segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Slumdog Benjamin (as a) Doubt
O filme Slumdog Millionaire descreve-se numa palavra: autêntico.
É autêntico porque é com pessoas que queremos que sejam reais, acreditamos que sejam, e porque queremos o melhor para elas. Incrível como o filme de Danny Boyle, descrevendo uma Índia tão suja como dura (algo que já foi alvo de muitas críticas no próprio país), consegue fazer daquelas personagens a nossa própria família. Identificamo-nos com elas, mesmo que vivemos em "planetas" ou mundos completamente distintos.
Não é preciso um grandíssimo trabalho de actor (na verdade todos os três miúdos que fazem de Jamal Malik, o protagonista, estão muito bem), nem tão pouco grande actores de Hollywood (são todos indianos) para fazer valer uma história maior do que a película.
Comparando com o outro grande favorito (e líder de nomeações), The Curious Case of Benjamin Button, são filmes completamente diferentes e perfeitamente opostos, em quase tudo. No entanto são ambos geniais, ambos inesquecíveis, ambos cheios da "alma", mojo, sumo, vida, e capacidade de nos fazer sentir um pouco mais e reflectir sobre aquele mundo, aquelas personagens, e a esperança que é legítimo ter em qualquer circunstância de vida.
Tudo começa com um objectivo de vida (no caso do órfão Jamal, um amor de infância que perdura, que se tornou numa separação à força, mas que nunca diminuiu). Uma força que nos dá alento, dia-a-dia. Que nos faz pensar que é possível ser correcto com a nossa própria consciência porque havemos de conseguir de encontrar o que procuramos.
Se a realização, repleta de acção no meio das favelas cheias de cor, injustiça e miséria, repleta de close-ups nos momentos certos, repleta de ritmo e vida, é incrível, o argumento e a história não lhe fica atrás.
O início repleto de flashbacks pode parecer confuso inicialmente, mas na verdade é o que nos liga de imediato àquelas personagens incríveis (e o filme não perde em nada com o crescimento dos dois irmãos - que obriga a actores diferentes). A construção narrativa consegue manter-nos sempre alerta, sempre interessados, sempre na expectativa: é feito ao ritmo do próprio concurso Quem Quer ser Milionário, que está presente em todo o filme (faz parte do ponto de partida e de chegada da história) e dá uma sensação, especialmente para o final, de um autêntico suspense. O concurso (num filme em nada alicerçado em fundações televisivas) acaba por ser o que liga (aglomera, junta as peças da vida de Jamal quase por mero destino, fado) todas as partes do filme.
A suspeita (e respectivo interrogatório policial) sobre as razões pelas quais Jamal sabe as respostas todas é a desculpa perfeita para conhecermos a história deste slumdog especial (porque não se deixou corromper pelo mundo difícil onde vive).
Olá. O nome dele é Jamal. Vem da slum (de uma favela indiana), é um slumdog, e a sua esperança não esmoreceu.
PS: Questionando-me a mim próprio qual consideraria o meu preferido para vencer os Óscares, teria de dizer "Não sei a resposta. Mas vou jogar e escolher a resposta A.". A resposta A é referente a Slumdog Benjamin Button - sendo que Benjamin Button tem uma ligeira vantagem, mas só daqui a dois dias, altura em que já passou algum tempo depois de ter visto Slumdog Millionaire e posso pôr as coisas em perspectiva.
Curiosidades:
Freida Pinto.
Este é o nome da lindíssima actriz principal de Slumdog Millionaire. Mal o filme acabou e vi o nome dela fiquei intrigado. Ora o aspecto é claramente indiano, mas o nome parece português. Fui pesquisar. Confirma-se. Os pais dela (indianos) vêm de uma zona da Índia chamada Mangalore, onde existiram muitos colonos portugueses católicos se instalaram.
O filme foi co-realizado com a indiana Loveleen Tandan. Muitos defendem que o seu nome também deveria estar na lista dos nomeados do Óscares para Melhor Realizador, ao lado de Danny Boyle (se vencesse, seria a primeira mulher a consegui-lo).
