terça-feira, janeiro 27, 2009
My name is Harvey Milk
Milk
Um filme que não vemos todos os dias.
Milk tem o condão de nos colocar dentro de uma comunidade em efervescência pelos seus direitos, numa altura em que não os tinha. Foi há meros 30 anos, mas parecem ter sido há 100. Sean Penn deixa de ser Sean Penn e parece mesmo encarnar nesta personagem que aos 40 anos decide fazer algo com a sua vida, algo que se possa orgulhar: Harvey Milk. Se há força que o filme consegue transmitir é a intensidade das convicções de alguém que é diferente (pelos padrões mais estandartizados da sociedade), neste caso homossexual, e tem a coragem e espiríto de sacríficio para assumir-se tal e qual como é - tudo em prol do seu direito a ser diferente.
Milk resulta num grande pedaço de cinema moralizador e galvanizador, que é capaz de tirar do "armário" os poucos homossexuais da actualidade que ainda não terão assumido - ou melhor, que escondem as suas preferências sexuais.
Na verdade neste Milk todos nos sentimos gays. O filme tem a qualidade de fazer daquela causa uma causa nossa, quer sejamos ou não homossexuais. A energia daquela batalha é enorme e aquilo que une aqueles homens (e mulheres - embora sejam poucas as que aparecem) diz respeito a algo tão precioso como as suas liberdades individuais.
A capacidade desta história contada por Gus Van Sant extravasa o mero facto de ser sobre o primeiro político em cargo público assumidamente homossexual e é esse o seu grande trunfo e é por isso que é um filme para estar nos Óscares - tal como Doubt o é (infelizmente não está nas categorias de Melhor Filme e Realizador).
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