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sexta-feira, setembro 30, 2005

Goal 

O triunfo do sonho

Golo. Alguns dos melhores aspectos do jogo que atrai milhões são possíveis de experienciar neste filme de Danny Cannon. O sonho que acompanha milhões de pessoas, concretiza-se para o jovem Santiago Munez, tornar-se jogador profissional de futebol. A emoção do estádio, do golo e do jogo são aqui tema central.

João Tomé



Muitos ingredientes nem sempre fazem um bolo excelente. No caso de Golo, as várias emoções, sentimentos, sonhos e aspirações estão todos lá mas, neste caso, fazem um filme agradável e, de certa forma, inédito. A história é séria e convence, o miúdo, Santiago Munez, tem o ‘olhar de tigre’ e a vontade e garra para vencer, sente-se isso com o filme e a interpretação do actor mexicano Kuno Becker.

«Queria mostrar a paixão do futebol no filme», disse esta semana ao MagaCINE o realizador inglês Danny Cannon, e parece que o escritor, realizador e produtor da série CSI consegui-o. Longe dos dirigentes e do poder do dinheiro e da fama, o futebol é um jogo apaixonante, que cativa pela ascensão de qualquer pessoa que tenha o talento e a garra suficiente para jogar bem à bola – e também alguma sorte, como o filme comprova. Vindo de onde vier, seja do local do mundo mais longínquo, quem tem talento e, claro, alguma sorte, consegue triunfar. É esse percurso em ascensão que acompanhamos neste filme. É essa génese do futebol que o filme pretende mostrar, dando também um pouco a perspectiva dos jogadores mimados e ricos, na personagem de Gavin.

O clube escolhido para acolher a história e o jovem jogador mexicano foi o Newcastle. As várias emoções não só ligadas ao jogo em si, como ligadas à vida, preenchem o filme e tornam esta, uma história universal, mesmo para quem não costuma ligar ao futebol. A amizade e a força de um objectivo em comum – que acontece numa equipa de futebol – é aqui enfatizado de uma forma contagiante, assim como o romance entre alguém que chega a uma cidade nova, Santiago, e a jovem enfermeira inglesa que o trata – Anna Frie – e também o amor da família modesta do jovem, cujo pai se opõe veemente à sua partida. Acompanhamos assim o jovem mexicano, Santiago Munez (Kuno Becker), a viver em Los Angeles nesta aventura emocional em vários aspectos e não apenas desportiva – felizmente!
Santiago vive com a avó, o pai e o irmão mais novo nos Estados Unidos, onde um ex-jogador e ‘olheiro’ do Newcastle fica espantado com o seu talento. Depois de quase ter desistido em ir a um teste ao Reino Unido, a avó ajuda-o e o jovem inicia a sua aventura rumo a Inglaterra, mais precisamente a Newcastle, onde o fervor clubístico gira em torno do único clube da terra, o Newcastle.
Por lá são vários os contratempos e precisa de se esforçar bastante para mostrar o seu talento. As várias emoções não só ligadas ao jogo em si, como ligadas à vida – incluindo amizade e amor –, preenchem o filme e tornam esta história universal, mesmo para quem não costuma ‘ligar’ ao futebol. «O apoio da FIFA e da FA [Liga inglesa de futebol] foi fundamental, numas filmagens que foram muito complicadas», explicou o realizador ao Destak. Felizmente Shearer e outros jogadores profissionais como os famosos Beckham, Raul e Zidane aparecem quase como figurantes – parece não terem muito jeito como actores – num filme que vem preencher uma lacuna em filmes sobre a paixão do futebol.



DESTAQUE para a forma como se filma o jogo de futebol em si. O realizador Danny Cannon teve bastante trabalho - como será explicado na entrevista que colocarei aqui ao realizador - para dar um ar convincente e filmar convenientemente os lances de futebol, onde participam actores e jogadores profissionais.
Mas é nas filmagens dos adeptos e da emoção de triunfar no terreno de jogo que este filme se torna em algo único, pela forma como se filmou as cenas do jogo.


3/5
De: Danny Cannon
Com: Kuno Becker, Alessandro Nivola, Anna Friel
Género: Drama
Origem: EUA, 2005
118 minutos
www.goalthemovie.com


O amor também está presente no filme de Danny Cannon - já está a ser rodado a sequela (não pelo mesmo realizador), em que Santiago irá ser contratado pelo Real Madrid; e o terceiro, segundo confidenciou Danny Cannon, deverá ser ele novamente a realizar.


entrevista
Colin Tucker professor de cinema
"O cinema é uma arte colaborativa"
Durante treze semanas, Colin Tucker, da London Film School, dirigiu um curso de realização para 12 alunos na Gulbenkian. Hoje e amanhã os resultados são exibidos publicamente

ver entrevista in DN aqui

Doze novos realizadores - um deles, João Rosas
Uma das mais conceituadas escolas de cinema do mundo, a London Film School (LFS), no Reino Unido, formou realizadores como Mike Leigh, John Irvin ou o português João César Monteiro. Em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a LFS organizou um curso de 13 semanas para 12 jovens realizadores portugueses. Oito rapazes e quatro raparigas, com idades entre os 23 e os 35 anos e formações muito distintas (há um psicólogo, uma jornalista, um arquitecto, um professor de Filosofia, alguns já tinham alguma formação nesta área, poucos têm experiência), frequentaram o curso dirigido pelo inglês Colin Tucker e com nove orientadores convidados. Os 12 pequenos filmes que os alunos realizaram durante o curso serão exibidos em duas sessões públicas hoje e amanhã, às 21.30, na Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão.
in DN

