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quarta-feira, agosto 01, 2007

O fim de uma era? Antonioni e Bergman 

Profissão: Repórter. O último filme que vi de Antonioni, graças aos cinemas Nimas em mais uma reposição.



No mesmo dia, 30 de Julho de 2007, morreram dois rostos de um cinema que é cada vez menos. O fim de uma era?


O QUE SE DISSE NOS JORNAIS:

Os dois maiores cineastas vivos morreram no mesmo dia de Verão
O último grande realizador italiano desapareceu anteontem, 12 horas depois da morte de Ingmar Bergman. É o eclipse de um certo cinema europeu
Anteontem de manhã, quando morreu Ingmar Bergman, houve muita gente a agarrar-se a Michelangelo Antonioni como a uma tábua de salvação: era o fim de uma era, sim, mas ainda havia Antonioni. Já não há. Em 12 horas, o cinema perdeu dois dos seus maiores e mais singulares autores - e na blogosfera começou a falar-se do crepúsculo dos deuses.Tal como nesse filme de Billy Wilder sobre o fim de um mundo e dos seus protagonistas - os mortos-vivos de uma casa assombrada e obsoleta, o cinema mudo -, já não havia lugar para realizadores como Antonioni e, num certo sentido, esta é a morte física de um cinema que deixou de existir há pelo menos 20 anos. Bergman e Antonioni eram fantasmas de cinemas passados e desapareceram no mesmo dia: finais assim tão simbólicos costumam ser da ordem da ficção, não da realidade. Michelangelo Antonioni morreu anteontem ao princípio da noite, "calmamente", na poltrona da casa onde vivia com a mulher, Enrica Fico, em Roma. Tinha 94 anos. À hora em que o crítico Augusto M. Seabra dizia ao PÚBLICO que o realizador italiano era o último sobrevivente dos gigantes do cinema europeu, Antonioni já não era um sobrevivente.
mais in Público

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Um revolucionário no cinema da segunda metade do século XX
Uma obra singular inscreveu Antonioni no livro dos mais revolucionários do século XX
Contemporâneo da geração de ouro do cinema italiano pós-II Guerra Mundial (Roberto Rossellini, Federico Fellini, Luchino Visconti, Pier Paolo Pasolini, Mario Monicelli, Dino Risi, Valerio Zurlini...), Michelangelo Antonioni teve sempre um lugar à parte. Cineasta esteta e cerebral, cronista do mal-estar existencial, a sua obra singular e rarefeita (apenas 15 longas-metragens de ficção, maioritariamente rodadas entre 1950 e 1980) dividiu opiniões no seu tempo (A Aventura foi vaiado em Cannes...), mas inscreveu-o no livro dos cineastas revolucionários da segunda metade do século XX.






Cinema perdeu dois génios no mesmo dia - DN

Os deuses, já se sabe, podem ser muito cruéis. Ou muito irónicos. Primeiro houve o dia 5 de Março de 1953, aquele que juntou na morte Stallin e Prokofiev, o déspota perseguidor e o artista perseguido. Depois aconteceu esse bizarro 11 de Outubro de 1963, quando a notícia do desaparecimento de Édith Piaf provocou um ataque cardíaco fatal a Jean Cocteau (seu velho amigo), lançando a França num "luto duplo". E agora há o 30 de Julho de 2007, o dia em que o cinema do século XX (ou pelo menos uma certa ideia de cinema) chegou ao fim, com a morte sucessiva de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni.

O cineasta italiano apagou-se na sua casa de Roma, segunda-feira à noite, "em paz, na poltrona preferida, junto a Enrica, sua mulher", mas a família só comunicou o óbito à agência Ansa na manhã seguinte, para que a sua morte não se sobrepusesse à de Bergman. O funeral deverá realizar- -se amanhã, em Ferrara, a cidade do Norte de Itália onde Michelangelo nasceu a 29 de Setembro de 1912.


Manoel de Oliveira: «Bergman era génio do cinema universal»
Cinema: «Na obra de Antonioni está todo o cinema moderno»
Morreu o cineasta Michelangelo Antonioni


CURIOSIDADE:
Bergman nasceu em Faro (na Suécia).

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