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domingo, agosto 31, 2008

Quem é Zé do Caixão? 





É a propósito do MOTELx, o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa (de 3 a 7 de Setembro, no Cinema São Jorge), que o misterioso cineasta e actor José Mojica Marins, conhecido nos seus filmes como Zé do Caixão, vem a Portugal apresentar o seu mais recente trabalho Encarnação do Demónio - que passou pelo Festival de Veneza, fora de competição. Por cá irá dar um workshop e uma masterclass.



"O pai queria dar-lhe uma bicicleta. O brasileiro José Mojica Marins tinha dez anos e outras vontades. Pouco depois ouviria o padre das redondezas chamar-lhe "débil mental". Anos mais tarde, viveria o sonho revelador. E nas últimas seis décadas não parou. Dormiu sempre com um caderno na cabeceira, com a cabeça a fervilhar. Realizou mais de 40 filmes de terror (alguns ainda à espera de edição), participou em séries televisivas, programas de humor negro. "

in Ipsilon

segunda-feira, agosto 18, 2008

O negócio do cinema 



Kevin Smith conta a história de como esteve perto de ser o argumentista do novo Super-Homem... muito cómico!

via PFNews

sábado, agosto 16, 2008

Clássicos caseiros e em VHS 



Be Kind Rewind




Tagline: You name it, we shoot it





O conceito veio para ficar - já existe milhares de vídeos no Youtube a reproduzir aquilo que o filme faz. E o que é que Be Kind Rewind faz? Dois amigos são "obrigados" a fazer remakes de filmes famosos com alguns anos para se safarem de uma valente embrulhada num videoclube. Esta comédia peculiar é assinada pelo criativo e frequentemente inspirado Michel Gondry (o francês que fazia videoclips e que já venceu um Óscar pelo brilhante Eternal Sunshine of the Spotless Mind) e é protagonizada pelos credíveis e divertidos Jack Black e Mos Def. Logo aqui a receita já tem ingredientes apetecíveis, desde o conceito aos intervenientes e o filme cumpre, mas sem deslumbrar...

A simplicidade é a palavra de ordem aqui, tal como foi no também inspirado A Ciência dos Sonhos, o que joga a favor deste Be Kind Rewind é o conceito. Num bairro pobre de Nova Jersey, um pequeno videoclube que só aluga VHS's tenta sobreviver contra os tubarões imobiliários que tentam apoderar-se do prédio velho.

Jack Black (Jerry) é um mecânico amalucado repleto de teorias da conspiração (uma espécie de Mel Gibson em Teoria da Conspiração, mas muito mais doido e divertido) que é amigo de Mos Def (Mike), um jovem que é ajudante no videoclube, que pertence ao envelhecido Danny Glover (Fletcher). Quando Fletcher vai à cidade em busca de uma forma de salvar o seu negócio Mike fica à frente da loja, mas o amigo Jerry volta a fazer das suas.

Depois de ter tentado invadir uma central electroeléctrica, fica magnetizado de tal forma que quando entra no videoclube magnetiza e estraga todas as VHS's. Desesperado, Mike, com a ajuda de Jerry vai tentar fazer um remake de Ghostbusters para uma das clientes. A experiência revela-se um sucesso e, não tarda, serão muitos os clientes a quererem remakes caseiros e até a participarem!

O filme, simples, cumpre aquilo a que se propõe. Embora se esperasse um pouco mais, consegue divertir e fazer sorrir, dando visibilidade a um conceito fabuloso de remakes caseiros.

Depois de entrar na história deste filme é legitímo pensar: todos nós podemos ter a nossa própria versão de Caça Fantasmas, Robocop, Regresso ao Futuro...!!








O trailer


quarta-feira, agosto 13, 2008

The Dark Knight 


Escrito em Agosto de 2008 para o Destak.

Batman | O Cavaleiro das trevas
O caos de Joker
Heath Ledger abrilhanta com o seu Joker o novo filme de Batman, que poderá ser matéria de Óscares

João Tomé

O morcego humano Batman está de volta ao cinema, mas é uma outra personagem que enche por completo o grande ecrã e torna a sequela do filme de 2005, Batman – O Início, um dos melhores thrillers do ano. O malogrado Heath Ledger (que morreu de forma acidental em Janeiro) pode já não estar entre nós, mas conseguiu, com a mítica personagem Joker, uma saída “estrondosa” graças a uma interpretação perturbante e esplendorosa.

Os tiques, o riso, as mudanças de humor, os movimentos corporais. Todas estas características e o carisma de Ledger dão força e profundidade digna de Óscares a Joker e ao filme, confundindo tanto os pseudo-heróis da trama como o espectador.

