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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Munich 



O lado mau da vingança
Munique. Com uma nomeação para melhor filme e realizador, ao contrário de Guerra dos Mundos, esta é uma aposta ganha por Steven Spielberg. Munique traz-nos uma história verídica ambígua sobre uma vingança israelita contra os palestinianos.

[Já vi o filme, mas quando escrevi este texto ainda não o tinha visto. Terei apenas a acrescentar que gostei mais do que esperava inicialmente. Que é um filme com uma moral interessante e ao mesmo tempo incerta. Que procura transmitir emoções sem determinar respostas certas. Achei em alguns momentos demasiado dramático, nomeadamente quando Avner faz amor com a mulher e revive os momentos das mortes de Munique... talvez exista algum exagero. De resto, muito bom.]

A vingança é um dos instintos mais primários do ser humano e, é algo que perdura ainda hoje nos países mais desenvolvidos do mundo, seja do homem mais comum, ao Estado mais poderoso – comandado por homens. Ao contrário da maior parte dos filmes, não é fácil simpatizar com o protagonista de Munique, Eric Bana. Mais um lado pouco habitual relativamente aos últimos filmes de Spielberg, mas com uma mensagem implícita sobre o lado mau da vingança contra o terrorismo. Com uma história polémica e um realizador decidido, Munique marca o regresso às origens judaicas de Spielberg, depois da Lista de Schindler. Do que se fala neste thriller político? Essencialmente, nos momentos posteriores ao massacre de atletas israelitas no Jogo Olímpicos de 1972. Cerca de 900 milhões de telespectadores em todo o mundo assistiram aos Jogos Olímpicos de Munique, apelidados de “Jogos da Paz e da Alegria”. Foi nessa ocasião que um grupo extremista Palestiniano matou dois membros da equipa Olímpica israelita e capturou nove elementos como reféns. Seguiu-se uma espera tensa que culminou com as palavras do pivot televisivo Jum McKay, “They’re all gone”.
Contra-terrorismo
«É um crime abominável quando pessoas são raptadas e mortas como aconteceu em Munique, mas isso não justifica retaliar na mesma moeda», explicou recentemente Spielberg. Em mordaz, vívido e humano detalhe, o thriller leva-nos até um momento escondido na História que lida com muitas das emoções que existem na vida actual. No centro da história está Avner (Eric Bana), um jovem patriota israelita, oficial dos serviços secretos. Ainda de luto pelo massacre e enfurecido pela barbaridade do mesmo, Avner é contactado por Ephraim (Geoffrey Rush), um oficial da Mossad, que lhe apresenta uma missão inédita na história israelita. Ayner terá de deixar a sua mulher grávida, abdicar da sua identidade e embarcar como infiltrado numa missão que visa perseguir e matar os 11 homens acusados pela secreta israelita de terem arquitectado o ataque em Munique. A história é ambígua e polémica e dá que pensar.



Um filme para Óscar?
Há 12 anos Spielberg vencia o seu primeiro Óscar na cerimónia de Los Angeles, pelo filme sobre o Holocausto, a Lista de Schindler – o realizador viria a receber em 1999 o segundo Óscar de melhor realizador pelo filme O Resgate do Soldado Ryan. Este ano Steven Spielberg volta a estar nomeado por um filme que fala sobre os judeus, mas vê o favoritismo ir para o romance dramático entre dois cowboys homossexuais, O Segredo de Brokeback Mountain (estreia para a semana em Portugal). Mesmo assim, o filme de Spielberg é o principal concorrente.

Curiosidades
O actor Bem Kingsley esteve ligado ao projecto mas teve de ser substituído por Geoffrey Rush por problemas de agenda.

Um camião importado da Alemanha com equipamento pesado para o filme foi alvo de um incêndio na rodagem em Malta, pensou-se ser um ataque terrorista.

Spielberg tinha previsto estrear Munique em 2004, mas devido à disponibilidade limitada de Tom Cruise teve de começar logo o projecto da Guerra dos Mundos.
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Realização: Steven Spielberg
Com: Eric Bana, Daniel Craig, Ciarán Hinds, Mathieu Kassovitz, Hanns Zischler, Geoffrey Rush
Site Oficial: Munich
Género: Drama/Thriller
Distribuição: Lusomundo
EUA, 2005
164 min




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