António-Pedro Vasconcelos recebe Madridimagen Golden Award 

O realizador português António-Pedro Vasconcelos receberá no próximo dia 15 de Outubro o prémio MadridImagen Golden Award, adianta esta sexta-feira o site do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM). De acordo com o mesmo, a entrega deste galardão decorrerá na cerimónia de encerramento do Festival Madridimagen, a decorrer na Filmoteca Nacional, em Madrid, de 10 a 16 de Outubro.
Além da atribuição deste prémio, que já distinguiu cineastas como Sven Nykvist, Raoul Coutard, Vitorio Estoraro, Humberto Solás, Robert Guédiguian e André Téchiné, serão exibidos alguns filmes do realizador. - in DD

rebel without a cause 



Hoje é o 50º aniversário da morte de James Dean, na foto com Natalie Wood em Rebelde Sem Causa.

Morreu aos 24 anos num acidente de automóvel e tornou-se num mito do cinema. A fotogenia que tinha, o talento como actor - não teve tempo para mostrar todo o seu potencial, mas fez dois filmes, o fantástico Fúria de Viver e A Leste do Paraíso, em que mostrou bastante talento -, e o espirito rebelde fizeram dele numa das pessoas mais recordadas do século XX. E se ele não tivesse morrido tão cedo e daquela forma? Seria recordado? Impressionante pensar nisso, hein.


Dean, forma e fundo - opinião de Pedro Mexia, in DN
E se James Dean não tivesse morrido aos 24 anos? Imaginamos que talvez não resistisse ao envelhecimento. Que talvez não tivesse papéis tão bons. Que talvez não se tornasse num mito. Mas quem sabe?Dean teve a extrema fortuna de um dos seus três filmes (Fúria de Viver) ser uma fita absolutamente excepcional, dirigida por um cineasta que permitiu que Dean fosse ele mesmo e não apenas uma encarnação de uma idade e de uma época. O mesmo se diga de A Leste do Paraíso, onde Dean agiu livremente sobre a sua raiva e fragilidade (o impressionante e improvisado abraço ao pai). Mas em O Gigante, Dean já não é tão espantoso, sobretudo quando faz de mais velho. Com a passagem dos anos, ou Dean se tornava num rebelde sem causa serôdio ou se transformava em velho gaiteiro ou num paquiderme como Brando. Dean talvez não existisse com tanta força no nosso imaginário se não fosse belo, não tivesse morrido jovem, não tivesse tido uma morte violenta. Não é preciso ter visto um único filme de Dean para idolatrar Dean.
mais

quinta-feira, setembro 29, 2005

The Brothers Grimm 

Irmãos da Fantasia

Os Irmãos Grimm. Começa com encenações de lendas e acaba por reunir, com autenticidade, várias histórias de encantar que apaixonam pela realização de Terry Gilliam e as interpretações dos brilhantes Matt Damon e Heath Ledger – uma dupla de bons actores que diverte, cativa e faz ‘química’.
Deixe-se levar pela magia.

João Tomé

Era uma vez os irmãos Grimm… podia ser assim o inicio deste filme que é um regresso à fantasia no grande ecrã. Em Brothers Grimm podemos sonhar e saborear uma imaginação fértil, honesta, divertida e intensa. Recordar histórias de encantar, mitos e fábulas bem antigas e que fascinam gerações de humanos há muitos séculos, é uma das propostas de Terry Gilliam num filme que fascina, apaixona e nos leva para uma floresta muito especial.

É arriscado fazer um filme em que se fala de muitas destas histórias de ‘encantar’ tão clichés quanto marcantes. Talvez por isso, foi um processo longo para Gilliam realizar esta obra e, depois, colocá-la nas salas. Problemas iniciais com os produtores originais adiaram o projecto. Depois os irmãos Weinstein, da Miramax, chegaram e passado pouco tempo criaram novos problemas com Terry Gilliam, que fez uma pausa a meio da rodagem do filme, de seis meses, para realizar Tideland, e depois voltou à carga – felizmente não se nota isso.

Todas estas contrariedades fizeram a crítica norte-americana desconfiar do filme e, talvez, não lhe dar o devido valor que ele merece (nas críticas). Com um guião da argumentista de The Ring, Ehren Kruger, a história é bonita e torna-se fantástica e realista nas mãos de Grimm e do elenco de actores, dando às histórias que inundam o projecto uma veracidade tocante e mágica – apesar da escolha do elenco também ter sido polémica.

Comédia negra?
O ambiente mágico, forte visualmente, sombrio e perturbador que o filme inclui, numa época distante onde as lendas e os mistérios faziam parte das crenças das populações são temas fortes que resultam.
Acompanhamos o percurso de dois irmãos alemães, Will e Jake Grimm (Matt Damon – curioso como o actor volta a ser Will, depois de O Bom Rebelde – e Heath Ledger, respectivamente), muito diferentes, mas inseparáveis – apesar de alguns arrufos sentimentais a meio do filme, que depressa voltam a ser em irmandade intensa.

