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quinta-feira, dezembro 01, 2005

Twist de Polanski 


Um clássico para durar
Oliver Twist. Uma história muito repetida pode ainda maravilhar? Pelo olhar do realizador Roman Polanski pode-se dizer que sim, a nova versão do clássico de Charles Dickens chega hoje ao cinema para… encantar.

João Tomé - versão aumentada da publicada no jornal Destak

A sociedade inglesa do século XIX, nomeadamente a urbana, foi de muita pobreza e miséria para as classes menos altas, talvez por isso, a solidariedade e ajuda entre as pessoas era muito rara.
Esta nova adaptação do clássico de Charles Dickens acaba por evidenciar isso de uma forma sombria e que parece mais próxima da realidade. Assim, este filme demonstra com mestria a bondade do jovem orfão Oliver Twist e das poucas pessoas que sacrificaram tudo para o ajudar – provando numa sociedade com muitos “podres” que a bondade pode compensar.
Pegando numa história muitas vezes retratada no teatro, no cinema e na televisão, Roman Polanski e o argumentista Ronald Harwood conseguiram manter a força das personagens e acrescentar uma vitalidade rejuvenescida à obra de Dickens não esquecendo alguns pormenores de suspense e injustiça. Polanski como realizador e Harwood como argumentista, estiveram à frente do oscarizado O Pianista. Um filme distinto no conteúdo mas com semelhanças na forma, ou não tivesse Polanski, nas duas fitas, recordado episódios da sua própria infância e também se inspirado em obras conhecidas. Backgrounds diferentes para história distintas? Talvez não tão díspares assim.

Twist de bondade
A história é conhecida: o jovem Oliver Twist é acolhido num orfanato onde a alimentação é rara e péssima e as crianças são obrigadas a trabalhar, desfiando cordas.

Os orfãos eram vistos como empecilhos e gozados pela sociedade e depois de ter sido vendido a uma funerária acaba por fugir com o objectivo de chegar a Londres.
Por lá, sem nada para comer nem para fazer conhece outro jovem, Dodger, que o leva a viver com o sinistro Fagin (Sir Ben Kingsley), um homem que coordena crianças para roubar. Kingsley é um dos trunfos do filme, com um papel que mistura alguma bondade, malvadez e loucura. Oliver Twist – protagonizado por um jovem franzino adequado ao papel – acaba por conhecer, num tribunal depois de ter sido injustamente preso, um homem de poses, Mr. Brownlow, que o acolhe por ver bondade nele.
Mas entre o rapto do jovem, a maldade do chefe de crimosos Bill Sykes e a bondade de amigos, o destino de Oliver vai terminar bem e a sua bondade será recompensada. Uma das personagens solidárias do filme é Nancy (Leanne Rowe), um papel forte que sofrerá da pior das formas ao ajudar Oliver.
Depois de um início agressivo, triste, sombrio e numa realidade pobre em meios e valores, a história acaba por trazer a emotividade para a parte final, tanto as boas emoções, como as más. Uma boa aposta de Polanski a provar que uma boa história pode manter vitalidade e intemporalidade.



De: Roman Polanski
Com: Ben Kingsley, Barney Clark, Leanne Rowe,
Género: Drama
Distribuição: Lusomundo
R.Unido/Rep.Checa/França/Itália, 2005
130 minutos

www.sonypictures.com/movies/olivertwist/


Oliver foge daquele que mais tarde será o seu benfeitor.

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