segunda-feira, novembro 24, 2008
Body of Lies
Um espião chamado Di Caprio no Médio Oriente
O Corpo da Mentira
Leonardo Di Caprio é um espião norte-americano em missão arriscada no Médio Oriente num thriller intenso pertinente e saboroso com Russell Crowe em mais um belo papel.
No mundo da política a mentira e a manipulação, pelo que nos mostram inúmeros filmes e não só, é prática frequente. O novo filme de Ridley Scott, O Corpo da Mentira, mostra como no mundo da espionagem vale tudo para os terroristas, mas o mesmo acontece com os espiões.
Leonardo Di Caprio (que aparece bem ao estilo de Benicio del Toro) é Roger Ferris, um espião bem intencionado da CIA em missão no Médio Oriente (Iraque e Jordânia) e que procura terroristas, mas está sujeito a um turbilhão de emoções de quem vive diariamente naquele mundo.
Do outro lado do planeta, nos Estados Unidos, está o coordenador de toda a missão da CIA para capturar terroristas que estão a espalhar o terror pela Europa, Ed Hoffman, interpretado por Russell Crowe. O actor australiano aparece ao estilo do filme O Informador (com barriga e cabelos brancos) e preenche com mestria uma personagem complexa e manipuladora, que consegue tratar de assuntos melindrosos por telefone, mesmo quando leva as crianças à escola.
Depois de uma missão no Iraque em que teve de deixar um amigo para trás (não há tempo para remorsos), o dedicado, bem intencionado e quase divorciado Ferris segue uma pista na Jordânia para tentar capturar um perigoso terrorista que espalhou o caos em Amesterdão.
A missão corre mal depois de promessas ao líder dos Serviços Secretos jordanos terem sido quebradas contra a vontade de Ferris. O_espião cria então um plano secreto para tentar aliciar os terroristas e os surpreender, mas entre a verdade e a mentira os riscos vão ser enormes.
O filme é baseado na obra do colunista do Washington Post, David Ignatius e, curiosamente, acaba por ser adaptado por um argumentista ex-jornalista, o oscarizado William Monahan (autor de The Departed).
O thriller, sempre passado a um ritmo intenso, consegue mostrar (sem aprofundar) aspectos curiosos desta luta actual, nomeadamente a forma como os terroristas fogem às tecnologias americanas (não utilizam nada que os denuncie: nem telemóveis nem computador). Num mundo em que um satélite pode localizar uma chamada e colocar-nos não só a ouvi-la mas também a ver todos os movimentos de um sujeito, a pouco tecnologia dos terroristas foi e é um dos seus trunfos.
Não faltam pela fita indecisões, mentiras, paixões improváveis (bela actuação da iraniana Golshifteh Farahani) e, claro, muito perigo.
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De: Ridley Scott
Com: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong, Golshifteh Farahani
Género: Acção/Drama/Thriller
EUA, 2008; 98 min.
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