sexta-feira, junho 01, 2007
A sina dos DVD
O João Lopes escreve um pertinente artigo no blog Sound + Vision sobre os lançamentos de DVD em Portugal.
No meio das milhentas informações que os jornalistas recebem ao longo do dia é complicado ter de descodificar os nomes de filmes em português, e sem mais nenhuma indicação, das informações sobre DVD enviadas. E é ainda mais irritante passar pela FNAC e ver que houve lançamentos que ou escaparam ao jornalista, porque não descodificou a informação enviada, ou falhou ao distribuidor, que não enviou informação sobre aquele determinado lançamento.
Este tipo de lançamentos estão muitos desprezados, quer-me parecer. Aliás, as próprias listas enviadas nem sempre vêem a tempo também porque há alterações constantes. Adiam bons lançamentos e colocam-nos, muitas vezes, ao mesmo tempo e, depois, há semanas (especialmente no início do mês) seguidas em que não há um único lançamento de jeito.
É pena.
PS: Para ser sincero, num mercado como o do cinema, falo nas estreias nas salas, nos lançamentos em DVD, nos festivais existentes, acho que o ICAM poderia ter um papel de aglutinar informação. Seria bom para o público e para os media em geral, que poupavam o imenso trabalho de aglutinar toda a informação dispersa que existe. Já que a Lusa não tem esse serviço, que o ICAM tivesse (e não era preciso muito, bastava uma pessoa com conhecimentos e boa vontade). Existem, depois, vários sites pequenos que tentam fazer essa aglutinação das estreias (as próximas) e dos lançamentos. Só que é complicado estarem em cima do acontecimento, especialmente no que diz respeito aos DVD...
"1. Eis um problema que se arrasta: algumas formas de divulgação dos filmes, nomeadamente dos filmes em DVD, são de uma pobreza quase ofensiva.
2. De que estou a falar? De algumas informações (?) que, por vezes, chegam aos jornalistas, dando conta, por exemplo, de um novo lançamento de DVD.
(...)
4. Cada vez com mais frequência, há dossiers (??) informativos como aquele que recebi há pouco tempo: uma mera frase (segue "informação relativa a...") e, em anexo, um quadro de títulos. Era de alguma empresa "de vão de escada", ainda a tentar impor-se no mercado?... Não, era de uma grande, enorme, gigantesca multinacional, com negócios de muitos biliões em todo o planeta.
5. Que títulos, então? Apenas os portugueses. O que pode corresponder a coisas como "Um Aventureiro em Bolandas" ou "Hard Guy: o Regresso" (estou a inventar, ma non troppo...). Títulos originais? Nada. Datas de produção? Uma em cada vinte filmes. Actores? Que interessa?
6. Que fazer? Por mim, considero, cada vez mais, que importa dar a conhecer esta situação aos leitores/consumidores. É importante que eles compreendam que os jornalistas podem ter mais ou menos talento, mas não são adivinhos da informação que (não) lhes são. Já me aconteceu (e a diversas pessoas que me deram conta da mesma experiência) descobrir por mero acidente que há grandes maravilhas — actuais ou clássicas — editadas em DVD: percorro os expositores de uma loja e deparo com espantosos filmes sobre cuja edição foram distribuídas informações equivalentes a... zero!!!
7. Vale a pena, por isso, perguntar aos editores de DVD o que pensam do seu próprio trabalho de divulgação? Individualmente e em conjunto, como encaram as suas relações (???) com a comunicação social? Ou será que há quem pense que as relações profissionais entre empresas e jornalistas são um "favor" que ambas as partes podem contornar? Pela minha parte, quero ser muito claro: informações como algumas que vão chegando não são apenas jornalisticamente inúteis — são também uma prova de menosprezo pelos consumidores."
No meio das milhentas informações que os jornalistas recebem ao longo do dia é complicado ter de descodificar os nomes de filmes em português, e sem mais nenhuma indicação, das informações sobre DVD enviadas. E é ainda mais irritante passar pela FNAC e ver que houve lançamentos que ou escaparam ao jornalista, porque não descodificou a informação enviada, ou falhou ao distribuidor, que não enviou informação sobre aquele determinado lançamento.
Este tipo de lançamentos estão muitos desprezados, quer-me parecer. Aliás, as próprias listas enviadas nem sempre vêem a tempo também porque há alterações constantes. Adiam bons lançamentos e colocam-nos, muitas vezes, ao mesmo tempo e, depois, há semanas (especialmente no início do mês) seguidas em que não há um único lançamento de jeito.
É pena.
PS: Para ser sincero, num mercado como o do cinema, falo nas estreias nas salas, nos lançamentos em DVD, nos festivais existentes, acho que o ICAM poderia ter um papel de aglutinar informação. Seria bom para o público e para os media em geral, que poupavam o imenso trabalho de aglutinar toda a informação dispersa que existe. Já que a Lusa não tem esse serviço, que o ICAM tivesse (e não era preciso muito, bastava uma pessoa com conhecimentos e boa vontade). Existem, depois, vários sites pequenos que tentam fazer essa aglutinação das estreias (as próximas) e dos lançamentos. Só que é complicado estarem em cima do acontecimento, especialmente no que diz respeito aos DVD...
"1. Eis um problema que se arrasta: algumas formas de divulgação dos filmes, nomeadamente dos filmes em DVD, são de uma pobreza quase ofensiva.
2. De que estou a falar? De algumas informações (?) que, por vezes, chegam aos jornalistas, dando conta, por exemplo, de um novo lançamento de DVD.
(...)
4. Cada vez com mais frequência, há dossiers (??) informativos como aquele que recebi há pouco tempo: uma mera frase (segue "informação relativa a...") e, em anexo, um quadro de títulos. Era de alguma empresa "de vão de escada", ainda a tentar impor-se no mercado?... Não, era de uma grande, enorme, gigantesca multinacional, com negócios de muitos biliões em todo o planeta.
5. Que títulos, então? Apenas os portugueses. O que pode corresponder a coisas como "Um Aventureiro em Bolandas" ou "Hard Guy: o Regresso" (estou a inventar, ma non troppo...). Títulos originais? Nada. Datas de produção? Uma em cada vinte filmes. Actores? Que interessa?
6. Que fazer? Por mim, considero, cada vez mais, que importa dar a conhecer esta situação aos leitores/consumidores. É importante que eles compreendam que os jornalistas podem ter mais ou menos talento, mas não são adivinhos da informação que (não) lhes são. Já me aconteceu (e a diversas pessoas que me deram conta da mesma experiência) descobrir por mero acidente que há grandes maravilhas — actuais ou clássicas — editadas em DVD: percorro os expositores de uma loja e deparo com espantosos filmes sobre cuja edição foram distribuídas informações equivalentes a... zero!!!
7. Vale a pena, por isso, perguntar aos editores de DVD o que pensam do seu próprio trabalho de divulgação? Individualmente e em conjunto, como encaram as suas relações (???) com a comunicação social? Ou será que há quem pense que as relações profissionais entre empresas e jornalistas são um "favor" que ambas as partes podem contornar? Pela minha parte, quero ser muito claro: informações como algumas que vão chegando não são apenas jornalisticamente inúteis — são também uma prova de menosprezo pelos consumidores."
Comments:
Enviar um comentário