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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

bye bye Oscars. hasta la vista baby - million dollar 

Ver todos os vencedores aqui. Os principais vencedores:

Actors (L-R) Morgan Freeman, Cate Blanchett, Hilary Swank, and Jamie Foxx pose with Oscar statuettes at the 77th annual Academy Awards in Hollywood February 27, 2005. Freeman won best supporting actor for his role in the film 'Million Dollar Baby, Blanchett won best supporting actress for her role in the film 'The Aviator, and Swank won best actress for her role in the film 'Million Dollar Baby', and Foxx won best actor for his role in the film 'Ray.' REUTERS/Mike Blake

Morgan Freeman. Melhor actor secundário em Million Dollar Baby. Excelente locução no filme, como já tinha feito em Os Condenados de Shawshank.


Clint. Melhor realizador e filme em Million Dollar Baby.


Sideways venceu melhor argumento adaptado, escrito pelo realizador Alexander Payne e Jim Taylor. Falhou nas grandes categorias, mas já lhe valeu ter chegado às nomeações.


Charlie Kaufman. Melhor argumento original, em Despertar da Mente. Foto curiosa. Samuel L. Jackson espreita.


Alejandro Aménabar esteve no céu depois de receber das mãoes de Gwineth Palthrow o Oscar para melhor filme estrangeiro, por Mar Adentro. Espanha esteve em alta.


A australiana Cate Blanchett. Melhor actriz secundária, em O Aviador.


O apresentador Chris Rock e o lindo Robin Williams.

climax. Eastwood. Clint. Eastwood. 


Julia Roberts veio, destemida, apresentar o Melhor Realizador.
Que é... Clint Eastwood. Prémio muito merecido que compensa também ter perdido como melhor actor. Mas não deixa de ser merecido. Gostei. Aliás, o senhor de 75 anos até veio com a sua mãe de 95 anos.


Dustin Hoffman, atabalhoado, e Barbra Streisand apresentam.
E o climax no Kodak Center, onde ainda há uns tempos Val Kilmer fazia de Moisés numa peça de teatro, é para... Million Dollar Baby. Million Dollar Baby. A familia de Clint comemora mais do que o próprio. O filme é muito bom, excelente mesmo. Eu tinha preferência pessoal para o Finding Neverland. São todos bons filmes e o grande vencedor é mesmo Clint Eastwood. Está bem também.

5 prémios para o Aviador. Grande derrotado talvez seja mesmo Martin Scorsese. Ainda não foi desta que venceu. Eu considero que não foi o seu melhor filme...

Foi uma cerimónia mais curta do que o habitual. Onde faltou alguma coisa, magia, boa música. Enfim. Faltou também Billy Crystal. Não que Chris Rock se tenha safado mal, mas Crystal é Crystal. Faltou. No final ainda foi um pouco emocionante. Alguns bons momentos. Mas foi muito abaixo de outros anos.


Para o ano há mais Oscares. Será que há mais MagaCINE? Quem sabe...

hot. está a aquecer. 

Fantástico foi o agradecimento da melhor música para o filme Motorcycle Diaries. O homem chega ali e... canta a música, em espanhol, diz adeus e está feito. Muito bom. Momento alto!

Sean Penn apresentou o Oscar de melhor actriz e colocou justiça na cerimónia ao dizer que Jude Law é um actor fantástico. Sem dúvida. Chris Rock gozou um pouco com ele.

Estou surpreso. O Oscar de melhor actriz foi para Hillary Swank. Novamente. Enquanto da primeira vez estava a torcer por ela no Boys Don´t Cry, desta vez não estava. De qualquer das formas fez uma excelente interpretação em Million Dollar Baby, um filme que surpreende, mesmo depois de se ouvir falar bem. Excelentes actrizes estavam nesta categoria. Imelda Staunton. Actriz de teatro inglesa, que participou - antes de Vera Drake - em A Paixão de Shakespear. Kate Winslet. Annette Benning - considerada a favorita, perdeu - não acho propriamente mal.



Oscar para melhor filme estrangeiro: Mar Adentro.
«And the Oscar goes to Espanã, para Mar Adentro.» Disse a bela Gwyneth Palthrow.
GANHOU! ESPANHA. Já que Portugal, nem perto, que sejam os espanhóis. O realizador, Aménabar agradeceu, e bem, ao actor Javier Bardem, que não foi nomeado [FOTO não é dos Oscares].


CHARLIE KAUFMAN ganhou o melhor argumento original. Muito bom. Por Despertar da Mente. Excelente filme. Kate Winslet e Jim Carrey estiveram soberbos dentro de um enredo fantástico. Depois de estar nomeado por Being John Malkovitch e Adaptation.



Melhor ACTOR
Quem falta. Muitos. Quem quero que ganhe. Johnny Depp, claro. Leo ou Clint? Gostei dos dois. Ora aí está. GANHOU JAMIE FOXX, por Ray. Está bem sim senhor. Porque não. Mais um actor negro na categoria. Começa a ser um hábito, depois de tanto tempo. Não faltou a música. As lágrimas pela avó(zinha). Enfim, num dos discursos mais emocionados.