Joker já tinha abrilhantado o Batman de Tim Burton (1989), cuja interpretação do inimitável Jack Nicholson deu que falar. Mas embora o filme de 1989 fosse mais negro na estética, este novo Batman consegue distanciar-se mais do facto de ser um blockbuster e incluir complexidade, enredo e força de desempenhos.

O realizador e argumentista Christopher Nolan superou-se para entregar um thriller explosivo, repleto de acção e de geringonças típicas de Batman, mas com muito mais para contar, sentir e experienciar. Tudo graças a uma personagem tão entusiasmante quanto perturbadora: Joker.

Ordem no meio do caos
A Gotham retratada em O Cavaleiro das Trevas é bem mais semelhante às típicas cidades norte-americanas (foi filmado em Chicago) e bem menos escura e negra do que vimos nos outros filmes da série.

Batman continua a sua luta contra o crime, mas nem tudo o que faz é bem visto pela população. Com a ajuda do tenente Jim Gordon (Gary Oldman) e do novo procurador distrital, Harvey Dent (o intenso Aaron Eckhart), Batman pretende destruir as restantes organizações criminosas que controlam as ruas da cidade, ignorando um pequeno pormenor.

A parceria parece revelar-se eficaz, até se encontrarem inseridos num reinado de terror, desencadeado por uma mente genial, mas psicopata, traiçoeira e criminosa, conhecido pelos assustados cidadãos de Gotham como Joker. Alguém que não é movido pelos desejos de riqueza, mas sim pelo de provocar caos e provar que todos os bons da fita também podem ser maus. Um dos filmes do ano.

O CAVALEIRO DAS TREVAS
De Christopher Nolan
Com Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine,
Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Morgan Freeman, Eric Roberts
EUA, 2008; 150 min.

BATMAN/BRUCEWAYNE
Christian Bale
A vida nunca foi tão complicada para Bruce. Vive na cidade depois de a mansão
ser destruída e ouve cada vez menos o sereno Alfred (Michael Cane). Não compreende Joker, que é o adversário de uma vida.

JOKER
Heath Ledger
Psicopata e genial. Imprevisível e estratego. Fã do caos e sem nada a perder. Assim
é este Joker negro e cativante como personagem que vira uma cidade do avesso.
O falecido Heath Ledger merece mesmo o Óscar.

RACHEL DAWES
Maggie Gyllenhaal
É a única personagem que mudou de intérprete (em 2005 era Katie Holmes). Uma mudança para melhor. Agora Rachel é a namorada do procurador Harvey Dent, mas continua a preocupar-se com Bruce Wayne.

HARVEY DENT
Aaron Eckhart
O procurador de Gotham junta-se ao tenente Gordon (Gary Oldman) e a Batman para “limpar”. Tem a fé de poucos e Batman vê neleum substituto seu sem a capa. Uma bela interpretação de Aaron Eckhart.

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domingo, agosto 10, 2008

Recordar 007 



Sean Connery e Ursula Andress no filme de James Bond, Dr. No.

O Acontecimento de Shyamalan 




The Happening

O Acontecimento



M. Night Shyamalan tem-nos oferecido pedaços de bom cinema e temas incrivelmente fortes e apaixonantes diversas vezes. Ultimamente, o realizador de origem indiana tem sido alvo de fortes críticas aos seus filmes, que também já não rendem o que renderam. Acabei de ver The Happening, mais recente filme da colecção de diversidade dentro de temáticas e obsessões semelhantes de Shyamalan.

Adoro que filmes que me colocam a pensar. Que me põem a remoer sobre o filme. Sobre as personagens, sobre o que vi, sobre o que experiencei. É aí que o filme deixa de ser um mero pedaço de imagem em movimento e se transforma num objecto com um significado pessoal em constante mutação. Fascinam-me ainda os filmes que nem dizem tudo, nem explicam tudo. Não precisam. Funcionam dessa forma e têm muito mais força assim. É o caso de The Happening. Uma fita que eu considero de terror, mas um terror que advém do conceito incrível que tem - o filme está catalogado como do género drama/mistério/thriller.

Na verdade, não considero que este filme de Shyamalan esteja ao mesmo nível de outros filmes incrivelmente fortes e coesos, como O Sexto Sentido ou mesmo O Protegido e A Vila (confesso que não morri de amores por Sinais) - gostei de Senhora da Água. Mesmo assim, tem um conceito que assusta, ao ponto de acabar de ver o filme e de imaginar tudo aquilo que ele aborda transportado para a minha realidade. E isso, digo eu, é sempre o grande trunfo de um filme de terror ou mesmo mistério.


