sexta-feira, dezembro 30, 2005
A primeira LISTA
Foto do filme A Love Song for Bobby Long
Aqui fica, então, a minha primeira lista de filmes com significado especial e que estrearam em 2005, em Portugal. A lista fica por ordem de estreia e com link para o site Cinema 2000, já que disponibiliza a lista completa dos filmes que estrearam.
Tenho ainda de admitir que hoje mesmo vi o Kiss Kiss, Bang Bang, um filme que já só irá estrear para o próximo ano e entraria, concerteza, nesta lista, caso estreasse ainda este ano...
MY LIST
«Melinda e Melinda»
«Perto Demais»
«Um Longo Domingo de Noivado»
«O Aviador»
«Vera Drake»
«Garden State»
«Relatório Kinsey»
«Ray»
«Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos»
«Hotel Ruanda»
«Sideways»
«Mar Adentro»
«O Segredo dos Punhais Voadores»
«Um Peixe Fora de Água»
«A Intérprete»
«A Queda – Hitler e o Fim do Terceiro Reich»
«Hostage – Reféns» - só como prémio
«Eu, Peter Sellers»
«Uma Canção de Amor»
«Heróis Imaginários»
«Uma Boa Companhia»
«Star Wars: Episódio III — A Vingança dos Sith»
«Sin City — A Cidade do Pecado»
«A Balada de Jack e Rose»
«Mr. e Mrs. Smith»
«Colisão»
«Batman — O Ínicio»
«Donnie Darko: A Versão do Realizador»
«Guerra dos Mundos»
«Gengibre e Canela»
«Charlie e a Fábrica de Chocolate»
«De Tanto Bater o Meu Coração Parou»
«Os Psico-Detectives»
«À Boleia Pela Galáxia»
«Cinderella Man»
«Ela Odeia-me»
«Os Irmãos Grimm»
«Alice»
«Serenity»
«Last Days — Últimos Dias» - por ter representado algo diferente, não pelo filme em si
«As Bonecas Russas»
«Wallace & Gromit: A Maldição do Coelhomem»
«Senhor da Guerra»
«O Fiel Jardineiro»
«A Marcha dos Pinguins»
«Na Sua Pele»
«Rize»
«Harry Potter e o Cálice de Fogo»
«Oliver Twist»
«Broken Flowers — Flores Partidas»
«O Fatalista»
«King Kong»
«De Tim Burton: A Noiva Cadáver»
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Finalmente
Os vereadores da CDU viabilizaram hoje o apoio da Câmara de Lisboa à realização de um filme do espanhol Carlos Saura sobre o fado, uma proposta que mereceu a abstenção do resto da oposição.
A proposta, subscrita pelo vereador da Cultura, José Amaral Lopes (PSD), prevê a transferência de uma verba de 1,2 milhões de euros para a Empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), destinado a financiar o filme, orçado em 3,5 milhões de euros, a suportar pelo sector público e privado.
Os vereadores da CDU e o executivo liderado por Carmona Rodrigues (PSD) votaram favoravelmente a proposta, debatida esta noite em reunião pública de Câmara, enquanto o resto da oposição (PS, Bloco de Esquerda e CDS-PP) absteve-se na votação.
A proposta já fora debatida pelo executivo municipal, mas a oposição, que tem a maioria no executivo, solicitou na altura esclarecimentos adicionais. O realizador Carlos Saura apresentou à autarquia lisboeta o projecto do filme "Fado", uma longa-metragem que pretende encerrar uma trilogia dedicada às expressões musicais urbanas, depois dos filmes "Flamenco" (1995) e "Tango" (candidato ao Óscar de melhor filme estrangeiro em 1998). De acordo com o projecto, apresentado em Junho deste ano, o filme terá como director de fotografia Eduardo Serra e contará com o apoio de Carlos do Carmo (supervisão musical), Rui Vieira Nery (consultoria científica) e Bernardo Sassetti (banda sonora e adaptação musical), além da participação dos artistas Mariza, Camané, Argentina Santos, Vicente da Câmara, Mísia e Raul Nery, entre outros.
Na proposta, o vereador Amaral Lopes justifica o apoio da autarquia alegando que o projecto "contribui para a promoção de Lisboa", onde decorrerão as filmagens, e será "um rigoroso testemunho cinematográfico sobre o universo do fado, como instrumento de afirmação da nossa identidade cultural e da internacionalização" deste género musical e da capital portuguesa.
Por outro lado, a obra surge numa altura em que a autarquia prepara a candidatura do fado a património cultural imaterial da Humanidade, uma classificação da UNESCO, sustenta o vereador da Cultura na proposta, ao alertar que "o adiamento da decisão compromete a realização do projecto 'Fado', por indisponibilidade do realizador e respectiva equipa técnica".
Durante a discussão sobre a proposta, o socialista Manuel Maria Carrilho criticou o facto de o filme vir a ser realizado por um realizador espanhol e não por um cineasta português e defendeu que a Câmara Municipal não deve assumir-se como um produtor, devendo limitar- se a prestar apoio logístico. O vereador do PS questionou ainda por que razão se prevê um subsídio a fundo perdido, se se "antecipa que o filme será um sucesso e, como tal, poderá pagar-se com as receitas de bilheteira".
"Ainda menos compreendo que as receitas para a Câmara sejam de dez por cento, quando o financiamento é de um terço" do custo total, frisou o ex-ministro da Cultura do PS, para quem esta é "uma boa ideia que está a ser mal concretizada e com bastante imprudência". O vereador apoiado pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, considerou que esta é uma decisão tomada "à pressa".
in Lusa
terça-feira, dezembro 27, 2005
Crash: um dos filmes do ano
Mulheres nuas
Acho piada aos filmes de autor que contém várias mulheres nuas ao mesmo tempo, neste caso numa casa. Uma espécie de sonho masculino, muitas mulheres nuas para um homem, ou poucos homens. Existem uns quantos filmes assim, quase todos procuram ter uma perspectiva intelectual, mas qualquer um, na minha opinião, é feito com alguma taradice masculina. É um dos mitos dos homens, muitas mamas por m2, só para um homem. Enfim. Neste filme destaque ainda para as demasiafdas mensagens subliminares escondidas em imagens muito paradas, cenas demasiado cansativas pela monotonia.
A Casa, passou esta madrugada na RTP1.
Sinopse:
Uma ode contemporrânea à casa. A casa como centro de relacionamentos e da rotina cotidiana. A casa como um lugar de passagem e como palco de uniões e separações. É também um lugar que reúne seus habitantes para casamentos, funerais e festas.
Todo personagem vive, passa, entra ou sai da casa. Cada cômodo fazendo seu próprio papel. É assim que o diretor Sharunas Bartas constrói o roteiro deste filme, revelando sentimentos humanos e a natureza de seus personagens através dos cômodos de uma casa, que é o fio condutor da história.