Clint.


Jamie Foxx. O VENCEDOR DA NOITE. Ray Charles permitiu o Oscar a mais um actor negro.

MagaCINE. Com sono. MagaCINE, a comer panquecas!!

morno. muito morno. música má... 

Finding Neverland venceu o Oscar de melhor banda sonora. Tres bien. Gostei. Excelente filme.
De destacar também o cumprimento fantástico de Johnny Depp a Chris Rock. Eu descreveria como uma saudação perto da militar, mas num estilo deliciosamente intelectual. O fato de Depp, claro está, também é bem original. Ridiculo seria perguntar-lhe o criador. Ehehe.


Já tivémos a melhor curta-metragem e agora estou a olhar para o Martin Scorsese. Buh.

Filmes que aparecem escondidos em pequenas categorias. - Paixão de Cristo. The Village [muito bom]. Motorcycle Diaries. A Very Long Engagement [bom]. Vera Drake. Eternal Sunshine of the Spotless Mind [muito bom]. Before Sunset [muito bom]. Collateral. Alexander [nem está presente]. Troy. The Phantom of the Opera. Shrek.

Agora estão a mostrar os realizadores e actores que morreram no ano passado. Foram muitos. Incrivel. Só Marlon Brando... Rodney Dangerfield... tantos...


Faltou o loucamente divertido Jim Carrey. Está presente em dois filmes nomeados. Em qualquer um deles gostei bastante das interpretações. De mau em Lemony Snicket´s e de personagem complexa em Despertar da Mente - Eternal Sunshine of the Spotless Mind.

Julia Roberts por Closer. Emmy Rossum. Nicole Kidman por Birth. Natalie Portman em Garden State. Julie Delpy por Before Sunset. São os papéis que poderiam ser reconhecidos nas nomeações. Mas não foram.

Bem, até agora as músicas tocadas foram fracas. A única que teve algum picante foi a cantado pelo Antonio Banderas, mas apenas pela curiosidade... não se percebe muito bem porque ele aparece ali.

OH NÃO. OUTRA VEZ A BEYONCE!! A CANTAR A MÚSICA DO POLAR EXPRESS!! [Que me*da de música. A Beyonce já irrita!!]

a meio. 

É oficial. Beyonce é a cantora oficial da 75.ª edição dos Oscares. Infelizmente. Tanto cantor bom neste mundo. Muitos que participarem em filme no ano transacto e só a Beyonce canta. Até numa música do Fantasma da Ópera - que serviu para o Andrew Lloyd Webber poder tocar piano nos Oscares. Porque é que não foi a lindissima Emmy Rossum.


Beyonce. Muito elas gostam de dar o ombro para lhes tirarem fotografias. Enfim.


Emmy Rossum.

Recapitular.
A apresentação do Chris Rock começou com criticas ferozes a George W. Bush e aplausos ao Farenheit 9/11. Admira-me ter passado pela censura dos cinco segundos de atraso. Porque é que não aparece uma mamazinha de fora para ver o que se passa? Era bem pensado?

A cerimónia está diferente. Melhora em alguns aspectos, mas acho que outros estão mal conseguidos. Foram mais arrojados. Sem dúvida. Até no apresentador foram arrojados. O estilo é muito negro, com piada, mas o Chris grita um pouco demais, talvez. Falta alguma coisa... houve anos bem melhores! Falta a pica. Falta a boa música!! Ajuda sempre.

Faltam as músicas fantásticas do Billy Christal. Sinto falta das canções do Billy. Volta.

A apresentação do público ou dos camarotes parece muito fora do estilo Oscares, mas até é um estilo dos Oscares, mais antigo. Talvez pudesse ser melhor conseguido.

Oscar honorário parece-me bem entregue. Mas voltou a faltar magia! Al Pacino não deu a magia suficiente.

Ponto positivo para Chris Rock. Ter abordado tantos filmes bons que não foram aos Oscares.

Ah, é verdade. O Lemony Snicket´s venceu um Oscar. E os Incredibles, como já se sabia venceu na melhor animação. Muito previsível.

Scorsese com o seu Aviador sobre o influente Howard Hughes, já conta cinco Oscares. Tendência para se preferir o épico sem ser em interpretações, em detrimento do Million Dollar Baby.

Aqui no MagaCINE temos o feeling que o Oscar para melhor filme vai para Finding Neverland. Ou não...

Primeiro Oscar para Ray.

Jammie Foxx e a filha.

Bem. Penélope Cruz e a pequenina Salma Hayek (casada com o fantástico Edward Norton) têm um inglês muito mau, há já tantos anos nos EUA. Incrivel. Mas fica bem ali.


Melhor filme estrangeiro já a seguir... deve ser o Mar Adentro. Motorcycle Diaries era o meu filme preferido para essa categoria. Excelente FILME.

