segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Frases que ficam
personagem de Paul Newman, numa frase que concluiu o clip de homenagem aos responsáveis da indústria que morreram em 2008.
It's the Oscars, via Milano
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
Oscars 2009: Façam as vossas apostas
O Público está a lançar-se em grande para a cerimónia dos Oscars da próxima madrugada de segunda-feira. É possível votar nas categorias principais, observar as novidades no site oficial sobre o evento e na noite em questão ler e comentar os desenvolvimentos relacionados com os prémios da arte que mais pessoas apaixona em todo o planeta (deve estar ali ela por ela como a música, digo eu).
NY Times: Where There’s Hope, There’s Oscar
NT Times: Recovering Treasures From Below the Radar Os filmes fora dos radar oscariano mas que são verdadeiros tesouros
Exercício curioso foi o que os críticos do Público fizeram no site do Ipsilon: E os nossos vencedores são...?
As minhas preferências, dentro deste modelo de quem vai ganhar e de quem eu acho, muito pessoalmente, que deveria de levar a estatueta para casa (já que eu não posso levar esse peso para a minha estante por cima da sanita) são:
Filme
Vai ganhar: Quem Quer Ser Bilionário? - porque é a surpresa da companhia, que começou independente, conquistou audiências pelo mundo e terá arrebatado os Estados Unidos e respectivos membros da Academia
Devia ganhar: Embora goste bastante de Milk, o meu preferido é O Estranho Caso de Benjamin Button - é um "David Fincher". Pode ter argumento de Eric Roth e ser comparado do Forrest Gump, mas tem uma aura diferente graças a timings certos, realização brilhante a todos os níveis (inclusivé o ponto de vista técnico) e consegue arrebatar nos pontos fulcrais mesmo se tratando de um filme de grandes meios e de um grande estúdio. É a prova de que os realizadores certos conseguem fazer épicos emocionais que nos deixam a pensar por muito e bom tempo mesmo com filmes "de estúdio", cada vez mais marginalizados e não representados (justamente, atenção) dos Oscars.
Falta na lista: Dúvida. O filme de John Patrick Shanley goza de uma tensão dramática e uma capacidade de nos fazer duvidar de quem duvida e de quem não duvida que nunca tinha experienciado desta forma. Incrível como um filme tão simples, sem banda sonora nas cenas fulcrais, consegue ser tão eficaz e arrebatador.
Realizador
Vai ganhar: David Fincher - porque o Slumdog Millionaire já levou o prémio de Melhor Filme e a Academia deve decidir premiar outro realizador de um dos grandes filmes do ano. Gus Van Sant é outro forte candidato, mas não acredito que vença nem acho que mereça verdadeiramente (Milk vive, não só, mas muito de Sean Penn).
Devia ganhar: David Fincher - é um realizador de culto e não culto incrivelmente dotado, que consegue ter a capacidade de aliar a parte técnica de melhor nível no mundo aos propósitos de estórias difíceis de digerir mas únicas. É um realizador de excepção, que fez um filme de excepção e merece vencer um prémio de excepção: o Oscar.
Falta na lista: bato na mesma tecla: Dúvida. John Patrick Shanley.
Actor
Vai ganhar: Mickey Rourke - é o regresso duro e em grande após a travessia do deserto que a Academia não deve deixar passar em claro.
Devia ganhar: Ainda não vi The Wrestler pelo que não posso dizer Mickey Rourke, embora goste da personagem e do actor e ache que merece pelo que conseguiu. Sean Penn fez um papel fabuloso em Milk (consegue apagar a sua imagem do filme para dar vida à personagem) e merece mais um Oscar; Brad Pitt tem feito um conjunto de bons filmes e belos desempenhos e em Benjamin Button fez mais um óptimo trabalho - também merecia.
Actriz
Vai ganhar: Kate Winslet. Tem seis nomeações e nunca venceu um Oscar. O filme The Reader vale muito por ela e por isso deve vencer.