A vaga de emoções que se acumula no silêncio de "A Casa"
"A minha casa. Não sei exactamente onde é que ela se situa no mundo.
Só sei que é minha.
Moram muitas pessoas em minha casa. Algumas estão só de passagem, outras permanecem.
Algumas ainda lá estão.
Gostaria de saber quantas pessoas vivem em minha casa e quem é que elas são."
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Origem: França/Portugal/Lituânia - 1997
Duração: 120 m
Autoria: Sharunas Bartas, Yekaterina Golubeva
Produção: Paulo Branco
Realização: Sharunas Bartas
Com: Valeria Bruni Tedeschi, Leos Carax, Micaela Cardoso, Oksana Chernych
Natal de pernas para O AR
[Deixo aqui um artigo dedicado aos "piores filmes" de Natal. Escolhas para todos os maus gostos...]
Ho-ho NO! Delivering the worst Christmas movies of all time
To make the choice easier for you, we have assembled the 10 worst Christmas movies of all time. For the most part, we’ve focused only on films that were released in theaters for the simple reason that so many rancid made-for-TV Christmas movies have been made over the years that choosing just 10 would be impossible.
The factors that constitute a horrible Christmas movie are basically the same as any horrible film -- hackneyed direction, pathetic script and lame acting. Just add a Christmas theme, make an attempt, in many cases, to impart a holiday message and execute the proceedings with the panache of a brain-addled reindeer, and, viola, you have a wretched Christmas movie.
For convenience’s sake, the films are listed in alphabetical order. No need to rate them in terms of their ineptitude. They’re all equally ho-ho-horrible.
"CHRISTMAS WITH THE KRANKS" (2004) -- Abysmal in every possible way and particularly distressing considering the cast features people with talent, such as Jamie Lee Curtis, Dan Aykroyd, Felicity Huffman and M. Emmet Walsh. So why is the film emit such a stench? First, it stars the master of mediocrity himself, Tim Allen, and second, it’s penned by the grand poobah of banality, Chris Columbus. Based on John Grisham’s novel, "Skipping Christmas,"
"ERNEST SAVES CHRISTMAS" (1988) -- Unlike "Christmas with the Kranks," there’s no one with talent in this PG-rated film and it shows. Jim Varney is back for the holidays as imbecile supreme Ernest P. Worrel, and this time he has to get Santa out of jail. Much mindlessness ensues with the film featuring more ad placements than brain cells.
"HOW THE GRINCH STOLE CHRISTMAS" (2000) -- Cindy Lou Who, who was no more than two, would boo-woo-woo at this cinematic goo. Not to be confused with the classic 1966 animated TV special, this live-action version of Dr. Seuss’ tale fails on almost every level, especially as entertainment for children who are likely to be petrified by the malevolent Grinch. But it’s the film’s cheesy makeup and bogus sets that help rob the film of its magic. As the Grinch, Jim Carrey does manage to bring some laughs to Whoville.
"JACK FROST" (1998) -- How’s this for a concept: A dad named Jack Frost dies and comes back to life as a snowman. Holy reincarnation, Batman!
"JINGLE ALL THE WAY" (1996) -- Arnold Schwarzenegger, Mr. Mirth himself, stars in this misguided comedy about a father trying desperately to find a toy for his son on the day before Christmas. Like Keaton in "Jack Frost," he’s one of those neglectful dads who becomes a better person after suffering a few indignities.
"MIXED NUTS" (1994) -- Few films have wasted this much talent. Directed by Nora Ephron of "Sleepless in Seattle" fame, this PG-13-rated movie stars Steve Martin, Madeline Kahn, Rita Wilson, Robert Klein, Anthony LaPaglia, Juliette Lewis, Rob Reiner, Adam Sandler, Liev Schreiber, Joely Fisher, Parker Posey, Jon Stewart and Haley Joel Osment.
mais in Metrowest Daily
O ano em revista
2005 the year in movies Wesley Morris
Boston Globe - United States
Amid talk of a shift in American moviegoing culture (where, oh where, were the audiences?), the movies themselves in 2005 responded, however belatedly, to the ...
A look back at the year in movies
SouthFlorida.com - Fort Lauderdale, FL,US
It's all politics: The post-9-11 political consciousness of Hollywood makes its way to theaters with movies including Syriana, Good Night, and Good Luck and...
Movies with benefits: the best of the behind-the-scenes bonuses
Boston Globe - United States
By Tom Russo, Globe Correspondent December 25, 2005.
It's silly, really, but when it comes to DVD goodies, we've always preferred
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Medo relativo
The fear factor: When are movies too intense for children?
By Rachel Abramowitz and Mary McNamara,
Tribune Newspapers: Los Angeles Times
Published December 25, 2005
HOLLYWOOD -- As it attempts to halt the year's box office slide, Hollywood is bringing out the howitzer for the holidays -- the turbocharged children's film. For the last five years, PG-13 has ruled the box office; it's the imprimatur of the top-grossing films of the year. Now kids' films, PG-rated and amped up with computer graphics, are trying to catch up.The gentle fantasy of C.S. Lewis' "The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe," with its snowy landscapes and talking animals, gives way to a fight-to-the-death battle between loyal Narnians and the ghoul-filled army of the White Witch. In "Zathura: A Space Adventure," giant man-eating alien lizards menace a defenseless 6-year-old; "The Legend of Zorro" includes a brutal shooting of a priest; and even the G-rated "Chicken Little" has aliens who vaporize a vulnerable town.While the intensity of children's films is clearly changing, the ratings are not, leaving parents to figure out on their own what's too terrifying for the smallest moviegoers. The Motion Picture Association of America's system of assessing films for age-appropriateness hasn't been overhauled since PG-13 was invented 20 years ago after films such as "Indiana Jones and the Temple of Doom" and "Gremlins" were deemed too frightening for PG.
mais in Chicago Tribune
domingo, dezembro 25, 2005
Filmes de Natal
Há dois tipos de filmes de Natal. Aqueles que têm um espírito solidário e fraterno, bem ao estilo do Natal, embora não façam qualquer referência ao Natal. E depois existem aqueles que falam directamente no Natal. Dentro desses, considero existirem dois sub-grupos essenciais: os filmes que mais lamechas natalícios com mensagens pouco criativas e apenas bondosas, e os outros filmes que brincam, confundem, distorcem um pouco o espírito, mesmo que chegam lá de uma forma ou de outra. Recordo-me de ver na minha infância, por altura do Natal, o Feiticeiro de Oz. Um clássico do qual sempre gostei, primeiro como puro fã, depois pela nostalgia. Depois recordo-me de passar há uns anos uma bela madrugada de Natal a ver o maravilhoso mundo de Tim Burton, sombrio mas intenso, divertido e inspirado: The Nightmare Before Christmas (1993).
Para além destes, existem dois filmes que adoro, curiosamente ambos protagonizados por Bill Murray, um dos meus actores preferidos desde os meus 10 anos!
