sexta-feira, fevereiro 24, 2006
A History of Violence
Vi hoje mesmo, quinta-feira, 23, o filme de David Cronenberg, A History of Violence. Parece-me merecedor de ir aos Óscares com maior impacto. É um grande filme, muito poderoso na realização, interpretações e na história.
A violência. A redensão. A mudança de vida. O amor, dos e pelos filhos, e, de e pela mulher. A localidade unida e pacífica. O regresso do passado e da violência. Assim se poderia resumir o percurso do maduro Tom Stall (Viggo Mortensen). Perante uma realização bem ao estilo de Cronenberg, com mistura entre planos parados e movimento suave da câmara, quando menos se espera - deixa as cenas prolongarem-se com calma, mas nunca com monotonia -, assistimos a uma história agradável e brutalmente violenta. Para a maior parte das pessoas matar deixaria marcas profundas e um choque imediato. O filme começa por explorar as razões da forma natural com que Stahl virou herói local ao evitar que dois rufias matassem os clientes do seu café. A forma natural com que ele reagiu, impetuoso, e brutalmente eficaz, eliminando os rufias no seu estabelecimento, dá indicios que algo estranho. Até ali, no filme, ele era Tom Stahl, tinha a vida perfeita, mas o passado encontrou-o e não o quis libertar facilmente. A relação entre Stahl, a mulher (a experiente Maria Bello) e o filho está muito bem conseguida e sofre as alterações, fragilidades e resistências posteriores dos momentos complicados. Um filme muito intenso e curioso que deixa a seguinte questão: será que alguém com um passado mau e brutal, tem direito a libertar-se dele e viver em paz e feliz?
JT (em breve escreverei aqui algo mais completo)
Class: 4,5/5
c7nema - Antevisão: “A History of Violence”