Em tempos de vida difícil os dois jovens ambiciosos, um deles com o poder da palavra e da manipulação (Will), o outro o poder da crença, o estudo e o prazer de coleccionar contos e lendas (Jake), vão começar por ganhar dinheiro a enganar as populações de que existiam monstros, bruxas, ou fantasmas por perto, para pedir uma quantia para depois os supostamente destruirem.
Com um esquema inteligente e bem pensado eles tornam-se famosos nas redondezas. Mas a fama de peritos em ‘mau olhados’ e destruidores espíritos maléficos acaba por levá-los à prisão e eminente condenação à morte, por parte de um governador francês que tem planos para eles.

Numa aldeia do reino as crianças estão a desaparecer, por o que os governantes pensavam ser um charlatão que tentaria enganar e assustar a população. A partir daí, o que nos espera é uma aventura tão intensa quanto mágica. Depois de uma simulação do ‘encanto’, entramos numa parte do filme em que o misticismo das velhas lendas passa a ser real e verosímil.

Will e Jake partem com o divertido Cavaldi (Peter Stormare), comandante do governante, para a aldeia de inspiração medieval – com casas e barracões modestos de tonalidades castanhas e muito convincentes – onde conhecem a bela e selvagem Angelika (Lena Headey).
Esta personagem traz algum romance ao filme e ao mesmo tempo um espírito selvagem, é a presença dela que vai criar involuntariamente uma pequena cisão entre os irmãos que depressa se voltam a unir mais fortes do nunca.

A sua missão inicial é ajudá-los na entrada para a floresta, o que ela faz por dois motivos, porque é quase obrigada e também porque pretende recuperar a sua irmã mais nova, também raptada pela floresta. Sempre a julgar tratar-se de um esquema de alguém para assustar a população os irmãos Grimm são surpreendidos pela magia e fantasia presente na floresta encantada, onde a história do Capuchinho Vermelho, Cinderela, a Casinha de Chocolate, Hansel e Gretel e Rumpelstiltskin vão ser evocadas e estranhamente abordadas.

A qualidade dos efeitos especiais – que não se subtis, felizmente – e da realização dão veracidade à história que conhece ainda na floresta, árvores seculares que se movem estrategicamente, uma senhora sapo que indica o caminho quando beijada, lobos ferozes, lama estranhamente dinâmica, uma rainha ‘presa’ a um feitiço (a bela Monica Bellucci, perfeita no papel de rainha madura) no topo de uma torre e muitas outras surpresas emoções e fantasias que fazem deste um filme apaixonante.
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Terry ama contos
Uma das motivações principais de Terry Gilliam em realizar este projecto e ser exigente na sua elaboração foi a predilecção do realizador que filmou alguns dos episódios dos Monty Python, em histórias de encantar.

Ver aqui [na secção Behind the Scenes] Gilliam a contar os seus gostos e pormenores da filmagem:
TERRY GILLIAM: I grew up with Grimm’s fairy tales. I’m a great sucker for fairy tales. I think they’ve informed everything I’ve done. I think all of my films are fairy tales in different ways. So the Grimms were an incredibly important part of that. What I never wanted to do was to actually do their fairy tales because everybody does that, and you’re kind of trapped in that world. So what this allowed me to do is incorporate some of them and mix and match them, and basically gave me a chance to make a fairy tale about the Brothers Grimm. It’s not the Brothers Grimm, they’re not the real people, they’re not historical people, it’s put in the right historical context when the French had invaded Germany. We even got their ages wrong, we’ve got Will as the older one and Jacob as the younger one, it’s the other way around, I just checked it out a couple of weeks ago. <--->

Inspirações
Para além do interesse do filme, é engraçado perceber que a história destes dois irmãos trapaceiros é baseado em factos verídicos. Existiram de facto estes dois irmãos, que no final do século XVIII percorriam aldeias alemães a encenar contos populares, ganhando fama e dinheiro por isso.
Matt Damon explica assim a história verídica: «Os dois irmãos, ao longo da vida, foram sempre inseparáveis com uma relação muito próxima. Viveram juntos grande parte da vida e mesmo depois de casarem viveram muito perto um do outro. Foram também pessoas muito influentes e importantes na Alemanha do século XVIII, um deles teve um cargo governativo de grande relevo. Ambos consultavam-se muito mutuamente sobre as decisões das suas vidas.»

http://miramax.com/thebrothersgrimm
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CLASSIFICAÇÃO: 4/5
De: Terry Gilliam
Com: Matt Damon, Heath Ledger, Jonathan Pryce, Monica Bellucci, Lena Headey
Género: Fantasia/Aventura/Thriller
Origem: República Checa/EUA
118 minutos
www.miramax.com/thebrothersgrimm


NOTA: O filme foi rodado nas florestas da República Checa, um país que começa a acolher as rodagens de muitos dos grandes filmes de Hollywood. Portugal, apesar de ter uma comissão para angariar as produções de grandes filmes, parece passar ao lado de tudo isto.


89 

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Adeus Maxwell Smart, o mesmo é dizer Don Adams - o actor da série Olho Vivo morreu no domingo.