O primeiro é o fantástico Scrooged. Um filme que brinca um pouco com o espírito de Natal, ao retratar um executivo de uma cadeia televisiva mau e céptico em relação ao Natal, que tem a visita constante de três fantasmas prontos para o atormentar. É um filme que está no top de filmes de Natal no meu livro.
O segundo é o inteligente e curioso Groundhog Day, onde o tempo irá parar. Embora não esteja directamente relacionado com o Natal, é passado numa pequena vila onde está a ocorrer uma festividade tradicional e há neve. Além disso a história não podia ser mais apetecível. Murray é um reporter cínico e atiradiço, bem no estilo de papéis que fez na altura, que vai viver a aventura de repetir um dos piores dias da sua vida constantemente, até tornar-se numa pessoa melhor. Conta com interessante Andy MacDowell. Murray fez este filme logo a seguir a ter protagonizado ao lado de Richard Dreyfuss o perturbantemente divertido e psicótico, What About Bob? (1991). Curioso é ainda o facto de quem ter realizado este filme onde o tempo parou, ser Harold Ramis, que esteve com Murray em Ghost Busters (1984).
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The Wizard of Oz (1939)
The Nightmare Before Christmas (1993)
Scrooged (1988)
Groundhog Day (1993)
Bill Murray e o MagaCINE desejam a todos um Natal Scrooged.
25 estrelas do ano
Ver aqui LISTA COMPLETA
ALGUNS DOS 25
1. Johnny Depp (Last year: #1)The hits keep on coming for Mr. Depp, the IMDb's favorite for the second year in a row. Starting out the year with an Oscar nomination for Finding Neverland, Depp wowed everyone with his, um, idiosyncratic interpretation of Willy Wonka in Charlie and the Chocolate Factory, lent his voice to another Tim Burton flick, Corpse Bride, and started filming on back-to-back sequels for Pirates of the Caribbean.
2. Angelina Jolie (Last year: #5)Her saintly work for the United Nations (and adoption of a new baby girl) was in stark contrast to her rumored canoodling with Brad Pitt, though she seemed to rise above it all with nary a scratch or worry. And we think it's mostly her and not Pitt that accounted for Mr. & Mrs. Smith's $186.3 million box office take.
9. Natalie Portman (Last year: #21)Portman bid farewell to the role of Padme Amidala (aka, mother of Luke and Leia) in the final Star Wars film, Revenge of the Sith, and made headlines for appearing at Cannes with a Sinead O'Connor-like buzz cut, which she'll sport in 2006's V for Vendetta, the futuristic action flick written and produced by the Wachowski brothers.
13. Scarlett Johansson (Last year: #11)Snarky producers tried to blame her and co-star Ewan McGregor for not turning The Island into a big summer hit, but she serenely and glamorously moved beyond the mess to become -- of all things -- the new muse for Woody Allen in the acclaimed Match Point, which grabbed her a Golden Globe nomination.
14. Christian Bale (Last year: Uncharted)Everyone's favorite American Psycho emerged at long last as a full-fledged global star with Batman Begins, breathing new life into the story of the Dark Knight and helping prove that summer hits could be smart as well as wildly fun. Finally -- there might be a sequel worth waiting for!
15. Emma Watson (Last year: #13)Growing more poised and beautiful with each passing year, Watson emerged as a true teen star in Harry Potter and the Goblet of Fire, in which her appearance in a stunning gown upstaged the Hogwarts' Yule Ball and turned her friends Harry and Ron into blabbering fools. Go Hermoine!
16. Nicole Kidman (Last year: #14)The Oscar winner started out 2005 admirably with classy thriller The Interpreter, but flopped badly (yet again) with the misbegotten Bewitched. But thanks to a captivating Chanel campaign, a hush-hush romance with country star Keith Urban, and the shenanigans of her ex-husband (on whom she remained mum), we still couldn't stop talking about her.
23. Kirsten Dunst (Last year: #12)Without a Spider-Man to hold onto, the perky Dunst landed a bit roughly with the Cameron Crowe mess that was Elizabethtown. But ooh-la-la -- check out that trailer for Sofia Coppola's Marie-Antoinette! And we're still not sure: are she and Jake Gyllenhaal still dating or not?
Escolhas
Numa altura que os fãs, ou alguns, de cinema gostam de fazer balanços e distinguir os filmes que mais apreciaram durante o ano, o site Cinema 2000 oferece a lista de todas as estreias para a escolha ser mais fácil. O Sound+Vision já começou com as escolhas, que inclui também os DVD's, cada vez mais opções válidas, livros, álbuns de música. Escolhas variadas.
Ver aqui LISTA de filmes do ano
Em breve colocarei as minhas escolhas. Sendo que tanto o polémico e pouco afamado Irmãos Grimm e Donnie Darko: Director's Cut farão parte das escolhas!
sábado, dezembro 24, 2005
Arnie sem estádio
O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, enviou uma carta para Graz, Austria (sua terra natal), para removerem o seu nome do estádio da cidade - um dos estádios do mundo com o nome mais comprido. Após a recusa do pedido de clemência por parte de Schwarzenegger do condenado à morte Stanley Williams, a população pediu a remoção do nome e o próprio actor acabou por enviar uma carta nesse sentido.
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Corpse Bride
Mortos animados
imaginados por Tim Burton
De Tim Burton: A Noiva Cadáver. Tim Burton tem uma imaginação peculiar e volta a surpreender em mais um clássico negro mas também romântico, e muito original. Nesta animação, os mortos estão bem vivos. Johnny Depp é Victor, Helena Bonham Carter é a jovem morta apaixonada.
João Tomé
A morte é inevitável e, talvez por isso, é um dos assuntos mais melindrosos para o ser humano. O cinema, como meio de sonhos e originalidades, é um meio privilegiado para reinventar a morte. O novo filme de Tim Burton (que é o resultado de 10 anos de trabalho) parte de um conto popular russo sobre uma Noiva Cadáver e um noivo desgraçado que ela arrasta para o divertido, mundo dos mortos. Se este fosse um filme com humanos, teria contornos mais assustadores. Sendo um filme animado, Tim Burton parodia a relação de pânico, que a maior parte das pessoas tem com os cadáveres. Mas engane-se quem pensa que esta é uma animação só para adultos, bem pelo contrário. Apesar do meio sombrio e até macabro, a história é tão estranha quanto ternurenta, romântica e… agradável. Na sequência dos míticos Eduardo Mãos de Tesouro e no assustador e divertido Beetlejuice, Burton volta ao mundo sombrio que o notabilizou. «Depois de fazer o Nightmare Before Christmas [1993], quis concretizar outro projecto dentro do género, porque adoro a animação de volumes», explicou o realizador nas notas de produção.
Terra dos Mortos, repleta de vida.
