domingo, janeiro 04, 2009
Pelo "continente" australiano
Australia.
Baz Luhrmann retrata o passado recente (durante a II Guerra Mundial) da sua pátria, num épico que procura trazer o espírito dos grandes clássicos como E Tudo o Vento Levou, mas não passa de um filme curioso e que entretém sem, no entanto, cativar por completo. Sabe a pouco. O que é pena.
Ainda assim e para além do romance entre Hugh Jackman competente (mas teria mais intensidade com Russel Crowe) e uma Nicole Kidman demasiado "perfeita", "sobra" um contexto muito duro para os aborígenes que é o que dá maior alento e força ao enredo. Foi uma boa opção dar protagonismo ao jovem mestiço (chamam-lhes Creamys no filme) Brandon Walters. Um miúdo de origem aborígena com 12 anos, sem qualquer experiência no cinema, e que é o maior achado do filme. Ele e a incrível paisagem australiana, repleta de riquezas e espaço sem fim. Não é por acaso que, ainda hoje, a Austrália, um autêntico continente por si só, é o país do mundo (com mais de 3 milhões de habitantes, tem 21) com menor número de pessoas a viver por km2. São 2,8 pessoas por cada Km2.
O filme conseguiu ainda reunir um leque de actores australianos conhecidos, sem correr o risco de os colocar a todos.
As críticas têm sido mistas e variadas. Oscilam entre o "muito bom" e o "muito mau". Destaco esta do The Guardian:
"The skin on my face became as tense and inert as Kidman's forehead. My whole face was as taut as a snare drum, or the back of a saddleback pig. The roof of my mouth became locked as I tried to give a traumatised whinny of distress: "Nggg ... ngggg ..." Right back at me came Kidman's English accent"
Peter Bradshaw
Comments:
Enviar um comentário