Uma catástrofe pode fazer vir ao de cima o que há de melhor nas pessoas e o que há de pior. Um filme que demonstra isso muito bem é o recente Guerra dos Mundos, de Spielberg - a parte de grupos de pessoas andarem perdidos pelos campos em busca de fuga assemelha-se a este filme. Aqui Shyamalan aborda um ACONTECIMENTO. Começa por nos mostrar o Central Park, em Nova Iorque, onde duas colegas estão num banco. E uma delas repara que tudo à volta pára (as pessoas), inclusive a amiga. É nesta altura que a amiga puxa, compenetrada, um dos ferros que utilizava para segurar o cabelo e o espeta no pescoço.

Este é um início intensamente brutal, que se prolonga por todo o filme: as pessoas estão-se a matar, de repente, sem aviso, sem razão. Depressa chegamos ao protagonista, Mark Wahlberg (que tem um belo desempenho), um professor de ciências que vive em Filadélfia. Há uma espécie de vírus ou ataque terrorista (é o que se fala no início do filme) que afecta a costa leste dos Estados Unidos, com uma toxina liberta pelo ar que faz as pessoas ficarem amorfas e tentarem tudo para morrer. Basicamente é uma catástrofe natural, que tem origem nas plantas. E esse conceito é assustador! Ainda para mais tão bem explorado no filme. Fazem-me alguma confusão alguns pormenores da história, mas na generalidade fiquei impressionado pelo força do conceito.

Ver o inexplicável tomar conta dos acontecimentos torna-se o cerne do filme. Shyamalan volta a explicar e mostrar pouco do que rodeia a história e, embora seja um grande risco, que lhe valeu criticas negativas, dá ao filme mais substância significativa. Dá também ao espectador oportunidade de se juntar aquele inexplicável, ao mesmo inexplicável com que as personagem têm de lidar. E isso é incrível. Na verdade não é um filme magnifico, muito longe disso (parece que o argumento poderia ter outro tipo de força em certos pormenores), mas é um filme que dá que pensar, e por isso tem o mérito que só Shyamalan costuma conseguir dar às suas histórias.




Curiosidades

85% do filme passa-se no exterior (onde as pessoas se suicidam após estarem em contactos com substâncias libertas pelas plantas para o ar).


Foi filmado completamente em sequência.


O conceito de apatia nas pessoas que aparece no filme chama-se Bystander Apathy e é um fenómeno psicológico com uma base teórica de comprovada forte.


Shyamalan escreveu o argumento a pensar especificamente em Mark Wahlberg para o protagonista - o professor de ciências.


Pyrethrins são uma neurotoxina derivada das plantas de Chrysanthemum, especialmente as que são nativas da Austrália. Esta toxina costuma ser encontrada em organismos insecticidas comuns para erradicar pestes. Numa parte do filme, Elliot (Wahlberg) fala sobre bactérias primordiais que mataram pescadores na Austrália. Pyrethrins são altamente tóxicas para as abelhas - que são o cerne do início do filme, já que se fala no desaparecimento de milhares de abelhas antes do fenómeno começar. Há uma frase atribuida a Einstein escrita no quadro da aula de Ciências de Elliot que diz mesmo: "Se a abelha [enquanto espécie] desaparecer da face do globo, então o Homem só terá mais quatro anos para viver".



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Críticas de fugir ao filme jazem aqui. Mas há uma, de uma crítica de prestígio, que diz:


"The Happening is a divertingly goofy thriller with an animistic bent, moments of shivery and twitchy suspense and a solid lead performance from Mark Wahlberg. "

Manohla Dargis, New York Times


sábado, agosto 09, 2008

Animações que são muito mais... 

Belos filmes que vi recentemente com tonalidades infantis mas enredo e história para todas as idades:


Wall-E e O Panda do Kung Fu.





Wall-E é um belíssimo filme que é animado, mas só parece animado quando entram em acção os humanos (lá para o meio - e ainda bem). Consegue transmitir uma história interessante e divertida nos primeiros 20 minutos sem uma única palavra, sem uma única linha de diálogo. O que é brilhante! Faz muito lembrar a inteligência do início do filme Ice Age e as aventuras do pequeno roedor em busca da sua bolota. Mas consegue aliar a isso uma história importante, interessante e pertinente. Bela perspectiva moral e até esclarecidamente refrescante daquilo que pode ser a história humana do futuro, quem sabe. O filme consegue ser uma história original e que não tenta imitar (felizmente) ET ou outro filme com robots deste género, o curioso Batteries Not included (1987). A realização é do brilhante Andrew Stanton, da Pixar, que realizou Finding Nemo.





O Panda do Kung Fu é uma animação de grande nível pela comédia e competência a vários níveis da equipa que o compõe. E há que reconhecer: Po, o panda protagonista, é a "cara" chapada de Jack Black (que lhe dá a voz na versão original), nos tiques, no que faz, na forma como se movimenta... e isso ajuda e muito o filme. Uma animação divertida e bem conseguida.



Aqui ficam 50 filmes de robots considerados os melhores de sempre.


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