A história
Numa pequena vila melancólica europeia, no século XIX, prepara-se o casamento de dois jovens tímidos que ainda não se conhecem, os interesses familiares assim o determinam. Victor (voz e figura de Johnny Depp) entra em pânico depois de conhecer a sua futura esposa Victoria, por quem parece até ter sentimentos. Humilhado, ele passeia pela floresta escura que envolve a vila para treinar os votos de casamento e é nesse treino que acaba por despertar a Noiva Cadáver (voz de Helena Bonham Carter) que aguarda ali o regresso do noivo. Involuntariamente vê-se comprometido com ela, que espera há muito por um amor. É a partir daí que Victor fica confinado à fantástica e improvável Terra dos Mortos, um mundo espantoso e invulgarmente divertido. Mesmo assim, ele vai querer voltar para o seu mundo e para os braços da sua verdadeira noiva. O resto é para descobrir neste mundo romanticamente macabro, criado por Tim Burton.
Victor (Johnny Depp)
Um jovem tímido e sonhador a quem os pais, que têm dinheiro mas pretendem ascender socialmente, arranjam um casamento com uma desconhecida com título, Miss Victoria (voz de Emily Watson), uma romântica incurável. Ambos parecem dar-se bem, até Victor ser levado para a Terra dos Mortos.
Noiva Cadáver (Helena Bonham Carter)
Tal como Victoria, ela também é uma verdadeira romântica, apesar do seu aspecto de… cadáver. Esta noiva em decomposição foi tragicamente assassinada na sua noite de núpcias e, desde então, tem esperado que o seu noivo o venha reclamar na Terra dos Mortos. «Em última análise ela está imobilizada no tempo», afirma Helena Bonham Carter sobre a sua personagem.
Outras estreias
[Esta semana também estreiam os seguintes filmes]
Sentir o amor
A Jóia da Família. O segundo filme de Thomas Bezucha parece uma aposta ganha ou não tivesse um elenco fabuloso e contasse uma história com alguns momentos divertidos sobre pessoas diferentes. De volta ao cinema mais popular está também Sarah Jessica Parker, depois de ter sido Carrie Bradshaw na série Sexo e a Cidade. Os encontros familiares, já por si, podem ser uma autêntica aventura, se juntarmos a isto a namorada ou namorado de algum dos membros, pode tornar-se bem pior, ou melhor, depende das pessoas.
Tal como aconteceu no filme Um Sogro do Pior, aqui é retratada a reunião anual da família Stone, durante as férias de Natal, e a chegada de uma intrusa (Sarah Jessica Parker), a namorada do filho mais velho, que conhece os pais, irmãos e irmãs pela primeira vez. Os Stones, uma família pacata, são liderados pela sua mãe pouco convencional (Diane Keaton) e revoltam-se quando o filho “perfeito” (Dermot Mulroney), traz a namorada, Meredith (Parker), para passar os feriados de Natal com a família, com a intenção de anunciar o casamento. Esta nova-iorquina dominadora, tensa, ultra-maquilhada e obcecada com o trabalho tenta adaptar-se, mas só acaba por se prejudicar. Para tentar sobreviver ao massacre antes que fique totalmente desfeita, Meredith convence a irmã a ir ter com ela, o que acaba por desencadear ainda mais complicações, histeria e muita emoção.
De: Thomas Bezucha
Com: Diane Keaton, Sarah Jessica Parker, Claire Danes, Luke Wilson, Dermot Mulroney
Género: Comédia
EUA, 2005
104 minutos
www.thefamilystonemovie.com
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Matança de Natal
Nem todas as tentativas de inverter o espírito de Natal são bem sucedidas. Nos últimos anos, pela a altura de Natal, surgem filmes que tentam contrariar os outros filmes natalícios com histórias algo contrárias ao Natal, é esse o caso deste filme de David Steiman – que realiza a sua primeira longa-metragem. A história tem alguns ingredientes prometedores: o Pai Natal existe (Bill Golberg, estrela do WWE Wrestling), só que, ao contrário do que se pensava, não é amoroso e inofensivo, mas sim um demónio que mata por desporto. A única coisa que tem mantido o seu lado mau escondido durante todo este tempo é uma aposta feita com um anjo. Agora, a aposta expirou e os 1000 anos de boa vontade vão ser substituídos por verdadeiro terror natalício. Nicholas, a sua namorada e o seu avô algo maluco são os únicos a saber a verdade sobre o Pai Natal e, deste modo, a poder salvar a cidade (chamada Inferno). Esta comédia negra de acção acaba por mostrar história e imaginação a menos.
CLASSIFICAÇÃO: 2/5
De: David Steiman
Com: Bill Goldberg, Douglas Smith, Emilie de Ravin
Género: Terror/Comédia
EUA, 2005
Luana Piovani
Luava Piovani. Actriz em várias novelas da Globo, a jovem aspira a voos mais altos no cinema mundial.
terça-feira, dezembro 20, 2005
Cinema dá dinheiro em Portugal
As receitas de bilheteira geradas pelas salas de cinema atingiram 76 milhões de euros em 2004, mais 3% face ao ano anterior, sendo na região de Lisboa que facturaram mais (49% do total) e que tiveram maior número do total de 18,8 milhões de espectadores (45%).
Os números constam dos Dados da Cultura 2004, hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam ainda que em 2004 se registou um acréscimo do número de sessões realizadas (16% face a 2003), embora o número de espectadores se tenha mantido praticamente constante.
Nas sessões de cinema (659.066) realizadas predominaram as longas metragens, das quais 96% eram de origem estrangeira, 84% das quais provenientes dos Estados Unidos.
in DD
domingo, dezembro 18, 2005
o cinema
O cinema tem a vantagem de nos colocar a viver ou experienciar algo que não vivemos verdadeiramente. É uma ilusão doce ou amarga, depende, que expande os nossos limites. Pelo cinema podemos ver a vida de uma mulher, experienciar o que ela experienciou, sem sermos uma mulher. Existem múltiplas variáveis que permitem fazer ter a sensação de que vivemos mais do que verdadeiramente vivemos. Aquilo que experienciamos enquanto pessoas é o que faz de nós aquilo que somos para nós próprios, para os que nos rodeiam e para a sociedade em geral, o estado, etc. Mas o que experienciamos no cinema não é muito diferente do que fica da nossa vida. O fulcral que fica das nossas vidas é a marca que deixamos aos outros, para alguns pelo menos, a outra parte são as memórias, que desaparecem connosco e as que ficam das pessoas que têm memória de nós. O que vemos no cinema não são propriamente as nossas memórias, mas fazem parte delas e, por isso, podem-nos ensinar, excitar, assustar, entristecer ou alegrar. Uma multiplicidade de sentimentos, que podem também de ser de indiferença, os menos intensos. O curioso em tudo isto é que é uma ilusão. Eu gosto desta ilusão!
Brokeback Mountain
Em pseudo EXCLUSIVO para os leitores de MagaCINE aqui jaz disponível o trailer do filme mais falado para os Oscares, Brokeback Mountain. O filme de Ang Lee conta com os dois dos melhores actores da sua geração, Heth Ledger e Jake Gyllenhal. O filme estreia a 9 de Fevereiro em Portugal.
