quinta-feira, janeiro 29, 2009
A segunda via
As polémicas podem ser bem interessantes de acompanhar. A mais recente envolve coisas tão distintas quanto o Second Life (filme de Alexandre Valente), o crítico João Lopes (aquele que mais respeito e admiro) e a realizadora de cinema Margarida Gil (minha ex-professora de faculdade).
Margarida Gil diz:
»»» "E ainda o inenarrável João Lopes agora armado em virgem púdica e luminária, grande educador da classe cinematográfica, ele que foi provavelmente o primeiro a trabalhar neste logro, que esmagou o que pôde de tudo o que lhe parecia para além dele próprio, e sobretudo o que fosse frágil e indefeso." «««
João Lopes responde:
»»» "Por mim, como sempre, continuo a defender o direito de filmar para alguém como Margarida Gil. Mesmo com filmes péssimos. Tenho consciência das profundas limitações — políticas, práticas e simbólicas — da minha intervenção pública. Mas já é tarde para desistir." «««
Sobre Second Life diz quem já viu (Lauro António):
»»» "A meio do filme, Pedro Lima grita, num acto de suprema lucidez: - “Foda-se! Foda-se! Foda-se!”
Tem razão. Foram as mais penosas três horas a que assisti do mais recente cinema português! (O quê, o filme só tem 82 minutos? Estranho, julgava que tinha 3 horas”).
Alguém disse à abrir que era “O filme do Ano!” e que “iria transformar o cinema português!” Acredito, mas não pelas razões invocadas. Pelas inversas." «««
--
Neste contexto, João Lopes traça ainda um cenário agreste da blogosfera nacional. Embora eu reconheça que se escreve muito e mal em muito lado, também se escreve muito bem em vários locais desta mesma blogosfera (é por aí que tento andar). Além do mais, parece-me que, por haver maior fluxo de gente a escrever, se nota mais essa degradação de que o João Lopes fala. É como a questão das notícias. A minha avó diz-me com frequência que o mundo actual é só mortes e desgraças, porque liga a televisão e é isso que vê. Mas, na verdade, antes também haviam desgraças, simplesmente eram bem menos mediatizadas.
Margarida Gil diz:
»»» "E ainda o inenarrável João Lopes agora armado em virgem púdica e luminária, grande educador da classe cinematográfica, ele que foi provavelmente o primeiro a trabalhar neste logro, que esmagou o que pôde de tudo o que lhe parecia para além dele próprio, e sobretudo o que fosse frágil e indefeso." «««
João Lopes responde:
»»» "Por mim, como sempre, continuo a defender o direito de filmar para alguém como Margarida Gil. Mesmo com filmes péssimos. Tenho consciência das profundas limitações — políticas, práticas e simbólicas — da minha intervenção pública. Mas já é tarde para desistir." «««
Sobre Second Life diz quem já viu (Lauro António):
»»» "A meio do filme, Pedro Lima grita, num acto de suprema lucidez: - “Foda-se! Foda-se! Foda-se!”
Tem razão. Foram as mais penosas três horas a que assisti do mais recente cinema português! (O quê, o filme só tem 82 minutos? Estranho, julgava que tinha 3 horas”).
Alguém disse à abrir que era “O filme do Ano!” e que “iria transformar o cinema português!” Acredito, mas não pelas razões invocadas. Pelas inversas." «««
--
Neste contexto, João Lopes traça ainda um cenário agreste da blogosfera nacional. Embora eu reconheça que se escreve muito e mal em muito lado, também se escreve muito bem em vários locais desta mesma blogosfera (é por aí que tento andar). Além do mais, parece-me que, por haver maior fluxo de gente a escrever, se nota mais essa degradação de que o João Lopes fala. É como a questão das notícias. A minha avó diz-me com frequência que o mundo actual é só mortes e desgraças, porque liga a televisão e é isso que vê. Mas, na verdade, antes também haviam desgraças, simplesmente eram bem menos mediatizadas.
Comments:
Enviar um comentário