Gael Garcia Bernal, o Che, e o realizador brasileiro Walter Salles.

Bem. Temos uma música espanhola - do filme Os Diários de Che Guevara - Motorcycle Diaries. Incrível. Com Antonio Banderas a cantar - não se safa nada mal! E Carlos Santana na guitarra. Acho bem. Cantada em espanhol, claro está. Nada mau.

Banderas e Melanie Griffith.

Oscars on the moveeee 

Momento da noite, até agora. Melhor argumento adaptado - boa apresentação, argumentos de qualidade.
Excelentes filmes. Não ganhou o Before Sunset. Nem o Finding Neverland. Dos quais eu gostava bastante!! Venceu o Sideways. Tudo bem. Million Dollar Baby também era uma boa opção.

Hawke, Delpy e Linklater. At the Oscars. Que bonitos que eles ficam juntos. O ano passado Hawke esteve com a ex-mulher Uma. Where is Uma, Ethan? Uma is gone.


Virginia Madsen, que falhou o Oscar para melhor actriz secundária é daquelas actrizes que ficou bem melhor no grande ecrã do que na cerimónia dos Óscares. Está um bocado feia... bem melhor no filme. Aliás, parece-me que tem uma excelente interpretação, assim como Cate Blanchett e Natalie Portman.


Johnny Depp - do belíssimo Finding Neverland - com a mulher, a actriz francesa Vanessa Paradis. Engraçado como ela, ao contrário de muitas outras actrizes nunca beneficiou muito do marido ser um actor conhecido. Vivem em Paris. Casal interessante. Actores interessantes.

Destaque para Adam Sandler que conversou com uma Catherine Zeta-Jones sob a máscara de Chris Rock. Muito divertido!

Ah! Já passou a linda, bela maravilhosa... Scarlett Johansson.


Homem Aranha II venceu o prémio de melhores efeitos especiais.

Ora aí está o presidente da Academia. Dedica o prémio aos bravos combatentes americanos a servir o seu país [e a ganhar um belo ordenado].

Ok. Temos Oscares. Morgan Freeman venceu o primeiro. Million Dollar Baby à frente nas interpretações. Aviador vai à frente nos prémios de produção.

Ahh. Cate Blanchett é a melhor actriz secundária. Justo?
Fez de Katherine Hepburn fantásticamente bem, mas fico com pena pela pequena mas bela Natalie Portman que esteve muito bem em Closer.

A reminiscência a Johnny Carson foi bonita, os gritos iniciais do Chris Rock a contar anedotas exagerada. Enfim, It´s Oscars

let the Oscars begin 



O MagaCINE vai acompanhar (quase) em directo a cerimónia dos Óscares, aqui...
Sempre que for possível e o sono não impedir que as mãos passem pelo teclado.


Senhoras e senhores, sejam bemvindos aos Óscares MagaCINE.


sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Um Óscar para Eastwood 


Clint Eastwood (esq.) e Ray Charles (dta.) vão ser protagonistas nos Oscares. Scorsese deverá contentar-se com prémios de menor relevo do que filme e realizador.

Crónica de Jorge Leitão Ramos - in Expresso
Está tudo a postos para a cerimónia dos Óscares, domingo à noite. No topo das dúvidas uma oposição entre gigantes: Martin Scorsese versus Clint Eastwood. Mas este ainda não é o ano de Scorsese.

Em 1981 devia ter ganho com «O Touro Enraivecido» - mas a Academia escolheu o menos áspero «Gente Vulgar» de um actor que se alcandorava a realizar: Robert Redford.

Em 1989 teria sido justo que lhe dessem o Óscar por «A Última Tentação de Cristo» - mas os jurados não podiam celebrar o polémico, cristianíssimo, só que blasfemo filme, segundo algumas episcopais autoridades, e o prémio foi para Barry Levinson, com «Rain Man - Encontro de Irmãos».

Em 1991 o fabuloso «Tudo Bons Rapazes» era quase óbvio, mas meteu-se-lhe pela frente outro actor a tornar-se realizador e o Óscar foi mesmo para Kevin Costner e o sobreavaliado «Danças com Lobos».

Em 2003 o visceral e arrebatador «Gangs de Nova Iorque» parecia imbatível - mas a memória do Holocausto falou mais alto e foi Roman Polanski o laureado (com «O Pianista»).

Este ano, «O Aviador» tem todas as condições para ser apreciado pela gente de Hollywood. É uma grande saga biográfica, comemora o passado glamouroso dos anos dourados do cinema, tem cenários de sonho, actores excelentes, não tem nada nem de politicamente incorrecto... Só que não é, ainda assim, um filme de Scorsese capaz de ombrear com as suas máximas obras (é mesmo inferior a todos os que lhe deram nomeações nesses anos em que devia ter ganho - e não ganhou). E, pior que tudo, tem pela frente um filme que nos põe a todos de joelhos: «Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos». A emoção febril, quase religiosa, que o filme de Clint Eastwood provoca, a tranquilidade genial com que essa fita olha as questões mais essenciais da vida, não pode deixar de ser reverenciada como merece. Como diz alguém que muito estimo, é um filme que devia ganhar os Óscares todos, todos, todos... Porque é um filme perfeito.