Trailer
O filme (Drama, Romance). Set against the sweeping vistas of Wyoming and Texas, the film tells the story of two young men - a ranch-hand and a rodeo cowboy - who meet in the summer of 1963, and unexpectedly forge a lifelong connection, one whose complications, joys and tragedies provide a testament to the endurance and power of love.
Casanova, o amante
Bem mais próximo do que as sugestões anteriores, Casanova estreia em Portugal no inicio do próximo ano e também tem bom aspecto ou não tivesse no principal um dos actores novos mais em voga no mundo cinematográfico ocidental, Heath Ledger (nomeado para os Globos de Ouro por Brokeback Mountain). Um dos meus actores preferidos já há alguns anos, que contracena, infelizmente, com Sienna Miller - que tem dado tanta tinta que correr aos tablóides e revistas cor-de-burro-quando-foge, em conjunto com Jude Law. Sienna começou a aparecer nas revistas sempre por assuntos amorosos e polémicos e nunca por assuntos cinematográficos, daí a relutância. Mesmo assim o filme, pelo trailer, parece engraçado. O realizador também impõe respeito: Lasse Hallström.
Tagline: A partially true story about lies told, virtue lost and love found.
O filme (aventura/comédia/drama/romance). Heath Ledger plays the fabled romantic as a man who, after failing to win the affection of a particular Venetian woman, strives to discover the real meaning of love.
casanova.movies.go.com/ - onde está o trailer
Ficha IMDb
American Dreamz
Com Willem Dafoe, Dennis Quaid e Hugh Grant aqui está mais um filme prometedor. O realizador é Paul Weitz que depois do prometedor In Good Company (2004) está de volta à direcção - que começou com o divertido e adolescente American Pie (1999). Em 2002 realizou ainda About a Boy com Hugh Grant.
Trailer
Ficha IMDb
O filme (comédia/drama). A satire of American identity, based around the wildly popular television singing contest called "American Dreamz."
Rumor Has It...
Rumor Has It...
Ora aí está um filme que parece promissor, e cujo trailer é recente. A estreia será algures para o próximo ano. Com o TAGLINE de "Based on a true rumor" o elenco é muito promissor assim como o filme.
www.rumorhasitmovie.warnerbros.com
Trailer
Ficha IMDb
O filme. Jennifer Aniston plays a woman who learns that her family was the inspiration for the book and film "The Graduate" -- and that she just might be the offspring of the well-documented event.
sábado, dezembro 17, 2005
Pierce volta a Remington
Pierce Brosnan prepara-se para voltar à personagem que o celebrizou nos Estados Unidos, o detective (inventado) falinhas mansas, Remington Steele. O ex-007 está e conversações com alguns estúdios de Hollywood para trazer a série dos anos 80 que passou na TVI há uns anos, para o grande ecrã. Resta saber para quando e quem será a companheira Laura Holt. Na série original foi Stephanie Zimbalist.
Natal
Elf (2003) é realizado por Jon Favreau, e é uma filme pouco bem sucedido no circuito de estreias (não estreou no cinema em Portugal) e conta uma história de um humano criado por duendes, no Polo Norte que um dia decide viajar para Nova Iorque à procura do seu verdadeiro pai(James Caan). Um filme meio parvo mas engraçado, e que contém a mensagem de Natal.
Elf tem ainda uma longa lista de pessoas conhecidas, algumas que fazem apenas cameos. Pessoas como Artie Lange, Andy Richter, Kyle Gass (Tenacious D) e Peter Billingsley.
"That the best way to spread Chrismas cheer, is to sing loud for all to hear".
FIKE
www.fikeonline.net
É tempo de dizermos adeus ao FIKE 2005, quinta edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Évora e começarmos a olhar para a 6ª edição com grande antecipação.
O Festival deste ano foi um grande sucesso, como estamos certos foi testemunhado por todos os que nos visitaram. Apresentamos 112 curtas-metragens no Auditório da Universidade de Évora e exibimos uma outra selecção fabulosa de cinema em secções paralelas.
Uma vez mais o Páteo do Cinema (SOIR Joaquim António de Aguiar) e o Cineclube da Universidade de Évora mostraram a melhor selecção de curtas-metragens apresentada em Portugal em 2005.
O Júri, constituído por Florence Ayisi, Christina Zulauf, Ines Freitas, David Pope, Akram Farid, Fabrizio Ferrari, Fernando Galrito, Stenåke Hedström and Torbjørn Grav, escolheram os melhores filmes do Festival.
in Press do FIKE
Prémios
Melhor Ficção
Vencedor:
Waverley (Waverley)
Piers Thompson - 2005 - Reino Unido
Menção Especial:
Cashback (Cashback)
Sean Ellis - 2004 - Reino Unido
Melhor Documentário
Vencedor:
Last Man Standing (Last Man Standing)
Sasha Djurkovic - 2005 - Reino Unido
Melhor Animação
Vencedor:
Bek (Beak)
Lucette Braune - 2004 - Holanda
Menção Especial:
Little Things (Little Things)
Daniel Greaves - 2004 - Reino Unido
Curtíssima (até 5 minutos)
Vencedor:
Le Baiser (The Kiss)
Stéfan Le Lay - 2005 - França
Menção Especial:
Agricultural Report (Agricultural Report)
Melina Sydney Padua - 2004 - Irlanda
Melhor Curta Metragem Europeia
Vencedor:
Der Beste (Der Beste)
Arne Jysch & Rasmus Borowski - 2004 - Alemanha
Menção Especial:
Manden Der Blandet Andet Var En Sko (The Man Who Was A Shoe - Among Other Things)
Jonas Arnby - 2004 - Dinamarca
Prémio KODAK: Melhor Curta Metragem Portuguesa
Vencedor:
Uma Noite Ao Acaso (Night Story)
Victor Candeias - 2005 - Portugal
ver os PRÉMIOS TODOS
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The Da Vinci Code
Ora aí está o novo trailer do Código da Vinci, o filme de Ron Howard. Depois do sucesso massivo do livro de Dan Brown, o filme promete ser mais um sucesso, ou não tivesse do seu lado uma poderosa máquina de marketing e ingredientes que levam espectadores às salas de cinema. A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, levou crentes e não crentes a ver o filme. Era comum ver-se nesses dias freiras e padres a passearem-se em alegre convívio pelas salas de cinema, à espera de verem a inspiração da sua vida retratada de um modo muito brutal, mas também muito católico. A religião vende! Seja a desacreditá-la, ou a dar-lhe força. Daí o livro de Dan Brown ter sido um sucesso tão grande.
O trailer. Pelo aspecto do trailer que a Apple tão comercialmente fornece, espera-nos um filme fidedigno ao livro, apesar de, para o fiel leitor, não possa ser tudo aquilo que imaginou.
