sexta-feira, abril 22, 2005
Sahara
Por aventuras já navegadas
Para quem gosta de acção pura e dura e não se importa com alguns clichés exagerados num filme com traços de Indiana Jones. A química entre Penélope a McConaughey deixa a desejar, ao contrário do que acontece entre McConaughey e Zahn. classificação: 3.0
João Tomé
Muita aventura e boa disposição rodeada de um panorama africano preocupante onde os ditadores corruptos e gananciosos, oprimem e provocam miséria entre o seu povo. Estes são os traços gerais de um filme que tem sido comparado à saga de Indiana Jones.
O espírito de aventura e busca constante por relíquias no meio de uma África tão bela quanto martirizada pelo poder são algumas semelhanças com a saga Indiana Jones. Outra é Dirk Pitt, a personagem principal de Sahara – interpretado por um Mathew McConaughey em boa forma física – que é mais um herói do grande ecrã apenas semelhante por, tal como Indy, procurar peças históricas no meio de muitos perigos.
Mas Dirk está mais perto do caçador de tesouros quase caricatural, com os seus modos do Texas (tal como o próprio McConaughey) e a sua maneira convencida como investe na personagem de Penelope Cruz.
Ficam-se por aí as semelhanças nesta adaptação das aventuras africanas de Clive Cussler que peca pela previsibilidade da história e demasiados clichés - não tenta ser uma obra de arte é mais feito para divertir de uma forma descontraída (talvez demais).
A história começa de uma forma bem actual. Uma médica do Organização Mundial de Saúde chamada Eva Rojas (Penélope Cruz) está numa missão à Nigéria, onde investiga com um colega uma doença misteriosa. Logo no início é salva pelo explorador e aventureiro Dirk Pitt. Pitt anda sempre em conjunto com o seu companheiro de sempre Al Giordino (Steve Zahn), uma dupla muito descontraída que diverte e dá a principal alma ao filme.
Os interesses de aventureiros e médicos vão-se cruzar quando os primeiros procuram o chamado Navio da Morte, naufragado durante a Guerra Civil Americana e que trazia a bordo uma carga secreta, os segundos procuram no Mali a origem da misteriosa doença que se poderá tornar num surto. Partem em conjunto para o país a viver uma guerra civil. Por lá vão conhecer de perto os malefícios de um ditador africano e de um empresário europeu que ganham dinheiro à custa de uma fábrica no meio do Sahara que recicla lixos nucleares.
A descontracção com os dois amigos aventureiros que enfrentam todos os perigos na água e no deserto é tão divertida quanto caricatural. No final o herói, McConaughey, e a heroína Penélope beijam-se numa praia paradisíaca - mais cliché é impossível. Bem longe da saga de Indiana Jones este filme dispendioso e com muitos meios entretém, mas sabe a pouco. O romance fora do ecrã entre Penélope e McConaughey parece não resultar no filme, salva-se a dupla de aventureiros que se conhece instintivamente.
McConaughey foi produtor e protagonista depois de primeiro Hugh Jackman e se seguida, Tom Cruise terem mostrado interesse, mas a vontade de McConaughey em fazer passar ao cinema as aventuras de Clive Cussler falou mais alto.
De: Breck Eisner
Com: Matthew McConaughey, Steve Zahn, Penélope Cruz
Origem: EUA, 2005
Duração: 127 min
www.saharamovie.com
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