Nota 

Quando se fazem comentários a filmes, normalmente pivots a darem entrada a um filme, é necessário ter cuidado para não se dizerem barbaridades sobre esse mesmo filme. Hoje, no programa Cartaz, da SIC Noticías, a jornalista/apresentadora do programa Rita Ferro Rodrigues, apresentou o filme Golo - a anteceder a uma reportagem com entrevistas sobre o filme -, com uma história sobre futebol protagonizado pelas estrelas do futebol, Zidane, Beckham, Raul. É compreensível que ela ainda não tenha visto o filme, logo não sabe se o que diz é pura parvoíce ou não, mas a fazer-se estas entradas deve haver consulta a um jornalista que tenha visto o filme, ou então ler em fontes credíveis alguma coisa sobre o filme, senão não só se está a levar os espectadores a puro engodo, como estamos a ser maus profissionais.

Já agora: será que algum jornalista da SIC viu o filme? Se não viu, deveria ter visto. Para ser sincero, é muito raro reparar em jornalistas de televisão em visionamentos, a não ser dois ou três por ano mais mediáticos.

Damon e o Real 

O que faz o actor norte- americano Matt Damon com uma camisola a dizer: Real Madrid?!?
Vi esta estranha ocorrência na entrevista ao actor, que passou ontem à noite na A DOIS, sobre o filme The Brothers Grimm.

Encontrei o seguinte excerto neste site que volta a enfatizar uma T-shirt do Real Madrid:
"Damon and Luciana Barroso, who have maintained a low key relationship since last fall, lunched at Brentwood's Gaucho Grill on March 30 in LA. They are walking away from the restaurant. Matt is in front of her and they don't seem to be holding hands. He has on a white T-shirt with blue trim around the sleeves and neck that says Real Madrid. He has sunglasses clipped to the neckline. She is behind him in a red scoop neck shirt. Hair in ponytail, and wearing sunglasses."

Para o ano Tenacious D!! 


www.tenaciousdmovie.com

A mítica banda de Jack Black, que acabou de rodar o filme King Kong de Peter Jackson, Tenacious D aparece agora no grande ecrã, numa estreia que se espera que chegue a Portugal algures para o inicio ou meio do próximo ano. Black é conhecido também por Tenacious D e já fez uma série com o mesmo nome.

Tenacious D!!
Tenacious D in: The Pick of Destiny

Os últimos filmes do doido Jack Black, inesquecível desde os tempos de High Fidelity:e recordado desde os tempos de The NeverEnding Story III, Dead Man Walking e The Cable Guy :

Master of Space and Time (2006) (in production)
Nacho Libre (2006) (announced) .... Nacho
Danny Roane: First Time Director (2005) (filming) .... Jack
Tenacious D in: The Pick of Destiny (2006) (post-production) .... JB
King Kong (2005) (post-production) .... Carl Denham
Shark Tale (2004) (voice) .... Lenny
Anchorman: The Legend of Ron Burgundy (2004) (uncredited) ....
The School of Rock (2003) .... Dewey Finn

terça-feira, setembro 27, 2005

Alice vai a França 


Longa-metragem "Alice" de Marco Martins estreia quarta-feira em França
O filme "Alice", primeira longa- metragem do realizador português Marco Martins, estreia na quarta- feira em dez salas em França, depois de um acolhimento favorável pela crítica e público no Festival de Cannes, em Maio.
Além de duas salas em Paris, "Alice" pode ser visto em Tours, Nantes, Estrasburgo, Lyon, Grenoble, Marselha, Perpignan e Bordéus, anunciou a distribuidora em França, a Gemini Filmes, de Paulo Branco. "Alice" é uma história de solidão e obsessão de um homem, Mário (Nuno Lopes), que procura a filha desaparecida, Alice, e que instala uma série de câmaras de vídeo nas ruas de Lisboa para o ajudarem na busca de pistas.
Além de Nuno Lopes, fazem parte do elenco Beatriz Batarda, Miguel Guilherme, Ana Bustoff, Laura Soveral, entre outros. "Alice" foi seleccionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2005, tendo sido distinguido com o prémio "Regards Jeunes" (Olhares Jovens), atribuído por um júri de jovens cinéfilos.
Na altura, foi bem acolhido pela crítica francesa, nomeadamente pelo jornal Le Monde, que o qualificou de "primeira obra singular", e pelo Libération, que exaltou "um filme português fora das normas, de uma singularidade absoluta". A imprensa francesa elogiou também o desempenho do protagonista, Nuno Lopes, "uma performance inesquecível", na opinião do crítico do Libération, actor que o L'Humanité considera "excepcional no papel de um pai assombrado pela recordação". A estreia de "Alice" nas salas portuguesas está programada para 06 de Outubro.
in Lusa

Site da Madragoa da Alice

[Actualização de dia 28 Setembro]
ALICE ESTREIA EM FRANÇA COM O APLAUSO DA CRÍTICA
ALICE, o filme revelação de Marco Martins premiado no Festival de Cannes estreou hoje em dez cinemas Franceses recolhendo os maiores elogios da crítica:

Impressionante.
ALICE tem um resultado exemplar, um retrato de Lisboa como nunca a vimos filmada.

A solidão de um homem, o belo rosto triste de Mário, admiravelmente interpretado por Nuno Lopes.
Esta confrontação entre a cidade-máquina e o rosto humano alcança em ALICE a dimensão dolorosa da tragédia dum homem sozinho.