Tom Hanks, apesar da mudança física, não encaixa muito bem na forma como via Robert Langdon, já Audrey Tautou e Jean Reno parecem encaixar bem em Sophie Neveu e Bezu Fache. Aparentemente, Ian McKellen é demasiado conhecido para ser o Sir Leigh Teabing, enquanto Paul Bettany, com as alterações para ficar albino, parece não estar mal como Silas. Enfim, a ver vamos no filme...
Ficha IMDb
Trailer da Apple
Sinopse. Ron Howard and Akiva Goldsman, the OscarÆ-winning director and writer of A Beautiful Mind, reunite to bring Dan Brown's The Da Vinci Code, one of the most popular and controversial novels of our time, to the big screen with a cast headed by two-time Academy AwardÆ winner Tom Hanks, Audrey Tautou, Jean Reno, Sir Ian McKellen and Alfred Molina. Produced by OscarÆ-winner Brian Grazer and John Calley, The Da Vinci Code, begins with a spectacular murder in the Louvre Museum. All clues point to a covert religious organization that will stop at nothing to protect a secret that threatens to overturn 2,000 years of accepted dogma. The Da Vinci Code commences production on June 30th in Paris and is set to wrap on October 19th in England.
Broken Flowers
A comédia de Murray
Broken Flowers - Flores Partidas. A comédia de Bill Murray é das mais sossegadas e passivas de sempre, mas mesmo assim é eficiente, como se viu em Lost In Translation. Este filme de Jim Jarmusch parece aproveitar a herança intensa do filme de Sofia Coppola ao colocar Murray novamente no papel de um homem vencido pela vida, que procura pequenos momentos que o fazem sentir vivo.
A história é simples e não gira em torno da comédia, pelo contrário, demonstra alguns momentos tristes e melancólicos, misturando com a comédia passiva de Murray. Don (Murray) é um solteirão e mulherengo que é deixado pela namorada (Julie Delpy). Enquanto se vai habituando à solidão, ajudada a passar pelo pouco provável amigo latino-americano Winston (interpretado pelo expressivo Jeffrey Wright), Don recebe uma carta cor de rosa estranha. Supostamente teria sido escrita por uma ex-namorado anónima que lhe avisa que tem um filho de 19 anos que o procura. Impulsionado pelo persistente Winston ele vai viver uma viagem muito intensa onde descobre que as suas ex-namoradas vivem vidas muito estranhas.
Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange, Tilda Swinton são os nomes das conhecidas actrizes que preenchem o passado de Don. Uma comédia negra e simples mas curiosa e tocante. Destaque ainda para a banda sonora brilhante.
CLASSIFICAÇÃO: 3,5/5
De: Jim Jarmusch
Com: Bill Murray, Jessica Lange, Sharon Stone, Tilda Swinton, Julie Delpy
Aventura/Comédia/Drama
EUA/França, 2005
106 minutos
www.brokenflowersmovie.com
Fatalista
O Fatalista. «Tudo o que de bem ou de mal nos acontece "cá em baixo", está escrito "lá em cima".» É este o mote da vida de Tiago (Samora) e a sua frase preferida, que ouviu durante da boca do seu estimado comandante nos tempos da guerra do ultramar, onde foi soldado.
Repleto de momentos divertidos e curiosos esta é também um filme com momentos introspectivos e com algum drama. Depois do cómico a Mulher que Acreditava Ser Presidente dos EUA, João Botelho dirigiu este filme adaptando um texto de Diderot intitulado Le Fataliste. Nele a personagem principal é Jacques, traduzido para o filme como Tiago, um motorista de condição que conduz o seu patrão ao mesmo tempo que conta a delirante e interminável história dos seus amores.
Tiago utiliza a sua frase preferida para justificar todas as suas surpreendentes e curiosamente divertidas acções, tanto as do passado como as presentes. «Uma vertigem alucinatória, com uma escrita e estrutura tão radicais e poderosas que nos deixam um sentimento eufórico de que tudo é possível», é assim que Botelho descreve a história de Diderot que adaptou. Com narrativas múltiplas em aventuras desconcertantes, acompanhamos a memória de Tiago e as personagens improváveis que conheceu.
Entre o sexo, a luta de classes, o poder e a realidade curiosa, este coxo irónico – numa interpretação bem conseguida de Rogério Samora – permite um filme português que mistura qualidade e diversão. Destaque ainda para a presença de vários bons actores portugueses: André Gomes, Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, Teresa Madruga e Margarida Villanova. O filme esteve ainda na selecção oficial dos Festivais de Veneza e Toronto e será apresentado em São Paulo, Sevilha e Washington.
CLASSIFICAÇÃO: 3/5
De: João Botelho
Com: Rogério Samora, André Gomes, Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, Teresa Madruga, Margarida Villanova
Género: Drama
Portugal/França, 2005
105 minutos
www.madragoafilmes.pt/ofatalista
Críticas
Um filme audaz e visualmente apelativo
Variety, EUA
Uma viagem de andamento picaresco que parece explodir assim que passam, um encadeamento de parábolas disparatadas onde a beleza é o alimento e a ironia é o carburador incansável.
Cahiers du Cinema
Um exercício de refinamento, humor aristocrático e minoritário... Um manifesto ligeiro sobre a arte da liberdade de pensamento, sobre o poder exercido através do sexo
La Republica, Itália
Nárnia
A magia de Nárnia
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa: As Crónicas de Nárnia. Um mundo fantástico e de grande imaginação criado pelo autor irlandês CS Lewis, ganha forma no grande ecrã em mais épico clássico. Depois do Senhor dos Anéis, acompanhamos agora as descobertas de quatro crianças…
João Tomé
Há 55 anos CS Lewis era um autor promissor que tinha acabado de editar o seu primeiro livro infantil e o primeiro da saga de Narnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.
Nos anos seguintes este irlandês cuja primeira obra infantil foi descrita por J.R.R. Tolkien como «um amontoado de elementos que destoavam», escreveu mais livros sobre Narnia. A saga tornou-se numa das mais inspiradoras na infância de milhões de pessoas – passando por várias gerações – que descobriram o mundo criativo que existe por trás de um guarda-fatos muito especial.
Na sequência do grande sucesso que foi a adaptação do Senhor do Anéis para o grande ecrã, a Disney pegou no mundo fantástico de CS Lewis e colocou-o com muitos meios no cinema, após se falar há alguns anos numa possível adaptação deste obra. Portugal assiste amanhã (quinta-feira) a uma estreia mundial muito aguardada pelos leitores, e com um universo magnífico à espera de ser descoberto por quem não conhece os livros.
