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terça-feira, agosto 23, 2005

classificação de idades 

A classificação de 'Sin City' teve direito a dois recursos e intervenção da ministra da Cultura

Classificar filmes

Apesar de o objectivo ser sempre o mesmo - a protecção de menores - cada país faz a sua classificação etária de filmes. Portugal é o único que faz avaliação de qualidade
Os pornográficos pagam uma taxa de classificação vinte vezes superior à dos outros filmes. O que, todos admitem, não tem outra razão que não de ordem moral
O enredo é simples há um telemóvel que toca, alguém que atende e ouve a sua voz no instante que precede a própria morte. A chamada traz o registo de uma hora futura. E quando esse momento chega, a fatalidade confirma-se sempre de forma violenta e visualmente explícita. O filme é japonês, mas tem título inglês: One Missed Call. A classificação será "para maiores de 16 anos". Significa isso que os cinco vogais da Comissão de Classificação de Espectáculos (CCE) que esta manhã se reuniram na sala de visionamento entendem ser este um desses "espectáculos que exploram, em termos excessivos, aspectos da sexualidade e da violência física e psíquica". O juízo foi unânime e não demorou mais que dois minutos. "Mas nem sempre é assim", reconhece o presidente António Xavier. Só em 2004, os 37 membros da comissão avaliaram 4624 títulos, entre filmes em estreia, edições DVD, peças de teatro e jogos de computador. "E a decisão nem sempre é pacífica."

Na instalações do Palácio Foz, em Lisboa, a mesma sala que outrora serviu a Censura está hoje adaptada ao serviço da CCE. Entre este ecrã e o da pequena sala contígua, reservada ao visionamento vídeo, sucedem-se sessões, manhã e tarde, todos os dias úteis de todas as semanas do ano. Contas feitas, a média roça as 18 obras por dia. O quorum mínimo é de três pessoas, escalonadas em mapas de serviço de difícil conjugação. Porque ninguém é vogal a tempo inteiro.

O filme que se acaba de julgar, foi já classificado na Holanda (>12), Finlândia, Noruega e Suécia (>15), Espanha (>18) e Estados Unidos (com um R, de Restricted). Porque em todo o mundo se classificam filmes e em todo o mundo o pretexto é a protecção de menores. Há países, como os Estados Unidos, em que a tarefa é domínio da autoregulação, sendo assegurada por um organismo da industria cinematográfica. Outros há, como Portugal, onde é confiada a uma entidade estatal. E não é raro ver uma mesma obra ser objecto de uma ampla latitude de juízos.

Para o responsável da CCE, essa é, aliás, "uma evidência da necessidade de um sistema nacional de classificação etária". Porque "esta é uma avaliação que tem muito de cultural", sustenta António Xavier, "e nenhum país está quer perder esse instrumento de soberania". Em particular na União Europeia, "onde a classificação é entendida como expressão de diversidade cultural". E esta é uma ideia que parece merecer consenso no sector. "Até porque não parece possível um consenso internacional para um sistema comum", acrescenta Paulo Santos, presidente da Associação Portuguesa de Editores de Videogramas.
ler reportagem completa in DN, de João Pedro Oliveira

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