Scorsese vai perder e, pela primeira vez, é justo que perca.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

oscares on the move 



Members of the media watch as workers secure the large gold drape at the entrance to the Kodak Theater as preparations for the Academy Awards (news - web sites) continue on Hollywood Boulevard in Los Angeles Wedenesday, Feb. 23, 2005. Record rains fell on California over the last week, and there is a chance of showers predicted for Oscar Sunday, Feb. 27. (AP Photo/Reed Saxon)



Corrida dos turistas a Hollywood cresce com aproximação dos Óscares. É já na passagem de domingo para segunda-feira. Ora, em Portugal é já dia 28, em Los Angeles é mesmo dia 27.

A escolha do MagaCINE MagaCINE MagaCINE para melhor filme vai para:


Finding Neverland. À Procura da Terra do Nunca.

Tarantino ataca último episódio de CSI 

Na foto Tarantino aparece a 13 de Fevereiro numa festa em Beverly Hills.

Tarantino Bloodying 'CSI' Team
Quentin Tarantino has signed to direct the season-finale episode of primetime's most-watched series, CBS' "CSI: Crime Scene Investigation."

Tarantino also has come up with an original story for the episode, which is expected to shoot in early April and air May 19, according to "CSI" executive producer Carol Mendelsohn.

Tarantino has long been a fan of the stylish forensic drama as series creator/executive producer Anthony Zuiker learned when he bumped into Tarantino at an awards show during "CSI's" first season. They have pursued him to direct an episode for some time, and after members of the "CSI" crew ran into Tarantino a few weeks ago while the show was doing some location shooting in Las Vegas, the stars finally aligned for him to helm the show's fifth-season closer, Mendelsohn said.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

O Mercador de Veneza 


De: Michael Radford
Com: Al Pacino, Jeremy Irons, Joseph Fiennes, Gynn Collins

O “Mercador de Veneza”, é uma nova adaptação da peça clássica de William Shakespeare, realizada por Michael Radford, repleta de paixão, incompreensão, hipocrisia, intolerância religiosa e armadilhas. Na poderosa e liberal cidade de Veneza, no século XVI, Shylock vive saudavelmente no meio de empréstimos de dinheiro com juros. Antonio e Bassanio envolvem-se em problemas e pedem-lhe um empréstimo em que o risco é a sua própria vida.

[Engraçado como Jeremy Irons aparece depois de algum tempo de ausência de filmes relevantes em O Mercador de Veneza e Being Julia, que estreia esta quinta-feira.]

The Merchand of Venice
Sumário de Crítica do NY Times:
Shakespeare's most problematic play — at least with respect to modern sensitivities — receives an intelligent interpretation from Michael Radford and from a superb cast. Al Pacino, showing welcome restraint after a series of overdone stage and screen performances, emphasizes Shylock's grief and estrangement, turning him into a fragile monster.
But his villainy, however much it smacks of blood libel, cannot be discarded without compromising the play's complex ideas about justice and duty, and Mr. Radford does not try to wash away the stain of anti-semitism that is woven into the heart of his source.
He does remind us how much more is going on in the play, and along with his talented production designer and cinematographer he renders Venice as a series of Renaissance paintings — tableaux that, in evoking Velasquez, Rembrandt, Titian and Vermeer, immerse us in the ferment of early modern Europe.
Jeremy Irons is quietly mesmerizing in the title role, a creature of mysterious melancholy whose soul seems at once pure and rotted. The movie really belongs to Lynn Collins, who gives Portia her rightful wit and charisma, and makes her play's cruel and lovely moral center.


Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos 


Luta por um lugar no ringue e na vida
Um homem que abandonou a alegria há muitos anos ganha esperança quando treina uma jovem sonhadora

Por João Tomé - in Destak (17 Fevereiro 20005)

> «Não treino raparigas». É assim que Frankie Dunn (Clint Eastwood) responde ao apelo da jovem Maggie Fitzgerald (Hillary Swank) que pede desesperadamente ao velho treinador de famosos pugilistas que faça dela uma campeã do boxe. Assim começa um dos filmes mais aclamados dos últimos tempos e um dos favoritos para os Óscares.

À primeira vista esta é a história de um velho treinador cujo coração duro é derretido pela vontade de Maggie. Este poderia mesmo ser um filme dos anos 70, tal é a simplicidade de enredo e cenários, mas é na sua crueza e nas interpretações que a história comove. Frankie passou a sua vida no ringue de boxe, a gerir carreiras e treinar atletas, mas já com idade avançada esta acaba por ser uma personagem aparentemente vazia de qualquer alegria motivada pelo doloroso afastamento da sua filha.

