



A nível de argumento é um trabalho pormenorizado (quase teatral) que consegue dar a monólogos, diálogos acesos e expressões faciais, um mundo incrível. Algo que só um actor/criador como Eric Bogosian (que escreveu a peça que deu origem ao filme - baseada no livro Talked To Death: The Life and Murder of Alan Berg - e que escreveu o argumento com Oliver Stone), consegue transformar nesta intensidade brutal de realismo.





"Barry Champlain is a nice place to visit but I wouldn't want to live there."
Barry Champlain


sábado, junho 09, 2007

O conceito da noite 

Um homem de camisola às riscas cor de laranja e verdes, com a cara desfigurada e facas no lugar de dedos, e ainda um chapéu clássico a condizer, que invade o sonhos de raparigas e rapazes, onde os pode matar. O que acontece nos sonhos torna-se real... mesmo a morte.

Sticks and stones can break my bones, but nothing can't stop me
Freddie Kruger

Porque o original é tão melhor... 

O filme O Grande Extâse de Robert Carmichael é uma tentativa demasiado exagerada e aberrante de seguir as pisadas do fabuloso A Laranja Mecânica.
Tem alguns elementos curiosos, mas falta-lhe demais...

Recordações :: Traffic 

Já me tinha esquecido porque tinha achado o filme Traffic (2000) tão bom... esta noite revi-o na RTP1, e já me recordo. Não vou partilhar. É um filme complicado e com muito enredo e emoções que é difícil de explicar em poucas palavras.

Frases que ficam 

That which does not kill us
make us stronger

Friedrich Nietzsche

mote para o filme Conan The Barbarian

Expectativa por... 

[mbn600.jpg]

My Blueberry Nights (2007). O novo filme de Wong Kar Wai com Norah Jones, Jude Law, David Strathairn, Natalie Portman, Tim Roth e Rachel Weisz. A curiosidade aperta ao ver imagens e ler algumas críticas. A dúvida: será que passará em Portugal?


sexta-feira, junho 08, 2007

Lamento 

Não ter tido a oportunidade de ver certos filmes no cinema.


Não, o DVD não satisfaz essa sede de os querer ver na grande tela e no escuro do cinema.

terça-feira, junho 05, 2007

sobrenatural compensa rtp 

[As apostas em séries de qualidade norte-americanas continuam a compensar. Já vi alguns episódios desta série, no AXN, e embora não tenha ficado maravilha, pareceu-me intensa e minimamente "gostável". Mais um indício para as produtoras portuguesas e canais em apostarem em séries portuguesas de qualidade - sem serem as de época.]

Sobrenatural lidera audiências na estreia
A nova série da RTP1 para as tardes de domingo, Sobrenatural, obteve 4,3% de audiência média e um share de 26,7%. Um valor que coloca a estreia da série na liderança do período horário em que foi transmitida (entre as 15h16 e as 16h10), face aos 4,2% de audiência média conquistados pela SIC e aos 3,4% da estação de Queluz.

sexta-feira, junho 01, 2007

A sina dos DVD 

O João Lopes escreve um pertinente artigo no blog Sound + Vision sobre os lançamentos de DVD em Portugal.
No meio das milhentas informações que os jornalistas recebem ao longo do dia é complicado ter de descodificar os nomes de filmes em português, e sem mais nenhuma indicação, das informações sobre DVD enviadas. E é ainda mais irritante passar pela FNAC e ver que houve lançamentos que ou escaparam ao jornalista, porque não descodificou a informação enviada, ou falhou ao distribuidor, que não enviou informação sobre aquele determinado lançamento.

Este tipo de lançamentos estão muitos desprezados, quer-me parecer. Aliás, as próprias listas enviadas nem sempre vêem a tempo também porque há alterações constantes. Adiam bons lançamentos e colocam-nos, muitas vezes, ao mesmo tempo e, depois, há semanas (especialmente no início do mês) seguidas em que não há um único lançamento de jeito.
É pena.

PS: Para ser sincero, num mercado como o do cinema, falo nas estreias nas salas, nos lançamentos em DVD, nos festivais existentes, acho que o ICAM poderia ter um papel de aglutinar informação. Seria bom para o público e para os media em geral, que poupavam o imenso trabalho de aglutinar toda a informação dispersa que existe. Já que a Lusa não tem esse serviço, que o ICAM tivesse (e não era preciso muito, bastava uma pessoa com conhecimentos e boa vontade). Existem, depois, vários sites pequenos que tentam fazer essa aglutinação das estreias (as próximas) e dos lançamentos. Só que é complicado estarem em cima do acontecimento, especialmente no que diz respeito aos DVD...



Editores de DVD... que andam a fazer?

"1. Eis um problema que se arrasta: algumas formas de divulgação dos filmes, nomeadamente dos filmes em DVD, são de uma pobreza quase ofensiva.
2. De que estou a falar? De algumas informações (?) que, por vezes, chegam aos jornalistas, dando conta, por exemplo, de um novo lançamento de DVD.
(...)
4. Cada vez com mais frequência, há dossiers (??) informativos como aquele que recebi há pouco tempo: uma mera frase (segue "informação relativa a...") e, em anexo, um quadro de títulos. Era de alguma empresa "de vão de escada", ainda a tentar impor-se no mercado?... Não, era de uma grande, enorme, gigantesca multinacional, com negócios de muitos biliões em todo o planeta.
5. Que títulos, então? Apenas os portugueses. O que pode corresponder a coisas como "Um Aventureiro em Bolandas" ou "Hard Guy: o Regresso" (estou a inventar, ma non troppo...). Títulos originais? Nada. Datas de produção? Uma em cada vinte filmes. Actores? Que interessa?
6. Que fazer? Por mim, considero, cada vez mais, que importa dar a conhecer esta situação aos leitores/consumidores. É importante que eles compreendam que os jornalistas podem ter mais ou menos talento, mas não são adivinhos da informação que (não) lhes são. Já me aconteceu (e a diversas pessoas que me deram conta da mesma experiência) descobrir por mero acidente que há grandes maravilhas — actuais ou clássicas — editadas em DVD: percorro os expositores de uma loja e deparo com espantosos filmes sobre cuja edição foram distribuídas informações equivalentes a... zero!!!

7. Vale a pena, por isso, perguntar aos editores de DVD o que pensam do seu próprio trabalho de divulgação? Individualmente e em conjunto, como encaram as suas relações (???) com a comunicação social? Ou será que há quem pense que as relações profissionais entre empresas e jornalistas são um "favor" que ambas as partes podem contornar? Pela minha parte, quero ser muito claro: informações como algumas que vão chegando não são apenas jornalisticamente inúteis — são também uma prova de menosprezo pelos consumidores."

10 Items or Less, probably just one, really 


O filme mais aliciante da semana acaba por ser 10 Items or Less (Máxima 10 Unidades), numa semana em que existem três estreias. Não é um filme alternativo, muito menos com pessoas desconhecidas (inclui Morgan Freeman e a espanhola Paz Vega).


Nota importante: em Portugal continental estreia numa mísera sala, no Alvaláxia, em Lisboa. Não estreia em mais lado nenhum!

Cenas familiares 



Uma cena preciosa do excelente Little Miss Sunshine, em que um avô aconselha, com a sua grande experiência, o neto: "fuck as many woman as you can".

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