Devia ganhar: Meryl Streep - o papel dela em Dúvida, tal como Sean Penn em Milk, mostra uma Meryl ao melhor nível de sempre. A personagem austera e rígida ganha uma dimensão humana incrível e, para mim, Meryl merece o quarto Oscar após a sua 15ª nomeação.
Actor secundário
Vai ganhar: Heath Ledger - O Joker dele conseguiu igualar e em muitos momentos superar o de Jack Nicholson e, apesar de ser nomeado a título póstumo, não é favor nenhum que fazem ao lhe dar o Oscar.
Devia ganhar: Heath Ledger - Em O Cavaleiro das Trevas ele é protagonista e não actor secundário. Joker é assustador, louco e extremamente verosímil e humano.
Actriz secundária
Vai ganhar: Penélope Cruz - o papel dela em Vicky Cristina Barcelona dá ao filme de Woody Allen uma dimensão muito mais curiosa e a Academia deve premiar a espanhola.
Devia ganhar: Amy Adams - conseguiu impor-se num papel difícil e em que consegue alimentar com perfeição a interpretação de Meryl Streep em Dúvida.
domingo, fevereiro 15, 2009
As diferentes adaptações em português
Título original: Ferris Bueller's Day Off
Título em Portugal: O Rei dos Gazeteiros
Título no Brasil: Curtindo a Vida Adoidado
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
O Poder da Crítica
Somos tão pequeninos - Bruno Nogueira
"Vasco Baptista Marques deu uma bola preta a "Slumdog Millionaire" no Expresso.
Nota miserável, portanto.
Diz ele que o filme "consolida a "pornografia da pobreza" que nos vende a miséria como um espectáculo de consumo rápido".
Luís Miguel Oliveira no "Público" diz sobre a visão do realizador da India: "Danny Boyle não conseguiu sentir mais do que o cheiro a merda.
Fino."
(...)
"Ser crítico de cinema, salvo raras excepções, só obedece a uma regra básica:
Dizer mal daquilo que está em alta.
Há qualquer coisa de intelectual em contradizer as massas.
O pior é quando se contradiz com disparates de algibeira.
Perdoem-me o tom, mas é claramente uma demonstração de pequeno poder."
O João Lopes fala sobre este tema, nomeadamente a violência verbal que os críticos profissionais estão sujeitos pelo simples facto de alguém não concordar com eles - nota-se mais na Internet, onde há mais feedback.
Para mim há dois tipos de críticas. As críticas que eu respeito (discordando ou concordando com as opiniões lá mencionadas), e as críticas que me parecem utilizar argumentos fracos e que se baseiam mais em embirrações pessoais do que outra coisa qualquer. De uma forma ou de outra, todas têm a sua legitimidade de existir, mesmo aquelas que parecem embirrar com certos temas ou maneiras de abordar o cinema.
terça-feira, fevereiro 10, 2009
As outras 14 Dúvidas de Meryl Streep
Vale a pena rever aqui fotos das 15 nomeações (detém o recorde) de Meryl Streep nos Óscares. Para mim Streep merece levar mais um para casa pelo papel de irmã Aloysius no singular Dúvida. Esta imagem diz tudo, ou quase.
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
O regresso esperado de Julia
O NY Times garante que Julia Roberts vai voltar ao cinema como protagonista no filme Duplicity, com Clive Owen e escrito e realizado por Tony Gilroy (fez Michael Clayton), que irá estrear no próximo mês. Boas notícias, portanto.
O regresso de uma das actrizes mais sensacionais dos anos 90, que não teve ainda ninguém que calçasse os sapatos.
domingo, fevereiro 08, 2009
Imagens que reflectem cinema
A Vanity Fair consegue reunir imagens incríveis em momentos pertinentes. O tema agora é, claro, os Oscars. Há várias fotografias curiosos - são todas de Annie Leibovitz. Um dos quais é o de Heath Ledger, numa foto de 2005, misturada com outra de 2009 ao realizador de The Dark Knight, Chris Nolan. Também gostei bastante de John Patrick Shanley a olhar para Meryl Streep.