O antigo treinador tem dificuldades para se relacionar com os outros, e apenas lhe resta o amigo Scrap (Morgan Freeman), um ex-pugilista que cuida do ginásio de Frankie, que o conhece como ninguém. Maggie (Swank) é empregado de balcão desde os 13 anos e a vida também não tem sido fácil. É a paixão pelo boxe e a sua determinação que a vão levar, mesmo com 31 anos, ao sucesso nos ringues, mas também a alguns dissabores.

«OK, eu treino-te. Vou tentar esquecer o facto, que és uma rapariga.» Diz Frankie ao aceder nas insistências da pugilista. Há uma certa magia quando se arrisca tudo num sonho que mais ninguém vê – a não ser nós próprios – e é acaba por ser essa a moral da história. Quando começam as adversidades o amor fraternal entre Maggie e Frankie prevalece sempre: «nunca te vou deixar», chega a dizer o treinador.
Este é um filme com uma história simples e crua, que não vale pela exuberância, antes pelo contrário: trata-se de um drama calmo, íntimo, reduzido a uma escala de três pessoas, realizado por Clint Eastwood num estilo sereno e paciente.

Somos acompanhados neste enredo simples mas surpreendentemente intenso pela locução pacífica de Morgan Freeman, que faz de Scrap. Tal como em Os Condenados de Shawshank a voz suave e agradável de Freeman é uma mais valia espantosa, pela forma cativante com que conta as histórias. Entre o clássico e o contemporâneo Sonhos Vencidos já conquistou um lugar no pódio dos filmes do ano.

De: Clint Eastwood
Com: Clint Eastwood, Hilary Swank e Morgan Freeman
Origem: EUA, 2004
Duração: 137 minutos
http://milliondollarbabymovie.warnerbros.com

Hotel Ruanda 


Porque a vida humana é o mais importante
Um homem torna o que era um hotel luxuoso num abrigo para os ruandeses que fogem à guerra civil

Por João Tomé - in Destak (17 Fevereiro)

1994. Com um hotel luxuoso na capital do Ruanda e uma vida pacata Paul Rusesabagina (Don Cheadle) é um homem realizado e feliz. «Há soldados nas ruas. Estão a matar toda a gente», acaba por dizer a filha a Paul.
É nesta altura que o panorama pacífico da capital ruandesa se altera repentinamente e conhece a intranquilidade quando o país entra numa guerra civil selvagem. Há dez anos atrás cometeram-se algumas das maiores atrocidades na história da humanidade no país africano do Ruanda e Paul em vez de fugir para se proteger, preferiu ajudar os milhares de refugiados a protegerem-se no que antes era o seu hotel luxuoso para turistas e pessoas ricas. O mote é poderoso e poderia ter dois destinos: ou um filme fraco e pouco realista, ou um retrato cinematográfico intenso e realista que dá a conhecer uma história africana dramática e com muitas culpas políticas. Terry George (o realizador) e o redescoberto Don Cheadle conseguiram passar a mensagem num dos bons filmes de 2004.

Este drama baseado em factos verídicos tem o dom de colocar a pensar o espectador sobre o valor da vida humana em momentos críticos. É uma história sobre a esperança, a força interior e a coragem de quem luta por ajudar os outros. Na época a que este filme se refere (1994), já vivíamos numa aldeia global. As Nações Unidas chegam a marcar presença no terreno, mas depressa acabam por sair do país, devido ao aumento dos problemas pela guerra.
O Coronel Oliver (Nick Nolte) é um dos operacionais da ONU, que acaba por aconselhar Paul a resistir e continuar a ajudar o seu povo. Aliás, essa é uma das personagens que traz alguma ironia ao filme. Como um coronel, como ser humano, percebe o crime horrendo que se irá passar ali, como o sente com tristeza, mas também como está impotente, como mero operacional, para fazer a diferença. Tem de seguir ordens e sair de um local em conflito, por não haver vantagens políticas ou económicas para o seu país.
A comunicação social também aparece para retratar a guerra do país em mais uma situação paradigmática. O operador de câmara Jack (Joaquim Phoenix) é um dos mais interventivos mas quando a guerra piora o país é deixado ao esquecimento até pelos media - que se consideram tantas vezes simbolo da liberdade de comunicação e do expor de injustiças.

«Fomos abandonados. Não haverá salvamento, por isso só podemos salvarmo-nos a nós próprios», diz Paul aos seus conterrâneos. Inspirado pelo amor na sua família, este homem comum mostra uma coragem extraordinária ao salvar vidas de dezenas de milhares de refugiados desprotegidos, ao garantir-lhe abrigo no seu hotel. Uma mensagem prevalece: «Temos de nos ajudar uns aos outros. É a única coisa, que nos mantém vivos». 121 minutos de muitas mensagens e bastante sofrimento.