LIBÉRATION

Uma crítica à sociedade urbana contemporânea. Brutal e violento,
esporadicamente iluminado por momentos de humanidade.

LE MONDE

Uma primeira obra fascinante.
LES INROCKUPTIBLES

Uma meditação sombria e dolorosa sobre a cidade e o seu anonimato...
O actor Nuno Lopes, um pai torturado pela esperança, tem uma interpretação perturbadora.

TELERAMA

Nuno Lopes encarna de forma brilhante um homem obsessivo, sozinho na multidão...
Um filme triste e belo que nos agarra até à compaixão.

CINELIVE



entrevista 

13.598

É o número de caracteres que tem a entrevista que fiz na sexta-feira ao realizador inglês do filme Golo, Danny Cannon.

segunda-feira, setembro 26, 2005

monumento cinematográfico 

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A Cinemateca francesa, em Paris.

Tradução do dia 

O filme Must Love Dogs, tem como tradução em português: MULHER COM CÃO PROCURA HOMEM COM CORAÇÃO

Arriscado, sim. Bem ou mal... quem opina?

Realizador: Gary David Goldberg
Actores: John Cusack, Diane Lane, Christopher Plummer, Elizabeth Perkins
Produtor: Gary David Goldberg, Suzanne Todd and Jennifer Todd
Género: Comédia / Romance
http://www.mustlovedogsmovie.com (WarnerBros.)
Estreia em Portugal a 6 de Outubro

Gilliam Grimm 

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O realizador Terry Gilliam, em Espanha, no Festival San Sebastian, a promover o seu filme Tideland - realizado num intervalo das filmagens do fantásticamente soberbo, The Brothers Grimm.

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Dennis Quaid, o actor, faz compras em New Orleans, para oferecer aos moradores mais carenciados.

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Nicole Kidman em Roma, esta semana a promover o filme Bewitched. Já repararam na pele dela tão branca. Até faz aflição. E o cabelo totalmente pintado de louro, que parece quase branco,... não fica lá muito bem, ser estrela deve ser complicado...

Filmes mais rentáveis nos EUA pela Variety 

WEEKEND, USA, BOX OFFICE ESTIMATE
Sept. 23 - Sept. 25, 2005
Title Engagements Estimated
Weekend
Box Office
1. Flightplan (BV) 3,424 $24.6
2. Tim Burton's Corpse Bride (WB) 3,204 $20.1
3. Just Like Heaven (DREAMWORK) 3,509 $9.8
4. Roll Bounce (FOXSEARCH) 1,625 $8.0
5. The Exorcism of Emily Rose (SONY) 3,045 $7.5
6. Lord of War (LIONSGATE) 2,814 $4.9
7. The 40 Year Old Virgin (UNIV) 2,581 $4.3
8. The Constant Gardener (FOCUS) 1,282 $2.2
8. The Transporter 2 (FOX) 1,726 $2.2
10. Cry Wolf (FOCUS) 1,787 $2.1
in millions of dollars
Full list available Monday afternoon at www.variety.com/boxoffice

domingo, setembro 25, 2005

san sebastian 



Filme checo ganha Festival de San Sebastian
O filme da República Checa Stesti, realizado por Bohdan Sláma, um drama sobre os deserdados das sociedades industrializadas contemporâneas, ganhou ontem a Concha de Ouro da 53.ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastian (Espanha).

O Prémio Especial do Júri foi atribuído a Iluminados por el Fuego, do argentino Tristán Bauer, sobre um homem de 40 anos que combateu nas Falkland, em 1982, e vive dominado pelas recordações da guerra e pela memória da tentativa de suicídio de um antigo camarada de armas. Quanto ao Prémio de Realização, recaiu no chinês Sunflower, de Jong Lin, também distinguido com o galardão de Melhor Fotografia. O filme alemão Verão em Berlim, de Andreas Dresen, venceu na categoria de Argumento.

A checa Ana Geislerová teve a Concha de Prata para a Melhor Actriz por Stesti, e o espanhol Juan José Ballesta recebeu a de Melhor Actor em 7 Vírgenes. O júri de San Sebastian 2005 foi presidido pela actriz americana Anjelica Huston. O festival homenageou os actores Ben Gazzara e Willem Dafoe, e o realizador Robert Wise, falecido no dia da cerimónia de abertura.

Site do filme checo Stesti

Kristin Kreuk 



1 Smallvile Kristin Kreuk


sábado, setembro 24, 2005

Cidade multi problemática, multi racial 

Colisão - Crash
Los Angeles, é vista aqui de um ponto de vista bastante pessimista, ao contrário do que na maior parte dos filmes, somos levados a crer. Uma sociedade racista onde os negros se descriminam a eles próprios, em certas situações. Esta é a cidade das oportunidades mas, neste filme, para onde todos querem ir, mas onde poucos parecem gostar de viver. O medo e insegurança é reinante - assim como a descriminação social e a falta de qualidade de vida.