Jerry leva Óscar
Jerry Lewis vai levar um Óscar humanitário para casa na cerimónia deste ano. Não sabia, fiquei a saber graças ao Sound + Vision, onde encontrei este vídeo brilhante que demonstra como a comédia física pode ser tão divertida quanto brilhante. Nunca vi este filme do Jerry Lewis - chama-se The Errand Boy (1961).
Momentos de leitura
A Índia de Danny Boyle
Excertos:Qual foi o papel de Loveleen Tandan, a co-directora do filme?
Na origem, ela era directora de casting. E convém lembrar que esse foi um processo muito demorado, quanto mais não seja porque cada uma das duas personagens principais tem três intérpretes. Daí que tenha estabelecido com ela uma relação muito para além do casting, envolvendo também o argumento e as suas opções. Acabou por funcionar como minha consultora: ajudou-me imenso a corrigir os erros que o argumento continha, erros resultantes de um olhar ocidental. Além do mais, Loveleen é alguém que tem a ambição de vir a realizar filmes e, neste caso, acabei mesmo por lhe entregar a direcção da segunda equipa de filmagens.
Seja como for, os modos de filmagem não foram típicos de Bollywood.
A atitude normal em Bollywood é: “Querem um bairo da lata? Então construímos o bairro da lata no estúdio.” Mas neste caso a atitude era: “Queremos filmar no próprio bairro da lata.” E filmámos mesmo, incluindo na zona imensa onde são lançados os excrementos. Houve mesmo um elemento da equipa de som que caíu na vala... A dimensão britânica do filme passa por esse realismo: porque eu sou britânico, claro, mas também porque a nossa tradição é mais realista. Em Bollywood, estão-se nas tintas: o que conta é o sonho. Por alguma razão, os realizadores são conhecidos como “mercadores de sonhos”.
sábado, fevereiro 07, 2009
Kenneth e Emma de novo juntos
O filme chama-se The Boat That Rocked.
Star Crossed: parceria luso-inglesa
É sobre a forte rivalidade entre dois proeminentes clubes portugueses (nomes fictícios) - Invicta e Castelo e o seu desdém atingiu também o relvado.
Tem um elenco misto de portugueses e ingleses. O realizador é o inglês Mark Heller, e tem argumentistas ingleses e um português, o Tiago R. Santos (que conheço bem, é das Produções Fictícias). Foi ele que escreveu o argumento de Call Girl. Foi rodado no Porto e em Vila Nova de Gaia.
Recordar oscarizados
Walker entrevista Rourke
Mickey Rourke, by
In Bob Dylan's memoir, Chronicles, Volume One, he recalls a trip to the movies he took in 1988 while recording his album Oh Mercy, when he went to see Mickey Rourke in Homeboy, a film about a small-time boxer whose passion and petulance prove self-destructive. Dylan offers this account of Rourke's performance in the film, which the actor, a former boxer himself, also had a hand in writing: "He could break your heart with a look. The movie traveled to the moon every time he came onto the screen. Nobody could hold a candle to him. He was just there, didn't have to say hello or goodbye."
Christopher Walken, who has known Rourke since their days at the Actors Studio in the mid-'70s, recently caught up with him in New York.
Imaginar fins diferentes para clássicos
O El Mundo tem um curioso artigo onde faz o exercício de imaginar o final alterado de 15 clássicos da Sétima Arte. Um dos clássicos alterados é o final do inesquecível Casablanca. O que teria acontecido Ingrid Bergman e Humphrey Bogart tivessem apanhado o avião para Paris juntos...
'Otro final' para 15 clásicos del séptimo arte
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Slumdog Benjamin (as a) Doubt
É autêntico porque é com pessoas que queremos que sejam reais, acreditamos que sejam, e porque queremos o melhor para elas. Incrível como o filme de Danny Boyle, descrevendo uma Índia tão suja como dura (algo que já foi alvo de muitas críticas no próprio país), consegue fazer daquelas personagens a nossa própria família. Identificamo-nos com elas, mesmo que vivemos em "planetas" ou mundos completamente distintos.
