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sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Eastwood em entrevista 


Sobrevivi a Todos. Recusei-me a Desaparecer

Aos 74 anos, Clint Eastwood é uma força da natureza. Depois de refazer a sua imagem vezes sem conta, tem permanecido influente numa cidade, Hollywood, que não é generosa para com os da sua idade. Na cerimónia dos Óscares deste ano (no dia 27), não será um veterano a receber um prémio pelo trabalho de toda uma vida, mas será o favorito para levar para casa o seu segundo Óscar como Melhor Realizador por "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos". Só Martin Scorsese, com "O Aviador", poderá contrariar esta tendência.

"Million Dollar Baby" é o 25º filme de Eastwood como realizador, e nesse filme ele dá-nos uma das melhores interpretações de uma carreira de 50 anos. Adaptado de um livro de contos do antigo boxeur F.X. Toole, o drama centra-se no relacionamento pai-filha entre Frankie (Eastwood), um treinador cansado do mundo, e Maggie (Hillary Swank), uma empregada de mesa que ele, relutantemente, aceita treinar para uma carreira como boxeur profissional.

Eastwood é realizador sem enfeites e sem baboseiras. Trabalha rapidamente. "Million Dollar Baby" custou 30 milhões de dólares (a média em Hollywood é 70 milhões...). Foi rodado em 38 dias (a média em Hollywood é dois, três meses...) e está nomeado para sete Óscares, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor (Eastwood), Melhor Actriz (Hillary Swank) e Melhor Actor Secundário (Morgan Freeman).

A carreira de Eastwood começou com a série televisiva de sucesso "Rawhide", em 1959. Na altura em que acabou, em 1966, já ele era uma estrela como o Homem Sem Nome dos "westerns spaghetti" de Sergio Leone "Por um Punhado de Dólares" (1964), "Por Mais Alguns Dólares" (1965) e "O Bom, o Mau e o Vilão" (1966). Nos anos 70, o seu estatuto de herói de acção foi cimentado com a "franchise" "Dirty Harry", que começou em 1971. A sua carreira de realizador começara nos anos 70, com "Play Misty for Me". Desde então tornou-se o menos previsível dos realizadores americanos, capaz de uma excelente biografia do músico de jazz Charlie Parker ("Bird", 1988), de um western crespuscular ("Imperdoável", o Óscar de 1992) ou de uma história de amor adulto ("As Pontes de Madison County", 1995). Enquanto os que foram seus contemporâneos nos anos 70 se reformam, ele continua a fazer um filme por ano. Os seus dois últimos, "Mystic River" (2003) e "Million Dollar Baby", estão mesmo entre os seus mais aclamados. E este Verão vai fazer um filme sobre a II Guerra Mundial, um drama produzido por Steven Spielberg.
in Público, Y

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