Esta aventura intensa decorre na Inglaterra da II Grande Guerra e conta a história de quatro irmãos distintos. Lucy, Edmund, Susan e Peter que são enviados para uma casa no campo para estarem mais protegidos da guerra. É lá que irão descobrir um guarda-roupa mágico muito especial que é a porta de entrada para o mundo de Nárnia. O realizador escolhido para o projecto foi Andrew Adamson, que dirigiu já os dois sucessos de Shrek. Já as filmagens foram, à semelhança do Senhor dos Anéis, na Nova Zelândia. A aposta parece ganha dado o ambiente mágico criado para este filme, apesar de ser uma película que se torna infantil a partir de certa altura na história...
E o que é Nárnia?
Imagine-se numa casa no meio do campo, entrar numa sala onde está um grande roupeiro, abrir a porta e ver que existe toda uma floresta enorme repleta de neve dentro do roupeiro – é o que acontece a Lucy, a mais nova dos quatro irmãos.
Esta é a premissa para o filme e para a entrada em Nárnia. Um mundo repleto personagens únicas, desde criaturas falantes, anões, faunos, centauros e gigantes, amaldiçoados e condenados ao Inverno eterno pela Feiticeira Branca, Jadis (Tilda Swinton) que as crianças irão descobrir e do qual farão parte. Guiados por um soberano, nobre e místico, o magnifico Leão Aslan, os jovens vão combater o poder que Jadis tem sobre o mundo de Nárnia numa batalha espectacular que o libertará do feitiço para sempre. Existem depois enseadas cobertas de árvores, candeeiros mágicos, tocas de castores, o castelo gelado de Cair Paravel que fazem parte deste imaginário mágico e inspirador.
De: Andrew Adamson
Com: Georgie Henley, William Moseley, Skandar Keynes, Anna Popplewell, Tilda Swinton, Rupert Everett, Liam Neeson
Género: Acção/Aventura
EUA, 2005
125 minutos
www.narnia.com.pt
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Os irmãos
PETER PEVENSIE
Peter é o líder natural, além de ser o mais velho das quatro crianças Pevensie, é um rapaz sério e inteligente, habituado a manter a paz entre o seu irmão e irmã
SUSAN PEVENSIE
Susan, a segunda mais velha, tem a tendência em mandar nas duas crianças mais novas. Não é aventureira.
EDMUND PEVENSIE
Edmund, o segundo mais novo dos quatro, é uma pessoa complicada. Tem ciúmes de Lucy e Peter e fica satisfeito quando a Feiticeira Branca lhe dá poder para se vingar.
LUCY PEVENSIE
Apesar de ser a mais nova, tem um forte sentido do que é certo e errado e nunca contará uma mentira. É a que tem a relação mais próxima com o leão rei da floresta Aslan. Aslan irradia solenidade e prazer, força e delicadeza, fúria e ternura.
cinema em alta: mais!
New York Times lança revista de cinema esta sexta-feira
O jornal New York Times lança esta sexta-feira a revista de cinema OnMagazine. A publicação terá 50% de publicidade e o restante informação preparada pela secção de Cultura do diário e pelo nytimes.com.
Segundo anunciou a companhia, a OnMagazine será distribuída nos cinemas Loews Cineplex de Nova Iorque, Chicago, Los Angeles, São Francisco, Boston, Washington, Dallas e Seattle e terá uma tiragem de 1.250.000 exemplares.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
Kong volta a ser King
(ver foto grande) Os protagonistas: Jack Black, Peter Jackson (realizador), Adrien Brody e Naomy Watts
Kong sob o olhar de Jackson
King Kong. Peter Jackson realizou o sonho de infância e deu vida à história de Kong, que teve um impacto estrondoso nos anos 30. Com um elenco perfeito e a “magia” das novas tecnologias conhecemos um Kong muito expressivo e humano, preso há séculos numa ilha remota.
João Tomé
Uma ideia pouco original, mas uma realização audaz (embora por vezes exagere nos efeitos) e um elenco brilhante trazem encanto a uma história antiga que conhece agora a intensidade das novas tecnologias. Não só temos um Kong (o grande gorila) com muitos sentimentos e uma face que revela emoção, como a sua “amada”, Naomi Watts, tem uma interpretação convincente, fazendo da relação gorila/mulher, um trunfo e não uma mera repetição.
Com muitos milhões investidos – é já um dos filmes mais caros da história, no sexto lugar –, os grandes estúdios de Hollywood permitiram a Peter Jackson – que realiza, produz e escreve o argumento – satisfazer um sonho e obsessão de infância, voltar a retratar o gorila gigante Kong, com o remake do filme de 1933. A aposta é arriscada e só viu a luz do dia graças aos milhões que Jackson ganhou e deu a ganhar com a saga de Senhor dos Anéis. Neste filme tudo é gigantesco, inclusive o tempo, nada menos do que 187 minutos intensos e que acabam um pouco abruptamente.
Para quem conheça o filme de 1933, o rumo dos acontecimentos é literalmente igual - o que é mais uma prova de que se trata de uma obsessão de Jackson -, mas a intensidade e verosimilhança faz a diferença – um sinal dos tempos. Para quem não viu nem conhece o original tem muito a descobrir, já que a história não é a tipicamente comercial (apesar das lutas espectuculares que facilmente inspiraram os jogos de computador) a que nos acostumámos nos filmes actuais. Embora exista o romance, tão fulcral nos anos 30, e a aventura intensa, não existe relutância em arriscar, como se verifica mais actualmente.
Kong tardio
Um gorila gigante é capturado na selva e levado para a civilização, onde será exibido. Contado assim, o novo desafio de Peter Jackson parece pobre e pouco prometedor. Mas a verdade é que o magnifico animal que tem as expressões e gestos do já especialista Andy Serkis – cujos movimentos também deram vida a Gollum, no Senhor dos Anéis – só aparece aos 70 minutos. Primeiro entramos na realidade da história, que se passa na Nova Iorque da época da Grande Depressão.
A bela Naomi Watts é Ann Darrow, uma actriz do mundo do vaudeville que se vê sem trabalho e sem dinheiro. O excêntrico Jack Black é o realizador aventureiro e fala barato Carl Denham que luta pela sua arte até às últimas consequências. Carl quer ir filmar para uma ilha que ninguém conhece o seu novo filme e quando praticamente todos o abandonam, recruta Ann como protagonista.
Perseguido pela polícia por roubar os produtores, parte de barco para a ilha com o seu assistente fiel (interpretado pelo filho de Tom Hanks, Colin) e com o ludibriado argumentista Jack Driscoll (Adrien Brody). Quando a tripulação do barco já está contra ele e disposta a entregá-lo à polícia, descobrem a mítica ilha da pior maneira, o barco fica preso em rochas. É a partir daqui que a verdadeira aventura começa, desde o momento em que Ann é raptada por indígenas que a querem oferecer ao grande Kong, até à missão de salvamento liderada por Driscoll, que entretanto se apaixona por Ann.