Paul Haggis, o realizador, conta com um elenco requintado para contar um drama difícil, de história múltiplas e que se inter-relacionam, e que abala um pouco o conceito de polícia norte-americano. Logo no inicio do filme, a personagem de Don Cheadle diz com verdade que, em LA, ninguém quer tocar em ninguém, mas depois explodem; entram em rota de colisão. Nojo dos ladrões e nojo dos polícias; mas também pena de todos e compreensão quando os começamos a tentar perceber. É uma sociedade múlti-racial e étnica, magoada, amargurada e à beira da colisão uns com os outros, prejudicando-se mutuamente, com laivos de ajuda esporádica.

Com o filme sente-se uma diferença nos diversos modos de actuar criminalmente - modos de entrar em rota de colisão - de cada raça. Percebe-se claramente que o emigrante iraniano que não é árabe tem mais tendência para ser suícida que o negro nascido e criado in US, que tem mais tendência para roubar, com um propósito ou "uma desculpa".

Haggis deixa aidna espaço para um bom encadeamento entre as histórias todas e um final eficaz; embora ande bem longe da maravilha de Magnolia.

Ficha do IMDb
Realizado por: Paul Haggis
Com: Don Cheadle, Matt Dillon, Jennifer Esposito, William Fichtner, Ryan Phillippe, Sandra Bullock, Tony Danza, Brendan Fraser, Thandie Newton

Classificação: 3/5


Ryan Phillippe tem um papel interessante e intenso neste filme. É o mais bem intencionado moralmente no filme e acaba por se envolver de formas profundas. No final acaba também por "pecar".

13/9/2005
"Colisão" recebeu anteontem o grande prémio do 31º Festival de Cinema Americano
"Colisão", o segundo filme do argumentista Paul Haggis, recebeu anteontem o grande prémio do Festival de Cinema Americano de Deauville, confirmando assim o hype em torno do autor do guião de Million Dollar Baby e de Flags of Our Fathers, respectivamente o último e o próximo filmes de Clint Eastwood.

Good Night, and Good Luck 


1 Um grande elenco, que inclui o recentemente distinguido com o prémio de melhor actor, em Veneza, David Strathairn (dta.). E, claro, o realizador e actor George Clooney (esq.) e o cantor e actor Robert Downey Jr.

Estreou ontem nos EUA, no
New York Film Festival:

MOVIE REVIEW | 'GOOD NIGHT, AND GOOD LUCK'
News in Black, White and Shades of Gray
Published: September 23, 2005

SHOT in a black-and-white palette of cigarette smoke, hair tonic, dark suits and pale button-down shirts, "Good Night, and Good Luck" plunges into a half-forgotten world in which television was new, the cold war was at its peak, and the Surgeon General's report on the dangers of tobacco was still a decade in the future. Though it is a meticulously detailed reconstruction of an era, the film, directed by George Clooney from a script he wrote with Grant Heslov, is concerned with more than nostalgia.

Burnishing the legend of Edward R. Murrow, the CBS newsman who in the 1940's and 50's established a standard of journalistic integrity his profession has scrambled to live up to ever since, "Good Night, and Good Luck" is a passionate, thoughtful essay on power, truth-telling and responsibility. It opens the New York Film Festival tonight and will be released nationally on Oct. 7. The title evokes Murrow's trademark sign-off, and I can best sum up my own response by recalling the name of his flagship program: See it now.
mais in NYTimes


Directed by George Clooney; written by Mr. Clooney and Grant Heslov; director of photography, Robert Elswit; edited by Stephen Mirrione; production designer, Jim Bissell; produced by Mr. Heslov; released by Warner Independent Pictures. Running time: 90 minutes. This film is rated PG. Tonight at 8:15 at Alice Tully Hall and at 9 at Avery Fisher Hall, at Lincoln Center, as part of the 43rd New York Film Festival.

WITH: David Strathairn (Edward R. Murrow), George Clooney (Fred Friendly), Patricia Clarkson (Shirley Wershba), Robert Downey Jr. (Joe Wershba), Frank Langella (William Paley), Grant Heslov (Don Hewitt), Ray Wise (Don Hollenbeck) and Dianne Reeves (Jazz Singer).
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Mais críticas de filmes a estrear do outro lado do Atlântico:

MOVIE REVIEW | 'A HISTORY OF VIOLENCE'

Viggo Mortensen and Maria Bello star in David Cronenberg's new film, playing a husband and wife living in a fictional Indiana town.

Once Disaster Hits, It Seems Never to End

By MANOHLA DARGIS
A masterpiece of indirection and pure visceral thrills, David Cronenberg's latest mindblower, "A History of Violence," is the feel-good, feel-bad movie of the year. The story of a seemingly average American family almost undone by cataclysmic violence, the film takes place in a surreal and mercilessly brutal land, Anytown, U.S.A., that has been repeatedly soaked in blood only to be repeatedly washed clean. The great kick of the movie - or rather, its great kick in the gut - comes from Mr. Cronenberg's refusal to let us indulge in movie violence without paying a price. The man wants to make us suffer, exquisitely.

MOVIE REVIEW | 'OLIVER TWIST'

From left, Lewis Chase (Charley Bates), Harry Eden (Artful Dodger) and Barney Clark (title role) in Roman Polanski's "Oliver Twist."

Dickensian Deprivations Delivered From the Gut
By A. O. SCOTT
With tact and enthusiasm, Roman Polanski grabs hold of a great book and rediscovers its true and enduring vitality.

