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quarta-feira, novembro 23, 2005

Manô 


Da bobine para a realidade
Manô. E se uma personagem de um filme clássico se tornasse real nos dias actuais? É este o ponto de partida do realizador, actor e argumentista português George Felner para uma comédia bem conseguida com Diogo Infante e Adelaide de Sousa. Dentro da fantasia, destaca-se o ciúme, a diversão e a originalidade de Manô.

João Tomé - versão mais alongada da que surgiu no jornal Destak (17 Nov. 2005)

Quem é Manô? Pode-se dizer que ele é a preto e branco e é uma personagem de antigas e esquecidas curtas-metragens e bandas desenhadas cómicas dos anos 20 – fez parte da dupla Mano e Delo.
O realizador, argumentista e actor George Felner – é ele que interpreta o próprio Manô – trouxe então esta personagem da sua infância para a realidade, ou melhor, para o grande ecrã ao criar uma história original e engraçada em que a personagem espontânea e divertida é “trazida” para a realidade actual.

«Estou a transferir um pouco para a película o que faria com os desenhos», diz Felner, cuja carreira cinematográfica tem sido premiada nos Estados Unidos. Tudo acontece quando uma equipa de trabalhadores da construção civil está a demolir um antigo estúdio de cinema, que é visto como um velho destroço na novíssima e reluzente paisagem urbana.
Alguns dos trabalhadores queimam bobines de filmes há muito esquecidos. Manô, uma obscura e anónima personagem de uma dessas comédias, não só escapa à destruição do fogo, como se materializa no mundo real, a partir do filme de celulóide – apesar de não ser de carne e osso. É aí que surge a personagem de Adelaide Sousa: Mariana. A namorada do ciumento Marco (Diogo Infante), que é fotógrafa, vai descobrir Manô e trazê-lo para a sua realidade, numa escolha que irá perturbar a sua relação com Marco.

No filme constam ainda o actor promissor Marco d'Almeida e o veterano Canto e Castro – que vão ser personagens das curtas-metragens de onde “saiu” Manô. Nesta história, repleta de momentos divertidos, destaque ainda para as reacções de Manô no contacto com a modernidade e na procura do seu amigo Delo.
George Felner, demonstra assim ser um criativo português promissor, mais um dos que tem tido sucesso no estrangeiro, sobre a qualidade ou interesse do filme caberá a quem já viu julgar - não é o meu caso. O cinéfilo realizado várias curtas-metragens nos Estados Unidos – onde tem vivido nos últimos anos, tal como Adelaide Sousa – onde conta com 12 prémios, duas distinções da Academia de Cinema de Hollywood e dois galardões para “Melhor Filme” e “Melhor Realizador” no festival de Nova Iorque.

De: George Felner
Com: George Felner, Adelaide Sousa, Diogo Infante, Canto e Castro, Marco d' Almeida
Género: Comédia/Fantasia
Portugal, 2005
www.costacastelo.pt/mano/ - o site está muito bem concebido e é uma pequena maravilha!

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“Os dois – Marco e Mariana - têm personalidades muito diferentes. É um pouco a história dos opostos que se atraem. O aparecimento desta terceira personagem, o Manô, vai implicar algumas alterações, vai abalar o relacionamento dos dois. Se se separam ou não depois se verá.”
Adelaide Sousa

“Sou o ciumento. Não posso com o Manô. (...) Eu interpreto o Marco, o organizado, o metódico, (...).Projecto nele os meus ciúmes e as minhas inseguranças, mas ele acaba por nos aproximar, – Marco e Mariana - por funcionar como pólo comum, sem querer, e sem termos muita consciência disso.”
Diogo Infante

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