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quinta-feira, julho 05, 2007

Na TV :: The Emperor's Club 


William Hundert: However much we stumble, it is a teacher's burden always to hope, that with learning, a boy's character might be changed. And, so, the destiny of a man.


Pela noite dentro, sabe bem ser surpreendido pela televisão. Cada vez mais desligada, já que é cada vez mais fácil ver as séries preferidas quando queremos, ou os filmes mais entusiasmantes, uma boa programação pode ajudar o espectador selectivo a ainda apreciar estar à frente do televisor. Esta noite, a RTP um filme de 2002, chamado The Emperor's Club.

Não é um filme artístico, ou brilhante na sua significância imanente, não é um filme de acção em catadupa, capaz de levar milhões às salas. É um filme com uma história sincera, curiosa, bem escrita e com um belo elenco. Confesso que tenho um fraco por história sobre professores. Talvez não consiga imaginar mais ninguém tão realizado na vida profissional, quanto um professor. Um dos filmes da minha vida, que marcou a minha adolescência, é o apaixonante Dead Poet Society.


Fora do mundo dos filmes, que mostra bem essa realização de muitos professores pela profissão de moldar os espirítos daqueles que estão no início de vida, ao longo da vida que já vai para longa (demais), deparei-me com professores que sentiam o que faziam. Um daqueles que não esqueço, professor de inglês e alemão, Isidro Silva, disse-me uma vez: "Se me dissessem há uns anos, ainda na faculdade, que iria ser professor, teria-me rido. Mas depois de ter tido a oportunidade que pensei ser passageira, apaixonei-me por isto e parece que não consigo parar". Professoras como Cândida Calado, a minha professora da primária, Dona Esperança, entre outros, eram pessoas que exempleficavam esse espirito. Por mais difícil que fosse a sua vida pessoal, encontravam na escola, no ensino às mentes mais novas, um estímulo incrível, uma alegria de lhes dar algo mais... conhecimento e esperança. Tomei este exemplo muito pessoal, para mostrar como o cinema é isso mesmo, pessoal. Por isso, para uns um certo momento, um certo filme, significa tanto, para outros muito pouco. As estórias têm essa tendência.


Voltando a The Emperor's Club, que a programação da RTP1 generosamente colocou no "ar" esta noite, tem no perfeito para o papel, Kevin Kline, o seu protagonista, o seu professor. Não é alguém de quem se goste à partida, conservador, rato de biblioteca, solteiro e obcecado pelo trabalho (tal como o meu amigo Filipe, também professor dedicado), mas cresce em nós e nos alunos. Pela paixão com que ensina, pela forma como acredita claramente que aquilo que ensina, de uma forma ou outra será útil para os seus alunos, que mais não seja para lhes dar valores, lhe transmitir outras experiências da História antiga - neste caso nos imperadores. A parte final do filme, embora algo lamechas, está muito bem conseguida, com uma moral menos óbvia e talvez mais verosímil e até inspiradora. Nem sempre um professor dedicado por mudar um aluno que acreditava que poderia mudar, mas aqueles que inspirou não se vão embora, e não o irão esquecer. Mais vale muitos pássaros na mão, do que um a voar.



Curiosa é ainda a pequena aparição do promissor actor Paul Dano, que tem entrado em belos filmes, com especial destaque para Little Miss Sunshine, onde é o filho silencioso. Sou fã.

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