De: Terry George
Com: Don Cheadle, Nick Nolte, Sophie Okonedo, Jean Reno, Joaquin Phoenix
Origem: Canada/Reino Unido/Itália/África do Sul, 2004
Duração: 121 minutos
www.mgm.com/ua/hotelrwanda/

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Robbins de bra 



Tim Robbins diverte-se à grande ao aceitar o prémio de Hasty Pudding Theatricals Man of the Year, dos membros do Teatro Hasty Pudding nas instalações da Universidade de Harvard - Cambridge Massachusetts , onde é o teatro. Foto: EPA/CJ GUNTHER

Eastwood em entrevista 


Sobrevivi a Todos. Recusei-me a Desaparecer

Aos 74 anos, Clint Eastwood é uma força da natureza. Depois de refazer a sua imagem vezes sem conta, tem permanecido influente numa cidade, Hollywood, que não é generosa para com os da sua idade. Na cerimónia dos Óscares deste ano (no dia 27), não será um veterano a receber um prémio pelo trabalho de toda uma vida, mas será o favorito para levar para casa o seu segundo Óscar como Melhor Realizador por "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos". Só Martin Scorsese, com "O Aviador", poderá contrariar esta tendência.

"Million Dollar Baby" é o 25º filme de Eastwood como realizador, e nesse filme ele dá-nos uma das melhores interpretações de uma carreira de 50 anos. Adaptado de um livro de contos do antigo boxeur F.X. Toole, o drama centra-se no relacionamento pai-filha entre Frankie (Eastwood), um treinador cansado do mundo, e Maggie (Hillary Swank), uma empregada de mesa que ele, relutantemente, aceita treinar para uma carreira como boxeur profissional.

Eastwood é realizador sem enfeites e sem baboseiras. Trabalha rapidamente. "Million Dollar Baby" custou 30 milhões de dólares (a média em Hollywood é 70 milhões...). Foi rodado em 38 dias (a média em Hollywood é dois, três meses...) e está nomeado para sete Óscares, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor (Eastwood), Melhor Actriz (Hillary Swank) e Melhor Actor Secundário (Morgan Freeman).

A carreira de Eastwood começou com a série televisiva de sucesso "Rawhide", em 1959. Na altura em que acabou, em 1966, já ele era uma estrela como o Homem Sem Nome dos "westerns spaghetti" de Sergio Leone "Por um Punhado de Dólares" (1964), "Por Mais Alguns Dólares" (1965) e "O Bom, o Mau e o Vilão" (1966). Nos anos 70, o seu estatuto de herói de acção foi cimentado com a "franchise" "Dirty Harry", que começou em 1971. A sua carreira de realizador começara nos anos 70, com "Play Misty for Me". Desde então tornou-se o menos previsível dos realizadores americanos, capaz de uma excelente biografia do músico de jazz Charlie Parker ("Bird", 1988), de um western crespuscular ("Imperdoável", o Óscar de 1992) ou de uma história de amor adulto ("As Pontes de Madison County", 1995). Enquanto os que foram seus contemporâneos nos anos 70 se reformam, ele continua a fazer um filme por ano. Os seus dois últimos, "Mystic River" (2003) e "Million Dollar Baby", estão mesmo entre os seus mais aclamados. E este Verão vai fazer um filme sobre a II Guerra Mundial, um drama produzido por Steven Spielberg.
in Público, Y

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

The Life Aquatic 



A Vida Aquática Segundo Wes Anderson Navega em Berlim
A vida é aquática, segundo o americano Wes Anderson: no seu novo filme, "The Life Aquatic with Steve Zissou", há um navio com uma família improvisada a atravessar águas desprotegidas. Há piratas por aqui, mas o risco é outro, mais sentimental, quando a bordo navegam órfãos emocionais à procura do seu lugar no mundo.

Imagine-se um cruzamento entre "Os Tenenbaums", o anterior filme de Wes Anderson, e "As 20.000 Léguas Submarinas", e ainda se está longe de imaginar "The Life Aquatic with Steve Zissou", que vai atracar hoje no Festival de Cinema de Berlim. É um ovni numa competição que tem sido dominada por filmes com a caução da realidade e de temática política. É a última excentricidade de um excêntrico menino-prodígio do cinema americano, uma obra artificiosa, um pouco "over the top" - e vibrante. Falta dizer: é o melhor filme visto até agora na competição de Berlim, que já vai a mais de meio. Saberá o festival compensar um filme tão atípico da sua selecção, surrealista até?

"The Life Aquatic" começa num palco (para que não restem dúvidas quanto à sua teatralidade), onde as personagens são apresentadas uma a uma, mecanismo habitual nos filmes de Anderson. Se em "Os Tenenbaums" (2001), o elenco era introduzido sob a forma de capítulos de um livro, em "The Life Aquatic" a estratégia é o filme-dentro-do-filme - estamos na estreia do último documentário do oceanógrafo Steve Zissou (Bill Murray), versão americana de um Jacques Cousteau e líder da trupe marítima. Zissou já teve o seu tempo de glória, mas os seus documentários nos últimos dez anos têm sido fracassos, o seu produtor tem dificuldades em conseguir financiar-lhe os projectos, e o seu casamento com Eleanor (Anjelica Huston) está em ruína. Mais: o seu melhor amigo e mergulhador foi devorado por um misterioso tubarão jaguar durante a rodagem do presente documentário. E agora Steve quer caçar o predador e matá-lo. Motivação científica: vingança.