Roman Polanski's last movie, "The Pianist," which was widely hailed as a return to form, was also an intensely personal movie for the director. Adapted from someone else's autobiography, the movie, about a Polish Jew struggling to survive the nightmare of Naziism, nonetheless dealt with experiences painfully close to Mr. Polanski's own life. The same might be said about his wonderful new adaptation of Charles Dickens's "Oliver Twist," a novel that has been brought to the screen many times before, but never with such a dark intensity of feeling.

Or almost never. Precedent for Mr. Polanski's somber, heartfelt interpretation of Dickens can be found in David Lean's black-and-white versions of "Oliver Twist" and "Great Expectations," both made just after the Second World War. Those films seem marked by the shadows of their own time as much as by the memories of Victorian poverty, and this new "Oliver Twist," while scrupulously reproducing the costumes and décor of the 19th century, seems hardly to be contained within the distant past. Mr. Polanski, a Polish Jew born in 1933, spent much of his childhood in hiding and in flight, which is pretty much the condition of Dickens's young hero (as it was of Dickens himself). Mr. Polanski has, in many of his films, gravitated toward innocent protagonists hounded and bedeviled by monstrous cruelty and, when they are lucky, borne up by small instances of kindness and charity. His retelling of Dickens's tale of a friendless boy discovers within the story those familiar, primal emotions of terror, fragility and the almost perverse will not only to survive but to remain human in inhuman circumstances.


Na A Dois 


Já deu esta noite:
Mais uma excelente iniciativa da A Dois, que começou esta noite, com a passagem de 6 episódios da série 24, sempre de seguida. Amanhã há mais, muito mais.
22:30 24
ESPECIAL EMISSÃO CONTÍNUA

BLOCO 1
Episódios 1, 2, e 3
BLOCO 2
Episódios 4, 5 e 6


Ainda vai dar esta noite:
02:58 BASTIDORES
Excelentes visões de "Dentro de Garganta Funda"; No espaço DVD: "O Castelo Andante", Super Size Me, 30 Dias de Fast Food"Relatório Confidencial" "Malpertuis"A Ilha do tesouro"




BASTIDORES: Novo espaço de programação com um módulo de 30 minutos, exclusivamente, dedicado aos bastidores dos filmes nacionais e internacionais com estreia marcada em Portugal no circuito comercial das salas e no crescente mercado de DVD.
Na prática, são os filmes dos filmes, as imagens e sons da rodagem que iremos apresentar numa criteriosa selecção que pode ser definida como a visão do outro lado do que vemos no CINEMA.

Vai dar amanhã, sábado:
12:00 24
ESPECIAL EMISSÃO CONTÍNUA

BLOCO 3
Episódios 7, 8 e 9
BLOCO 4
Episódios 10,11 e 12
BLOCO 5
Episódios 13, 14 e 15
BLOCO 6
Episódios 16, 17 e 18
BLOCO 7
Episódios 19 e 20

(...)

22:30 24
ESPECIAL EMISSÃO CONTÍNUA

BLOCO 8
Episódios 21 e 22
BLOCO 9
Episódios 23 e 24

Pena Joaquim de Almeida não entrar nesta primeira temporada. O português, agora naturalizado norte-americano, só entra no terceiro dia da série, ou seja, na terceira temporada, onde participa em cerca de 12 episódios.



Filmografia de Joaquim de Almeida - irá contracenar, em Thanks to Gravity, com o Sam, de Senhor dos Anéis, Sean Astin:
  1. The Sangraal (2006) (announced)
  2. Have No Fear: The Life of Pope John Paul II (2005) (TV) (filming)
  3. Wanted (2005) (TV) (post-production) .... Capt. Manuel Valenza
  4. Blue Sombrero (2005) (post-production) .... El Presidente
  5. Thanks to Gravity (2005) (post-production) .... Max Landa

  6. Um Tiro no Escuro (2005) .... Rafael
  7. The Celestine Prophecy (2005) .... Father Sanchez
  8. "The Batman" (2004) TV Series (voice) .... Bane

Fantasia virtual 

[Um dos primeiros filmes a querer aproximar a realidade virtual, computorizada, com personagens a tentar imitar seres humanos, nos movimentos, nos cabelos, nos detalhes faciais. Conseguiu substituir os actores verdadeiros? Tentou, mas não conseguiu.]

Final Fantasy: The Spirits Within
Sinopse:
Estamos no ano 2065. A Terra está infestada por espíritos extra-terrestres e a humanidade encara a possibilidade de extinção. Guiada por um estranho sonho e pelo seu mentor, Dr. Sid, a cientísta Aki Ross luta para resgatar os oitos espíritos, na esperança de criar uma força suficientemente poderosa para destruir a presença extra-terrestre e ao mesmo tempo suficientemente pura para proteger o planeta. Com a ajuda do Esquadrão Deep Eyes, Aki tem que salvar a Terra do seu tenebroso ódio e libertar o espírito final. FINAL FANTASY é um estrondoso avanço em termos de filmes de animação por computador, dos criadores da franchise de vídeo-jogos com o mesmo nome.