Não é preciso um grandíssimo trabalho de actor (na verdade todos os três miúdos que fazem de Jamal Malik, o protagonista, estão muito bem), nem tão pouco grande actores de Hollywood (são todos indianos) para fazer valer uma história maior do que a película.
Comparando com o outro grande favorito (e líder de nomeações), The Curious Case of Benjamin Button, são filmes completamente diferentes e perfeitamente opostos, em quase tudo. No entanto são ambos geniais, ambos inesquecíveis, ambos cheios da "alma", mojo, sumo, vida, e capacidade de nos fazer sentir um pouco mais e reflectir sobre aquele mundo, aquelas personagens, e a esperança que é legítimo ter em qualquer circunstância de vida.
Tudo começa com um objectivo de vida (no caso do órfão Jamal, um amor de infância que perdura, que se tornou numa separação à força, mas que nunca diminuiu). Uma força que nos dá alento, dia-a-dia. Que nos faz pensar que é possível ser correcto com a nossa própria consciência porque havemos de conseguir de encontrar o que procuramos.
Se a realização, repleta de acção no meio das favelas cheias de cor, injustiça e miséria, repleta de close-ups nos momentos certos, repleta de ritmo e vida, é incrível, o argumento e a história não lhe fica atrás.
O início repleto de flashbacks pode parecer confuso inicialmente, mas na verdade é o que nos liga de imediato àquelas personagens incríveis (e o filme não perde em nada com o crescimento dos dois irmãos - que obriga a actores diferentes). A construção narrativa consegue manter-nos sempre alerta, sempre interessados, sempre na expectativa: é feito ao ritmo do próprio concurso Quem Quer ser Milionário, que está presente em todo o filme (faz parte do ponto de partida e de chegada da história) e dá uma sensação, especialmente para o final, de um autêntico suspense. O concurso (num filme em nada alicerçado em fundações televisivas) acaba por ser o que liga (aglomera, junta as peças da vida de Jamal quase por mero destino, fado) todas as partes do filme.
A suspeita (e respectivo interrogatório policial) sobre as razões pelas quais Jamal sabe as respostas todas é a desculpa perfeita para conhecermos a história deste slumdog especial (porque não se deixou corromper pelo mundo difícil onde vive).
Olá. O nome dele é Jamal. Vem da slum (de uma favela indiana), é um slumdog, e a sua esperança não esmoreceu.
PS: Questionando-me a mim próprio qual consideraria o meu preferido para vencer os Óscares, teria de dizer "Não sei a resposta. Mas vou jogar e escolher a resposta A.". A resposta A é referente a Slumdog Benjamin Button - sendo que Benjamin Button tem uma ligeira vantagem, mas só daqui a dois dias, altura em que já passou algum tempo depois de ter visto Slumdog Millionaire e posso pôr as coisas em perspectiva.
Curiosidades:
Freida Pinto.
Este é o nome da lindíssima actriz principal de Slumdog Millionaire. Mal o filme acabou e vi o nome dela fiquei intrigado. Ora o aspecto é claramente indiano, mas o nome parece português. Fui pesquisar. Confirma-se. Os pais dela (indianos) vêm de uma zona da Índia chamada Mangalore, onde existiram muitos colonos portugueses católicos se instalaram.
O filme foi co-realizado com a indiana Loveleen Tandan. Muitos defendem que o seu nome também deveria estar na lista dos nomeados do Óscares para Melhor Realizador, ao lado de Danny Boyle (se vencesse, seria a primeira mulher a consegui-lo).
Danny Boyle fala de Freida. Ver mais aqui.
The Oscars
Datas:
Hoje, dia 2: almoço tradicional de reunião dos nomeados.
Dia 7: os prémios científicos e técnicos são anunciados.
Dia 17: é concluída a recepção dos votos dos membros da Academia.
Dia 22 (madrugada para 23): a cerimónia tem lugar no Kodak Theater, em Beverly Hills, Los Angeles.
Variação de posters a propósito do filme The Dark Knight: