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quinta-feira, dezembro 15, 2005

Kong volta a ser King 


(ver foto grande) Os protagonistas: Jack Black, Peter Jackson (realizador), Adrien Brody e Naomy Watts
Kong sob o olhar de Jackson
King Kong. Peter Jackson realizou o sonho de infância e deu vida à história de Kong, que teve um impacto estrondoso nos anos 30. Com um elenco perfeito e a “magia” das novas tecnologias conhecemos um Kong muito expressivo e humano, preso há séculos numa ilha remota.

João Tomé

Uma ideia pouco original, mas uma realização audaz (embora por vezes exagere nos efeitos) e um elenco brilhante trazem encanto a uma história antiga que conhece agora a intensidade das novas tecnologias. Não só temos um Kong (o grande gorila) com muitos sentimentos e uma face que revela emoção, como a sua “amada”, Naomi Watts, tem uma interpretação convincente, fazendo da relação gorila/mulher, um trunfo e não uma mera repetição.

Com muitos milhões investidos – é já um dos filmes mais caros da história, no sexto lugar –, os grandes estúdios de Hollywood permitiram a Peter Jackson – que realiza, produz e escreve o argumento – satisfazer um sonho e obsessão de infância, voltar a retratar o gorila gigante Kong, com o remake do filme de 1933. A aposta é arriscada e só viu a luz do dia graças aos milhões que Jackson ganhou e deu a ganhar com a saga de Senhor dos Anéis. Neste filme tudo é gigantesco, inclusive o tempo, nada menos do que 187 minutos intensos e que acabam um pouco abruptamente.
Para quem conheça o filme de 1933, o rumo dos acontecimentos é literalmente igual - o que é mais uma prova de que se trata de uma obsessão de Jackson -, mas a intensidade e verosimilhança faz a diferença – um sinal dos tempos. Para quem não viu nem conhece o original tem muito a descobrir, já que a história não é a tipicamente comercial (apesar das lutas espectuculares que facilmente inspiraram os jogos de computador) a que nos acostumámos nos filmes actuais. Embora exista o romance, tão fulcral nos anos 30, e a aventura intensa, não existe relutância em arriscar, como se verifica mais actualmente.



Kong tardio
Um gorila gigante é capturado na selva e levado para a civilização, onde será exibido. Contado assim, o novo desafio de Peter Jackson parece pobre e pouco prometedor. Mas a verdade é que o magnifico animal que tem as expressões e gestos do já especialista Andy Serkis – cujos movimentos também deram vida a Gollum, no Senhor dos Anéis – só aparece aos 70 minutos. Primeiro entramos na realidade da história, que se passa na Nova Iorque da época da Grande Depressão.


A bela Naomi Watts é Ann Darrow, uma actriz do mundo do vaudeville que se vê sem trabalho e sem dinheiro. O excêntrico Jack Black é o realizador aventureiro e fala barato Carl Denham que luta pela sua arte até às últimas consequências. Carl quer ir filmar para uma ilha que ninguém conhece o seu novo filme e quando praticamente todos o abandonam, recruta Ann como protagonista.
Perseguido pela polícia por roubar os produtores, parte de barco para a ilha com o seu assistente fiel (interpretado pelo filho de Tom Hanks, Colin) e com o ludibriado argumentista Jack Driscoll (Adrien Brody). Quando a tripulação do barco já está contra ele e disposta a entregá-lo à polícia, descobrem a mítica ilha da pior maneira, o barco fica preso em rochas. É a partir daqui que a verdadeira aventura começa, desde o momento em que Ann é raptada por indígenas que a querem oferecer ao grande Kong, até à missão de salvamento liderada por Driscoll, que entretanto se apaixona por Ann.

Os momentos mais especiais do filme, que inclui ainda lutas com dinossauros, mortes e plantas assassinas, são o aprofundar da relação entre Kong e a sua captiva Ann. É no olhar e brincadeiras entre os dois que se cria uma intimidade peculiar mas tocante. Depois de muitas aventuras no meio da ilha pré-histórica (algumas exageradas), assiste-se à traição e ambição desmedida humana, que leva Kong para Nova Iorque. De referir ainda que os termos King Kong, e “a oitava maravilha do mundo” são os slogans de “venda” de Kong em Nova Iorque, é apenas aí que surgem esses termos tão popularizados. Talvez por isso o marketing brutal feito ao filme por todo o mundo é irónico.

CLASSIFICAÇÃO: 3,5/5
De: Peter Jackson
Com: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Andy Serkis, Jamie Bell
Género: Acção/Aventura/Drama
EUA/Nova Zelândia, 2005
95 minutos
www.kingkong.net

DVD
King Kong Diários de Produção

Para quem queira conhecer os diários de filmagem de King Kong este pacote de dois discos mostra um Peter Jackson divertido que nos acompanha pelos cenários e elenco da produção de oito meses. Inclui várias sequências do filme e a desmontagem da luta entre Kong e T-Rex. Com mais de três horas e meia de filmagens, contém 54 diários de produção. O DVD permite ver ainda momentos de boa disposição entre elenco e realizador.




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