Uma família incomum
Steve já tem a sua equipa (exageradamente) internacional - incluindo Willem Dafoe no papel de um acólito germânico, ou o brasileiro Seu Jorge (actor de "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles), a dar um temperamento bossa-nova a canções de David Bowie -, mas à aventura vão juntar-se ainda uma repórter (Cate Blanchett) que cresceu fascinada com o oceanógrafo e quer escrever um perfil sobre ele, e Ned (Owen Wilson), um piloto da Air Kentucky que pode ou não ser filho de Zissou - se Zissou quiser ser pai: "Odeio pais. Nunca quis ser um."
in Público, por Kathleen Gomes

duplos querem Oscar 


Existe uma petição para que existam Oscares dos duplos. Os super senhores também querem a estatueta e o reconhecimento. Isto não é propriamente de hoje, mas a petição é. Na foto está Jack Gill, que faz lobby pelos duplos do cinema desde 1990.

NY Times:
LOS ANGELES, Feb. 16 - The people who leap from tall buildings in a single bound, or - as in last summer's "Bourne Supremacy" - drive faster than a speeding bullet through downtown Moscow, are tired of being ignored when the Oscars roll around.

With attention focused on the Academy Awards, less than two weeks away, an alliance of four stunt organizations is petitioning the Academy of Motion Picture Arts and Sciences to create a new Oscar category, that of best stunt coordinator.

Berlinale 


Este senhor é procurado pela polícia por ter roubado um dos prémios no Festival Internacional de Cinema de Berlim, BERLINALE, que estava destinado ao actor Daniel Day-Lewis. Procura-se o seu paradeiro...

segunda-feira televisiva 

O documentário. O Biography Channel promete. Ontem fui feita um delicioso comentário sobre os primórdios de Beverly Hills e a sua elevação de zona rural a zona primordial para as mansões de centenas de estrelas. Falou-se também como foram construidos os vários marcos no inicio do século XX dessa área de Los Angeles. Desde o famoso Hotel de Beverly Hills, passando pelo grandioso cinema chinês Grauman - que possui um pátio em frente com marcas das mãos e pés de cerca 200 estrelas de Hollywood. Finalmente terminou com uma visita fantástica ao espantoso castelo San Simeon, construido pelo rico William Rundolph Hearst noem 1919 e que parece verdadeiramente surreal, tal é o luxo que nunca se pensou poder existir. Um castelo dos tempos modernos com o que de melhor a arte trouxe de séculos anterios. Enfim, de tirar as palavras.

Aqui fica uma foto de uma das piscinas do castelo San Simeon, que tem mais de 27.500 m2


O filme. Há certas situações caricatas que se passam no pequeno ecrã que parecem não ter explicação. Acontece vulgarmente haver em dois canais anúncios publicitários iguais a passarem ao mesmo tempo (ou quase). Mas depois de ter visto um documentário fabuloso onde foi abordada a vida do criado do castelo San Simeon, William Hearst, mudo para a RTP1 e está a dar um filme que retrata o inicio do século passado. Começo a ver, porque me pareceu interessante e passado alguns minutos percebo que se trata de um filme sobre o próprio magnata William Heart. Bom filme e que não poderia ter vindo mais a propósito. Miar do Gato. Mistura o amor de Chaplin por Marion Davies (muito bem interpretada por Kirsten Dunst) e o ciúme do noivo William Hearst. Excelente filme e que oferece uma visão profunda sobre aquela sociedade naquele espaço de tempo especifico. Ah, o realizador é o americano Peter Bogdanovich.

Sinopse de The Cat´s Meow:
In November of 1924, a mysterious Hollywood death occurred aboard media mogul William Randolph Hearst's yacht. Included among the famous guests that weekend were, Charlie Chaplin, Hearst's mistress, starlet Marion Davies, the studio system creator, producer Thomas Ince, and feared gossip columnist, Louella Parsons.

Grammys 


Falecido em Junho do ano passado o último álbum de Ray Charles acabou por arrecadar na noite de Domingo seis Grammys. O de álbum do ano foi entregue pela actriz e cantora que apresentou o espectáculo americano Queen Latifah e foi recebido por Joe Adams, o empresário de Ray Charles.

