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quinta-feira, dezembro 29, 2005

Finalmente 

Câmara aprova apoio a filme sobre fado de realizador espanhol
Os vereadores da CDU viabilizaram hoje o apoio da Câmara de Lisboa à realização de um filme do espanhol Carlos Saura sobre o fado, uma proposta que mereceu a abstenção do resto da oposição.
A proposta, subscrita pelo vereador da Cultura, José Amaral Lopes (PSD), prevê a transferência de uma verba de 1,2 milhões de euros para a Empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), destinado a financiar o filme, orçado em 3,5 milhões de euros, a suportar pelo sector público e privado.
Os vereadores da CDU e o executivo liderado por Carmona Rodrigues (PSD) votaram favoravelmente a proposta, debatida esta noite em reunião pública de Câmara, enquanto o resto da oposição (PS, Bloco de Esquerda e CDS-PP) absteve-se na votação.
A proposta já fora debatida pelo executivo municipal, mas a oposição, que tem a maioria no executivo, solicitou na altura esclarecimentos adicionais. O realizador Carlos Saura apresentou à autarquia lisboeta o projecto do filme "Fado", uma longa-metragem que pretende encerrar uma trilogia dedicada às expressões musicais urbanas, depois dos filmes "Flamenco" (1995) e "Tango" (candidato ao Óscar de melhor filme estrangeiro em 1998). De acordo com o projecto, apresentado em Junho deste ano, o filme terá como director de fotografia Eduardo Serra e contará com o apoio de Carlos do Carmo (supervisão musical), Rui Vieira Nery (consultoria científica) e Bernardo Sassetti (banda sonora e adaptação musical), além da participação dos artistas Mariza, Camané, Argentina Santos, Vicente da Câmara, Mísia e Raul Nery, entre outros.
Na proposta, o vereador Amaral Lopes justifica o apoio da autarquia alegando que o projecto "contribui para a promoção de Lisboa", onde decorrerão as filmagens, e será "um rigoroso testemunho cinematográfico sobre o universo do fado, como instrumento de afirmação da nossa identidade cultural e da internacionalização" deste género musical e da capital portuguesa.
Por outro lado, a obra surge numa altura em que a autarquia prepara a candidatura do fado a património cultural imaterial da Humanidade, uma classificação da UNESCO, sustenta o vereador da Cultura na proposta, ao alertar que "o adiamento da decisão compromete a realização do projecto 'Fado', por indisponibilidade do realizador e respectiva equipa técnica".
Durante a discussão sobre a proposta, o socialista Manuel Maria Carrilho criticou o facto de o filme vir a ser realizado por um realizador espanhol e não por um cineasta português e defendeu que a Câmara Municipal não deve assumir-se como um produtor, devendo limitar- se a prestar apoio logístico. O vereador do PS questionou ainda por que razão se prevê um subsídio a fundo perdido, se se "antecipa que o filme será um sucesso e, como tal, poderá pagar-se com as receitas de bilheteira".
"Ainda menos compreendo que as receitas para a Câmara sejam de dez por cento, quando o financiamento é de um terço" do custo total, frisou o ex-ministro da Cultura do PS, para quem esta é "uma boa ideia que está a ser mal concretizada e com bastante imprudência". O vereador apoiado pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, considerou que esta é uma decisão tomada "à pressa".

in Lusa

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