Coppola de regresso 

Coppola regressa como realizador ao fim de oito anos
O realizador Francis Ford Coppola – responsável por clássicos do cinema como a trilogia «O Padrinho» ou «Apocalypse Now» - vai voltar a realizar depois de uma pausa de oito anos, avança esta sexta-feira a revista Variety.
O novo filme do cineasta vai ser uma adaptação do romance «Youth without Youth», do escritor romeno Mircea Eliade. Trata-de de um trabalho de baixo orçamento, produzido pelo próprio Coppola, que também é responsável pelo argumento adaptado.
A novo filme, cujas filmagens deverão começar no fim do ano, em Bucareste, conta a história de um professor que se torna fugitivo depois de um pequeno incidente pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Na sua fuga, passa por países tão diversos como a Roménia, a Suíça, Malta e Índia. O protagonista também já está escolhido, é o actor britânico Tim Roth.
«Fiquei entusiasmado ao descobrir neste conto de Eliade as temáticas centrais que mais gostaria de entender: o tempo, a consciência e a semelhança com o sonho que são a base da realidade», disse o realizador num comunicado. «Para mim é de facto um regresso às ambições do meu trabalho cinematográfico nos meus tempos de estudante», acrescentou.
in DD

quinta-feira, setembro 22, 2005

She Hate Me 

Relações Bizarras


Ela Odeia-me. Começa com o poder corporativo e do dinheiro, envolve a (in)justiça federal americana, dá ares raciais e acaba por ir ter ao sexo - sempre na perspectiva mais contemporênea e polémica. Do sexo passa às relações bizarras e ao amor. Mais uma abordagem políticamente incorrecta de Spike Lee que não agrada a todos, mas que tem a força de duas temáticas audazes - a ética empresarial e a privada.

João Tomé - in Destak


Notas e notas, muito dinheiro é aquilo que faz movimentar o mundo corporativo dos Estados Unidos. As várias notas de dólar, vistas em pormenor, constituem o genérico inicial do filme, de George Washington a Benjamin Franklin, de um a mil dólares, e com uma montagem em que aparece George W. Bush numa mote, com o mote: «Can't spend it, can't save it, can't trust it».
É assim que começa esta sátira audaz, com humor e sarcasmo, de Spike Lee, que o próprio gosta de chamar “joint” – como faz em todos os filmes. Longe de ser tão consensual como o filme A Última Hora – teve mesmo críticas péssimas nos Estados Unidos –, aqui partimos do mundo corporativo norte-americano e todas as vicissitudes inerentes a ele. Spike Lee parece querer reunir várias temáticas muito actuais e pertinentes, todas num mesmo filme, nunca descurando a componente racial que lhe deu notoriedade.

A história
Acompanhamos uma parte da vida de Jack Armstrong (Anthony Mackie), um negro que é vice-presidente de uma empresa farmacêutica e mestrado em Harvard. A sua empresa alega ter a cura da SIDA, uma descoberta importante mas envolta em polémica. Após o suícidio de um dos técnicos europeus, que não teve coragem de fazer face aos poderes corporativos e exigir mais tempo de investigação – para se certificar da eficácia do medicamento –, Jack descobre que a pressa empresarial fez com que não se salvaguardassem regras importantes.
Com força de vontade e sentido de moralidade, denuncia a situação às autoridades competentes, mas a vida dele vai mudar para sempre. Apontado como ‘bufo’ é naturalmente despedido e vê as suas contas congeladas. Pior: a sua empresa está a tentar tramá-lo.


Lésbicas poderosas
Sem dinheiro e desesperado, a ex-namorada de Jack, Fátima, uma executiva poderosa que se tornou lésbica - o filme aposta muito neste tipo de mulher moderna -, oferece-lhe dinheiro para a engravidar a ela e à sua namorada.
Depressa Fátima vê ali uma oportunidade de negócio e espalha a palavra, fazendo com que dezenas de lésbicas com dinheiro e desejos maternais – mais actual é impossível –, paguem 10 mil dólares por gravidez – provocando situações que chegam a ser bem cómicas - um humor sórdido e cheio de sátira. É aqui que a história se perde um pouco, afastando-se em demasia do início corporativo.
Depois, as duas partes da história conjugam-se, com a empresa a tentar tramá-lo a todo o custo e o negócio de “fazer bébés” a complicar-lhe a vida. O resto é para descobrir no grande ecrã neste retrato peculiar, bizarro, mas estranhamente verosímil. Para a realidade, em muito contribui o desempenho de Anthony Mackie, um jovem actor natural de Nova Orleães que tem aqui o seu primeiro grande papel, depois de ter aparecido em Million Dollar Baby e 8 Mile, por exemplo. Outra aparição discreta mas curiosa é a de John Turturro, um mafioso italiano moderno cuja filha, a bela Monica Belucci (que parece cair no filme um pouco de ‘pára-quedas’) é uma das lésbicas que procura os serviços de Jack. Ingredientes contemporâneos é um filme que vale a pena é o que se pode encontrar em Ela Odeia-me.


«I just hope that people come out of the theatre really debating, discussing, and exchanging ideas about what they've seen»
Spike Lee



Ricas, poderosas, bem sucedidas, lésbicas e... com vontade de engravidar.

«Ela Odeia-me» chega aos cinemas nacionais
O humor e ódio de Spike Lee
Alexandre Costa - in Expresso
O controverso realizador negro norte-americano, Spike Lee, regressa hoje aos cinemas nacionais com a comédia «Ela Odeia-me».

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