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sexta-feira, julho 20, 2007

GRINDhouse: Death Proof 


Grindhouse à Tarantino
Mulheres sensuais, provocantes e independentes num ambiente de acção pura e dura, com carnificina humana à mistura é o que nos traz Quentin Tarantino, novamente, e com um estilo e conceito renovados.

edição PDF Fim-de-Semana Destak
paginação e design (Sérgio Costa; acompanhado por mim)

Num outro filme qualquer, uma imagem "suja" e repleta de cortes e aparentes falhas de som seria mau sinal. Em À Prova de Morte, a imagem "riscada" é propositada e Tarantino, agora também director de fotografia, leva-nos numa viagem curiosa e intensa pelo cinema de série B, onde o mundo é diferente.
O 5.º título do realizador/guionista e produtor é um dos filmes do conjunto com o nome Grindhouse, um conceito que junta ainda outro filme - com o mesmo ambiente mas distinto -, Planet Horror, de Robert Rodriguez. Trata-se de um tributo às salas de cinema com programação alternativa.
Grindhouse eram salas que, com o passar do tempo, se tornaram obscuras, projectando dois filmes de seguida de série B (que exploram sexo, violência e matérias extremas). Na Europa, a escolha comercial recaiu para separar os dois filmes e, por isso, Planet Horror estreia cá em Setembro.

A filha de Sidney Poitier, Sydney Poitier, a picante Vanessa Ferlito e Jordan Ladd (Hostel: Part II e Inland Empire)




Desafio à morte
Os anos 70 e o ambiente dos apelidados exploitation movies (acção sem rodeios) dessa altura ilustram o tom de À Prova de Morte.
«Inclui uma fusão de filme slasher (de violência gráfica) com grandes perseguições entre carros de elevadas octanas. Nos últimos 20 minutos parece que entrámos noutro filme», admitiu o realizador norte-americano de culto que volta a ter personagens estranhas, determinadas e confiantes.
Kurt Russell está de volta à acção ao fazer de Stuntman Mike, um rebelde ex-duplo marcado pela vida (inclusive na cara, onde ostenta uma grande cicatriz), que inicia uma perseguição lasciva e macabra, em dois momentos distintos, a dois grupos de quatro mulheres... voluptuosas e sensuais.
Tudo isto no seu musculado carro de acrobacias, através do qual tenta eliminá-las. O primeiro grupo de mulheres independentes visadas por Stuntman Mike é liderado pela filha do oscarizado Sidney Poitier, que se chama Sydney Poitier. Ao seu lado, está a picante Vanessa Ferlito (esteve em Super-Homem 2).
O segundo grupo conta com a estonteante e voluptuosa Rosario Dawson (que entrou em Sin City), a dupla de cinema Zoe Bell e a filha de John McClane no último Die Hard, Mary Elizabeth Winstead.
Tarantino, que não resistiu e aparece como barman, volta a mostrar autênticas mulheres guerreiras. O resto do conceito de Grindhouse, só em Setembro com Planet Horror. Já o mestre Tarantino continua em forma e recomenda-se. --- CLASS: 3,5/5



Grindhouse


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O ESTILO TARANTINO
Aqui ficam alguns pormenores a reter de um filme com um conceito curioso e divertido:

- Kill Bill presente. A música de telemóvel da personagem de Rosario Dawson (que trabalha no mundo do cinema, como cabeleireira) inclui o já mítico assobio do filme Kill Bill, de Tarantino.

- Badass Cinema. A T-shirt de uma das actrizes do primeiro grupo de mulheres que Stuntman Mike persegue tem a inscrição: "Badass Cinema" - um estilo de cinema que Tarantino e tem seguido com as duas Badass Hollywood Chicks.


- Dupla neozelandesa. Zoe Bell é uma dupla profissional, que fez as cenas arriscadas de Uma Thurman em Kill Bill, e é uma das surpresas e presenças fortes. Numa aposta pessoal, Tarantino integrou-a no segundo grupo de mulheres (mais duras) de À Prova da Morte, onde faz de ela própria. Um desempenho curioso e repleto de acção, claro.

- O homem. O grande Kurt Russell volta à acção em grande. O homem retratado por Tarantino, Stuntman Mike, aparenta ser duro e ter estilo mas nem tudo o que parece é... ou não fosse Tarantino apaixonado por mulheres guerreiras que enfrentam os homens.


- Mulheres duras e vingativas. Tarantino explora os hábitos, desejos e as conversas curiosas (outro dos pontos fortes do filme) de dois grupos de mulheres distintas mas sensuais, independentes e guerreiras.

- Imagem "suja". É um dos símbolos do filme, para além da sensualidade e independência feminina. Tarantino ocupou-se da fotografia para incutir o típico aspecto antigo e usado dos filmes de série B: com muito "grão", imagem "suja" e cortes abruptos. Esporadicamente, usa o preto e branco (tal como em Kill Bill) - na sala de cinema a passagem de p/b para a cor cria uma reacção curiosa no público, ouvindo-se facilmente risos.

- Música. Inclui clássicos pouco conhecidos e é típica dos filmes de Tarantino, onde se descobrem autênticas pérolas. A banda sonora (do mago Ennio Morricone, a cantoras indie como April March) volta a ter uma forte presença e acompanha as personagens.

- Coppola. São várias as revistas que aparecem em destaque com capa do filme de Sofia Coppola (realizadora que tem um romance com Tarantino), Marie Antoinette, numa das sequências do filme. No cinema e no que se filma... não há coincidências e o filme está cheio de pequenos pormenores destes.


- Rose McGowan. Aparece nos dois filmes de Grindhouse, Death Proof e Planet Horror.




Aqui jaz a malta dos dois filmes que compõe Grindhouse, em Cannes.


Comments:
Sou fã e apaixonada por Tarantino desde dos meus 12 anos. Amei a tua review.
 
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