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sábado, dezembro 17, 2005

Fatalista 

Tudo escrito lá em cima
O Fatalista. «Tudo o que de bem ou de mal nos acontece "cá em baixo", está escrito "lá em cima".»
É este o mote da vida de Tiago (Samora) e a sua frase preferida, que ouviu durante da boca do seu estimado comandante nos tempos da guerra do ultramar, onde foi soldado.
Repleto de momentos divertidos e curiosos esta é também um filme com momentos introspectivos e com algum drama. Depois do cómico a Mulher que Acreditava Ser Presidente dos EUA, João Botelho dirigiu este filme adaptando um texto de Diderot intitulado Le Fataliste. Nele a personagem principal é Jacques, traduzido para o filme como Tiago, um motorista de condição que conduz o seu patrão ao mesmo tempo que conta a delirante e interminável história dos seus amores.
Tiago utiliza a sua frase preferida para justificar todas as suas surpreendentes e curiosamente divertidas acções, tanto as do passado como as presentes. «Uma vertigem alucinatória, com uma escrita e estrutura tão radicais e poderosas que nos deixam um sentimento eufórico de que tudo é possível», é assim que Botelho descreve a história de Diderot que adaptou. Com narrativas múltiplas em aventuras desconcertantes, acompanhamos a memória de Tiago e as personagens improváveis que conheceu.
Entre o sexo, a luta de classes, o poder e a realidade curiosa, este coxo irónico – numa interpretação bem conseguida de Rogério Samora – permite um filme português que mistura qualidade e diversão. Destaque ainda para a presença de vários bons actores portugueses: André Gomes, Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, Teresa Madruga e Margarida Villanova. O filme esteve ainda na selecção oficial dos Festivais de Veneza e Toronto e será apresentado em São Paulo, Sevilha e Washington.

CLASSIFICAÇÃO: 3/5
De: João Botelho
Com: Rogério Samora, André Gomes, Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, Teresa Madruga, Margarida Villanova
Género: Drama
Portugal/França, 2005
105 minutos
www.madragoafilmes.pt/ofatalista


Críticas
Um filme audaz e visualmente apelativo

Variety, EUA

Uma viagem de andamento picaresco que parece explodir assim que passam, um encadeamento de parábolas disparatadas onde a beleza é o alimento e a ironia é o carburador incansável.
Cahiers du Cinema

Um exercício de refinamento, humor aristocrático e minoritário... Um manifesto ligeiro sobre a arte da liberdade de pensamento, sobre o poder exercido através do sexo
La Republica, Itália

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