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sexta-feira, junho 24, 2005

Batman – O Inicio 

O nascer da lenda

Após vários filmes sobre o morcego justiceiro, chega um que oferece explicações pormenorizadas de como começou a lenda. Este é um começo audaz de uma nova série de filmes em que Bruce Wayne vive mais de perto dos seus demónios. Um elenco repleto de talento, algumas psicoses e bastante acção são os ingredientes para um homem morcego renovado.

João Tomé - in Destak (versão aumentada)

Quem é Batman? No começo do filme somos surpreendidos com uma história diferente daquelas que estávamos habituados nos outros sete filmes de Batman (cinco nas versões mais modernas). O realizador do brilhante e criativo Memento (Christopher Nolan), retrata com exactidão a antiga banda desenhada: “Batman: Ano Um” - algo pouco aprofundado nos filmes anteriores.
Neste filme repleto de acção e com uma história mais credível e adequada aos nossos dias, destaca-se a intensidade dramática da personagem de Bruce Wayne (Bale) e o restante elenco fantástico que nem sempre consegue mostrar todos os seus atributos (infelizmente!).
Gary Oldman desce agora ao mundo dos bonzinhos, interpretando um polícia que irá ajudar Batman na sua saga. Katie Holmes é a amiga de infância de Bruce Wayne, em busca de justiça numa cidade corrupta. Michael Caine é o famoso mordomo Albert, sempre fiel ao “Master Bruce”, mas que parece um pouco estranho na personagem. Já Morgan Freeman é um antigo amigo dos Wayne, especialista em engenhocas tecnológicas.

A história
Enquanto criança, Bruce Wayne assiste à morte dos seus pais por um ladrão. À medida que vai crescendo o jovem nunca recupera verdadeiramente do choque. Sente-se de alguma forma culpado e, quando preparava a vingança, no dia em que o assassino iria sair em liberdade, alguém lhe rouba esse momento.
Confuso, desiludido e amargurado, a personagem tão bem interpretada por Christian Bale, abandona a cidade de Gotham, cada vez mais corrupta e perigosa, e começa a percorrer o mundo em busca de uma resposta para o futuro. Na sua senda, procura decifrar a mente criminosa e libertar-se de alguns dos demónios que o atormentam.
Esse percurso leva-o a integrar os ensinamentos de um culto ninja, onde é ensinado por um mestre ocidental (Liam Neeson), que tem como objectivo último eliminar a corrupção e a miséria das cidades pela via mais radical, com o qual acaba por se revoltar. Com ideias mais claras, regressa a uma Gotham ainda mais assolada pelo crime organizado e pela corrupção, onde a sua amiga de infância, Rachel (Katie Holmes) é uma advogada que tenta agir, com dificuldade, pela justiça na cidade.

O mito Batman
Bruce procura criar um símbolo que as pessoas respeitem e que se possa tornar imortal e é assim que nasce Batman – com inspiração num dos principais medos de Bruce, os morcegos, que acabam por se tornar seus aliados. Depois, com ajuda do fiel mordomo da família, Alfred (Michael Caine), vai iniciar a interessante e inédita (em filmes anteriores) recolha de meios para criar o mito Batman, onde também ajuda um amigo do seu pai, Lucius Fox (Morgan Freeman). Aqui parece haver semelhanças pela busca de engenhocas nos filmes de 007, onde a personagem 0 era assistente de serviço.
Na luta pela cidade de Gotham vai ter primeiro, como principal adversário, um jovem advogado perito em psicoses que utiliza um gás alucinogénico perigoso para se defender, mas o pior ainda estava para chegar...


O novo batmobile anda de verdade e faz acrobacias fantásticas. Um bólide enorme que, no filme, seria um protótipo para um veículo a utilizar na construção de pontes.

O filme de Chistopher Nolan não deixa de ser um chamado “blockbuster” procurando entreter, mas tem bastantes motivos de interesse e psicoses novas, pouco habituais nos outros filmes de Batman. Destaque ainda para o fabuloso carro Batman – que já este no inicio do mês em Portugal – e para a participação do ex-vocalista Tim Booth, que faz de um assassino curioso e que poderá ter um papel mais relevante na sequela óbvia - ele parece perfeito para fazer de, Joker.

Mito Bale
Christian Bale, ora aí está um actor britânico com uma carreira peculiar. Este é o filme mais comercial e de maior produção que ele faz desde O Império do Sol, quando era ainda uma criança. Depois de regressar em grande com Psico, fez antes de Batman, O Maquinista, onde teve de perder muitos quilos. Uma obra independente e muito psicótica, com ambientes e situações perturbantes. Agora, foi obrigado a ganhar muitos quilos, para fazer de um Batman encorpado. Não só me parece sólido no papel, como é um actor intenso com uma carreira auspiciosa.


Já foi Jude Law, o britânico a participar em tudo que era filme, agora é Liam Neeson a estar presente de forma breve ou mais consistente em tudo o que é filme... impressionante. O saldo parece ser mais positivo para Law.

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