Ray Charles foi o grande vencedor dos Grammys
Ray Charles foi Domingo, a título póstumo – faleceu o ano passado –, o grande vencedor dos Grammy, os mais importantes prémios para a música norte-americana, ao ganhar oito galardões com a sua derradeira obra, «Genius loves company».
Composto por 12 temas gravado em duetos com intérpretes convidados, editado postumamente, o disco ganhou, entre outros, as categorias de melhor álbum e melhor single («Here we go again», com Norah Jones). O grupo Maroon 5 ganhou o prémio para revelação do ano, batendo a cantora britânica de soul Joss Stone, enquanto o prémio para canção do ano foi para «Daughters», de John Mayer. Outros dos vencedores da noite foram os U2, Alicia Keys, os Green Day e Norah Jones.


Depois de terem vendido em 40 minutos 44 mil bilhetes para o concerto em Zurique a banda irlandesa volta aos prémios, com três Grammys, incluindo melhor canção rock - Vertigo.


Os principais prémios da edição deste ano dos Grammy são os seguintes:
Álbum do ano - «Genius loves company» (Ray Charles e outros)
Melhor single - «Here we go again» (Ray Charles e Norah Jones)
Canção do ano - «Daughters» (John Mayer)
Revelação do ano - Maroon5
Melhor interpretação feminina pop - «Sunrise» (Norah Jones)
Melhor interpretação masculina pop - «Daughters» (John Mayer)
Melhor álbum pop - «Genius loves company» (Ray Charles e outros)
Melhor interpretação rock (solo) - «Code of silence» (Bruce Springsteen)
Melhor interpretação rock (grupo) - «Vertigo» (U2)
Melhor álbum rock - «American idiot» (Green Day)
Melhor interpretação feminina R&B - «If I ain´t got you» (Alicia Keys)
Melhor interpretação masculina R&B - «Call my name» (Prince)
Melhor álbum R&B - «The Diary of Alicia Keys» (Alicia Keys)
Melhor álbum rap - «The College Dropout» (Kanye West)
Melhor álbum de world music tradicional - «Raise your spirit higher» (Ladysmith Black Mambazo)
Melhor álbum de world music contemporânea - «Egypt» (Youssou N'Dour) JPA.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

BAFTAS 



BAFTAs favorecem O Aviador
Martin Scorcese viu no Sábado à noite o seu filme épico, O Aviador, recolher mais uma vitória desta vez nos prémios britânicos do cinema, os BAFTA. A história do jovem e excêntrico Howard Hughes venceu quatro galardões, incluindo de Melhor Filme e Melhor Actriz Secundária (Cate Blanchett) – faltou a Di Caprio a distinção de Melhor Actor para fazer o pleno. O biópico, que estava nomeado para 14 categorias, assume-se assim como favorito para os Óscares que se realizam a 28 de Fevereiro. O principal filme britânico em competição, Vera Drake venceu três galardões com destaque para o de Melhor Actriz (Imelda Staunton) e o de Melhor Realizador, que foi para Mike Leigh. Jamie Foxx, pela interpretação em Ray, foi considerado o Melhor Actor, enquanto Clive Owen venceu na categoria de Melhor Actor Secundário, em Perto Demais.


Os principais vencedores dos BAFTAs:
Melhor Filme - «O Aviador»
Melhor filme britânico do ano – «My Summer Love»
Melhor Actor – Jamie Foxx, em «Ray»
Melhor Actriz – Imelda Staunton, em «Vera Drake»
Melhor Actor Secundário – Clive Owen, em «Perto Demais»
Melhor Actriz Secundária - Cate Blanchett, em «O Aviador»
Melhor Realizador - Mike Leigh, por «Vera Drake»
Melhor Argumento Original – Charlie Kaufman, por «Despertar da Mente»
Melhor Argumento Adaptado – Sideways, por Alexander Payne, Jim Taylor
Melhor Filme em Língua Estrangeira – «Diários de Che Guevara»

sábado, fevereiro 12, 2005

Um Longo Domingo de Jeunet 



Ontem fui ver o filme francês Um Longo Domingo de Noivado de Jean Pierre Jeunet e com Audrey Tautou. E a frase que retiro assim de repente do filme é a seguinte:

«Cão que se peida, alegria na casa»

Não é que o filme seja mau. É o inverso, na verdade. É bom, agradável e tipíco de Jeunet. Nota-se os seus pormenores ao longo dos planos e do próprio enredo. Para além de haver alguns actores, para além a Audrey, que também estiveram no fantástico Amélie.

Impossível de deixar de reparar é também as várias vezes que Mathilde (Audrey Tautou) faz pequenas apostas consigo mesmo, em que, caso se concretizem, isso significará que o seu noivo está vivo.
Do tipo: Mathilde diz para si mesma que, caso chegue primeiro que o carro que leva o noivo a uma curva, ele irá regressar vivo.
Uma pequena forma de estar poucas vezes, ou mesmo nunca, retratada de forma tão extraordinariamente sublime no cinema. São as pequenas coisas. Os pequenos gestos, que estão por trás de grandes sonhos e grandes expectativas que fazem do ser humano um sonhador. Jeunet, embora num filme com uma história diferente, volta a maravilhar.
JT

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