sábado, março 11, 2006
Pensar Cinema em Lisboa
Câmara de Lisboa dá prioridade ao cinema
Especial atenção ao cinema, requalificação de equipamentos e captação de novos públicos, manutenção de parcerias, investimento na internacionalização, nomeadamente no campo da arte pública. Apresentado ontem nas suas linhas gerais, o plano de actividades do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para 2006 versará, a par desses pontos, a "resolução de questões pendentes", em particular as relativas ao programa comemorativo do terramoto de 1755, cujo cerne transita de 2005.
Falando no Padrão dos Descobrimentos, José Amaral Lopes, vereador da Cultura, afirmou que o plano em apreço "contempla já uma política definida para os próximos quatro anos", política essa que, "respeitando o princípio do possível" face a constrangimentos orçamentais, se pautará, disse, pela "sustentabilidade" e "regularidade" das acções a empreender e pela "articulação entre os equipamentos e as actividades culturais da cidade".
Lembrando que as autarquias têm, à sua escala, "responsabilidade directa na definição e execução de políticas culturais", Amaral Lopes referiu ainda que, também nessa medida, "uma cidade só é atractiva se conseguir criar condições de melhor qualidade de vida para quem nela reside e/ou trabalha". Esfera em que, disse, a cultura desempenha um papel essencial, nomeadamente como "ferramenta para o exercício de uma cidadania responsável".
Para o vereador da Cultura, urge também "promover uma maior autonomia" da EGEAC, cujas actividades "muitas vezes se confundiam com as actividades prosseguidas pela CML", numa "confusão de tarefas, funções e competências que não permitia valorizar a empresa e reconhecer o seu mérito próprio", afirmou.
Reabertura do São Jorge. Entre as prioridades do pelouro da Cultura para o ano em curso (ver caixa), o relevo é dado ao cinema. Por via do apoio a festivais (Indie, de 20 a 30 de Abril; Doc, de 20 a 29 de Outubro, agora com o Grande Prémio Cidade de Lisboa, no valor de sete mil euros; Gay e Lésbico, de 16 a 24 de Setembro; Monstra, de cinema de animação, de 17 a 22 de Maio; Número, de 2 a 12 de Novembro; Hola, de cinema ibérico, de 6 a 15 de Dezembro). E por via de acções outras, como a criação da Lisbon Film Commission, para promoção da produção nacional e apoio a projectos internacionais que tenham Lisboa como cenário.
Em matéria de equipamentos, o realce é dado ao São Jorge, que, segundo Amaral Lopes, será objecto de "obras indispensáveis para a sua reabertura", voltando posteriormente a encerrar para "uma intervenção mais profunda". Serão três os festivais a ter nele lugar: Lisbon Village Festival/Festival de Cinema Digital, de 21 a 25 de Junho próximo, na sua primeira edição europeia e ao abrigo da qual a autarquia co-financiará um filme digital realizado por Tonino Guerra; a 10.ª edição do já referido Festival de Cinema Gay e Lésbico e a Mostra de Cinema Francês.
A reabilitação do cinema da Avenida da Liberdade, lê-se, por outro lado, em dossier de Imprensa, "será englobada num plano de recuperação de outros espaços congéneres, como o Paris, Europa e Odeón", de modo a dotá-los de "tecnologia de última geração" em matéria de rede digital de cinema.
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