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sexta-feira, março 10, 2006

Espelho de Oliveira 



O espelho, a virgem e eu
Espelho Mágico.
O novo filme de Manoel de Oliveira volta a ser baseado numa obra de Agustina Bessa-Luís. O realizador português fez um drama curioso que já foi elogiado em vários países do mundo e chega hoje a Portugal. Seguimos as obsessões de uma mulher rica que quer ver a Virgem Maria.

João Tomé - in Destak (não vi o filme, ainda)

Espelho meu, espelho meu «a virgem Maria era rica, rica como eu». Quem o diz, em frente ao espelho da sua mansão respeitável é a protagonista Alfreda (Leonor Silveira) e é em torno desta permissa que gira o filme. Aos 97 anos de idade, o realizador mais idoso em actividade, traz-nos um filme que já percorreu alguns dos festivais mais importantes mundiais e convenceu alguns dos principais críticos do mundo. Se os trabalhos de Oliveira costumam ter poucas audiências em Portugal, segundo a imprensa estrangeira este será um trabalho mais acessível. Apesar do sucesso internacional, o filme é claramente português, passado em Portugal com actores portugueses – com a excepção do brasileiro Lima Duarte e a espanhola Marisa Paredes. Manoel de Oliveira inspirou-se pela sexta vez, num livro de Agustina Bessa-Luís, intitulado A Alma dos Ricos.


A história retrata o estado psíquico que afecta com facilidade as pessoas ricas. Neste caso, Alfreda vive numa mansão sumptuosa, é rica e tem como obsessão ver a Virgem Maria, com quem se identifica. Luciano (Ricardo Trepa), que saiu da prisão e irá trabalhar na mansão e o seu irmão Florido (Cardoso) irão conviver com o fetiche da sua patroa. No meio desta teia surge Filipe Quintas (Luis Miguel Cintra), um falsificador que afirma ter encontrado a solução para satisfazer Alfreda. A película que é produzida pela produtora portuense Filbox, uma estreia, pretende assim explicar com uma certa ironia a “alma” dos ricos. O ritmo decorre no estilo literário e teatral habitual em Oliveira. O realizador português prepara já um novo filme luso-francês, Belle toujours.

Realização: Manoel de Oliveira
Com: Ricardo Trepa, Leonor Silveira, Lima Duarte, Michel Piccoli
Género: Drama
Distribuição: Lusomundo
Portugal, 2005
137 min
www.espelhomagico.com


Ricardo Trepa.

Opinião internacional
"None of the melodramatic expectations set up in the story are met, but the very dry comedy makes this one of Oliveira’s more accessible works. "
Chicago Reader - 14-10-05

"Vintage de Oliveira. Based on the novel 'The Soul of the Rich' by Agustina Bessa-Luis - one of the director's favorite writers - this austere and lovingly visualized religious-psychological drama, as usual for de Oliveira, is written in highly intellectual speeches and shot in elegantly composed tableaux, accompanied by classical music."
Chicago Tribune - 15-10-05

“(...) Oliveira é igual a si mesmo, num registo preciso, literário e teatral, novamente apoiado num romcance de Agustina Bessa-Luís. Por isso, nada a dizer, o velho realizador português é um património nacional. Curioso foi que durante toda a Mostra, esteve no topo da tabela das estrelas da crítica da revista Ciak, logo a seguir a Good Bye, and Good Luck, de George Clooney.”
Premiere – Portugal – 30-9-05

«Oliveira se não ganhar o leão de Ouro [Veneza], tem de vencer um prémio por este filme»
Corriere della Sera, Itália

“Par la grâce de Manoel de Oliveira et de son Miroir Magique, ironique et émouvant chef-d'oeuvre de dialectique religieuse bâti autour de la figure de l'héritière Alfreda (Leonor Silvera, l'une des plus grandes actrices au monde), convaincue que la Vierge Marie était, comme elle, une femme financièrement privilégiée.”
Libèration – France - 2/9/05

“Ayer se presentó la película de concurso, Espejo Mágico, un trabajo que podría ser (esperemos que no) el testamento espiritual del casi centenario director portugués Manoel de Oliveira.”
El Pais - España – 2-9-05

“Espelho Mágico is an absorbing look at a rich woman wasting away for lack of the corroboration of faith, a thoughtful study of a woman's desire for spiritual peace. Oliveira's touch is sure and the result is an atmospheric piece of work that lingers in the mind.”
Hollywood Reporter – USA – 6-9-05

«Como se Oliveira estivesse tentando entender o sentido mais profundo da existência humana… É inquietante e brilhante.
O Estado de S. Paulo, Brasil

Embora carregado de humor e bons momentos, o filme tem um significado intenso e controverso
Variety, EUA


Comments:
Bem, já não é mau saber que o filme não chega às 3 horas :)

Cumprimentos.
 
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