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quinta-feira, agosto 18, 2005

rodagem do Código 


Deus sabe quanto ela rezou mas o filme faz-se
Uma freira católica britânica passou 12 horas a rezar, das cinco da manhã às cinco da tarde, diante da Catedral de Lincoln (Leste da Inglaterra), pela suspensão da rodagem, no local, dum filme adaptado d'O Código Da Vinci, o famoso romance do escritor norte-americano Dan Brown. Aconteceu na terça-feira e, até ontem, Tom Hanks continuava a filmar as suas cenas, no papel do protagonista professor de Simbologia Robert Langdon, pelo que as preces da Irmã Mary Michael, de 61 anos, não terão sido entretanto atendidas pelo divino destinatário.

Isso não atingiu a fé inabalável da religiosa, empenhada numa missão com objectivos a longo prazo. "No Juízo Final, quando me apresentar a Deus todo poderoso, poderei dizer que tentei protestar o melhor que soube e pude", explicou à imprensa, depois de ter verificado que o plano de produção da Sony Pictures continuava a ser imperturbavelmente seguido. "Não creio que me tenham realmente prestado atenção, mas a opinião da equipa de filmagens não interessa, importa-me só o que Deus pensa", insistia a antiga freira carmelita, hoje membro da Ordem de Nossa Senhora da Paz e da Piedade.

Segundo os ecos do caso na comunicação social, da bbc.online à AFP, não só o ânimo da religiosa superou o revés das suas orações e penitências - a freira revelou ter-se preparado para a manifestação numa peregrinação de três dias a Donegal (Irlanda), ao Purgatório de São Patrício, incluindo as provações três dias sem comer nem dormir -, mas ainda teve fôlego para atacar o autor do best-seller "baseado num velho erro" teológico e o reverendo de Lincoln, Alec Knight, culpado pelo "pecado de simonia".

Lincoln foi já um local de terceira escolha, recusada a cedência da Abadia londrina de Westminster, pelo reverendo Wesley Carr, na sequência da proibição, pela câmara parisiense, de filmagens na Catedral de Notre Dame (cenário indicado no livro), tendo o realizador Ron Howard iniciado a rodagem no próprio Museu do Louvre, para continuar numa alternativa anglicana em matéria de igreja.

O pecado referido pela freira católica, ligado ao tráfico de bens espirituais, comentava o aluguer da catedral, aludindo ao montante de 100 mil libras (146 mil euros), clamando contra "blasfémia" e "heresia". Para o visado reverendo Alec Knight, O Código... "foi acusado de blasfemo por defender que a humanidade de Jesus inclui o elemento sexual". A seu ver, "não é blasfemo, de modo algum vem denegrir Deus, mas é especulativo, disparatado e herético. Atingiu claramente o imaginário popular e a Igreja deve abrir o debate, mais do que meter a cabeça na areia". Ideia que a Irmã Mary diz compreender mas achar "um bocadinho tonta".
in DN
ver mais in BBC

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