Danny Boyle fala de Freida. Ver mais aqui.
É autêntico porque é com pessoas que queremos que sejam reais, acreditamos que sejam, e porque queremos o melhor para elas. Incrível como o filme de Danny Boyle, descrevendo uma Índia tão suja como dura (algo que já foi alvo de muitas críticas no próprio país), consegue fazer daquelas personagens a nossa própria família. Identificamo-nos com elas, mesmo que vivemos em "planetas" ou mundos completamente distintos.
Não é preciso um grandíssimo trabalho de actor (na verdade todos os três miúdos que fazem de Jamal Malik, o protagonista, estão muito bem), nem tão pouco grande actores de Hollywood (são todos indianos) para fazer valer uma história maior do que a película.
Comparando com o outro grande favorito (e líder de nomeações), The Curious Case of Benjamin Button, são filmes completamente diferentes e perfeitamente opostos, em quase tudo. No entanto são ambos geniais, ambos inesquecíveis, ambos cheios da "alma", mojo, sumo, vida, e capacidade de nos fazer sentir um pouco mais e reflectir sobre aquele mundo, aquelas personagens, e a esperança que é legítimo ter em qualquer circunstância de vida.
Tudo começa com um objectivo de vida (no caso do órfão Jamal, um amor de infância que perdura, que se tornou numa separação à força, mas que nunca diminuiu). Uma força que nos dá alento, dia-a-dia. Que nos faz pensar que é possível ser correcto com a nossa própria consciência porque havemos de conseguir de encontrar o que procuramos.
Se a realização, repleta de acção no meio das favelas cheias de cor, injustiça e miséria, repleta de close-ups nos momentos certos, repleta de ritmo e vida, é incrível, o argumento e a história não lhe fica atrás.
O início repleto de flashbacks pode parecer confuso inicialmente, mas na verdade é o que nos liga de imediato àquelas personagens incríveis (e o filme não perde em nada com o crescimento dos dois irmãos - que obriga a actores diferentes). A construção narrativa consegue manter-nos sempre alerta, sempre interessados, sempre na expectativa: é feito ao ritmo do próprio concurso Quem Quer ser Milionário, que está presente em todo o filme (faz parte do ponto de partida e de chegada da história) e dá uma sensação, especialmente para o final, de um autêntico suspense. O concurso (num filme em nada alicerçado em fundações televisivas) acaba por ser o que liga (aglomera, junta as peças da vida de Jamal quase por mero destino, fado) todas as partes do filme.
A suspeita (e respectivo interrogatório policial) sobre as razões pelas quais Jamal sabe as respostas todas é a desculpa perfeita para conhecermos a história deste slumdog especial (porque não se deixou corromper pelo mundo difícil onde vive).
Olá. O nome dele é Jamal. Vem da slum (de uma favela indiana), é um slumdog, e a sua esperança não esmoreceu.
PS: Questionando-me a mim próprio qual consideraria o meu preferido para vencer os Óscares, teria de dizer "Não sei a resposta. Mas vou jogar e escolher a resposta A.". A resposta A é referente a Slumdog Benjamin Button - sendo que Benjamin Button tem uma ligeira vantagem, mas só daqui a dois dias, altura em que já passou algum tempo depois de ter visto Slumdog Millionaire e posso pôr as coisas em perspectiva.
Curiosidades:
Freida Pinto.
Este é o nome da lindíssima actriz principal de Slumdog Millionaire. Mal o filme acabou e vi o nome dela fiquei intrigado. Ora o aspecto é claramente indiano, mas o nome parece português. Fui pesquisar. Confirma-se. Os pais dela (indianos) vêm de uma zona da Índia chamada Mangalore, onde existiram muitos colonos portugueses católicos se instalaram.
O filme foi co-realizado com a indiana Loveleen Tandan. Muitos defendem que o seu nome também deveria estar na lista dos nomeados do Óscares para Melhor Realizador, ao lado de Danny Boyle (se vencesse, seria a primeira mulher a consegui-lo).
Danny Boyle fala de Freida. Ver mais aqui.
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