quinta-feira, junho 16, 2005
A Balada de Jack e Rose
Mundo simples e encantador
Entre idealismos ambientais e utopias sobre a humanidade esta é uma história comovente e repleta de significado, de um pai que apenas quer o melhor para a sua filha. Jack é confrontado com as consequências das suas opções.
João Tomé - in Destak
Uma das magias deste filme realizado e escrito por Rebecca Miller (mulher do protagonista Daniel Day Lewis) é a possibilidade de podermos descobrir territórios e ideais de vida frescos e interessantes, apesar de até já serem antigos.
Com pequenos traços semelhantes ao filme Uma Canção de Amor, com Travolta e Scarlett Johansson, esta é a história de um pai que vive isolado com a filha numa ilha remota nos Estados Unidos.
Na época de 60 e 70 eram muitos os grupos de pessoas, alguns hippies, outros nem tanto, que se quiseram distanciar da sociedade de consumo e das desvantagens morais e ambientais que ela pudesse ter. Por isso, criaram comunidades onde não havia propriedade, e se cultivava para poder comer. Existiram várias comunidades nesses tempos que viviam, assim, isoladas e com um conceito de vida diferente dedicado à natureza e às coisas simples da vida.
O que se passaria com uma dessas comunidades, nos tempos actuais? Talvez seja essa uma das premissas e pontos de partida principais do filme cuja acção de passa em 1986. Acompanhamos aqui a história de Jack, o pai, que vive nesta ilha isolada já sem outros companheiros da comunidade, nem mesmo a mãe da filha que fugiu.
Este homem repleto de ideais e com uma saúde cada vez mais deteriorada vive para a sua filha, Rose – uma adolescente pouco conhece do mundo exterior.
Rose é uma criatura tão inocente quanto apaixonada e dedicada ao pai. São unha e carne. Fazem a sua comida. Brincam. Divertem-se com as coisas mais simples, com a imensidão do campo e com a acolhedora casa da árvore. Mas nem tudo corre bem quando o pai, procurando evitar ideias suicidas da filha após a sua possível morte, faz a experiência de trazer pessoas novas para o círculo íntimo. Entre experiências, a transformação e rebeldia de Rose, os ciúmes e interesseirismos o filme chega a uma conclusão curiosa e actual. Destaque também para a banda sonora que é composta, na maioria, por temas bem escolhidos de Bob Dylan - que assentam muito bem no filme dando-lhe maior espiritualidade e consistência.
Daniel Day Lewis tem em Jack mais uma excelente interpretação, intensa, com sentimentos ambíguos e apaixonante. Aparece bem diferente do imponente "senhor do Bairro" de Gangs de Nova Iorque, agora muito magro. Existem depois actores conhecidos e interessantes, mas destaco a participação da desconhecida que faz de Rose, Camilla Belle, pareceu-me muito sólida no papel.
De: Rebecca Miller
Com: Daniel Day-Lewis, Camilla Belle, Catherine Keener
Origem: EUA, 2005
Duração: 112 minutos
www.ifcfilms.com/ballad
Entre idealismos ambientais e utopias sobre a humanidade esta é uma história comovente e repleta de significado, de um pai que apenas quer o melhor para a sua filha. Jack é confrontado com as consequências das suas opções.
João Tomé - in Destak
Uma das magias deste filme realizado e escrito por Rebecca Miller (mulher do protagonista Daniel Day Lewis) é a possibilidade de podermos descobrir territórios e ideais de vida frescos e interessantes, apesar de até já serem antigos.
Com pequenos traços semelhantes ao filme Uma Canção de Amor, com Travolta e Scarlett Johansson, esta é a história de um pai que vive isolado com a filha numa ilha remota nos Estados Unidos.
Na época de 60 e 70 eram muitos os grupos de pessoas, alguns hippies, outros nem tanto, que se quiseram distanciar da sociedade de consumo e das desvantagens morais e ambientais que ela pudesse ter. Por isso, criaram comunidades onde não havia propriedade, e se cultivava para poder comer. Existiram várias comunidades nesses tempos que viviam, assim, isoladas e com um conceito de vida diferente dedicado à natureza e às coisas simples da vida.
O que se passaria com uma dessas comunidades, nos tempos actuais? Talvez seja essa uma das premissas e pontos de partida principais do filme cuja acção de passa em 1986. Acompanhamos aqui a história de Jack, o pai, que vive nesta ilha isolada já sem outros companheiros da comunidade, nem mesmo a mãe da filha que fugiu.
Este homem repleto de ideais e com uma saúde cada vez mais deteriorada vive para a sua filha, Rose – uma adolescente pouco conhece do mundo exterior.
Rose é uma criatura tão inocente quanto apaixonada e dedicada ao pai. São unha e carne. Fazem a sua comida. Brincam. Divertem-se com as coisas mais simples, com a imensidão do campo e com a acolhedora casa da árvore. Mas nem tudo corre bem quando o pai, procurando evitar ideias suicidas da filha após a sua possível morte, faz a experiência de trazer pessoas novas para o círculo íntimo. Entre experiências, a transformação e rebeldia de Rose, os ciúmes e interesseirismos o filme chega a uma conclusão curiosa e actual. Destaque também para a banda sonora que é composta, na maioria, por temas bem escolhidos de Bob Dylan - que assentam muito bem no filme dando-lhe maior espiritualidade e consistência.
Daniel Day Lewis tem em Jack mais uma excelente interpretação, intensa, com sentimentos ambíguos e apaixonante. Aparece bem diferente do imponente "senhor do Bairro" de Gangs de Nova Iorque, agora muito magro. Existem depois actores conhecidos e interessantes, mas destaco a participação da desconhecida que faz de Rose, Camilla Belle, pareceu-me muito sólida no papel.
De: Rebecca Miller
Com: Daniel Day-Lewis, Camilla Belle, Catherine Keener
Origem: EUA, 2005
Duração: 112 minutos
www.ifcfilms.com/ballad
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