Os momentos mais especiais do filme, que inclui ainda lutas com dinossauros, mortes e plantas assassinas, são o aprofundar da relação entre Kong e a sua captiva Ann. É no olhar e brincadeiras entre os dois que se cria uma intimidade peculiar mas tocante. Depois de muitas aventuras no meio da ilha pré-histórica (algumas exageradas), assiste-se à traição e ambição desmedida humana, que leva Kong para Nova Iorque. De referir ainda que os termos King Kong, e “a oitava maravilha do mundo” são os slogans de “venda” de Kong em Nova Iorque, é apenas aí que surgem esses termos tão popularizados. Talvez por isso o marketing brutal feito ao filme por todo o mundo é irónico.
CLASSIFICAÇÃO: 3,5/5
De: Peter Jackson
Com: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Andy Serkis, Jamie Bell
Género: Acção/Aventura/Drama
EUA/Nova Zelândia, 2005
95 minutos
www.kingkong.net
DVD
King Kong Diários de Produção
Para quem queira conhecer os diários de filmagem de King Kong este pacote de dois discos mostra um Peter Jackson divertido que nos acompanha pelos cenários e elenco da produção de oito meses. Inclui várias sequências do filme e a desmontagem da luta entre Kong e T-Rex. Com mais de três horas e meia de filmagens, contém 54 diários de produção. O DVD permite ver ainda momentos de boa disposição entre elenco e realizador.
Shopgirl estreia hoje
A dureza do romance
Uma Rapariga Cheia de Sonhos. Escrito e protagonizado por Steve Martin, esta é uma história improvável e algo triste, mas onde se aprende algo sobre amor.
João Tomé
«Os relacionamentos nem sempre cabem como uma luva». Este é o mote deste filme. Nem todas as histórias de amor são agradáveis, divertidas ou simpáticas, mas em ambos os casos existem sempre lições a retirar. As comédias românticas são um dos géneros preferidos pelos estúdios de Hollywood e, embora existam excepções, há ingredientes que parecem torná-las um pouco iguais umas às outras. Não é o caso de Shopgirl – o título original deste filme. Baseado num livro escrito pelo conhecido actor de comédias, Steve Martin – o pai nos filmes O Pai da Noiva –, acompanhamos a história de Mirabelle Butterfield (interpretado pela convincente Claire Daines). Apesar de trabalhar no departamento de luvas de uma loja de Beverley Hills, esta jovem que veio de Vermont é uma rapariga com sonhos, o principal é ser artista, desenhando.
A vida é aborrecida, as perspectivas são más, e as relações humanas que tem são praticamente nulas. Jeremy, interpretado pelo promissor Jason Schwartzman (protagonista de Psico-Detectives), é um jovem que criativo e desarrumado que conhece Mirabelle e desenvolve com ela uma relação estranha que aparenta pouco amor e mais… necessidade. Ray Porter (Martin) é um empresário bem sucedido no meio artístico, que escolheu uma vida solitária, sem compromissos. Neste microcosmo tripartido Ray convida Mirabelle para jantar e acaba por relacionar-se intimamente com ela. Apesar de se sentir nas nuvens Mirabelle vai ter esperanças num amor inexistente e redescobrir um amor que pensava moribundo. Neste filme introspectivo as principais lições são acima de tudo, reais.
De: Anand Tucker
Com: Steve Martin, Claire Danes, Jason Schwartzman
Género: Comédia/Drama/Romance
EUA, 2005
116 minutos
shopgirl.movies.go.com
CLASSIFICAÇÃO: 3/5
o Blog
Mais no cinema
O número de espectadores nas salas de cinema em Portugal subiu 43 por cento em Novembro relativamente ao mês anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM).
Ainda de acordo com o instituto, durante o mês de Novembro assistiram a sessões cinematográficas aproximadamente 1,5 milhões de espectadores, o que representa também um acréscimo de 29 por cento em relação ao mesmo período de 2004.
O filme mais visto em Novembro foi "Harry Potter e o Cálice de Fogo", com 213 mil espectadores, e, entre os filmes mais vistos regista-se uma longa-metragem portuguesa, "O Crime do Padre Amaro", com cerca de 175 mil espectadores.
Realizado por Carlos Coelho da Silva, o filme é inspirado no romance homónimo de Eça de Queirós e conta com as participações de Soraia Chaves, Jorge Corrula e Nicolau Breyner. O ICAM sublinha que estes dados representam "uma inflexão positiva, tendo em consideração os últimos meses de exibição cinematográfica em Portugal", que indicava uma diminuição acentuada.
No início de Novembro, o Instituto divulgou um estudo nacional onde se concluía que 58,2 por cento dos portugueses sente indiferença pelo cinema nacional, nomeadamente desinteresse pelos argumentos e tem uma ideia negativa dos actores. Globalmente, o estudo da Universidade Lusófona concluiu que existe uma "falta de empatia" e uma "atitude negativa generalizada" dos portugueses em relação aos filmes nacionais, segundo os responsáveis.
O trabalho foi realizado com as respostas de cerca de 2.000 inquiridos e levado a cabo pelo Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias da Universidade Lusófona de Lisboa. Dos inquiridos, 45 por cento não se recordava do último filme português que viu, 24,2 por cento não vê habitualmente cinema nacional e 93,3 prefere os filmes estrangeiros.
in Lusa
Odete em antestreia
"Odete", de João Pedro Rodrigues, em ante-estreia 5ªfeira na Cinemateca
O filme português "Odete", de João Pedro Rodrigues, vai ser apresentado quinta-feira em ante estreia nacional na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.
A película foi apresentada este ano no Festival Internacional de Cannes, em França, onde recebeu o prémio "Cinemas de Recherche", e ganhou o prémio de melhor filme do Festival Internacional de Cinema de Bogotá.
Com argumento de João Pedro Rodrigues e Paulo Rebelo, produção de Maria João Cigalho e imagem de Rui Poças, a longa-metragem conta com Ana Cristina Oliveira, Nuno Gil, João Carreira, Teresa Madruga e Carloto Cotta nos principais papeis. Co-produzido pela Rosa Filmes e pela RTP, "Odete" fala do desamparo de duas pessoas que acabam por se envolver afectivamente devido aos sonhos e fantasmas do seu desejo.
O filme relata a história de amor entre Pedro e Rui tragicamente interrompida pela morte do primeiro. O desgosto de Rui leva-o a isolar-se, mas um encontro com Odete vai despertar novamente sentimentos profundos. Odete, que trabalha como patinadora num hipermercado, tinha sido abandonada pelo namorado quando lhe manifestou o desejo de engravidar.
Nascido em 1966 em Lisboa, João Pedro Rodrigues completou o curso de cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, e tem vindo a trabalhar como assistente de realização e montagem em várias curtas e longas-metragens. "O Fantasma", primeira longa-metragem do realizador, estreada em 2000, foi premiado nos Estados Unidos, em França e em Itália. São também da sua autoria a curta-metragem "Parabéns!" e os documentários "Viagem à Expo" e "Esta é a Minha Casa".
"Odete" estreia nas salas de cinema nacionais no dia 29 de Dezembro.
in Lusa