segunda-feira, setembro 05, 2005
venezia grimm
Terry Gilliam apresenta com o elenco fantástico, Monica Bellucci, Lena Headey Matt Damon e Heath Ledger - dois dos melhores actores da nova geração. O filme é The Brothers Grimm e estreia daqui a um mês e meio em Portugal.
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Os contos de fada de Terry Gilliam
Realizador americano volta ao terreno do fantástico com 'The Brothers Grimm'
Uma impressionante trovoada desabou sobre Veneza ontem à noite, exactamente na altura em que terminava a projecção de imprensa de The Brothers Grimm, de Terry Gilliam (em competição). A tempestade não podia ter vindo em melhor altura, pois prolongou, fora da sala Palagalileo, o ambiente dos últimos 20 minutos do filme de Gilliam, quando os irmãos Grimm (Heath Ledger e Matt Damon) tentam impedir que a rainha má (Monica Bellucci) volte à vida e reaquira todos os seus terríveis poderes, por entre vento, trovões, relâmpagos e revoadas de corvos, e à luz de uma lua cor de sangue. Cá fora, enquanto os raios riscavam o céu de electricidade e as árvores se curvavam com a ventania, gritava-se "Fujam, vem aí a rainha má!"
The Brothers Grimm marca o regresso em pleno ao cinema fantástico do ex-membro dos Monty Python e autor de Brazil e A Fantástica Aventura do Barão. Infelizmente, o filme, rodado na República Checa, teve tantos e tão graves problemas, que Gilliam, farto das desavenças e dos choques com Bob Weinstein, um dos produtores, suspendeu os trabalhos para ir rodar um outro, Tideland, só voltando depois da conclusão deste para acabar e montar The Brothers Grimm. Estreada há duas semanas nos EUA, a fita foi estraçalhada pela maior parte da crítica americana, mas está a aguentar-se nas bilheteiras.
Ledger e Damon interpretam os irmãos Will e Jacob Grimm, que não são propriamente os famosos autores homónimos de contos de fadas (embora um deles tenha um livro onde vai anotando histórias e lendas populares), já que preferem o conto do vigário. Os Grimm percorrem a Alemanha invadida por Napoleão fingindo ser peritos no combate a espíritos e assombrações. Investigam as superstições locais, recriam-nas com a ajuda de dois comparsas e alguns efeitos rudimentares, e uma vez os campónios aterrorizados, propõem os seus serviços às autoridades mediante uma boa recompensa. Depois, combatem e vencem a "entidade sobrenatural" e passam à próxima cidade. Só que um dia, numa aldeia onde as crianças do sexo feminino começam a desaparecer umas atrás das outras, os irmãos Grimm deparam com algo que vai muito para além das suas montagens para assustar aldeões e engordar os bolsos.
mais in DN, por Eurico de Barros
Dois grandes actores. Matt Damon e Heath Ledger têm carreiras prometedoras e já intensas.
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Elisabethtown
Apesar de não ter desgostado dos seus papéis em Senhor dos Anéis e Pirata das Caraíbas, tenho uma certa antipatia por Orlando Bloom, especialmente depois do filme Reino dos Ceús.
Uma morte na família e um romance no horizonte
Mostrado em Veneza, 'Elizabethtown', de Cameron Crowe, não está ainda acabado
Se os telemóveis ainda não tivessem sido inventados, Cameron Crowe nunca poderia ter filmado em Elizabethtown aquela que de certeza se tornará numa sequência de referência do cinema envolvendo duas pessoas a comunicar por telefone portátil. Com a personagem de Orlando Bloom numa ponta e a de Kirsten Dunst na outra, aquele instalado num hotel, esta acabada de entrar em casa, a conversa começa ainda noite cerrada, contempla vários tópicos, abrange uma série de estados de espírito e de climas emocionais, permite que cada uma das partes possa comer, tomar banho, fazer uma pausa diurética ou ir buscar uma cerveja enquanto dá à língua, até que, finalmente, os dois interlocutores combinam encontrar-se a meio caminho para ver nascer o sol. E só desligam os telemóveis quando estacionam os respectivos carros e caminham um na direcção do outro, no meio de uma estrada deserta, algures entre Louisville e Nashville.
mais in DN
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